Cemitério Delahils

Joshua R. Wiegler

1994-2011

''Eu vou estar indo para casa!

Amigo, Irmão e Filho.''

–Josh? Sempre quis saber se você está aqui mesmo me ouvindo, ou se você gosta de tulipas pois foi as que eu trouxe hoje.- falei, colocando o buquê de tulipas brancas em frente do túmulo ao mesmo tempo me sentando.- Mamãe não teve mais recaídas. Está feliz agora, mais sorridente, bonita.... já eu, não tanto assim.

O vento da primavera era maravilhoso, estava um pouco frio, mas não importava. O som dos galhos de árvores chacoalhando e folhas voando me relaxava. O cemitério de Delahils era um lugar calmo e limpo, realmente, as pessoas sabiam como deixar os mortos em paz.

–Eu estou namorando um anjo da guarda, acredita nisso? Semana passava invadiram a casa. Atacaram Beka. Briguei com a vara-pau, na qual sai na vitória. E várias coisas estranhas aconteceram. Me ligavam se passando por você também.- eu já sentia meu olhos se encherem de lágrimas. Eu sempre visitava Josh, a saudade não permitia que eu ficasse longe dele, eu sempre senti que ele estava ali me ouvindo falar, a morte nunca iria nos separar. -Mas que droga Josh! Por que você foi entrar naquele maldito carro?- agora eu chorava, e resmungava entre dentes.- Eu devia ter te segurado mais um pouco, se não fosse eu, nada disso teria acontecido. Eu preciso de você, ok? Eu preciso do meu irmão de volta.

–Eu estou enlouquecendo. Eu não sei mais o que fazer, por favor Josh, me ajude.... Me responda uma única vez, me de um sinal, qualquer coisa, preciso saber se você está aqui.

O túmulo de Josh continha uma foto sua. Vestido com uma t-shirt branca e uma jaqueta de couro... seu cabelo arrumado, olhos azuis igual o mar e covinhas fracas nas bochechas. Lindo como sempre.

–Sabe, quando eu aparecida com algum problema da escola, eu ia direto falar com você, e o que você dizia? ''-Que se dane pequena, você sabe do que é capaz, então apenas diga: Que se dane!''. Aquilo me alegrava, QUE SE DANE, que se dane.

Fiquei algum tempo calada, apenas encarando a foto de Josh, quando um senhor que aparentava ter 70 anos chamou minha atenção. Ele usava um casacão preto e chapéu, e olhava diretamente pra mim. Não hesitei em ir até o banco de madeira que havia no cemitério, onde o senhor estava sentado.

Sentei ao seu lado sem dizer uma única palavra, ele continuava olhando para o lugar em que eu estava sentada, como se eu ainda estivesse lá.

–Meu nome é Colin.- ele começou- Colin Narracott. Você é Melanie Katherine Wiegler?- virei meu rosto apara encará-lo, como sabia meu nome?

–Katherina.- o corrigi.- Como sabe meu nome?

–Uma garoto bonito pediu para eu entregar isso a você.- ele tirou um papel do bolso e me entregou. Um bilhete. Assim que peguei o bilhete de sua mão, Colin se levantou- Até logo Katherine.- e começou a seguir em direção aos túmulos perto da saída do cemitério.

–É Katherina.- falei, mas ele já estava um pouco longe para conseguir ouvir. O bilhete continuava em minha mãos, e não demorei muito para abri-lo.

''This is my town, this is my city now.

Essa é minha cidade pequena, lembra? Você queria um sinal, e aqui está. Também preciso da minha irmã de volta.''