Prólogo

Dumbledore olhava à sua volta, os móveis estavam velhos, alguns roídos e desgastados, outros já caíam aos pedaços. A casa não parecia ter ninguém há anos, como se tivesse sido abandonada há muito. E era bem provável pois, em suas pesquisas sobre Tom Riddle, ele soube da deserção de um de seus comensais, Régulus ActurusBlack, que havia sido seu aluno em Hogwarts.

Logo que tinha se formado, o garoto havia aceitado a marca que o transformava em um Comensal da Morte. Nem mal tinha feito isso quando se casou com outra de suas alunas, Selena Louise Potter. Se lembrava muito bem da pequena irmã de James Potter.

Enquanto este era um grifinório, que adorava ser o centro das atenções, Lena era o oposto, era sonserina, e mesmo assim gentil. A melhor de seu ano em quase todas as matérias, era comparada à sua futura cunhada, Lilian Evans, com quem a sonserina, mesmo sendo dois anos mais jovem, sempre conversava.

O que a fazia ser um pouco afastada de sua turma, muito próxima a Severus Snape e Régulus Black. Ela quase nunca era vista com o irmão, já que o mesmo sempre implicava com sua amiga e os poucos amigos que tinha na própria casa, o máximo que fazia era falar com Sirius Black, talvez por ele ter ido morar com os Potters quando ela tinha treze anos. Mas Lena sumira em 1981, o mesmo ano em que seu irmão morrera e seu marido fora caçado e morto, por ter renunciado a marca de Lord Voldemort.

Dumbledore afastou da cabeça as memórias desse tempo, ele tinha muito a fazer. Com a chegada do torneio tribuxo, tinha muito o que organizar, e se encontrar a antiga sede de Voldemort não fosse algo de extrema importância, não estaria ali. A casa era quase impossível de se rastrear, e como os Blacks na época tinham muitas propriedades, fora mais difícil ainda encontrá-la depois do sumiço de seus donos. Sirius, um dos últimos Blacks vivos, e o único com quem Dumbledore poderia perguntar, vivia a dizer que isso significava que alguém da família, ou de Lena ou de Régulus, tinha a herdado. Mas tanto ele quanto Harry, último Potter vivo, não receberam a casa.

A velha casa dos Black por fora estava tão ruim quanto em seu primeiro andar. Alvo começou a se perguntar se haveria algo de importância entre suas paredes, mas pela quantia de feitiços que a protegiam parecia que sim. Havia mais que os feitiços de proteção da mansão Black do Largo Grimmauldmagia negra protegia aquela casa. Entretanto, enquanto subia as escadas que levavam até o segundo andar, Dumbledore sentiu uma grande energia, magia bruta e pura, como quando uma criança demonstra seus poderes.

Com o ânimo renovado, Alvo subiu os lances mais rapidamente, até chegar a um corredor escuro, onde a magia parecia estar deixando o ar mais espesso, deixando sua respiração mais alta. Ele não conteve sua curiosidade e foi em direção à porta da suíte, que outrora pertencera aos Black, o quarto principal da casa.

Ao girar a maçaneta, Alvo Dumbledore mal conteve o susto. Enquanto o resto da casa estava destruído, coberto de poeira e animais rastejantes mortos, o quarto permanecia belo, em sua glória, arrumado, sem pó nem nada fora do lugar.

Bem, quase nada...

Em cima da cama com dossel e cortinas vermelhas, tinha algo diferente, que maculava a ordem límpida do quarto. Deitado na cama se encontrava um corpo, que emanava a energia sentida na casa, que provavelmente mantinha o lugar ainda de pé, e aquele quarto tão puro e limpo quanto se um elfo doméstico tivesse acabado de sair. Ali na cama, como se estivesse dormindo, estava Selena Potter Black.