A Valsa da Morte escrita por Ana_Gabi, Gabriela Fortunato


Capítulo 2
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/40189/chapter/2

Capitulo 1


 


Edward dirigia pelo caminho que levava para a mansão dos Cullens muito devagar. Isso bastou para me prevenir de que algo estava esperando por mim. As luzes e rosas na frente da casa foram um mal pressagio. E a faixa que atravessava a casa confirmou a minha suspeita.


 


Feliz Aniversário, Bella!


 


Edward e eu nos casamos há um mês atrás, em um dia que eu jamais irei esquecer. Edward em pé esperando por mim. Os olhos dele estavam claros, ouro em chamas. E aí, quando ele encontrou meu olhar ele se quebrou em um sorriso feliz de tirar o fôlego. Jamais vou esquecer essa lembrança.


 


Depois, ele me levou até a Ilha Esme em uma lua-de-mel mais que perfeita. Foi maravilhoso.


 


Os braços dele me cercaram, me segurando contra ele,


“Para sempre”, ele murmurou, e então nos puxou gentilmente mais pra dentro na água.


 


Os planos para me transformar a partir daí foram temporariamente adiados, eu estava adorando algumas experiências humanas que Edward estava me proporcionando e não queria abrir mão delas tão cedo. Os planos mais imediatos eram a faculdade. Edward achava que eu tinha desistido da eternidade ao seu lado e que eu finalmente tinha tomado juízo, ele só não entendia que eu tinha atrasado os planos por algo que eu não queria momentaneamente deixar.


 


De alguma forma eu não estava mais me importando com meu aniversario, não me importava ficar um ou dois anos mais velha desde que eu tivesse minha eternidade garantida ao lado de Edward.


 


Entramos dentro da casa e Edward me abraçou e sussurrou em meu ouvido


 


“Feliz aniversário, amor”, o contato que seu hálito fez com a minha pele só serviu para lançar uma onda de formigamento por todo o meu corpo. Virei e lhe dei um beijo terno, não queria exibições na frente de toda a família, principalmente para não ter que enfrentar as piadinhas de Emmet com relação a nossa lua-de-mel. 


 


A família estava reunida nos esperando na sala de jantar.


 


Toda ela estava ornamentada com flores e laços azuis, um ano atrás eu estaria tendo enjôo ao presenciar isso. Mas eu não estava mais com medo do que pudesse acontecer, minha ultima festa de aniversario tinha apresentado problemas, mas agora eu e Edward éramos casados e se qualquer coisa acontecesse só iria apressar um pouco as coisas.


 


Quando eu entrei, todos murmuraram um sonoro “Feliz Aniversário, Bella”.


 


Alice se adiantou na frente com um bolo enorme nas mãos, ele tinha a inscrição “19 para sempre” na cobertura. Eu tive que rir.


 


“Faça um pedido”, Esme murmurou.


 


“Realmente, não sei o que eu poderia querer. Tudo o que eu preciso é de uma eternidade com Edward”, eu disse corando. Edward pôs as mãos geladas no meu pescoço e eu tive a certeza de que meu desejo seria realizado.


 


“Agora, assopre as velinhas, Bella, para que o seu desejo se realize”, olhei para Alice e revirei os olhos, estava claro que eu ia ter o meu desejo realizado. Mas eu obedeci sem questionar. Eu sabia como Alice era com relação a festas.


 


 “Hora dos presentes”, ela murmurou, virei e em cima da mesa de jantar havia uma pilha de presentes.


 


Realmente, não sei o que mais eu poderia precisar. Eu já tinha ganhado todo o tipo de coisa que se possa imaginar no meu casamento. A maioria, eletrodomésticos e coisas para a cozinha, algo totalmente inútil sabendo que eu jamais iria usar.


 


“Primeiro o meu”, Alice virou-se e me deu uma pequena caixa. Eu abri e dentro tinha uma chave. Fiquei olhando sem entender direito. Olhei para Edward em busca de auxilio, ele deu um sorriso zombeteiro. “Hm, é, obrigada Alice”, disse totalmente embaraçada.


