Millenium - Fic Interativa escrita por Mordidinha


Capítulo 13
Carta.


Notas iniciais do capítulo

Heey. Tudo bem com vocês? Então, pessoal esse final só vai ter um capítulo mas no próximo vamos voltar aos dois capítulos ok?
Bem, acho que é isso.
Boa leitura :)



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    Louis e Isabelle se encontravam frente a frente, sentados em duas poltronas. Eles analisavam os arquivos da família. Olhavam atentamente para as fichas, tentando achar algo importante para George.

    - Sobre Silena temos muitos detalhes, até os 10 anos não mostrou ter personalidade controladora, fria nem nada nesse ramo. Mas foi quase como uma mudança da noite para o dia, ela estava bem e de repente ficou assim. - Disse Isabelle, olhando suas conclusões, anotadas em um bloco.

    - O que nos leva a crer que ela passou por um evento traumatizante, o qual foi muito rápido, para explicar uma mudança tão drástica - Disse Louis, sério. 

    - Exatamente - Isabelle respondeu, em seguida pegando outra ficha, dessa vez a ficha de Hector - Já, Hector, sempre foi um homem severo, de poucas palavras, mesmo as pessoas da própria família tem pouco contato com ele. Hector se separou de Ellen Peters quando tinha 58 anos, e ninguém sabe exatamente o porquê.

    - Não temos nenhuma informação sobre essa ex-mulher dele. - Louis disse, sentando-se na poltrona de frente a Isabelle, observando a psicóloga, era uma mulher muito bonita, olhos claros e cabelos loiros ondulados, a boca carnuda e vermelha... encantadora - E me parece que, de todas as pessoas da casa, a única que tem alguma proximidade com Hector é justamente Silena.

    - Exato, mas acho que eles não arriscariam a própria cabeça, portanto deve ter mais alguém envolvido - Disse Isabelle, mostrando alguns detalhes de suas anotações - E quem melhor que o mordomo? 

    - Eu consegui informações sobre ele, há pouco tempo - Louis respondeu, com um sorriso vitorioso - Edward Simons começou a trabalhar naquela casa há quase dez anos, e tem servido somente à Silena, durante todo esse tempo. Ela demonstra ter total confiança nele. Eu diria que Edward tem bem mais do que respeito ou temor por ela...

    - Seria a razão perfeita para ajudá-la. Ele poderia estar esperando algo em troca - Disse Isabelle, revirando os olhos diante do sorriso de Louis.

    - Ah, e eu posso imaginar exatamente o quê. - Louis sorriu, sedutor, se aproximando de Isabelle, que não estava entendendo o porquê daquilo. - Minha cara colega de profissão, você aceitaria, quando acabarmos o nosso trabalho-

    - Nem pensar. Pode parar, que eu já conheço a sua fama. Se continuar com as suas gracinhas, eu falo para o George que está me assediando e não trabalho mais com você, seu ridículo. - Ela disse seca, sem se importar com os "sentimentos" do galã.

    - Nossa, que direta. Mas agora que já acabamos por aqui, temos uma reunião... Parece que George descobriu algo sobre a "encomenda" de Mary - Disse Louis, com um sorriso de canto. Ele esperou Isabelle e logo saíram de sua sala.

    Mais uma vez, a reunião da equipe foi no apartamento de Natan, mas não estavam todos, somente os psicólogos, com as fichas das famílias, Mary e ele. Natan se perguntava porque Mary parecia tão irritada, mas achava que deveria ser pela recepção que os Van Hamberd deram a ela ontem. George, como sempre, foi o último a chegar, se desculpou pelo atraso e começou a falar, enquanto abria um pacote pequeno e retirava alguns papeis.

    - Descobriu algo, George? - Perguntou Natan, interessado no papel.

    - Bom, isto não é o diário de Kendra. Porém, aqui tem três páginas do que acredito ser o diário dela, apesar de estarem rasuradas... E uma carta.

    Mary e Natan se entreolharam, sem entender. Ela olhou para George, irritada.

    - Quer dizer, então, que todo o meu esforço não valeu de nada?! - Ela disse, furiosa, se lembrando do soco que recebeu daquele brutamontes.

    - Claro que valeu... Você me trouxe coisas muito importantes - Disse George, revirando os olhos. - As páginas rasuradas do diário de Kendra não tem nenhuma informação importante, se lermos superficialmente. Por isso, Louis e Isabelle, preciso que vocês analisem comigo esses trechos mais rasurados dessas páginas. - George suspirou, entregando as páginas aos psicólogos - A carta é ainda mais interessante, porém. Querem que eu leia?

    - Claro, o que você esperava que quiséssemos? - Perguntou Mary, revirando os olhos.

    George revirou os olhos e começou a ler:

    "Olá, caro ...

