Escalei a árvore que dava para o quarto da menina. Pulei para a varanda enquanto observava a menina dormir. Ela se revirou na cama, entreabriu os olhos e notou a minha presença do outro lado da janela. Se assustou comigo, porém logo seu rosto tomou uma expressão vazia. Sibilei:

– Vá dormir – com as sobrancelhas curvadas para baixo, deixando meus olhos assustadores e irônicos. Sua expressão continuou vazia. Por que não estava funcionando? Ela levou as mãos a boca. Por um momento achei que ela finalmente havia percebido o perigo, mas logo em seguida ouvi uma pequena risadinha. – Eu mandei ir dormir. – repeti entrando em seu quarto.

– Que pena, Jeff. Perdi o sono. – ela disse. Meus olhos se arregalaram. Como ela sabia meu nome?

– Acho que você não sabe com quem está se metendo, criança. – disse.

– Bem, primeiro: Eu tenho 19 anos, não sou uma criança. – falou ficando sentada na cama. – E segundo: eu sei sim. Jeff, "The Killer", – fez aspas com os dedos e em seguida riu – Bem, acho que você não sabe uma coisa sobre mim. Deveria ter pesquisado um pouco mais, Jeff.

– O que está insinuando? – recuei alguns passos.

– Insinuando? – Ela se levantou e andou na minha direção com olhos ameaçadores – Não estou insinuando, Jeffrey. Estou afirmando. Nem mesmo meu primeiro nome você sabe.

– Não costumo ter qualquer tipo de relação com a pessoa que vou matar – dei de ombros – Mas já que insiste, qual é o seu primeiro nome?

Ela tombou a cabeça para trás e girou para uma sua cama.

– Não se lembra de mim, Jeff? – neguei com a cabeça – Aquela pequenina que você tentou matar a 10 anos atrás. Não se lembra, Jeff? – continuei negando – Olhe bem nos meus olhos.

Seus olhos eram inteiramente negros. Eu já tinha os visto... espera!

Flashback on:

Entrei no quarto da filha mais nova da família Toppan após matar todos os outros. Ela estava no armário, tentando se esconder. Como um bom sádico, comecei a assobiar. – Jane, cade você? Apareça, menininha.

Num salto, abri o armário onde ela estava e ela gritou. Acertei sua cabeça com um pedaço de madeira e ela desmaiou. Acordou presa numa sala, eu não havia tido coragem de matá-la.

Ela começou a gritar quando me aproximei dela.

– Calma, pequena. Eu vou só deixar seus olhos mais bonitos. Uma pena que você ficará cega e não poderá vê-los, quando eu terminar.

Joguei a substancia em seus olhos que estavam abertos a força. Ela começou a gritar e se debater, quando fechou seus olhos com força. Abriu-os. Lindos. Lindos olhos negros.

Flashback off

Quando percebeu que eu havia me lembrado, gargalhou irônica e assustadoramente.

– Eu não fiquei cega, Jeff. – disse – Eu não havia gostado dos presentinhos – apontou para os olhos – no começo. Mas, sabe. Agora acho eles lindos. – Riu e logo depois se virou pra mim, com uma longa faca cortando o ar a minha frente.

– Bem vindo á casa de Jane, The Killer.