Blanche é acordada pela sua mãe.

 - O dia já nasceu faz horas! Levante!

 - Estou com preguiça, me deixe. - Blanche respondeu.

 - Você quer acordar? - Nisso a mãe de Blanche a puxou com a boca, e a empurrou para a porta de sua caverna.

 Blanche bufou. "Velha rabugenta" ela pensava. Saiu de sua caverna, e foi andar pelas montanhas, como fazia todos os dias. E viu algo que a impressionou: um buraco na neve. Ele era muito fundo, ela não enxergava seu fim. E o gelo ao redor estava muito escorregadio. Ela caiu no buraco.

 Ela continuou caindo, caindo, caindo... Parecia não ter fim aquele buraco.

 "Será que morrerei?" Ela pensou. Pensou em todas as possibilidades. Enfim, ela chegou. Estava num lugar muito maluco. Viu um copo com água, com os dizeres: "beba-me", e estranhou. Por que alguém colocaria um aviso de "beba-me" num copo? Aquilo estaria envenenado?

 - Só há um modo de saber. - Disse para si mesma.

 Blanche bebeu o copo, estava com sede mesmo. Batia a língua na água sem parar. E do nada, ela diminuiu de tamanho, estava parecendo um rato.

 - Será que eu fiquei pequena, ou as coisas que ficaram grandes? - Blanche falava com si mesma. Sua desculpa era que lhe deixava mais inteligente.

 Então ela viu uma porta. A porta tinha olhos, a maçaneta era o nariz. Ela tentou virar a maçaneta com as patas.

 - Ei, o que pensa que está fazendo?! - A portinha estava furiosa.

 - Eu vou abrir você, quer dizer, essa porta, e vou ir para o outro lado!

 - Não pode, precisa da chave!

 - E onde está essa maldita chave?

 - Ali. - A porta apontou com os olhos, para cima da mesa.

 - Carambolas! Agora que já estou pequena, como faço pra ficar grande de novo?!

 - Coma.

 Blanche avistou alguns biscoitos, com aviso de "coma-me", e numa só mordida, já tomou seu tamanho normal novamente. Pegou a chave com a boca e abriu a portinha.

 - Agora vai ter que beber de novo! - A porta alertou.

 - Mais uma vez?! Que droga!

 Blanche bebeu a água, ficando pequena novamente.

 - Não vai me agradecer? - A porta perguntou.

 - Não, você não me ajudou em nada. Agora estou num lugar que mal conheço.

 Blanche atravessou a porta.