Donald terminava de atualizá-los sobre o caso, disse minuciosamente qual seria a função deles naquela investigação, eles ouviam tudo atenciosamente.

Olivia e Elliot – mais uma vez – se passariam por um casal, mas nada parecido com o que vivenciaram antes, desta vez eles seriam um casal mais ousado – como a ocasião pedia – teriam de desbancar uma quadrilha de estupradores e vendedores de drogas, mas para isso, Olivia teria de se passar por garota de programa e Elliot por um vendedor.

Cragen reforçava quão importante seria aquele caso e que eles não poderiam marcar bobeira, um único vacilo poderia colocar a vida de Olivia em risco – já que ela se aproximaria daqueles caras.

Olivia se infiltraria no meio da quadrilha na tentativa de descobrir onde ocorre o carregamento de drogas que saia de Nova York e chegava á Los Angeles, a quadrilha teria de ter alguma ajuda interna do aeroporto – Cragen acreditava – e pior, policiais corruptos faziam parte desta transição – como a investigação apontava.

Após todo esclarecimentos, Cragen entregou-lhes passaportes falsos e uma quantia de dinheiro a cada, em seguida liberou-os.

XxxxX

Ela terminava de juntar seus pertences, quando ouviu passos ao lado, olhou, e se deparou com ele se aproximando, ela tentou ser rápida, mas com toda aquela euforia deixou alguns papeis caírem ao chão, Elliot abaixou-se para pegá-los, porem ela fora mais rápida e impediu que ele o fizesse.

Ele não sabia o porquê, mas podia jurar que, o que acontecia com sua parceira – seja lá o quê fosse, – estava relacionada aqueles malditos papeis.

Tratava-se de uma situação embaraçosa para ambos, ele não queria que aquele clima ruim permanecesse entre os dois, mas Olivia o ignorava – era como se ele não existisse ali.

Elliiot parou em frente ao seu armário – onde se localizava ao lado do de Olivia – não havia nada que ele quisesse retirar de lá, queria apenas ganhar algum tempo para iniciar algum tipo de conversa.

Mais uma vez não havia muito o quê dizer, e mesmo que ele tentasse não conseguia dizer uma palavra sequer.

Ela fechou seu armário bruscamente e quando ia sair, fora impedida por Elliot – por impulso – ele a segurou pelo braço – não muito forte – mas o suficiente para impedi-la de prosseguir.

Olivia se virou para Elliot e tratou logo de olhar dentro dos olhos dele, em seguida levou seu olhar para sua mão – onde ele a segurava.

Ele a soltou e Olivia novamente voltou a fitá-lo, porem com mais raiva do que anteriormente. Seus olhos brilhavam e exaltava toda sua fúria – era como se ela quisesse despejar todos os problemas em cima de seu parceiro, culpá-lo de alguma forma.

Sua respiração aumentava a cada segundo passado, Olivia parecia que “explodiria” a qualquer momento, mas para a surpresa dele, ela se conteve e simplesmente o olhava com indiferença.

Olivia: não faça mais isso – balançou a cabeça negativamente

Elliot: sorry – murmurou – não quis machucá-la – saiu como um sussurro

Olivia: deixe-me em paz Elliot – deu as costas para ele

Elliot: hei – disse mais alto – o que deu em você? – voltou a pegá-la pelo braço

Olivia: solte-me Elliot – tentando soltar-se dele

Elliot: só depois que você me disser o que está havendo – praticamente ordenou

Olivia riu sarcasticamente e soltou-se dele. Ele não reconhecia mais sua parceira, toda aquela agressividade, era estranho demais.

Elliot a encostou no armário e colocou suas mãos no mesmo.  Aproximou-se dela o suficiente e pôde sentir a respiração de Olivia contra a sua. Poucos centímetros distanciavam seu rosto do dela, os olhos de Olivia estavam arregalados – como se estivesse assustada.

O cheiro do cabelo de Olivia penetrava as narinas de Elliot – e era ótimo poder senti-lo, pensava – ele podia ver seus olhos refletidos aos dela, correu-os até os lábios de Olivia e os mantiveram fixos ali.

Olivia sentia seu coração bater cada vez mais forte, mas não podia negar que gostava daquela situação por mais raiva que sentisse de seu parceiro naquele momento.

Ela expirou fundo, expelindo ar de seu pulmão, em sequencia tentava normalizar sua respiração, mas tratava-se de algo impossível, pois os lábios de seu parceiro estavam ali .. Convidativos aos dela, milímetros de distancia.

Olivia cerrou os olhos fortemente na tentativa de livrar-se de seus pensamentos “insanos” – embora desejasse imensamente concretizá-los.

Ele pôde ouvi-la murmurar algo, mas fora tão inaudível que o impossibilitou de compreender do que se tratava.

Mais uma vez ela sussurrou algo, bem baixinho, com uma voz doce e suave, Elliot esboçou um leve sorriso e pode ver nos lábios dela formar-se um sorriso de volta.

Ficaram se entreolhando por mais alguns segundos – poucos segundos – mas parecia uma eternidade, como se o tempo não passasse naquele momento. 

Era o momento perfeito para tentar consertar as coisas, mesmo ainda sem saber ao certo o que dizer, ele tentou.

Elliot: deixe-me ajudá-la – disse suavemente, implorando com os olhos

Olivia: eu não .. – pensou em beijá-lo – eu não preciso de ajuda – sua voz ecoou como um gemido – El – finalizando

Sem dúvida alguma ele gostou de ouvi-la daquela maneira, gostou de cada palavra, cada murmuro, da voz suave de Olivia. Apenas conseguia sorrir – embora quisesse imensamente beijá-la.

Elliot: eu queria poder fazer alguma coisa – disse em murmúrios

Olivia: apenas não se intrometa mais ok?! – disse baixinho, mais o suficiente para que ele ouvisse

Tanto Olivia quanto Elliot queriam que aquele momento perdurasse, ela não conseguia mais parar de olhar para ele e Elliot por sua vez a desejava intensamente.

Ela havia esquecido completamente que á poucos segundos atrás queria “matá-lo” – na verdade ambos se esqueceram de tudo, centrando somente neles, naquele momento. – Ele poderia beijá-la, mas não correria o risco de estragar aquele momento único entre os dois, afinal, não sabia se ela desejava o mesmo.

Elliot: que papeis são esses Liv? – disse com receio se realmente deveria tocar naquele assunto

Olivia: que merda Elliot – afastando-o dela –  forget me

Olivia se afastou o suficiente dele e lamentou-se mais uma vez por todo aquele intrometimento.

Ela olhou para ele e saiu dali, abandonando-o mais uma vez.

“Oun shit” ..

Ele disse baixo ao vê-la deixá-lo novamente, aquilo o deixava enfurecido – ele apenas queria ajudá-la – o que mais ela poderia esperar? – afinal ele é seu melhor amigo, é seu “dever” querer fazê-la se sentir-se bem.