Depois que Handrick foi embora, ela tentou dormir, em vão pois a preocupação e a ansiedade lhe causavam insônia. Ela olhava para o relógio, uma, duas, três, quatro da madrugada e nada de conseguir dormir. Karen levantou-se desceu a escada, foi a cozinha onde admirou a mesa de carvalho enquanto bebia água.

Subiu a escada em direção a sacada, donde viu uma praça e sentiu a fria brisa da madrugada em seu rosto. Desceu a escada novamente, rumo a sala, ao sofá, o lugar que pesadelo teve início. Vencida pelo cansaço, ela subiu a escada para chegar a quarto onde deitou-se e dormiu, mas não por muito tempo, pois as vinte para as seis fora acordada pelo toque do telefone.

— Quem é? — Indagou sonolenta.

— Meu Deus!! Você está bem? Estávamos preocupados.

— Desculpe, mas você sabe que horas são? — Perguntou ela de mau humor, por ter sido acordada aquela hora, afinal já haviam problemas de mais com o que se preocupar.

— Sim, são vinte para as seis, achei que fosse se esquecer da reunião então liguei.

Ignorando o último comentário Karen perguntou novamente. — Quem é você?

— Sou eu Ares! — Exclamou a pessoa do outro lado da linha.

— Ares, como o Deus da guerra? — Questionou um pouco surpresa.

— Quase isso.

— Como assim quas...

— Chego ai em vinte minutos.

— Espera, espera, espera. Como assim chega aqui em vinte minutos? — Falou irritada.

— É mesmo, você esta em casa?

Ignorando-o novamente ela continuou.

— Primeiro: eu não sei quem é você e nem porque me acordou a essa hora, segundo: não vejo sentido nas coisas que você fala e, terceiro: não abro a porta para estranhos.

— Não se preocupe, eu tenho a chave, ou melhor, todos nós temos. — E ele riu do outro lado da linha.

— Como assim tod...

Mas não adiantava continuar, o homem que se denominou Ares, já havia desligado. Depois de por o telefone no gancho, ela se encaminhou ao banheiro para escovar os dentes, enquanto fazia isso, foi recapitulando mentalmente os fatos ocorridos nos últimos dias.

''Ela acordou no sofá com o som da campainha, atendeu a porta e um menino diz que veio buscá-la para morte, depois acorda numa jaula, onde um homem diz que ela está no inferno e morta. E para o fim ele lhe da a opção de jogar um jogo ou se tornar uma de seus muitos subordinados, ela opta pelo jogo no qual tentará corrigir um erro cometido em vida. Um julgamento é realizado para decidir quanto tempo ela teria para consertar esse erro e é lhe dado apenas seis dias.''

Já na cozinha preparando o café ela repensa o último acontecimento, um estranho chamado Ares liga para ela, pergunta se ela está bem e diz que chega em sua casa em vinte minutos e, que tem a chave da casa. Mas havia algo que incomodava sua linha de pensamento ''O que aconteceu antes que ela acordasse no sofá com o som da campainha?''. Não teve tempo para refletir, ouviu a porta sendo aberta e passos vindos em sua direção.