I've Been Living In A Lonely Life escrita por LittleAsh


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura!



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O céu estava cinza, as pessoas animadas nas arquibancadas abriam seus guarda-chuvas colorindo o ambiente com cores vivas enquanto se refugiavam dos pingos de chuva que começara a cair. Os motores das motos turbinadas ganhavam vida aquecendo-se e enchendo os ouvidos dos torcedores que por sua vez iam a loucura. Entre tantos corredores conhecidos, juntava-se ao ponto de partida uma moto branca com detalhes em azul cintilante; empurrando-a estava Felipa, uma garota de seus 17 anos que em meio a tantas garotas e garotos veteranos, era apenas uma caloura nas competições, mesmo sendo estas amadoras e de ter feito uma boa campanha em suas duas últimas corridas, suas primeiras sendo essa a terceira, chegando em quinto lugar.

Enquanto levava sua moto para o seu lugar previamente marcado, sentia as gotas da chuva bater contra sua face além de umedecer seus curtos cabelos loiros, seus olhos tristes e vagos não faziam jus ao verde forte e vívido ali presente. O macacão de cor semelhante a de sua moto, diferente dos demais não trazia patrocinadores; chegara ali trabalhando em meio período em uma lanchonete desde seus quinze anos, seu pai que trabalhava como carpinteiro construindo e concertando móveis, chegou a se oferecer para ajudá-la, mas a jovem não achava justo pedir isso ao seu pai que trabalhava tanto para sustentar os dois.

Estacionou, respirou fundo retirando seu capacete antes pendurado em seu braço direito. Olhou em direção ao público procurando-o, e lá estava ele com seu velho suéter marrom e o cabelo grisalho com um sorriso humilde no rosto. Seu velho era a única pessoa capaz de tirar-lhe um sorriso do rosto. Acenou e voltou a encarar a moto a sua frente, Roxy, velha companheira comprada de um rapaz da rua ao lado da sua quando tinha dezesseis anos. Suspirou e quando ia colocar o capacete, ouviu uma voz atrás de si.

– Ora ora se não é Felipa Torres! – era Kristen, garota com quem estudava, tinha de a aguentar na escola e agora nas corridas, mas já sabia disso afinal ela corria desde os quinze anos e é a atual campeã da competição passada e na atual chegara em primeiro nas duas corridas. Tinha cabelos compridos castanhos escuros e pele levemente bronzeada, usava um boné de aba reta preta para trás e um sorriso debochado no rosto – Pensei que ia desistir depois de ficar em quinto nas duas corridas.

Riu e olhou para os amigos que a acompanharam, “puxa-sacos” pensou, sua resposta ficou presa na garganta juntando-se ao nó onde ali se formara. Atrás da garota a sua frente estava Samantha, sua paixão secreta desde os treze anos, não sabia de certo o porquê de ser tão apaixonada por alguém que só lhe tratava mal. A garota de cabelos negros longos e olhos azuis claros agora namorava Kristen. Esta ainda não tinha percebido a presença da namorada, decidiu virar para descobrir o que Felipa tinha visto atrás dela. Sorriu indo abraça-la.

–Amor, veio me desejar boa sorte? – Perguntou dando-lhe um selinho.

– É claro, eu precisava vir aqui ver minha namorada – Era impossível para Felipa não ficar triste com aquela cena mas logo tratou de disfarçar, não que achasse capaz de alguém perceber – Oi Felipa.

Com essas simples palavras uma chama de alegria acendeu-se dentro da garota, ela quase sorriu, quase.

– Oi... – Com isso uma voz soou nos alto-falantes.

“Peço a todos aqueles que não vão competir se retirem da pista pois já iremos dar início a mais uma corrida do campeonato amador de corrida de motos de Nova York”

Com isso as pessoas antes presentes nas pistas, apenas parentes ou amigos próximos dos competidores, voltaram para as arquibancadas em busca de um lugar vago. Sammy despediu-se de todos os amigos, deu um breve ‘tchau’ para Felipa, um beijo caloroso de boa sorte em Kris e se foi.

– Preparada para ficar pra trás mais uma vez Torres? – Referia-se não apenas a corrida, mas também a Samantha. Riu e sem esperar resposta foi para seu lugar.

Todos colocaram seus capacetes e subiram em cima de suas respectivas motos. Felipa estava nervosa, suas mãos suavam frio dentro das luvas, sua mente congestionada de pensamentos. “Preciso mostrar a todos eles que sou capaz, mostrar para a Kristen que ela não pode dizer qualquer coisa de mim, ter chegado em quinto lugar foi uma vitória para quem nunca havia participado de algo assim antes. Ela não pode falar nada. E a Sam, como ela estava linda hoje... droga eu preciso me concentrar”.

Com esses pensamentos a contagem regressiva começa. O último sinal vermelho se apaga, o sinal verde se acende e os motores soam ferozes. A disputa é acirrada, todos eram grandes corredores, disputavam cada lugar com unhas e dentes. Fê não ficou para trás, avançou posicionando-se em quarto lugar, mais à frente em primeiro estava Kris, a plateia ia a loucura e cada um já tinha seu corredor predileto, apostavam, compravam refrigerante, cerveja, era uma festa só. Ao todo eram 35 voltas, faltavam 5 voltas para o final, Felipa agora em terceiro toma o lugar de Thomas, um dos amigos de Kristen, ficando agora em segundo lugar. Ninguém acreditava no que estava vendo.

O motor de Roxy dá um certo problema atrasando um pouco Felipa e dando oportunidade a Kristen de tomar mais distância entrando na curva com grande descanso. Quando de repente um som de explosão ecoa, o motor da moto de Felipa explodira lançando-a fortemente contra a barreira de pneus da curva, o destroço da moto é impulsionado para frente chocando-se contra a garota. Ela fica imóvel no chão, os demais competidores ao verem a cena param boquiabertos e preocupados, na arquibancada seu pai desesperado leva as mãos à cabeça, Samantha levanta-se rapidamente, olha desesperada e seus olhos ficam cheios de lágrimas enquanto os paramédicos retiram a carcaça da moto de cima da loira.


Felipa



Tiraram o resto da Roxy de cima de mim, a viseira do meu capacete fora quebrado, senti um líquido escorrer da minha testa, talvez seja suo mas nessas condições é mais provável ser sangue. Não conseguia mexer meu corpo, estava muito dolorido, sentia uma forte dor em minhas costelas e no abdômen. Minha visão estava turva mas sabia que tinha pessoas olhando pra mim, lágrimas silenciosas escapavam lentamente dos cantos dos meus olhos. Iria morrer ali? Assim? Sem ter conseguido virar a vida ao meu favor? Coisa que eu sempre quis? Não, não! Se existe um Deus ele não seria tão cruel comigo.


Meus olhos foram ficando pesados, escutava vozes me chamando mas não conseguia saber se eram das pessoas a minha frente ou da morte. E então tudo se apagou.


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Notas finais do capítulo

Digam-me o que acharam! ;) bjs



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