Stories And Demons escrita por Vlayk


Capítulo 1
Demons and fruit salad.




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A luz do sol incomodou seus olhos, estava claro demais, e a luz penetrava por suas pálpebras, ela puxou as mãos para cobrir o rosto, antes de finalmente abrir os olhos. Estranhou quando o colchão agitou-se ao menor movimento de seu corpo. Ela esticou o braço para testar o perímetro, seus dedos tocaram os lençóis de seda e então, ela se levantou em um pulo.

Embolou-se nos lençóis, caindo com um baque surdo no chão, as mãos agitaram-se e ela tentou sair, puxando o ar repetidas vezes num tique nervoso, estava sufocando. Os lençóis lutaram contra ela, apertando-se contra seu corpo, ela mesma não ajudava, torcendo-se em meio à seda, até que se cansou, os braços caíram, esticados a sua frente, da forma que estavam, e os lençóis afrouxaram-se, ela arrastou-se lentamente para fora, rolando pelo quarto até trombar com a cômoda.  Sentou-se, encarando o local.

-Este não é o meu quarto. – anunciou para o nada, franzindo as sobrancelhas e encarando o local, de fato, em nada se parecia com o seu quarto, por ser no mínimo três vezes maior e não existir o menor sinal de pôsteres grudados à parede com cola quente. – eu devo mesmo ter bebido muito. – a garota disse e levantou-se, usava um pedaço de pano relativamente curto, alguns chamavam de camisola, e ela arqueou a sobrancelha para sua vestimenta, o cabelo castanho abaixo dos ombros, com mechas douradas nas pontas, estava despenteado, não que para ela importa-se, aquilo era normal. – eu realmente devo ter bebido muito. – ela murmurou e vasculhou o local com os olhos, seu celular havia sumido.  – Juro que se esta for mais uma das brincadeiras daqueles babacas, eu vou moer a cabeça deles em um pilão. – grunhiu azeda, andando até a porta e a abrindo.

Dez adolescentes a encararam, a mão de um deles estava esticada, como se fosse abrir a porta.

-Okay – a garota suspirou, colocando as mãos nos quadris – eu realmente quero meu celular, não importa o tipo de brincadeira que vocês criaram agora.

-Eu realmente queria rir de sua cara agora, Ma... – um chute, direto em seu calcanhar fê-lo calar-se, o garoto amuou e saiu da linha de fogo da garota.

-Não ouse falar meu primeiro nome em voz alta, Jonathan. – ela resmungou, e voltou-se para os outros nove. – estou esperando.

-Não sabemos Natally – outro murmurou a sua esquerda, era moreno, pouco mais alto do que ela, e contorceu a boca ao falar, era Gérard, seu melhor amigo.

-Sim. – a garota loura ao lado dele concordou, era mais baixa do que a castanha parada a porta, e mais branca também. Natally franziu as sobrancelhas para Louise, mas a loura deu de ombros, também não entendia.

-Então, bebemos demais e viemos parar em um local que ninguém conhece? – a garota perguntou, usando os dedos para contar novos fatos.

-Encarando por este lado, é. – Uma voz mais fina, a sua direita, pronunciou-se, a garota, pouco mais baixa do que Louise, com os cabelos pintados de preto, a pele não tão branca, mas competia com Natally facilmente. Aquela era Paris. Jonathan escondia-se atrás dela, o que era vergonhoso considerando que ele era relativamente alto e forte.

-E porque diabos nós estamos aqui parados olhando uns para os outros como patetas? – a garota rugiu, batendo o pé, a expressão enfurecida banhava-lhe o rosto.

-Estávamos te procurando.  – ela congelou, não havia notado, mas Thomas estava ali, com seus um e oitenta de altura, olhando-a, ela sentiu-se pequena em seus poucos propícios um e sessenta, ele sorriu, os olhos faiscando, os cabelos louros despenteados, prostrado ao lado de Aurora, uma das mãos em seus ombros.

-Sim – Aurora sorriu para a garota, não notava a perturbação em seus olhos, o que Natally duvidava que alguém fosse notar.