    Como eu havia dito, o que você procura não pode ser encontrado, ao menos, não tão facilmente. Mas como prêmio pela coragem de ter se arriscado tanto vindo aqui, além de lhe deixar viver - pois, acredite, eu poderia tê-lo matado a qualquer momento - estou te presenteando com uma pequena parte daquilo que veio buscar. Como vê, não sou assim tão mau, sou?

    Bem, como havia dito, aqui está uma pequena ajuda. As páginas do diário parecem bobas não? Sem muitas pistas, certo? Mas não se preocupe, basta você olhar com atenção e encontrará algo que quer. A pergunta que fica, imagino, é porque estou ajudando você. Acredite, eu espero que seja tão inteligente quanto dizem, e que encontre essa resposta o mais rápido possível, antes que seja tarde. Preste atenção em seus verdadeiros inimigos.

    Esses sim, estão escondendo inúmeros segredos. E acho que você adorará descobrí-los.

    Sendo assim, que comecem os jogos.

    Com carinho, 

    Um amigo entre os inimigos"

    - Certo, então temos um traidor que resolveu nos ajudar... E quem nos garante que ele não está mentindo? - Mary indagou, desconfiada.

    - Não diria que ele é, exatamente, um traidor - Isabelle acrescentou, pensativa - Ele não está cem por cento certo da sua capacidade de descobrir o que aconteceu, George. 

    - Ele tem as respostas, mas por mais que tenha nos ajudado agora, e apesar de ter se referido como um "amigo", não creio que devemos confiar nele - Louis pontuou - Ele pode estar tentando nos manipular.

    - Ou ele pode simplesmente estar esperando as perguntas certas para as repostas que ele tem. Ele está jogando, e nesse jogo podemos mudar as regras - Disse Natan, objetivo. Todos olharam para ele, de certa forma ele estava certo.

    - Exatamente, estou satisfeito com todas as opiniões de vocês... mas o que mais me intriga, definitivamente, é o desejo de ele se comunicar, e o fato de ele se referir como um "amigo" só me faz pensar que ele quer que se comunicar conosco. - George concluiu, sorrindo sombrio como sempre.

    - Talvez ele ajude para ser ajudado, não? Como uma troca - Disse Mary, dando de ombros.

    - É um bom ponto - George assentiu, pensativo, pegou a carta e releu um trecho - "Acredite, eu espero que seja tão inteligente quanto dizem, encontre a resposta antes que seja tarde". - Entretanto, o que seria "tarde" para ele? 

    Todos se olharam, tentando encontrar a resposta para isso. Então, o tal homem das sombras, poderia ser um aliado, e quer ser ajudado. Enquanto os outros tentavam entender que tipo de ajuda seu mais novo amigo precisava, George só conseguia pensar num modo de entrar em contato com esse senhor. Tinha uma teoria e ela estava se confirmando, cada vez mais.

    - George, nós pensamos em algo curioso hoje. Você já parou para pensar no mordomo e na estranha relação dele com Silena? - Perguntou Louis, com um sorriso de canto.

    George já havia sim, suspeitado dele. Não seria nada estranho ele fizesse o trabalho sujo em troca de algo, ou melhor alguém. George percebera como o mordomo  parecia ter mais do que uma amizade por sua madame. Ele seria um suspeito, e um dos principais.

    No dia anterior, na mansão as coisas não foram assim tão bem, principalmente no escritório de Silena.

    - Como você não seguiu o detetive, você sabe das minhas ordens e não deveria ter desobedecido - Disse Silena irritada, se aproximando de Edward prestes a estapeá-lo e então voltando para sua mesa.

    - Mas senhora, ele saiu quando eu estava com você. Não teria como eu segui-lo - Disse Edward, calmamente.

    - Você deveria ter no mínimo avisado os empregados dessa casa sobre ele. Mas não, você é um incompetente e não sabe fazer nada. E o pior, ele ainda trouxe uma garota com ele, como você deixou isso passar? - Disse Silena, com raiva.

    - Minha senhora, eu peço desculpas. Eu instalei as câmeras, as escutas, mas o investigador nunca deu a entender que... Ele nunca disse nada, madame! - Edward disse, desesperado e triste, seus olhos castanho-claros marejados, como odiava falhar com ela... ela depositava tanta confiança nele, e mais uma vez, estava decepcionada. Edward se ajoelhou, de costas a sua senhora, e expôs as costas nuas para Silena - Me castigue, por favor... eu não mereço mais o seu perdão!

    Silena ao invés de fazer qualquer movimento bruto, simplesmente passou as unhas de leve nas costas dele, fazendo-o ficar arrepiado.

    - Não agora, Edward... Você ainda tem alguns trabalhos para fazer - Disse Silena, com um sorriso frio no rosto. Logo ela saiu do escritório, deixando para trás Edward, ainda um tanto chateado.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado...
Esperamos reviews u.u
Até.