 


“Bella, bobinha, isso é a chave de seu closet, você não achou que eu não iria cuidar de seu guarda roupas, se você vai ser uma vampira tem que andar segundo as tendências da moda Bella!”, ela disse fingindo se de ofendida. Eu olhei para Edward


 


“Você não me avisou o que ela tava tramando?”


 


“Eu devia isso a ela, ainda não comprei o porche amarelo que prometi”, ele disse caçoando da minha desgraça.


 


“Ah, acho que vou ter que me conformar em ser o projeto de Barbie da Alice, então. Obrigada, viu Edward”, eu disse aparentando indignação.


 


“Ora, Bella, não é tão ruim assim. As roupas que eu escolhi são de ultima moda, você vai ficar linda!”, ela virou se e pegou o próximo embrulho “Esse é de Carlisle e Esme”, ela disse me entregando.


 


“Espero, que goste Bella”, Esme disse aproximando-se. Eu abri o embrulho e vi a foto emoldurada do dia do meu casamento com o Edward.


 


“Obrigada Esme, Carlisle. Eu adorei!”, abracei os dois e virei-me para o presente. Olhei para foto eu senti como se a beleza do anjo ao meu lado irradiasse para mim. Eu parecia perfeita ao seu lado pela primeira vez. A metade de um inteiro.


 


Edward, como se lendo meus pensamentos, segurou em minha cintura e disse próximo ao meu ouvido, provocando arrepios por todo o meu corpo novamente “A foto não faz justiça a você.”


 


Virei para encarar seus olhos dourados. “Tem certeza?”, disse hesitante.


 


“Você é linda sempre Bella. Só estava mais irradiante no dia do nosso casamento. Por um momento eu cheguei a pensar que não merecia estar-”, eu não deixei ele terminar colocando um dedo sobre a sua boca.


 


“Eu nasci para te amar.”, ele levantou o olhar e beijou minha testa.


 


Alice nos interrompeu com um pigarro e passou um embrulho razoavelmente médio, “Este é de Rose, Emmet e Jasper.”, peguei o embrulho de suas mãos e o abri cuidadosamente. Dentro da caixa tinha um álbum de fotografias e junto um vídeo, com a inscrição: Casamento de Bella e Edward.


 


“Obrigada Emmet, Jasper e Rose, nem sei como agradecer por todos esses presentes”


 


“Não precisa Bella. Nós que agradecemos por você entrar em nossa família”, Esme aproximou-se e segurou minhas mãos.


 


“Mas ainda não acabou, Bella, falta o presente de Edward”, olhei para ele e fiz uma carranca.


 


“Andou gastando dinheiro comigo?”


 


“Eu não gastei dinheiro algum, nem um centavo!”, ele virou-se e pegou o embrulho das mãos de Alice, entregando-o a mim e me dando um beijo.


 


Edward sempre inovava. Ele já tinha me dado tantas coisas. Eu ainda dormia ouvindo a minha canção de ninar que ele havia composto para mim. O que ele me reservava agora? Bem independente do que fosse, eu sabia que seria algo muito valioso para ele.


 


Abri o presente. Dentro havia uma caixa toda adornada com enfeites em linhas que pareciam de ouro. Abri o mais cuidadosamente possível, levando em conta a minha sorte, era perigoso eu derrubá-la no chão. Edward estava ao meu lado me auxiliando para evitar que eu cometesse algum acidente como era costume. Ele segurou a caixa para que eu pudesse ver o que estava dentro.


 


Peguei o objeto que havia dentro da caixa e admirei-o impressionada. Era uma caixinha de musica, daquelas clássicas. Ela era toda de porcelana, adornada com flores delicadas de ouro. Suas pétalas eram entalhadas com o que me pareceram ametistas. Abri, a melodia que se iniciou só não era mais linda que minha canção de ninar.


 


“Foi da minha mãe”, ouvi a sua voz de veludo. “Pensei que talvez você fosse gostar”


 


“Gostar? Eu amei Edward. É tão linda e fascinante. Obrigada!”, disse e enlacei meus braços nos seu peito marmóreo, com lagrimas escorrendo de meus olhos. Ele afastou-me apenas para me dar um beijo, fazendo-me esquecer de respirar.


