Vidas Perdidas escrita por Devon Van Pelt


Capítulo 8
CAPÍTULO 8: A VELHA CORUJA




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Robert falou um tanto de coisas ao velho, e este olhou para mim:

- Não se assuste meu jovem, não vamos matar ninguém.

Robert olhou para mim:

- Carlos, este é Samuel, ele é nossos olhos e ouvidos neste lugar.

- Nossa.

Eu não tive outra reação.

Mostramos a foto do símbolo do anel e o velho se surpreendeu:

- Onde acharam isso?

Robert explicou toda a história que vinha acontecendo, e perguntou ao velho se ele sabia o que significava aquele símbolo.

O velho suspirou e nos falou o seguinte:

- Isto aqui é o símbolo de um dos grupos criminosos mais antigos que já ouvi falar, se chama “Velha Coruja”. A liderança é passada de geração em geração, mas nunca descobrimos que era líder e em qual época, pois nunca apareciam, eles estão entre nós, não os conheci, eu conheci apenas um, ele estava de saída do grupo, me mostrou a tatuagem no braço e um anel bem como este aqui. Com um dia depois ele foi assassinado, igualzinho a estas vítimas de agora. Essa atitude eclodiu uma revolta entre alguns membros e todos eles foram mortos, agora, toda vez que alguém tenta se desgarrar daquele inferno, é morto.

- O Senhor faz alguma ideia do que mais eles fazem?

- Eles matam pessoas como matam galinhas, cometem as maiores atrocidades com crianças e são os donos do tráfico de drogas. São chefões do submundo às escuras, muitos deles se tornaram extremamente ricos com apenas isso.

Conversamos mais um bocado e eu ouvia a tudo muito abismado. Ao final do dia quando voltamos para o departamento, sentei-me em um sofá e comecei a processar as ideias, era coisa de mais.

Virei toda a noite trabalhando em tudo que tínhamos em mãos, quando olhei para o relógio eram quase 5 da manhã, quando o telefone tocou e eu atendi. Depois que desliguei quase caí para trás, corri para a sala de Robert para dar notícia:

- Robert, Samuel se foi.

Robert ficou pálido. Levantou-se e deu um solavanco no vaso de flores:

- MAS QUE DIABOS!

- Aqueles demônios têm olhos e ouvidos em todos os lugares.

- Sim, é isso, eles se infiltram como se nada tivesse acontecendo, mas como vamos derrotar um inimigo que conhecemos, mas não sabemos onde está que pode estar em qualquer lugar e que PIOR, pode ser um de nós?

Fiquei calado um bom tempo, depois respondi:

- Agindo como eles.

- Matando todo mundo?

- NÃO! Estando sempre atentos, temos que ter olhos e ouvidos em odos os lugares.

- Vamos trabalhar essa ideia.

- Mas eu estou pensando aqui, se Samuel foi morto, ele poderia ser um “Coruja”?

- Provavelmente. Ele nem mencionou.

- Na verdade mencionou. Lembra quando ele falou que conheceu uma pessoa que revelou e foi morto. Não era amigo nenhum, era o próprio Samuel, ele estava destinado a ajudar a acabar com tudo isso, mesmo que isso lhe custasse sua vida.

- Você é um gênio.

- Eu sei.

De agora em diante ninguém estava escape a meus olhos, estávamos diante de algo bem maior do que eu imaginava que fosse. Algo assombroso. Eu também não estava livre de tais ameaças, estava indo fundo de mais, e a ligação que recebi do anônimo não me saía da cabeça. Mas teria que ter cuidado para não se transformar numa paranoia e sair jogando suspeitas a torto e a direito, como naqueles filmes idiotas. Foram tantas coisas que eu e Robert imaginamos que ficávamos perplexos cada vez mais perplexos cada vez que tentávamos encaixar as peças, mas o quebra cabeça era interminável, eram horas e horas atrás de coisas que nem ao certo sabíamos como eram de onde eram pra que eram. Mas foi tanta confusão que naquela mesma manhã me vi de cara com as 7 horas e eu ainda estava com o traseiro na cadeira, mas fui forçado a levantar e ir atrás de algo para comer, o detetive superior me mandou ir para casa e descansar, mas que voltasse no outro dia. Passei na lanchonete defronte ao departamento e sentei-me numa mesa vazia para tomar um cappuccino, a rua estava cheia, diferentemente do local onde eu me encontrava, o movimento era pouco, isso era bom. O dia estava chuvoso e meu corpo pedia uma parada na minha cama. Foi quando eu me lembrei de que Júlia chegaria às 9 horas da viagem, e seria bom que eu a fosse buscar em casa. Paguei a conta e desci a pequena escadaria da lanchonete, nada tirava a atenção do meu tênis molhado e da barra da minha calça que adquirira um tom mais escuro do que todo o resto, eu parecia uma criança atrás de poças d’água para pisar com toda a intenção, a única diferença é que minha mãe já não lavava mais as minhas roupas. Quando cheguei a minha rua parei e fiquei olhando tudo como se esperasse algo ou alguém, talvez um pressentimento idiota, talvez um vizinho, talvez um animal, talvez o cara do correio, talvez a mulher chata da companhia de luz, talvez o homem do orelhão... Oh! O misterioso protetor. Mirei no orelhão, mas ele não estava lá, mas eu sabia que estava sendo observado. Passei pelo meu jardim florido molhado pela chuva e parei no assoalho, quase dei um grito de susto, as duas janelas estavam quebradas e a porta estava entreaberta, empunhei a pistola e destravei com um clique rápido e fiquei atento a qualquer movimento suspeito, adentrei a vão principal tremendo, e depois que me certifiquei de que estava sozinho comecei a procurar o que, quem quer que tenha sido, estava procurando. Eles não levaram nada, posso dizer que levaram minha organização embora, mas fora isso, nada de valor material, pessoal ou espiritual. Subi para conferir meu quarto, estava tudo lá, fora do lugar, mas estava. Quando desci novamente aí que o susto foi maior, no chão da sala, desenhado em tinta vermelha, a mesma tonalidade do carpete, em letras garrafais e mal feitas: “NÃO DURMA, AS CORUJAS CAÇAM A NOITE”; e de praxe a Velha Coruja ao fundo, com os olhos esbugalhados me olhando. Seria uma faxina e tanto.


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