-Discurso animador, mas oi, eu estou com fome. – outra se pronunciou, era mais alta, da altura de Aurora, e relativamente mais magra do que qualquer outra ali  (exceto por Paris, talvez). Os compridos cabelos escuros estavam em perfeita ordem, como se ela estivesse saindo de um cabeleireiro, a pele era mais escura, dourada pelo sol, Patrícia. Segurava a mão de outro garoto, da altura de Gérard, Richard, os cabelos negros despenteados e os olhos escuros, sóbrios.

-Conta então, uma novidade. – Pedro riu, era mais alto do que Gérard, Richard e Jonathan, mas não alcançava Thomas, era maior do que os quatro, no entanto, competindo com Jonathan em massa muscular, usava óculos e aquilo lembrou Natally que havia perdido os dela. A garota ao lado dele sorriu.

-Eu também sinto fome – informou, erguendo o nariz e franzindo-o, era do tamanho de Paris, um pouco mais alta talvez, era morena, mas não tanto quanto Patrícia, e seu nariz era suavemente torto, Thaína.

-Conte então, uma novidade – Natally repetiu sorrindo provocativa, uma onda de risos subiu rapidamente, Thaína sorriu dando de ombros, não ligando para as piadas.

-Vamos – Gérard murmurou e puxou Louise pela mão, conduzindo-os ao final do corredor.

-Então, cada um foi para um quarto? – Natally perguntou para Paris, olhando furtivamente para Thomas, sob seu ombro esquerdo.

-Ah, não – Paris deu de ombros – bom quase todos, apenas Gérard e Richard que acordaram com Louise e Patrícia, respectivamente.

-É, seria o mais, hum, normal? – a castanha franziu as sobrancelhas e Paris riu, concordando.  – eu já volto – ela pulou a fila, indo até o melhor amigo.  – Gérd – chamou e ele parou, olhando para ela, Louise sorriu. – hum, o que exatamente aconteceu ontem? – perguntou.

-Bebemos, Paris vomitou, Aurora tentou ajudar, Richard e Patrícia se agarraram, Pedro e Thaína se agarraram. – ele coçou o queixo. – você tentou pegar seu celular de Jonathan, e depois de mim, até descobrir que estava com Thomas, então parou, Louise passou mal e, é não lembro mais nada. – deu de ombros.

-Perspectiva interessante – Natally murmurou, encarando-o, sem ver por aonde ia, ela não viu a escada, apenas pisou.

-Cuidado – Paris gritou, mas já era tarde, a castanha torceu o pé, e caiu, sem dar tempo de Gérard puxá-la, ela gritou, agitando os braços e escorregando escadaria abaixo.

Rodopiou, batendo a cabeça contra os degraus de carpete vermelho escuro, lembrou-se que estava praticamente nua, mas não havia meio de verificar até onde a camisola havia subido, ouviu os gritos acima de si, a cabeça doía, mas não tinha como parar.

-Pare – seu corpo congelou, assim que chegou ao final da escada, a voz grossa retumbou a seus ouvidos, latejando. – Cure-se – ela sentiu as dores indo, levantou-se rapidamente, arrumando a camisola, encarou o homem mais alto e forte que veria até então. Quase dois metros de altura,  forte como um touro. – Marie Natally Strawcheese. – ele murmurou, encarando-a. Ela ergueu o queixo, desafiadora – estivemos lhe esperando.

-Estiveram? – ela piscou, e os dez adolescentes desceram as escadas rapidamente, parando um degrau acima da garota, Thomas ficava exatamente do tamanho do homem ali. – e exatamente, quem esteve? – ela perguntou insolente.

-Nós – ele sorriu, mas não se importou em explicar – devem ter fome, sigam-me. – ele ordenou e foi como se suas pernas movessem-se sozinhas.

O homem os conduziu por um arco, entrando em um grande salão arejado, a comida estava posta sob a mesa, onze cadeiras a circulavam, nem um lugar a mais, nenhum a menos, cada cadeira tinha um nome, ao longe, Natally reconheceu o seu. Marie.

