Grey's Anatomy - Meant To Be escrita por Tatiane Almeida


Capítulo 2
Capítulo dois: Não foi um pesadelo


Notas iniciais do capítulo






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Arizona estava andando distraidamente com Zola. Derek e Meredith haviam pedido para que a levasse a creche, pois ambos estariam em uma cirurgia demorada e não poderiam leva-la.

    De longe Arizona, já havia notado que tinha um ônibus estranho vindo em suas direções. Parecia meio descontrolado, às vezes indo para a direita demais, outras vezes pra esquerda demais. Estava rápido demais também.

     Ela não teve tempo de fazer muita coisa. Tudo aconteceu muito depressa. Em questão de segundos talvez. Pegou Zola no colo com uma agilidade incrível e tentou rapidamente sair da direção no ônibus.

      E quase conseguiu, mas sua perna esquerda foi atingida, fazendo com que consequentemente todo o seu corpo sofresse um impacto enorme. De repente não sentiu mais Zola em seus braços frágeis, e tudo ficou escuro.

      Ela desmaiou na hora. Enquanto a ambulância não chegava Arizona acordou uma ou duas vezes com algumas pessoas gritando em sua volta. Eles diziam “Onde está a perna dela?” “Achem a perna dela” “Acho que encontrei” “Eu a vi saindo do corpo, mas não me lembro pra que direção à perna voou”.

      Quando acordou de verdade estava em seu apartamento suando frio e gritando. Sozinha na cama. Queria ir até a cozinha pegar um copo d’agua, tomar um banho e tirar o suor do corpo, quando se lembrou, depois de um minuto, que não tinha sido só um pesadelo.

     Não podia fazer nenhuma dessas coisas porque sua perna esquerda não estava mais lá, e ela não podia andar.

     Até poderia dar seu jeito, indo de muleta ou colocando a prótese, mas Arizona não quis.

    Callie Torres, esposa de Arizona entrou no quarto com os olhos arregalados e o coração tremendo. Ela só queria que os pesadelos parassem. Era insuportável, querer fazer tudo o que pode para ajudar alguém, mas não ter nada a fazer. E Callie não podia fazer com que os pesadelos de Arizona parassem, mesmo que quisesse muito isso.

     - Ouvi gritos – disse baixinho – Está tudo bem?

     - Não! Não está tudo bem – vociferou Arizona.

     - Outro pesadelo? – indagou Callie, embora achasse que a pergunta tinha sido a mais estupida que já tinha feito na vida.

     - Não foi outro pesadelo, porque isso não é um pesadelo Callie! Isso é real!

     - Eu não tive culpa! – explodiu Callie – Se eu pudesse fazer qualquer coisa eu faria! Se eu pudesse ter tido a chance de salvar sua perna eu salvaria!

      - Apenas – disse Arizona, agora mais calma – Só vai embora, ok?

       Ela sentiu um nó em sua garganta.

       - Eu deixei um copo d’agua na cabeceira, para quando isso acontecesse de novo. Assim você não precisa ficar indo até a cozinha.

       Arizona apenas assentiu, reparando pela primeira vez no copo d’agua ao seu lado.

     Depois de dizer isso Callie saiu do quarto, foi para o sofá velho e desconfortável, e tentou dormir mais um pouco. Não conseguiu. Toda vez que Arizona tinha um pesadelo, era Callie quem não conseguia dormir depois.

     A lembrança daquele dia a atormentava. Naquele dia faria três anos que ela e Arizona eram casadas, mas no fim das contas, a noite terminou do pior jeito possível. Assim como coisas maravilhosas, coisas ruins também tendem a chegar de forma inesperada e traiçoeira.

     Ao invés de flores, beijos e presentes, a única lembrança que Callie tinha daquele dia era de sua esposa entrando pela porta do pronto socorro, desacordada, sem uma perna, e todo o corpo banhado pelo seu próprio sangue.

     Muitas pessoas demoraram a reconhecê-la por causa do estrago que o atropelamento fez em seu rosto. Ainda era reconhecível, mas havia muitos cortes, sangue e partes muito inchadas por todo o rosto e corpo. Mas Callie sabia que era ela assim que entrou.

     Arizona perdeu a perna naquele dia. E Callie de certa forma perdeu a esposa.

      Lembrou-se de como costumava comparar sua esposa com um dia lindo de verão. Ela tinha os olhos bem claros, e os cabelos loiros radiantes como o sol. Mas agora até isso tinha sumido. Seu cabelo havia perdido o brilho, e seus olhos, que ela tanto amava estavam opacos e sem vida. 


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