A garota solitária,

Certa vez cometeu um erro:

Ficou apaixonada

E entrou em desespero.

Incapaz de ressoar as cantigas.

Feridas abertas, sentidas.

As palavras de adeus, acumuladas.

Vão distantes as pessoas amigas.

As pessoas fechadas,

As mentiras pesadas,

As verdades trancadas,

Palavras de amor desperdiçadas.

Repetindo novamente,

O desespero estonteante.

O rosto dele simplesmente,

Está cada vez mais distante.

Deixando-se ruir,

Uma queda a espera.

Não tem como fugir,

Seu fim a desespera.

E ela se arranha,

A dor a percorre.

E ela se arranha,

Ninguém a socorre.

Ela chora.

O sonho distante,

Pelo mundo afora.

Só dê um instante,

Para a garota que rola*.

Ela se desfaz...

Eles a perseguem.

Ela perde a consciência.

Eles a seguem,

Não a deixam rolar.

É tudo um fracasso

Um fracasso...

Talvez seja melhor desistir

A garota está machucada.

As cicatrizes se espalham.

Eles não a perseguem mais.

Apenas murmuram em sua cabeça.

O sonho de conquistar

Algo bom como a felicidade,

Ela sabe que jamais vai alcançar,

Assim como não alcançou a amizade.

E ela se arranha.

E as vozes murmuram.

Deixam-na louca, louca!

Que vontade de rolar...

E ela cai na sua frente.

Apesar de machucada

Apesar de perdida

Ela agora está contente.

(Por que será?)

Seu coração não dói mais

Já está no seu fim.

E não houve palavras tais

Que a fizeram assim.

Os cortes foram deixados.

As feridas se lacram.

As vozes se calaram.

Sonhos foram sonhados.

E a garota despedaçada,

Semi-morta, cortada,

Vai para a colina

(Uma última vez)

Porque queria ser amada.