Sabe quando betem na sua porta, dizem que sua mãe é uma criminosa, que você é uma bruxa e te entregam pra outra família? Não? Sabe, é bem desagradável. Falo isso por experiência própria.

Samanta entrou na cozinha aonde eu estava sentada.

– Amanhã vamos te levar para Londres, você tem que comprar seu material e...

– Comprar material? Vou poder voltar para escola? – Perguntei sem pensar.

Ela deu um sorriso meio torto para mim.

– Não para a escola de trouxas, você vai pra Hogwarts. – Respondeu ela.

Fiquei confusa. O que é Hogwarts? Trouxas? Eu odiava estar lá, queria que esses dois últimos dias não tivessem acontecido, que fosse só mais um dos meus sonhos malucos com o garoto ruivo, nos dois últimos dias não sonhei com ele. Apesar de ser só um fruto da minha imaginação, ele faz falta.

Harry chegou logo depois.

– Hogwarts, é uma escola de bruxos, lá você vai aprender a usar a magia de forma correta. É lá que seus irmãos estão agora. – Disse ele sorrindo pra mim.

Respirei fundo, olhei para os dois que sorriam para mim sem nem piscar, depois respondi calmamente.

– Olha, não é que eu não gosto de vocês, só que eu não conheço vocês, nunca vi vocês antes, não quero morar aqui, não quero ter irmãos, não quero ser uma bruxa e não quero ir para Hogwarts. Eu tenho uma vida, amigos, uma casa. Não posso simplesmente esquecer de tudo pra brincar de fazer feitiços.

– Você acha que isso é uma brincadeira? Eu passei quinze anos da minha vida te procurando, toda noite eu ia dormir pensando em aonde você estava, pensado se você estava bem, se tinham te machucado. Eu fui internada duas vezes por tentar invadir todas as casas dos trouxas a sua procura e não me arrependo. Eu perdi sua infância e adolescência, eu não vesti você pro primeiro dia de aula, não ajudei você com o dever de casa e isso me consume eternamente, então não me venha dizer que não quer parar de brincar por que isso não tem nada de brincadeira. – Disse Samanta.

Abaixei a cabeça e comecei a chorar, o clima estava tenso. Os dois me abraçaram.

Almoçamos, e por incrível que pareça, a comida se fez sozinha. Depois Harry saiu para fazer sei lá o que, e Samanta disse para mim me arrumar, disse que iriamos comprar as coisas novas para escola. Depois me entregou uma carta.

( Carta )

Coloquei uma calça Jeans e uma camiseta regata, foi uma das unicas coisas que eu consegui pegar lá de casa. Acompanhei Samanta até a rua, aonde haviam varias casas na volta, mas a nossa era realmente a maior perto delas. Parecia um bairro calmo aonde os visinhos ajudam uns aos outros, como nos filmes antigos. Parecia tudo tão atrasado, tão antiquado que me dava nauseas.

De lá, aparatamos, é assim que chamam se não me engano, para o tal beco diagonal. Apesar de tudo ser tão diferente, eu achei o local muito bonito. Tinha varias lojas curiozas ao redor. Como o Olivaras, o três vassouras e outros. Foi bem interessante ver um pouco do lugar. Apesar de não termos muito tempo.

– RONY! – Gritou Samanta.

Me virei para ver quem ela abraçava. O GAROTO DE CABELOS VERMELHOS!!

Não era bem ele, era como se foçem irmãos, pois eram bem parecido. Só senti meu corpo fraquejar respirei fundo, calma está tudo bem. O susto já passou, foi só um coincidencia, são parecidos só.

– Rony, essa é a famosa Gwen Potter! – murmurou ela me mostrando.

Dei um sorrizinho.

– Praser, meu nome é Elisabeth. – falei a ele.

– Filha, seu nome verdadeiro é Gwen, acustume-se.

– Praser, Rony Weasley querida. – vociferrou Rony.

Wesley!! Isso não podia ser apenas uma coincidencia, Weasley, o nome do garoto do meu sonho.. Hugo... Hugo Weasley!

– Bel..belo.. no..no..nome! – Gaguejei.

– Você conhece meu filho? Filho vem aqui! – Pediu ele se virando.

Um garoto ruivo, cabelos salpicados, o rosto com sardas e olhos extremamente azuis olhou fundo em meus olhos, senti mina alma se dissolver e meu coração parar de bater. Pensei em respirar mas quando vi já havia desmaiado. Sim, era Hugo Weasley.

Foi apenas um susto, dei um pequeno vexame e voltei a sã consciência para me ver corar depois do mico que havia pagado.

– Tudo bem? – perguntou ele olhando fixo em mim.

Um sorriso se formou em meu rosto involuntariamente.

– Hugo! É você mesmo? – perguntei.

Ele retribuiu o sorriso.

– Sou eu mas.. Nos conhecemos?

– Sim, você não lembra? Na floresta, gaivotas, as arvores.. todas as.. noites..

Me dei conta de que ele não lembrava nada de mim. Isso foi terrível, me senti uma inútil, uma louca, afinal, era isso que ele deveria estar pensando, que eu era uma doida varrida, e que estava delirando alí na sua frente.

– Eu não lembro, me desculpe.

– Hugo, por que não leva a Gwen para dar uma volta, tenho que comprar os materiais escolares dela. – interrompeu mamãe.

– Claro senhora Potter.

Ele me ajudou a levantar e fomos juntos, sem dar nem um pio até uma sorveteria alí perto.

– Então.. Você é a tal Gwen Potter, de quem não param de falar?

– Como assim? Não param de falar? Mas.. eu nem conheço ninguém.

– Você é a filha do Homem mais famoso do mundo Bruxo, e acha mesmo que não vão comentar sobre você? – perguntou rindo.

Corei. Não sabia que o Potter era tão popular assim.

Pedi um Sundei de limão e ele pagou para mim.

– O que foi aquilo agora pouco? ... Eu... você... Quer dizer... você disse que me conhecia...

Pensei em contar a verdade a ele, mas isso soaria estranho. Não duvido nada que ele saía correndo com medo de mim, na verdade, ia ser até normal. Nunca me dou bem com garoto nenhum mesmo.

– Não! Eu confundi você... com uma outra pessoa! – falei sem pensar.

Uma pontinha de esperança pairava sobre mim, mas ela foi tirada quando ela chegou...

Loira, cabelos com alguns cachos na pontas, olhos azuis elétricos, magra, alta, linda, tipo físico de modelo. Foi assim que ela chegou.

– Hugo meu amor! – Gritou ela e deu um beijo nele.

Senti minha boca abrir.

– Então.. Gwen... Essa é a Flauber, minha namorada!