 


Ele afastou-me delicadamente, me fazendo lembrar onde nós estávamos. Voltei a minha atenção a caixinha de musica que ainda estava segurando.


 


Aproximei meus olhos para analisá-la melhor e ver a sua perfeição.


 


“Minha mãe a tinha desde que era pequena. Foi uma das poucas coisas que me restaram dela, junto com o anel que eu te dei de noivado.”, eu estava ciente da figura de Edward ao meu lado, mas a caixinha de musica tinha prendido tanto a minha atenção que eu não conseguia olhar para outro lugar a não ser para sua beleza cálida e singela.


 


Eu fechei a tampa, fazendo a música doce e terna cessar. Foi quando eu prestei atenção em um contorno simétrico em cima da tampa da caixinha de musica.


 


Era um tipo de trevo de quatro folhas, ou pelo menos era o que parecia. Analisando separadamente a figura, parecia que havia um entalho de quatro corações ligados pelas pontas. Era como se ali pudessem existir quatro pedras em formato de corações que deveriam estar incrustadas.


 


Mas não havia. Pelo menos não naquele momento.


 


Passei meus dedos em cima do contorno esculpido. Foi quando algo muito estranho aconteceu. Eu não estava mais na mansão dos Cullens.


 


O lugar parecia mais um tipo de corredor medieval, suas paredes eram de pedras com formatos de retângulos simétricos. O corredor era comprido o suficiente para não me permitir ver o seu fim.


 


A luz era de tochas iluminadas por fogo que bruxuleavam, e dava um aspecto sinistro e aterrorizante ao lugar, eu busquei a companhia aconchegante de Edward, mesmo sabendo que seria improvável de ele estar ali.


 


Tomei coragem, respirei fundo e caminhei lentamente por entre as poças de água que se formavam no corredor. Eu esperava que tudo passasse rápido, não sei quanto tempo eu andei, nem se havia andado muito, quando percebi sons, pareciam mais vozes que falavam todas num mesmo momento e com uma agitação constante.


 


Caminhei hesitante mais alguns passos quando parei em um tipo de entrada. Era dali que as vozes vinham.


 


Respirei fundo novamente, tentando encontrar onde estavam meus pulmões. Meu coração batia acelerado e eu começava a hiper-ventilar. Aproximei-me e vi que a entrada dava para uma sala, igualmente sinistra, se não mais que o corredor.


 


Havia ali pelo menos 15 pessoas que estavam sentadas ao redor do que parecia um altar de pedra. Era evidente que elas estavam em um tipo de reunião ou culto. Todas estavam com capas pretas, com capuzes, o que me fez lembrar os Volturi, e me perguntar se tudo isso era obra deles, se de alguma forma eles tinham me transportado para outro lugar.


 


Ao fitar mais atentamente a pessoa que estava mais fácil de eu poder ver o rosto, pude perceber que os Volturi nada tinham a ver com o ocorrido. Os olhos dessa era de um azul intenso, quase perturbador e leitoso. Ele encontrou o meu olhar, mais ao que pareceu não deu a mínima para minha intromissão ao seu culto, ou de alguma forma incrível, não me viu.


 


As vozes e murmúrios começavam a ficar irritantes e perturbadores, quando um encapuzado levantou a mão. Era evidente que ele era o líder, ou que era muito conceituado entre as pessoas da sala. Vi que ele era o único que estava sentado. A cadeira era meio agressiva. Mas evidente que pertencia a alguém com poder absoluto. Tinha uma beleza rude e apavorante.


 


Ao aceno que o líder fez, todas as pessoas calaram-se imediatamente. Sinal puro de obediência e respeito. Ele começou a falar com uma voz doce porem bastante firme.


 


“Para que toda essa balburdia? O mal já está feito. O que nos resta é prezar pelo equilíbrio em nosso mundo.”, ele deu uma pausa para verificar os rostos de cada um e recomeçou, “Tudo há um equilíbrio, isso é necessário, não a luz sem trevas e nem começo sem um fim, como não existe alguém completamente puro e bom sem que haja algum defeito. É isso que devemos prezar ao nosso futuro.”


