- Oi Dani! – disse alegremente e logo me cumprimentando com um abraço e um beijo no rosto. Tá, confesso, parei de respirar agora. “Ai, como ele tá cheiroso, e lindo e... Pára Dani! Você já é amiga dele, ou será que só colega? Ah, isso não importa! Presta atenção e não paga mico!”

- Oi Henry!  - respondi tremendo.

- Tudo bem com você? – perguntou segurando minha mão direita e sorrindo.

- Tudo sim, e com você?

- Também. Nossa, hein! Você nem me passou seu telefone ou seu Msn, fico chateada comigo? – perguntou um pouco abatido.

- Não, claro que não! – respondi rapidamente – É que eu esqueci mesmo. – falei totalmente sem graça.

- Então faz o seguinte: anota num papel o seu telefone e o seu Msn e na hora do intervalo me entrega pode ser?

- Pode sim! – respondi sorrindo e vendo aqueles lábios sexy formando um sorriso mais lindo ainda.

Assim que ele e os amigos terminaram de descer a escada, eu encostei-me à parede e coloquei a mão sobre o peito pra tentar acalmar o coração, porque tava feio o negócio ali viu?!

Cheguei na sala de aula, totalmente pálida. O susto tinha sido grande demais, ou melhor a surpresa, né! Me sentei na minha cadeira e fiquei quase babando durante a aula toda de biologia, que vamos combinar, tratando-se de genética, é um porre. Mas hoje Deus tava de bem comigo e as três primeiras aulas pareciam ter voado. Mas aí é que eu me lembrei: agora é o intervalo!

Anotei o que o Henry me pediu num cantinho de uma folha de fichário e rasguei o papel. Chegando no pátio, avistei ele sentado em um canto do pátio, sozinho, fitando o chão.

- Bru, vai comprando o lanche pra mim que eu preciso resolver um assunto? É rapidinho, eu juro! – falei com a maior cara de pidona, mas já sabia que a Bruna iria, ela tem um coração enorme e sempre me ajuda em tudo.

- Ei, tá tudo bem? – perguntei me aproximando e me sentando ao lado dele.

- Tudo sim. – respondeu num sussurro ainda fitando o chão.

- Henry, o que aconteceu? Você tá muito quieto.

- Ela disse que eu não a merecia. Você também acha?

- Quem disse isso?

- A menina que eu tava ficando. Ela disse que não quer um cara que só sabe falar de amor. Que quer um cara que faça ela se sentir uma verdadeira mulher, sabe? – respondeu me encarando.

- Quer mesmo saber o que eu acho? – perguntei séria.

- Quero.

- Eu acho que ela é que não te merece. Deve ser uma daquelas patricinhas mimadas, que fica rodeando os atletas da escola como se fosse uma mosca. Ela não merece um cara que nem você, Henry. – falei com um leve sorriso nos lábios.

Ele não respondeu nada, apenas encostou a cabeça no meu ombro e me agradeceu. Naquele momento percebi o quanto sensível o Henry é. Ele só tá procurando alguém como ele, alguém que seja romântica como ele, ele só quer amar e ser amado. E aquela vaca, seja lá quem for, magoou o meu amigo! Eu vou quebrar a cara dela! Assim que eu descobrir quem é, lógico...