Ela se virou fazendo com que seus cabelos tão negros quanto os olhos balançassem.

– Você é bonita – eu disse sem pensar.

– Eu sei – respondeu. Revirei os olhos. – Aproveita que você já está deitadinho, e durma!

Ela saiu do quarto, apagou a luz. Deixou-me sozinho naquela escuridão.

– Jane! – chamei-a.

– O que? – gritou

– Deite-se comigo.

– Ah, Jeffrey. Você não está falando serio, né? – gritou – Você não acha que vou me deitar com você, realmente?!

Implorei até que seus ouvidos soltassem fumaça e ela se deitou ao meu lado. Tirou a faca da cintura e fez um símbolo em meu ombro e logo em seguida, depositou um beijo em meu rosto.

– Gosto do seu sangue – sussurrou

– Você é estranha. Você não tem medo de mim, gosto disso.

– Não deveria gostar. Eu posso te matar, Jeff. Ainda mais agora, com você estando preso.

Revirei os olhos. Aquela mulher era incrível e irritante ao mesmo tempo. Como ela conseguia?

Ela fez um caminho com a faca no meu ombro ao meu rosto até sair sangue. Então, foi traçando o caminho depositando leves beijos até chegar na minha boca.

– Já falei que gosto do seu sangue? – mordeu meu lábio inferior.

Eu encarava seus olhos negros com dúvida. Aquela louca me torturava e depois me beijava? Ela me deixa louco. Ela é completamente sádica!

– Eu gosto da sua boca – falei

– Obrigado.

Ela se virou para o outro lado da cama e dormiu. Eu, sem opção, fiz o mesmo.

[...]

– Ahh, que maldito tédio! – fui acordado com gritos de Jane. Ela balançava seus braços pro alto enquanto reclamava. – Jeff, eu quero matar!

– Também quero, mas nessa situação dá! – disse

– Que situação?

– Ah, nada! – disse irônico – Apenas com meus braços e pernas presos, sabe. Apenas isso.

Ela caminhou na minha direção, sentou-se sobre mim e depositou beijos por todo o meu rosto.

– Quero te fazer sofrer. – ela disse.

– Faça – arfei

Ela fez cortes nos meus braços e tomou o meu sangue, sempre com uma cara provocante. Não, não estava doendo. Aquilo estava me excitando.

– Jane...

– Fale algo agradável, Jeff.

– Eu te amo – disse revirando os olhos com o prazer que seus lábios em meus cortes proporcionavam.

– Isso serve.

Eu sorri e ela saiu de mim cima de mim e me livrou das correntes. Quando finalmente pude ficar em pé, sorri maliciosamente para ela. Peguei a faca em cima da mesa e enfiei-a na sua barriga.

– Você acreditou, Jane? – sussurrei

– Filho da... ai... – disse sem forças – que parte do "eu sou mais forte que você" você não entendeu? – sorriu.

Tirou a faca da barriga com um grito e cravou-a na minha perna direita. Tirou a camiseta que usava e usou-a para estancar o sangue na barriga. Gelei ao vê-la de sutiã.

– O que foi, virjão? Nunca viu uma mulher de sutiã?

Ela se virou e saiu correndo. Sumiu da minha vista e só então ouvi o caminhão sendo ligado e a derrapagem. Comecei a correr atrás do barulho, mas a faca cravada na minha perna não ajudava muito. Tirei-a da minha perna e joguei-a no vidro da frente do automóvel. Jane se assustou devido as rachaduras e saiu do caminhão. Correu rapidamente na direção da mata.

– Você não vai escapar, Jane. – ri quando a encontrei parada em frente a uma árvore, virada para mim.

– Eu não quero escapar. – sorriu