Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 27
26 - Se duas mentes pensam melhor que uma, duas profetizas decifram melhor do que uma.


Notas iniciais do capítulo

Eu não deveria estar postando hoje, eu sei que o combinado é só aos domingos. Maas, o review da Aria Waters (e o fato de que irei fazer maratona de séries e animes no domingo de tarde) me deixou tão feliz, que vou postar hoje! E o próximo só posto quando estiver perfeitinho e pronto (porque ainda tá na metade da metade)
Aproveitem!



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P. O. V Thalia:

– Por que me proibir de ir aos bosques? Tem medo de que eu tome o lugar da Branca de Neve? – Nico pergunta, sentando no meu colo.

Estávamos no quarto de Cathy e todos os semideuses estavam ali também. E no meio de uma dose de néctar, Maite, Sam, Diretor Fracinelli e Lucy chegam, querendo saber o que aconteceu. E no meio de uma explicação muito da mal feita, Klaus, tio de Catarina e pai das gêmeas do Glitter, Apolo, Afrodite, Ártemis e Tália chegam junto.

Ao todo, éramos 19 seres naquele dormitório claustrofóbico. E o fato de Cathy não acordar estava me deixando nervosa; então resolvi sentar e esperar, porque era o máximo que eu podia fazer.

E agora, tenho um Zumbi de 16 anos no meu colo. Lindo, não?

– O Branco de Neve é o Eleazar; no máximo você seria o zumbi das florestas. Tipo a Penny em A Ascensão do Governador. – respondi – E caso queira saber, você é pesado. – passei meus braços ao redor de sua cintura, para impedi-lo de cair – Mas ta fofo como um travesseiro!

– Tenho minhas dúvidas se isso é um elogio! – ele murmurou e se encostou na escrivaninha

– Não me pergunte, eu acordei cedo pra ensaiar e to morta de sono! – olhei distraída para a comoção em volta da cama de Cathy.

Estranhamente, Afrodite conversava com Aria enquanto brigava com Jasmyn e Claire. Ártemis ignorava o zumbi no meu colo e se recostava na parede ao meu lado, enquanto Valentina lhe contava detalhes da visão. Tália e Apolo cuidavam de Cathy, Klaus dizia ao diretor e a professora que tudo ficaria bem, e o resto esperava sentado.

– Vai ou não responder, Grace? – Nico passou um dos braços pelo encosto da cadeira.

– Sabe, ainda lembro-me de um menininho. Ele foi atacado por um mantícore, e por mais que eu tente me convencer de que agora ele não é indefeso, ainda lembro-me do dia em que o conheci. E consequentemente, me lembro do cenário ao nosso redor: um penhasco, uma floresta escura atrás de nós. E isso, me lembra dos 7 anos como árvore... – suspirei, tentando voltar ao fio da meada. – O ponto é que, Nico, ela tem razão! Há muitos perigos no escuro de uma floresta, muitos acima de seus poderes!

P. O. V Nico:

Há 6 anos que eu conhecia Thalia, e nunca a tinha visto tão séria.

– Eu não tenho medo do escuro, Lia! – murmuro, acariciando seu cabelo, tentando acalmá-la.

– Catarina não tinha medo de nada, sempre foi a Carpe Diem girl, e isso não a impediu de morrer no verão. Phobos preparou bem aquele ardil, e se não fosse Lorenzzo, ela não estaria aqui hoje. Eu não tinha medo de enfrentar monstros sozinha, e virei um Pinheiro. Você pode não ter medo do escuro, mas isso não significa que você não tem que ser cauteloso. Para o seu próprio bem e para nosso bem também!

– Nosso bem? – pergunto confuso

– Sim! Seus amigos! – ela respondeu, e teria dito mais, se não tivéssemos escutado algo vindo da cama de Cathy.

– Quê...? O que todo mundo ta fazendo aqui? – Cathy perguntou

– Ok, sabemos que ela ta bem! Ela já acordou fazendo perguntas. – Agatha murmurou.

– Filha, você desmaiou depois da aula de música. Nico e Thalia te trouxeram para cá, e sua irmã me chamou. – Apolo dizia, atencioso – O que aconteceu?

– Pai, eu... – ela ia contar sobre a visão, eu sabia que ia, porém, tinha gente por ali que não podia ouvir. – Gente, será que vocês podem nos dar licença?

– Ah, não, tudo bem, queremos saber o que ta acontecendo! – Valentina murmura.

– Você pode ficar! Mas os outros alunos, por favor, vão fazer compras, ok? – ela encarou um à um, e não tinha como dizer não. – Tio Klaus?

– Fale, minha linda! – ele se aproxima.

– Se incomoda em fazer umas comprinhas pra mim? – ela sorriu e ele retribuiu.