 


As pessoas balançaram a cabeça em um sinal que concordavam com o que o homem dizia. Sem duvida o que ele acabara de falar era uma verdade, era esse o conceito da filosofia Ying e yang, mas eu não entendia o que isso tinha ver com o culto?


 


“Como vocês bem sabem chegará à época em que esse equilíbrio estará para sempre condenado, e nós temos de assegurar para que haja uma forma de prevenir de que todo esse mal caia sobre o mundo o qual criamos e sobre as criaturas em que nele habitam.”


 


Ok, um riso irônico passou pelos meus lábios. Aquelas pessoas eram malucas, não estavam gozando de suas plenas faculdades mentais, eu me apeguei firmemente a essa hipótese, mesmo sabendo que ela não explicava os motivos e formas para eu ir parar naquele lugar macabro. O homem voltou a falar.


 


“Líder dos guardiões por direito de nascença e primogenitura, eu proponho a criação de uma profecia.”, o alarido que se seguiu foi perturbador. Um homem que me pareceu bastante forte e alto aproximou-se do líder.


 


“Mas o senhor tem conhecimento que as profecias foram terminantemente proibidas! Elas eram usadas pelos feiticeiros e bruxas e por isso, banidas!”


 


“Foram banidas por que eram profetizadas para o mal. Que outra forma poderemos assegurar que o equilíbrio seja restaurado sem que seja realizada uma profecia?!”


 


“Mas foi exatamente por uma profecia que todo esse mal nos ocorreu. É impossível que nós possamos fazer uma que anule a outra!”, uma voz angelical falou.


 


“A profecia que proponho não irá anular a outra. Ela irá apenas complementar.”, o líder respondeu alta e categoricamente.


 


“Pois nos diga! Que profecia haveremos de conjurar? Como poderemos estabilizar o futuro de todos os elementos criados sem anular a outra?”, falou uma voz que me pareceu completamente debochada.


 


O líder virou-se em todas as direções, observando atentamente as pessoas da sala, e depois falou firme e autoritariamente.


 


“A profecia que proponho, para diminuir todo o mal da primeira é a seguinte: Buscando assegurar o equilíbrio entre as formas, existirão cinco signos, cinco corações baseados nos quatro elementos fundamentais (ar, água, terra e fogo) e o quinto de uma alma de uma criatura humana. Os corações estarão escondidos em suas respectivas formas e somente uma guardiã humana poderá recuperá-los. Como sabemos que as trevas terão poderes pra dizimar a guardiã, esta, juntando os cinco corações terá poderes incríveis e ilimitados. E quando os corações forem reunidos formando o símbolo de nossa seita, a paz será restaurada para toda a eternidade”


 


As palavras do homem, a meu ver foram recebidas de má e boa vontade. Alguns encapuzados faziam negativas convictas com a cabeça, outros permaneciam absortos em seus pensamentos, alguns outros balançavam afirmativamente, porém timidamente a cabeça.


 


“Mas não existem guardiãs! E muito menos uma guardiã humana, fraca e vulnerável! Como isso será possível?”, falou novamente a voz debochada.


 


“Sim, não existem. Mas quando chegar a época premeditada, a guardiã, a única guardiã humana terá 19 anos, e poderá assumir sua responsabilidade.”, seus olhos encontraram os meus de forma significante, e no momento seguinte ele voltou sua atenção para o grupo.


 


Senti um arrepio frio na espinha. Daqueles que precedem algo ruim que esta para acontecer. Eu estava sim hiper-ventilando. Meu coração batia acelerado, e por um momento eu pensei que o ritmo que ele estava tendo iria denunciar a minha intromissão, que talvez já tivesse sido notada. Eu tinha dificuldade para respirar, e minha visão estava começando a ficar turva. A falta de oxigênio me fez ficar tonta, me apoiei nas paredes úmidas buscando apoio, mas único que eu precisava e deseja fervorosamente era que Edward estivesse ao meu lado, e que as suas mãos geladas em minha cintura e em minha nuca pudessem me manter calma.


