Kurt Hummel, O Mediador. escrita por BabyMurphy


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora. Mas, meu not estragou e dai ele não ligava. Foi ficar pronto só essa semana e aí eu tava cheia de provas na escola.
Bem, desculpem esse hiatus gigante, mas aqui estamos. Espero que gostem.



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8

Uma coisa que eu aprendi com o passar dos anos é que nós mediadores temos não só o dom da comunicação "física" com os fantasmas, mas também a comunicação mental.

Já aconteceu de eu estar pensando em um caso e o fantasma se materializar na minha frente, acontecia com Blaine também, o que era um pouco constrangedor já que eu passava maior parte do tempo com o moreno em minha mente. Porém, por mais que eu pense nele agora tudo o que se materializa na minha frente é o nada.

As duas últimas semanas foram vazias. O que é estranho.

Eu estou de luto por um fantasma.

Estou como qualquer um que perde um ente próximo. Sem apetite, sem animo, sem folego e sem um sorriso no rosto. Meu pai começou a se preocupar com isso e até marcou a data para que Rachel, minha melhor e única amiga, viesse me visitar.

Todos aqui em casa acham que o motivo de eu estar assim é pelo corpo encontrado no quintal. Bem, em parte é. Mas, não me importaria com o corpo se o fantasma dele ainda estivesse aqui.

E o que mais dói é que ele me prometeu. Ele prometeu ficar comigo e mesmo assim foi embora. E da tristeza eu passo a raiva.

Porém nem toda a tristeza que emana do meu rosto impediu que Carole convencesse meu pai de que eu devia ter um trabalho de verão. E é aí que o Hotel entra.

Eu cuido dos filhos dos hóspedes.

Eu devo estar no Hotel às 8hrs, o que significa que eu tenho que acordar às 7:30. Girafa me da uma carona até lá. Meu pai quer que eu tenha um carro, para eu não depender dos outros, ou seja, de Girafa pra tudo. Eu concordo.

Assim que chego Sugar, minha supervisora, vem e reúne todos os outros "babás" do Hotel. A maioria são meninas, mas não ligo. Não sou bom nadador o suficiente para ser salva vidas, não sei cozinhar e não quero limpar o chão, então, olá crianças lindas.

- Kurt, você fica com Taylor.

- De novo? - Protesto.

- Sim, os pais pediram que fosse você.

Não posso negar a criança que me é destinada. Por isso eu subo as escadas do saguão e caminho até os elevadores.

Taylor é um menino um tanto diferente. Ele é quieto demais, sozinho demais, estranho demais. Ele parece comigo. Quando eu tinha a idade dele e estava completamente perdido, sentindo falta da minha mãe e sentindo que nada no mundo se encaixava.

Mas Taylor tem a sua mãe, viva, porém não presente. Os pais dele o largam comigo e saem para um passeio pela cidade com o irmão mais velho. Nunca o vi, mas as meninas já disseram que ele é um Deus Grego.

A família de Taylor é bem sucedida, portanto eles estão na cobertura.

Entro no elevador e fico longos 7 minutos ouvindo aquela música irritante. Eu me pergunto por que as pessoas põem essas músicas em elevadores? É um lugar fechado que já te dá um certo desconforto, então eles colocam essas músicas e só piora a situação.

Quando chego ao andar certo, viro a esquerda e toco a campainha da primeira porta. Espero alguns segundos até ouvir passos dentro do cômodo. Um garoto de cabelos castanhos, alto, abre a porta.

- Você é o babá do Taylor? – Ele pergunta.

- Acompanhante. – Corrijo. – Mas sim, sou eu.

- Quem dera os “acompanhantes” – ele faz aspas com as mãos – fossem assim no meu tempo. – Ele sorri e se escora na porta.

- Se me der licença, - Digo dando um passo a frente – eu vou buscar o Taylor.

- Boa sorte em tirar ele da frente da TV. – Ele abre espaço para que eu possa passar.

O quarto tem vista para o mar da Califórnia, a única coisa que realmente me agrada daqui. E que eu não vou poder ver de perto graças a Carole.

O menino, também de cabelos castanhos, pequeno e curvo está sentado no chão em frente a TV. Eu sento do seu lado. Ele não mexe a cabeça nem um centímetro, porém me nota.

- Oi, Kurt. – Sua voz é fina. Uma voz normal para um menino de sete anos.

- Oi, Taylor. Como você está? – Ele continua olhando para a TV.

- Normal. – Ele finalmente vira para mim. – Podemos ficar aqui hoje? Não quero descer.

- Mas.. – Começo a falar, mas sou interrompido por Jamie, a mãe de Taylor.

- Kurt, nós vamos sair, qualquer coisa sabe para onde ligar. – Ela sorri. – Até depois querido. – Ela acena para Taylor.

- Tchau acompanhante. – O irmão mais velho de Taylor sorri e fecha a porta atrás dele.

- Então, podemos ficar aqui? – Taylor me olha ansioso.

- Tem certeza? Está um dia lindo lá fora.

- Não quero. Não sei nadar, então não tem graça estar na água. – Ele se encolhe.

- Isso não é problema. Eu posso te ensinar. – Lhe dou um sorriso largo.

- Mesmo? – Ele fica sobre os joelhos na minha frente.

- Sim. Não sou o melhor nadador de todos, mas posso te ajudar. – Me levanto e estico a mão para ele.

- Tudo bem. – Ele pega em minha mão e sai correndo para seu quarto.

Enquanto ele troca de roupa eu desligo a TV e arrumo um pouco da bagunça que ele fez. Junto as pipocas espalhadas e levo o prato e os copos para a cozinha.

Assim que retorno à sala vejo Taylor, de bermuda e chinelo, pronto para sair.

- Ah, Kurt? – Ele começa inseguro.

- O que foi? – Me aproximo.

- Não ligue para o que Sebastian diz. Na maior parte do tempo ele é um idiota. – Ele da de ombros.

- Eu não ligo. – Sussurro para ele e sorrio.

E foi dessa forma que eu descobri que o nome do irmão mais velho de Taylor é Sebastian. Assim como descobri que ele da em cima de todas as meninas do hotel, e por experiência própria, posso dizer que dos homens também.

Nós fomos até o elevador e chegamos ao saguão. Encaminhamo-nos para a piscina.

O trajeto até a piscina requer que passemos por um pequeno jardim, onde há sempre um fantasma de um jardineiro. Eu finjo que ele não está ali e ele faz o mesmo ao meu respeito. Mas digamos que hoje ele mudou de opinião.

- Menino, você precisa me ajudar. – Ele se aproximou.

- Agora não. – Disse entre dentes e olhei para Taylor.

Seus olhos eram fixos em um ponto. Ele estava assustado, bem, apavorado. Eu poderia dizer que o motivo era a aula de natação, as pessoas. Não. Ele estava olhando para o senhor a minha frente.

Meu corpo gelou tanto que me senti como um fantasma. Taylor apertou a minha mão e se escondeu atrás de mim.

- Kurt, quem é esse? – Sua voz falhou na pergunta.

- Ele não vai te machucar. – Olhei para o homem e minha voz também falhou na resposta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço Reviews?
Até a próxima. xoxo'