Pov’s Izariel:

‘’Eu jurei a minha vida toda que jamais iria fazer isso novamente e aqui estou eu, em uma sala esperando os anciões rabugentos’’

Estou em Londres, em uma casa abandonada. Está acontecendo o normal de uma reunião do conselho, ninguém chegou na hora marcada.

Primeira a aparecer foi Eleanor, a representante dos vampiros. Uma mulher com cabelos curtos e repicados. Chegou um pouco estabanada, quase caindo das escadas, mesmo tendo passado vergonha, se recompôs e colocou na face um sorriso arrogante. Quem a olhasse iria achar que ela saiu do hospício, seus cabelos estavam desarrumados, suas roupas desleixadas e estava com a língua pra fora, como sempre.

Logo depois veio John, o representante dos lobisomens. Considerado um traidor no mundo sobrenatural, foi um dos rebeldes na época do ataque de Wragon e lutou contra os grandes guerreiros. Apesar de ter sido um traidor, conseguiu o perdão da sua raça, mas é sempre vigiado por todos dela, acabou se tornando representante. Cumprimentou todos os presentes com um sorriso irônico no rosto.

Reyna não tardou a chegar, aparecendo do nada, uma chegada típica dos caçadores. Era a líder e representante da raça. Uma mulher muito baixinha, com seus 1,47 de altura, mas temida por todos, por causa de seu famoso legado ‘’Não poupo ninguém, mesmo estando certo, você irá sofrer se eu duvidar’’, sendo que ela tem 61 anos.

Logo veio Mathias, um dos bruxos mais conhecidos na Terra por sua covardia e patetice. Está no auge da idade e já é calvo. Apesar de seus defeitos, é um gênio em encantamentos. Como disse no começo, ele chegou, conseguindo ser pior que Eleanor, conseguiu tropeçar nos próprios pés no meio do caminho, nem tendo a decência de se recompor direito.

O quarto a chegar foi Weth, o representante dos demônios. Vamos dizer que ele é insuportável, mas tenho que admitir, o cara é um gênio. Diferente de todos os presentes na sala, ele chegou derrubando a porta por motivos inexistentes. Um demônio em corpo de criança, literalmente.

E o inferno chegou, Lucy, a metamorfa mais odiosa e idiota existente nesse mundo. Uma mulher já com traços de velhice, sempre com um sorriso cínico no rosto e muito baixinha. Sua transformação favorita animal é a fuinha, como eu sei? Sua cara deixa explícita essa informação, não há diferenças entre esse animal e ela.

Os outros representantes conseguem ser normais por mais incrível que pareça, quando chegaram não marcaram tanta presença como os outros.

Todos os representantes de cada raça já estão no cômodo, o milagre aconteceu nesse momento, eles não estão brigando!

– Vamos iniciar a reunião - eu fitei o olhar das criaturas presentes - Todos nós sabemos o motivo dela, então iremos direto ao ponto, o que iremos fazer para impedir Wragon?

Reyna levantou-se com mais agilidade do que seus 61 anos permitiam e bradou:

– Luta!

Ao mesmo tempo, o calmo Mathias a contestou, um pouco alterado:

– Nada!

Weth, já se divertindo com a situação da velhota e do pateta, decidiu provocar o mais vulnerável:

– Mas já, Mathias? Bateu seu recorde de surto de covardia, foram exatamente 10 segundos de reunião e já querendo sair dos problemas, senti saudades disso, pode continuar!!!

E começamos verdadeiramente esta ilustríssima reunião, cada pessoa tinha mais de 50 anos e conseguiam ter mentalidade de 16. Deixei rolar a conversa, pena que não levei pipoca pra assistir isso. O trio perfeito da discussão: a rabugenta, o pateta e o imbecil.

Mathias, já chateado com a provocação, decidiu fazer a humilhação mais idiota possível:

– Falando a pessoa, que não sabe diferenciar a letra ‘’a’’ da letra ‘’o’.