Segundos depois, saímos do quarto dela, e tentávamos decidir o que fazer.

– Eu ainda to meio atordoada! – Maite murmura.

– Você deveria almoçar! – Sam a tirou dali e acenou para nós.

– Eu já to acostumada com essa loucura! Sempre foi assim, desde que éramos pequenas! – Claire deu de ombros – Vamos, Jas: temos que arrumar nosso quarto.

– Mas, e a mamãe? – e Jas não teve tempo de terminar seu pensamento e foi arrastada dali.

Klaus já tinha saído, para comprar o presente do Amigo oculto. Aria, John, Agatha e Steph ainda estavam no corredor conosco.

– Então, vamos? – Thalia sugere.

– Vamos! – concordamos e saímos.

P. O. V Catarina:

Ver o futuro era um dom e uma maldição. Era um dom se você tivesse uma prova difícil e conseguisse ver as questões que iriam cair ou as respostas. Uma maldição quando você via a possível morte do seu amigo.

– O que você viu? – meu pai perguntou

– Foi muito confuso. Eu só lembro-me de ter visto o Nico inconsciente, numa espécie de floresta ou bosque. – ocultei a verdade. Eu vira mais que aquilo.

Vira uma disputa de captura à bandeira, vira uma bandeira prateada e uma verde mar. Vira Thalia lutando contra uma menina usando um diadema, e Nico ali, inconsciente. Vira a mim mesmo correndo no escuro da floresta, e eu não estava sozinha, alguém me ajudava.

– Foi só isso? – a pressão nos olhos do meu pai quase me fez contar, mas meus instintos me diziam para não fazê-lo.

E eu aprendera a seguir meus instintos.

– Sim, senhor! – respondo, e tento não pensar em nada daquilo: ele, Ártemis ou Valentina poderiam ler a mentira em minha mente.

– Vou acreditar em você, Catarina! Mas vou observar mais de perto essas visões a partir de agora. – meu pai nunca falou tão sério na vida.

Exceto talvez na vez em que proibiu Valentina de ver Eleazar durante o período de aulas, e quando colocou um véu em volta do seu quarto para impedi-la de fugir. Ou na vez em que “aconselhou” Lorenzzo à não ir na escola e a não deixar Eleazar ir também. E também tem a vez em que fez Will prometer que não iria mais na escola, a menos que tivesse uma festa.

– Tudo bem! – dei de ombros.

– E quando eu não puder fazer isso, Ártemis fará! – ferrou tudo. Quando você tem poderes da deusa da lua, ela também pode tomar conta de sua mente, como se fosse sua mãe.

Vou traduzir pra vocês: quando nasci, quase morta, Ártemis me concedeu alguns poderes, e isso fez com que minha alma fosse composta por meus poderes naturais de filha de Apolo, e por poderes dela. Por outro lado, Valentina tem seu outro lado composto pelos poderes de Tânatos, uma vez que ele e minha “querida” mãe enganaram Apolo e fugiram para o Canadá com ela (que teria morrido, se o deus da morte não tivesse lhe dado poderes. Irônico, né?). Traduzindo: minha irmã e eu somos duas ferradas, com a grande diferença que eu vejo o futuro medonho dos meus amiguinhos, e ela vê o passado, na tentativa de interpretar minhas visões.

– Vou observar cada sonho seu, filhinha! – Ártemis sorriu.

– Minha mente está ao seu dispor, mamãe! – sorri, ainda não me sentindo bem ao chamá-la assim, mas já que ela insistia...

– Bom, já que tudo está bem, acho melhor voltarmos aos nossos afazeres, antes que Zeus reclame e... Afrodite, afinal, o que faz aqui? – Tália percebeu a intrusa.

– Vim falar com minhas filhas, e soube do que acontecia e resolvi checar como minha estagiária está. – mentirosa, chantagista, malvada, maluca.

– Hum, ok! – Apolo me olhou de soslaio. – Eu, como pai e médico, digo que ela ta bem! Então, vamos, Afrodite, eu te dou uma carona! – e finalmente, os deuses saíram do quarto.

– Não entendi! Por que me manteve aqui, se não trocamos uma palavra? – Valentina perguntou, ainda encostada na parede.

– Preciso tirar essa visão da cabeça, e você é minha única chance. Eu não a entendo, e você uma hora vai entendê-la.

– Esse negócio de nossas mentes serem conectadas só é legal na hora de testes. – ela murmurou – Mas, tudo bem, o que precisa?

– Seu caderno vermelho e sigilo. Não pode contar o que eu escrever lá para ninguém, nem mesmo para Eleazar.

– Ele será o último a saber de qualquer coisa escrita ali! Vamos!

