O Suicídio De Misa Amane escrita por Srta Matsumoto


Capítulo 1
O Suicídio de Misa Amane - Goodbye.


Notas iniciais do capítulo

Fiz o mais dramático possível e acabou que não parece muito com a personalidade da Misa, mesmo assim, espero que goste.
Boa leitura.



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 Lembro-me perfeitamente daquele dia, minhas lembranças ainda me assombravam. Ah, sim, aquele dia. Foi o dia em que minha vida acabou, o dia em que senti a felicidade se esvair de meu corpo e alma. Literalmente o pior dia da minha vida.

 Matsuda e Aizawa vieram me buscar no quarto de hotel, já estava de malas prontas, pronta para voltar ao apartamento de Raito. Eles bateram em minha porta e eu saltitei para atendê-la.

   – Olá! - cumprimentei sorridente, porém, eles não pareciam tão alegres assim.

 Deixei que meu sorriso desaparecesse, fiquei um tanto receosa.

   – Misa Misa, tenho uma péssima notícia para dar a você. - começou Matsuda.

 Meu coração acelerou.

   – Ah, entrem... - falei, me esforçando para não gaguejar.

 Dei um passo para o lado, dando passagem. Os dois sentaram-se no sofá de couro preto, fechei a porta e aproximei-me deles.

   – O que foi? Por que essas caras? - perguntei - Aconteceu alguma coisa com o meu Raito?

 Eles se entreolharam. Sim, aconteceu algo, mas preferi me fazer de desentendida, como sempre.

   – Misa, sente-se, quero que escute e fique calma... - pediu Aizawa, sua voz parecia forçada - É algo difícil, duro de contar. E sabemos que ficará arrasada.

 Hesitei. Fui até a cozinha e peguei um copo d'água, depois voltei à sala e sentei-me numa poltrona próxima ao sofá, que formava um conjunto.

   – Bom... Eu... Nem sei como começar a te falar. - disse Matsuda.

 Matsuda me parecia estranho, eu o analisei por um momento. Seus olhos estavam inchados e seu rosto parecia um pouco vermelho, como se tivesse acabado de chorar.

   – O que aconteceu com o Raito? - perguntei, minha voz estrangulada já demonstrava meu desespero - Andem, me digam!

   – Raito morreu. - respondeu Aizawa.

 Meus olhos se arregalaram. O copo escorregou por meus dedos. Meu coração célere era como uma martelada abafada num pedaço de pano. Não, não era possível. Não podia ser real. Meu Raito... Morto.

   – Descobrimos que ele era, na realidade, Kira e Matsuda acabou atirando nele, impulsivamente. - continuou - Raito não resistiu aos ferimentos.

 Não... Não! Matsuda idiota! Meus dentes rangeram, estava sendo preenchida pelo ódio, minha vontade era de avançar contra Matsuda e feri-lo o máximo que conseguisse com minhas unhas e depois escrever seu nome no Death Note. Meus olhos ardiam em lágrimas, no momento nem tinha me dado conta de que já estava chorando. Todo meu mundo se desmoronou. Raito era meu amor, meu herói, não queria acreditar que fosse aquela a realidade. Não aceitei sua morte.

   – É mentira, é mentira, é mentira! - gritei.

   – Misa acalme-se, sentimos muito, sabemos como está se sentindo...

   – Não sabem nada! - berrei escandalosamente, o mais alto possível, queria descontar tudo naquelas palavras - Vocês não sabem como eu estou me sentindo! Seus idiotas, estúpidos! - peguei uma almofada e atirei no rosto de Matsuda - Seu monstro! Você acabou com a minha vida! Como pôde fazer isso comigo?! Achei que fôssemos amigos! Seu grande filho da puta!

   – Misa Misa, me desculpe, estava fora de controle e foi melhor assim, se não tivesse morrido, acabaria na cadeia. - tentou desculpar-se.

 Encolhi meus ombros, aproximei minhas pernas ao peito e tapei os ouvidos. Acabei me engasgando com meus próprios soluços, uma dor aguda e cortante subia por minha garganta. Eles me levaram até um necrotério para me despedir do corpo de Raito, antes que ele fosse enterrado. A princípio, me recusei a acreditar que aquele corpo fosse do meu amado, tinha esperanças de que ainda estivesse vivo, porém, depois de um tempo, acabei aceitando os fatos e fiz uma promessa solene de que iria visitá-lo e depositar flores em seu túmulo em todos os dias 28 até meu último suspiro de vida.

 Viajei por um tempo para as ilhas do Caribe, queria pensar um pouco, me acalmar, me recuperar da perda. Depois voltei ao Japão, larguei o emprego e passei a viver da pensão paga por minha irmã. Me mantive "forte" à base de álcool e antidepressivos, ainda sentia muita falta dele, meu amor era incondicional.

 Hoje é 28 de janeiro, o dia em que Raito morreu. Visitei o cemitério exatamente à meia-noite para deixar as flores em seu túmulo, eram orquídeas roxas, lindas e perfumadas pela floricultura, também deixei um pacote de batatas fritas, as favoritas do Raito. Chorei mais um pouco pela madrugada enquanto ouvia música e observava uma vela se derreter. Já estava farta dessa vida, não seria mais capaz de viver sem ele... O buraco em meu peito era imenso e não podia ser preenchido por mais ninguém. Decidi que a melhor forma de acabar com aquele sofrimento seria... Morrendo. Adeus olhos castanhos.

 Dei uma olhada nos cortes que se cicatrizavam em meus pulsos, estavam horríveis e geraram muita polêmica. Peguei o copo com uísque que havia sobre o braço do sofá e tomei os últimos goles, em seguida apertei o copo com minhas mãos até que ele se quebrasse. Minhas mãos acabaram sendo cortadas, o sangue escorria. A dor nem doía mais, era apenas um incômodo formigamento. Usei os cacos de vidro para fazer mais alguns cortes pelos braços e pernas.

 Fiquei apenas alguns breves minutos observando o sangue escorrer, depois disso, peguei uma cadeira e uma corda. Subi na cadeira com a corda em mãos, fiquei na ponta dos pés e amarrei a corda no pequeno lustre que havia no teto, fiz um laço grande o suficiente para que pudesse colocar minha cabeça. Passei minha cabeça pelo laço e o apertei em meu pescoço, assim não ficaria largo. Fechei os olhos e respirei fundo, uma lágrima escorreu por minha face. Teria mesmo coragem? Daí me lembrei de todos os momentos em que eu e Raito passamos juntos, para mim não existiam momentos ruins ao lado dele, me sentia como se estivesse no céu apenas por tê-lo por perto, então lembrei-me de que ele foi tirado de mim, lembrei-me de toda minha dor e angústia. Contei até três e pulei da cadeira. A corda se apertou em volta de meu pescoço, sufocando-me. Doeu. Entretanto, foi algo fácil, rápido... E irônico, no momento em que estava morrendo que me senti mais viva. A dor logo passou, minha alma, que acreditava já ter partido há muito tempo, estava finalmente despedindo-se de meu corpo. Eu estava feliz e um sorriso formou-se em meus lábios rosados.



   – Olá, olhos castanhos...









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Notas finais do capítulo

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Sayonara.



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