Weth, deu um sorriso, inflou o peito com orgulho e falou:

– Eu sei sim. A letra ‘’a’’ não tem nenhuma letra vizinha do seu lado apenas o ‘’b’’ e ‘’o’’ tem dois vizinhos!!

Todos olharam para ele com uma cara de ‘’Eu não ouvi isso’’ e o mesmo nem percebeu, pena. Lerdos não entendem a situação tão bem. O primeiro a cair na gargalhada foi Aster, representante dos meios-sangues, só ele deu risada, os outros estavam tentando disfarçar.

Reyna já era um caso perdido, estava chorando de tanto dar risada do Weth. Teve que esperar uns três minutos, para tentar falar:

– Encontrei alguém mais burro, que meus alunos. Weth, meu filho, o Mathias pode ser um pateta, mas você ganha dele com sua burrice.

De repente, o demônio se levantou e socou a mesa, olhando mortalmente para Reyna com um sorriso maldoso nos lábios, antes de contra-atacar:

– Me desculpa senhora de 61 anos, professora de ensino médio. Mas pelo menos eu consigo me mover sem mancar e não ser tão rabugento quanto à senhora.

Reyna, ao ouvir isso tentou levantar do seu lugar pra socar a cara do demônio, mas suas costas travaram a deixando sem graça. Acabei soltando um risinho, mas me calei ao receber um olhar mortal da mesma. A sessão de cinema tinha que acabar, então tive que cortar o barato dos dois, socando a mesa e fazendo o tempo me responder com um raio e logo depois um trovão. Funcionou esse meu jeito de chamar a atenção, todos ficaram calados, voltando todos os olharem para mim. Sorridente, comecei a falar:

– Estou a favor sobre lutar, m...

Fui interrompido pela Reyna, que começou a irritar o Mathias:

– Idiota! Vai deixar mesmo sua covardia sujar a imagem de sua raça?

Mathias, não se deixou intimidar e indagou:

– Ah, e então, você vai ser a lutadora???? Não consegue nem fazer um movimento brusco e agora vai lutar, até parece. Pra falar verdade, todos os presentes nesse cômodo não tem mais condição de lutar contra Wragon!

''Maldito!'' Consegue ser um pateta, mas está falando a verdade. Fiquei pensativo por um tempo, mas decidi falar o que eu pensava:

– Verdade, mas o que faremos? Colocar um bando de jovens irresponsáveis pra salvar a Terra, é pior que colocar velhotes pra lutar.

Lucy decidiu falar pela primeira vez na reunião, usando um bom argumento, até que enfim não sai merda da boca dela!

– Decidi não levar esse seu comentário para o lado pessoal, anjo Izariel. Jovens imaturos, todo mundo algum dia foi, só basta coloca-los na linha e treina-los. Nós temos um anjo da época dos grandes guerreiros, ele sabe o que é preciso para derrotar Wragon.

''Vadia! Eu não quero me envolver nisso'' Tive que falar os pontos fortes para derrotar esse monstro:

– Primeiro de tudo, Wragon está muito mais forte do que antes. É preciso de pelo menos duas pessoas de cada raça para isso.

Percebi um brilho diferente nos olhos da Eleanor, mas demorei demais pra perceber o que era, porque ela falou algo que estragou meu dia:

– Nada melhor que um treinador anjo, que já lutou contra esse mal. Eu voto a favor de ele ser o treinador!!

Só bastou que ela falasse isso, para que todos os outros também estivessem de acordo. Legal!! Vou ser titio de jovens insolentes novamente!!!

Um a um, cada representante saiu da casa, apenas sobrou Weth e eu. O mesmo estava com uma cara sacana, logo veio a frase que mais define meu dia:

– Novamente como treinador, cara, você é muito azarado! Boa sorte.

Logo depois ele desapareceu na minha frente, me deixando sozinho, nessa casa abandonada, pensando no que eu vou fazer com essa notícia de ser o treinador.