-Sentem-se – o homem ordenou e cada um sentou-se em seu lugar. – Comam – as onze colheres, cheias de sala de frutas, ergueram-se por dez mãos, mas uma refreou-se.

-Não – Natally empurrou a taça, prostrando-se de pé, a colher erguendo-se como uma arma – porque eu deveria fazer isso? Obedecer? Eu nem te conheço. Isso pode estar envenenado – foi como quebrar um encantamento, os outros dez jogaram suas colheres em direção à mesa, afastando-se mesa.

-Imaginei que diria isso. – ele sorriu – mas não esta. – uma décima segunda taça surgiu e o homem utilizou uma colher para pegar seu conteúdo, levando-o a boca. – manga, melancia, tangerina, limão, mamão, pera, maça e o seu preferido, pêssego. – ele informou – não esta envenenada, embora, concordo, foi uma pauta inteligente.

-O que quer de nós? – Aurora perguntou, encarando o gigante.

-Diversão – ele estalou a língua e por um instante podia-se ver a fumaça saindo de sua boca. – Vocês mortais, humanos, imundos...

-Obrigada pela parte que nos toca.  – Thaína resmungou, dando de ombros e o homem a fuzilou com os olhos.

-Como eu dizia: humanos, nós, nossa raça superior, a raça dos imortais, criamos um jogo, no qual vocês são peões...

-Isso é alguma adaptação de Jogos Vorazes? Porque, olha... – a voz sarcástica de Natally ecoou pelo ar, o que fê-los rir, até que um berro irritado, e uma ordem depois, todos se sentavam mudos na mesa.

-... de nossa nova distração. O duelo dos mortais. – ele olhou letal para cada um dos onze, e Natally encarou o teto, em desgosto.

-Isso é o que? Percy Jackson? – resmungou por baixo do fôlego, Thaína reprimiu um riso.

-Marie, ou você para com essas piadas, ou ficara sem falar por um mês – o gigante informou cruel, e a castanha ergueu as sobrancelhas, mas calou-se.

-Surpreendente – Jonathan murmurou encarando os dois.

-Continuando – o homem disse – vocês estão presos aqui e devem enfrentar nossos monstros.

-Presos? Por quanto tempo? – Patrícia perguntou, horrorizada.

-Estão presos pelo período de um ano. – informou, cruzando os braços e encostando-se a parede.

-Quem são vocês? – Louise perguntou, encarando o homem.

-Demônios – ele sorriu, e por um instante, um lampejo vermelho coloriu seus olhos antes de desaparecer.

-Ah sim, demônio, deixe-me dizer uma coisa – Natally levantou-se e o encarou – as pessoas vão sentir a nossa falta, bom, pelo menos da Paris aqui, eu nem sei como ainda não tem a CIA atrás dessa garota ainda.

-Deixe-me falar uma coisa para você, Marie – ele andou até ela, encarando-a também, fogo crepitava de seus pés, deixando camadas negras e escuras no solo – eu posso manipular como eu quiser a mente das pessoas. Manipulei a família de vocês, atualmente, vocês, os onze, estão instalados em um cruzeiro.

-E o pai da Paris deixou? Surpreendente – Natally resmungou – ok, sabichão, o que o faz levar a crer que nós vamos seguir o que você quer?

-Se não o fazem, morrem, não existem meios de fugir daqui – o homem informou. – os últimos que tentaram, estão mortos.

-Você quer dizer que estamos presos aqui por um ano? E depois podemos sair? – ela arqueou a sobrancelha.

-Sim – sorriu – mas, vocês podem morrer pelo caminho.

-Animador – Pedro resmungou – e Natally anda muito respondona depois dos dezoito anos. – a castanha fuzilou-o com os olhos, a sala estremeceu e uma risada rouca ecoou tudo ficou escuro e quando a luz voltou o homem gigante não estava mais lá.

-Cara – Thaína olhou os amigos – estamos ferrados. – melhores palavras não seriam ditas.


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