 


Comecei a sentir cheiro de álcool, busquei inutilmente a fonte para aquele cheiro. Minha visão conseguia apenas captar alguns movimentos que havia na sala, meus ouvidos só detinham alguns zumbidos incompreensíveis. Antes de fechar completamente os meus olhos vi o líder segurando uma pequena caixa, que me parecia uma caixinha de musica muito familiar, então eu me rendi as minhas fraquezas humanas.


 


Quando voltei a mim, percebi que estava em algo comodamente macio. Fiquei feliz ao constatar que era uma cama. Havia murmúrios, foi quando percebi a voz aveludada e uma alegria infinda encheu meu peito. Eu estava bem. Pelo menos por enquanto.


 


“Ela está acordando”, ele falou e segurou minhas mãos entre as suas geladas. Eu abri lentamente meus olhos apenas para averiguar que ele estava mais lindo e perfeito do que nunca e que uma sombra de preocupação cobria seu olhar dourado. Desviei os olhos por um momento e me deparei com a caixinha de musica que estava na cabeceira da cama. Eu não sabia como, mas era aquela que parecia muito com a caixa que eu tinha visto nas mãos daquele líder. Um novo arrepio percorreu meu corpo.


 


Tentei dizer alguma coisa, mas nada saiu totalmente legível, pareciam mais grunhidos de uma voz rouca. Ele percebeu a minha tentativa e pôs gentilmente as mãos em meus lábios me impedindo de falar.


 


“Tudo bem Bella, você desmaiou.”


 


“Não vá”, eu consegui murmurar entre minhas tentativas de realizar algum tipo de som compreensível. Eu estava com medo de voltar para aquele lugar sombrio.


 


“Jamais. Para sempre vou ficar aqui.”, ele deitou ao meu lado e eu procurei seus lábios, tentando me acalmar. Por mais que me parecesse que havia sido tudo um sonho, as imagens foram tão vividas e reais que eu estava assustada, e buscava em Edward uma forma de consolo. Ele percebeu o que eu estava procurando e seus lábios roçaram gentilmente os meus, provocando choques por todo o meu corpo.


 


Apoiei minha cabeça em seu peito e adormeci. Um sono sem sonhos e muito menos pesadelos.


 


Acordei me sentindo bem melhor. Edward ainda estava ao meu lado, o que me deixou mais calma. Levantei me apoiando em meus braços para observar seu rosto de anjo. Ele me fitou com um olhar preocupado.


 


“Você esta melhor, querida? Eu fiquei tão angustiado!”


 


“Sim, me sinto melhor, mas ainda não compreendi o que foi que aconteceu”


 


“Você desmaiou, e estava demorando a voltar a si.”, ele disse com o olhar torturado. E eu tentei confortá-lo afagando seu couro cabeludo e seus cabelos macios com minhas mãos.


 


“Eu estou bem, foi só um desmaio, não fique tão preocupado.”, percorri o quarto com os olhos. Nunca tinha visto esse quarto na casa dos Cullens.


 


“Onde estamos?”, eu indaguei.


 


A cama onde estávamos era enorme e branca, com nuvens de fios de teia de aranha flutuante que ia do dossel até o chão. O chão era de madeira pálida, eu compreendi que era precisamente a cor de uma praia primitiva. As paredes eram quase branco-azul brilhante de um dia ensolarado, e a parede traseira tinha grandes portas de vidro que se abriram em um pequeno jardim escondido. Trepadeira rosa e um pequeno lago redondo, liso como um espelho e com pedras afiadas brilhantes.


 


Era muito lindo, eu fiquei completamente impressionada.


 


“Ah, essa era pra ser uma surpresa, quer dizer, a família quis nos dar um presente de casamento que nos realmente fossemos usar.”


 


“Um quarto?”, eu perguntei maliciosamente. E enlacei meus braços entorno dele. Ele me deu um sorriso torto que eu amava e me respondeu.


 


“Também. Na verdade, o quarto faz parte do presente.”, entortei a cabeça pensativa, tentando por ordem aos meus pensamentos. E...


 


“Oh Edward, eu não acredito!”


 


“Você não gostou?”, ele perguntou preocupado e desconcertado


 


“Não, quer dizer, eu nem sei como agradecer. Eles têm feito tanta coisa por mim que eu me sinto em divida.”