P. O. V Valentina:

Fiquei em silêncio, enquanto Catarina escrevia sua visão em meu caderno. Ela nunca conseguia interpretar direito suas próprias visões, enquanto eu não sabia por que via o passado, até que ela me contava o futuro e juntas interpretávamos e tentávamos impedir os erros e perigos que estavam por vir.

– Pronto! – ela suspirou – Odeio-me por esconde algo deles, mas...

– Você sentiu que não deveria meter os deuses nessa maluquice toda!

– Nunca dá certo quando isso acontece! – ela olhou pela janela. – Não fique brava com papai!

– Estou tentando não ficar! Mas é estranho ficar sem Eleazar! – fiz um muxoxo.

– Ele vai entender! É só explicar e ele vai te mostrar um modo de ainda se verem. – ela levantou – Vou pra diretoria: tio Klaus deve trazer o que pedi daqui a pouco, e você deve sair pra comprar a sua lembrança agora: ela vai adorar! – ela me deu um de seus tantos sorrisos pentelhos e saiu

E eu poderia ter ficado feliz por minha irmã estar brincando, ou poderia ter ficado brava por ela saber quem seria minha amiga secreta, mas eu só conseguia enxergar os novos mistérios que nos cercavam e os antigos que ela já guardava.

– Eu preciso descobrir o que está acontecendo. Antes que seja tarde demais.

P. O. V Aria:

Quase uma semana se passou, e até hoje ninguém sabe realmente o que aconteceu com Catarina depois que a mesma desmaiou. Ela não nos contou, Valentina evitava falar no assunto, e todos estavam em volta de Nico, como se ele fosse uma criança.

– Acho isso tão estranho! – John murmurou. Estávamos no pátio, embaixo da mesma árvore que todos os dias nosso grupo se encontrava, deitados na grama.

– O quê? – pergunto, virando-me para encará-lo.

– Primeiro, Thalia e Nico são misteriosamente matriculados nessa escola; logo em seguida, você e Catarina surgem de segredinhos e planos, que eu ainda estou chateado por não saber. E então, Thalia briga com Nico por esse ter beijado Diamond, que agora se virou até mesmo contra Nico; e o Fantasma beija a Trovãozinho, e ela fica de mal com ele por alguma coisa e eles brigam. Ele sai do próprio dormitório, e só volta na manhã seguinte, cheirando a drogas, depois de passar uma noite com a Diamond

– E até hoje não sabemos se ele usou drogas ou não! – murmuro.

– Segundo o Will, ele não usou. – ele me responde – Mas, continuando: ele volta na manhã seguinte, eles continuam com as brigas bobas. Na mesma noite, temos a festa de início de semestre e um valentão tenta estuprar Thalia; eu banco o herói e desconto minha raiva pela morte de Cevada nele, Catarina quase mata o cara com um salto, Nico fica furioso e protetor ao mesmo tempo. Ele cuida de Thalia por uma noite, até dorme no mesmo quarto que ela, como se não tivessem brigado. – ele pausa para respirar. – Ela fica uma semana e meia sem falar nada, mas depois de 5 minutos de conversa com Nico, ela volta cantando, como uma diva. No mesmo dia, quando pensamos que tudo está bem, Cathy tem uma visão com o Nico e então, os papéis se invertem mas a situação não muda: Thalia agora está na cola de Nico, como se ele fosse uma criança, e os dois estão cada vez mais juntos. Onde um está, o outro também, tipo Chris e Greg...

– Tá, o que há de estranho nisso?

– Tem alguém brincando conosco. Ou melhor, algo muito misterioso está por trás de todas essas loucuras. – ele me encara sério – A parte ruim é que isso afeta a todos nós, e eu tenho medo disso te fazer algum mau.

– John, não vai acontecer nada comigo! – digo, séria.

– Mas há uma parte boa nisso! – ele sorri.

– Qual? – agora estou mais confusa que antes.

– Eles pararam de brigar, e você e Cathy não estão mais surtando! O que me permite aproveitar minha namorada! – ele sorri, e se debruça sobre mim para me beijar.

E nesse exato momento, o sinal toca, anunciando o início da aula de música.

– Isso não é nada legal! – ele reclama, levantando, e me puxando junto. – Quero ver a cara da pessoa que tirei, quando receber o presente.

– John, você me assusta às vezes! – e eu não murmurei isso por conta do sorriso louco que ele tinha no rosto, mas sim pela lógica em suas palavras anteriores.

Algo muito estranho estava por vir, e Catarina tinha uma pista do que seria.


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Notas finais do capítulo

Será que Catarina e Valentina conseguirão descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais?
OBS: Quem não entender direito a relação da Ártemis com a Catarina, é só perguntar por review que eu explico



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