Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 5
A Montanha de Fogo


Notas iniciais do capítulo

Isso tá ficando cada vez maior. Desculpa ai. Hehe.EU gostei do cliff-hanger desse capitulo, espero que gostem também! :)



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Mate o bando de um algoz e verás o homem mais colérico da face da terra e por consequência não verá mais nada.

Banqüifar espumava vermelho e só tinha olhos para os seus homens devastados por toda a rua.

Esse algoz era um terrível transgressor que com o seu bando matava herdeiros de Monsenhores onde haviam brigas entre as monérias por todo o continente do Norte. Felizmente, na relíquia de Farss todos os Monsenhores eram amigos e festejavam e todos os festivais do ano como irmãos. Só restava ao bando descansar um pouco nas tavernas das monérias da relíquia de Farss e se recompor para os próximos assassinatos.

Um brutamontes de mais de dois metros. Banqüifar tinha o cabelo da cor que agora estava sua face. Vermelho fogo e espetado para cima. Sua barba também parecia puro fogo. Seu corpo era lotado de cicatrizes que formavam runas com linguagens antigas misturadas em padrões aleatórios, o que transformava o seu corpo em uma escultura aterradora de puro músculo moldado à cicatrizes gigantes.

– Vocês dois! - Banqüifar apontou o dedo indicador para Aelor e o médio para Monserrat que ficou paralisada no mesmo instantes. - Vocês morrem! Agora!' - Aquilo foi dito com uma tranquilidade que assustou mesmo por um instante Aelor.

Porém o batedor teve tempo o bastante para se recompor e rechaçar o primeiro ataque da montanha de fogo. A espada da monstruosidade vermelha vinha cortando o ar de cima pra baixo em um movimento mortífero e certeiro. Aelor era mais ágil do que parecia. Girou à esquerda de Banqüifar e conseguiu arrancar um naco de carne jorrados de sangue da perna do monstro vermelho. Apesar de tudo o monstro parecia inabalável em sua fúria e desferiu mais golpes consecutivos e incansáveis em direção ao esgrimista que apenas rolava de lado esperando uma brecha que não vinha. A montanha de fogo estava mais esperta.

Existia um pequeno fator que todos ignoravam. Monserrat era uma filha de Amilfrot e estava ali disposta a partir pra cima de Banqüifar também. Porém se nem Aelor conseguia, o que seria de Monserrat se tentasse? Perderei minha cabeça antes que consiga falar Banqüifar. Foi andando sorrateira até que Aelor pudesse notá-la. E quando a notou deu um suspiro e um sorriso. Ele tinha esquecido mesmo dela. Porém não dava tempo de lembrar de nada lutando contra várias pessoas no corpo de uma.

– Fjedsøll! Flanquear! Flanquear! - Aelor estava se movendo para esquerda da montanha de fogo que agora não conseguia produzir nenhum som além de balbucios e rosnados e manejava sua espada displicentemente pra cima e pra baixo na direção do batedor. Displicentemente, mas não menos mortal. Qualquer falha naquele plano seria recompensada com a morte.

Monserrat aprendeu a flanquear com seu pai, após umas pequenas seções táticas. Foi tudo que aprendeu com seu pai, tática. Ele não deixava Monserrat segurar uma espada. Fios afiados e pessoas incapacitadas de empunhar armas com um não são uma combinação divina.

Monserrat estava com a Dobradora de Gigantes consigo e Aelor estava usando a espada de rubi. Assim que Monserrat se aproximou de Aelor para flanquear Banqüifar o batedor atirou a espada rubra em direção à Monserrat e pediu a Dobradora de Gigantes de volta.

Em uma sincronia perfeita, Aelor acertou a perna esquerda de Banqüifar e Monserrat, mirando alto, acertou o braço direito, no meio de uma das tatuagens do monstro gigante. Naquele momento a criatura urrou de dor. - Quem vocês pensam que são para ferir o poderoso Banqüifar? Apenas a morte os espera, formigas desprezíveis!

– Fjedsøll, estocar! Estocar! - O novo comando dado por Aelor foi entendido na hora, mesmo não sendo uma tática. Monserrat tentou fazer um rolamento parecido com o que o Aelor estava fazendo, e conseguiu. Cambaleou um pouco quando se levantou do giro, mas no final deu certo o bastante para que a Pluma de Prata tivesse equilíbrio o bastante pra fincar a espada no braço do gigante. Bem no meio de outra de suas tatuagens-cicatrizes.

Mais urros e mais espada gigante sendo brandida para todos os lados. Monserrat conseguia executar o rolamento de uma forma mais perfeita a cada vez que tentava. E agora que chamou a atenção da montanha de fogo ela o estava praticando bastante. Não estava indo tão bem quanto Aelor, mas conseguiu segurar Banqüifar até que o batedor conseguisse fincar a espada nas costas do gigante. E novamente, e novamente e novamente até que a espada foi até o cabo, transpassando todo aquele acumulo de músculo.