 


“Pois não se sinta, eles só querem o meu bem, e sabem que você é o meu bem, por isso te bajulam tanto!”


 


“Seu convencido!”, falei e me aconcheguei mais a ele, que me pegou em seus braços e me levantou.


 


“Vamos fazer como as coisas devem ser. Como você estava desmaiada ontem, não pudemos lhe mostrar direito. Agora, seja uma menina boazinha e feche os olhos para que você não veja a surpresa toda antes da hora.”


 


“Tudo bem, mas sabia que você e muito convencido?”, ele riu e começou a me levar para fora do quarto.


 


“Sua trapaceira, ainda esta com os olhos abertos!”


 


“Ops.”, fechei-os imediatamente. Eu não queria estragar a surpresa.


 


De repente paramos e Edward falou em meu ouvido, “Pode abrir os olhos agora, amor”. Ele ainda me carregava e a primeira coisa que vi foi seu rosto perfeito. Ele virou sua cabeça observando algo mais a frente e eu segui seu olhar. E... Era tão linda!


 


A casa era enrijecida, lavanda na luz do sol. O matagal escalava uma parede como uma fasquia, enrolando o caminho de cima e sobre as grossas telhas de madeira. As tardias rosas de verão floresceram no jardim na claridade, e tinha janelas profundas. Tinha um caminho de pedras planas, ametistas, que conduziam à curiosa porta arqueada.


 


Eu fiquei sem fala. Senti o sangue subir para a minha cabeça e ficar corada.


 


“O que achou?”, Edward perguntou ao meu ouvido.


 


“Oh, ela é linda!”, foi tudo que eu consegui murmurar. Ele olhou minha expressão abobalhada e corada e eu vi pelo canto de olho que ele deu um sorriso de satisfação.


 


Ele andou pelo caminho de pedras que levavam a uma porta arredondada.


 


Parou em frente à porta ainda comigo nos braços.


 


“Bem Vinda ao lar, Sra. Cullen”, ele abriu a porta – ela retrocedeu sem qualquer barulho – e entrou pela pequena sala de estar. O chão estava todo recoberto de um piso de pedras macio. O teto baixo tinha muita luz exposta. A lareira no cantinho me lembrava fogo piscando. Tinha madeira flutuante queimando nela – as chamas baixas estavam azuis.


 


Estava mobiliada com peças ecléticas. Uma cadeira parecia vagamente medieval, enquanto uma baixa poltrona perto do fogo era mais contemporânea, e havia também uma estante de livros contra a janela. Tinham alguns quadros na parede que eu reconheci – alguns dos meus favoritos da casa grande.


 


A casa era tão linda e aconchegante, parecia mais uma casa onde a Branca de Neve moraria. E então eu realmente pude perceber que iria fazer parte do conto de fadas junto com Edward.


 


Ele me colocou no chão gentilmente e ficou me observando. “O que está pensando?”


 


“Apenas que nossas vidas pertencem a um conto de fadas em todos os sentidos”, falei e olhei para ele, seu rosto estava calmo e sereno, mais eu podia ver o que se passava em sua mente.


 


“Esme decorou, tudo foi ela quem comprou e mobiliou. Espero que tenha gostado”


 


“Eu simplesmente amei Edward, nem sei como agradecer.”, disse corando.


 


“Não sabe?”, ele perguntou segurando meu rosto entre suas mãos com o mesmo cuidado que se tem por uma boneca de porcelana.


 


“Hm, não faço idéia.”, eu disse brincando e levantando meus pés para ficar mais próximo de seu rosto.


 


“Mas eu sei.”, ele disse e me carregou novamente para o nosso quarto.


 


Eu tinha esquecido tudo, não me lembrava mais do sonho tão real que eu tivera na véspera. A única coisa que eu queria naquele momento era estar com o Edward. E me sentir fazendo parte dele por completa.


 


Eu teria tempo para meditar naqueles problemas mais tarde, agora eu estava extremamente ocupada com algo extremamente mais prazeroso.


 


Estar nos braços de Edward.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oiii genteeem :D , e aii, curtiraaaaam? espero que siiim *----* haha' deixeem seus comentarios por favooor

Beeijos Gabii :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Valsa da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.