Pra quem há um momento atrás não tinham alternativas contra a monstruosa montanha de fogo, conseguiram se virar razoavelmente bem. Assim que Aelor tirou a espada de dentro daquele monte de carne inerte uma fumaça seguiu o fio da espada e subiu como se tivesse recém-saído de uma lareira. Era uma montanha de fogo a final de contas. O único fator inquietante que fez Aelor franzir o cenho era que aquela não era uma fumaça comum. Era uma fumaça com anéis negros e verdes que se entrelaçavam em uma dança demoníaca. Porém o que realmente assustou Monserrat, que até agora estava maravilhada com aquela dança hipnótica, foi o grito que ecoou da fumaça. Um grito de lamento, um grito agudo e grave ao mesmo tempo. Se prestasse bastante atenção era possível ouvir o rosnado de Banqüifar também.

– Um Sopro de Lich! - Os olhos de Aelor se estreitaram e ao conseguir parar de olhar fixamente para aquela cena de terror puxou Monserrat pelo cotovelo a forçando a correr. - Vamos Fjedsøll! Esses ladrões não estavam aqui por um acaso. Eles sabiam de você também! Tem um Lich que quer a sua cabeça!

– E para o que minha cabeça seria de útil para um Lich?

– Não me faça essa pergunta, Fjedsøll! Só de pensar minhas pernas já vacilam. Vamos, temos que falar com Ollyne!

– Mas eu nem sei o que é um Lich! - A face de Monserrat começava a ficar vermelha pelo esforço da corrida pela estrada de terra, sem montaria ou coisa alguma. - O que é esse Lich que está me perseguindo, Aelor?

– Natural que você não conheça. - Aelor ponderou sobre aquilo. Era natural mesmo. Aquilo não era dito nem pra adultos. Quanto mais no continente do norte, onde os homens tentavam erradicar a magia. Mas Monserrat era uma filha dos deuses. Ela merecia saber. Ela tinha de saber. - Você já ouviu falar dos magos, Fjedsøll?

– São aquelas pessoas que usam magias arcanas?

– Isso mesmo! Existiam, ou existem agora, magos bons e magos maus. Dentre esses, os mais poderosos, poderiam usar suas habilidades tanto para o bem quanto para o mau. Isso dependia, ou depende agora, do caráter do mago. Se o mago é bom ele sendo muito poderosos se torna um Idryn, um mago de magia branca. Eles normalmente são conselheiros de reis até os dias de hoje. Eles além de terem seus poderes arcanos tem magia cataclísmicas. Podem conjurar qualquer tipo de desastre. Isso é um teste para ver até onde vai a bondade do Idryn. A mesma tempestade que destrói é a que rega nossos prados, pastos e colheitas.

– Tudo bem. Mas o que isso tem haver com Lich?

– Não está óbvio? Se não entendeu me deixe falar que você perceberá quão tola foi sua pergunta.

Se Monserrat poderia ficar mais vermelha esse foi o momento exato onde isso aconteceu. Correndo em meio os gritos do sopor de Lich que se desvanecia atrás deles, chegavam perto da casa de Monserrat.

– Lichs são os irmãos maus dos Idryns. Possuem também suas magias arcanas e de controle de mente, mas sua magia principal está ligada à morte. Eles mesmos estão atrelados aos dois mundos. Para um mago se tornar um Lich, ele tem que fazer parte de um ritual com outros já Lichs que o queimaram vivo e da fumaça negra sairá um espírito que será o protetor daquele Lich. É um espirito das trevas que não deixa o Lich morrer. O confere uma imortalidade que dura 5 segundos.

– Mas tão pouco?

– É o bastante, Fjedsøll! Tempo suficiente para que o espirito recupere uma cabeça arrancada por uma espada mistica.

– Espada mística?

– Sim. As únicas coisas que afetam os Lichs são artefatos mágicos e a própria magia. Sendo que a magia cataclísmica dos Idryns enfraquecem os espíritos dos Lichs. - Estavam chegando na porta. Eles tinham que se apressar agora. - Sabe esse Sopro de Lich? - Aelor não esperou a resposta. - É uma parte da essência do espírito guardião do Lich. Ele confere vida a cadáveres que estejam com o corpo fresco o bastante para estarem enrijecidos.

– Então quer dizer que Banqüifar já estava morto?

– E o bando dele nem percebeu. Me espanta, sendo que aquele monte de tatuagem deve ter sido efeito do feitiço. A não ser que ele já tivesse algumas. - Ponderou Aelor, mais para si mesmo do que para Monserrat. - Chegamos, Fjedsøll!

Ollyne os aguardava na porta com um olhar preocupado.

– O que foi tudo isso que aconteceu Drevyan?

– Mas como... Que Drevyan? - Monserrat agora estava realmente confusa.

– Oras, conte logo à menina quem é você!

– Pois sim, Ollyne! Eu já constatei que ela realmente é uma filha dos deuses então agora me apresentarei adequadamente. - O homem que acabara de mudar de nome se virou em direção à Monserrat e com um sorriso no rosto se auto anunciou. - Olá, Monserrat! Sou o Sir Drevyan. Protetor da Relíquia de Farss, Flagelo de Dragões e Filho do Vento.


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Notas finais do capítulo

Eu inventei os meus Lichs antes de pesquisar sobre Lichs "de verdade" e no final eram quase a mesma coisa. Hehe Os Idryns podem ser imaginados como os magos Istaris d Senhor dos Anéis, mas seus poderes são meio diferentes, então sobra a aura e a sabedoria parecidas. :)