Fallen Angels - a Blood Promise escrita por Shynio


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Germinar Da Semente




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Ela era um anjo, ele um demônio. Como puderam amar-se tão bem? Ela, uma arqueira celestial; ele, o comandante das tropas infernais, um arcanjo da classe Luciferina. O céu e o inferno estavam em guerra, mas o amor não lhes permitiu dar importância para a destruição que acontecia ao redor. O amor proibido, perfeito. Em seu leito proibido, jazia escondida a arma suprema a qual dizia a lenda que o ser que a possuísse teria poder o suficiente para vencer a guerra sem dificuldades. A cada estocada que Satanael emitia em Roseleine, mais o prazer os fazia delirar e mais amar-se mutuamente. Suspiros, afagos, declarações, auge do prazer... Desta união perfeitamente proibida foram semeados dentro de Roseleine, a arqueira, Kyori e Nevam; anjos ambíguos que jamais seriam esquecidos. Enquanto respiravam fundo, em descanso do momento prazeroso que fora terminado, uma forte luz invadia o quarto. A silhueta do que aparentava ser uma espada de porte grande aparecia a frente do casal. Flutuava verticalmente, e uma voz ecoava ao local.

 

- Sois tal como eu - bradava - armas de guerra, porém vós contrariaram vossos destinos e vossos criadores e se uniram em amor. Tal fato me causa admiração por vós, por isso concedo meus poderes para dividi-los em três partes iguais. Eu e uma de minha filhas ficaremos, e a terceira parte do poder irá em busca do pescoço do Filho Do Homem.

 

E assim, Legacy e uma nova lâmina, Infernus Celestius, repousaram "inanimadas" sobre o leito do casal, e uma terceira, "Imperius Infernari" sumia num vulto do local. A guerra terminara sem vencedores. Satanael retornara ao inferno para liderar suas tropas, e Roseleine retornara ao céu para cumprir seu posto de arqueira celeste... Trouxe consigo algo mais: Duas sementes ao ventre. Viveu longe de seu demônio amado. A gestação inteira longe daquele que tinha seu amor. Satanael, por sua vez, passava os meses a pensar naquela que fez-lhe pela primeira vez sentir... Sentir amor. Um demônio com sentimentos bons. Contraditório, não? Assim é o amor, por muitas vezes. O tempo passa para todos. Sim, ele passa; e não foi diferente para Satanael e Roseleine: As crianças nasceram. Dois anjos ambíguos saudáveis. A mulher fora executada por ter dado a luz a seres mestiços, o que significava que ela era uma traidora, e por isso morrera. Todavia, antes de morrer, visitara o inferno para ceder as crianças recém-nascidas ao pai, o General do Inferno, Satanael. Este cuidou das crianças ao inferno. Tratou os pequenos filhos como príncipes, e a cada dia mais a saudade por sua amada crescia... E a cada dia mais ele cedia aos encantos da humana Kiriya. Ah, Kiriya... Linda, afável, meiga. O coração negro do demônio sangrava. Cometera o erro de apaixonar-se por alguém fora de sua raça e sofrera a consequência de perder o ser amado... Cometeria o mesmo erro de novo? Sim. Foi à Terra. A humana cedeu aos encantos do general, que deitou-se com ela numa noite cuja lua era cheia e resplendorosa. Suor, prazer, desejo, declarações... Lembranças. Média de dezoito horas fora do "lar" - o Inferno necessitava seu General de volta. Assim foi - o General retornou. Ao chegar aos portões, fora recepcionado por seu superior, Satanás. Após fazer a devida reverência, foi repreendido.

 

- Onde estava? - indagou.

- Estava na Terra, senhor.

- Foi em missão?
- Não.
- Foi para que?
- …
- Ah, o General Satanael saiu para dar um passeio na Terra? E como estava o dia, bonito? Jogou xadrez com senhores de idade e trocou receitas com madames? Ou simplesmente iniciou caos no Planeta dos humanos para termos uma guerra a mais com os céus?

- Majestade, acalme-s... - fora interrompido.

- Acalmar-me? Você poderia ter dado início a uma nova guerra, general! Está fora do cargo.

- Mas..

- Sem "mas". Entre. Legião caçadora - continuou - vinte e três, façam-o sentir a dor que sente um traidor.

 

O líder da legião anunciada assentia enquanto o pequeno exército aproximava-se. Sem reagir, o General Satanael, mesmo sendo superior à legião, nada fez; deixou ser levado, cabisbaixo, afinal, estava mesmo errado. E muito. Após o castigo, o único título que lhe restou foi o de soldado da Legião assassina doze. Continuou a criar os dois filhos, Kyori e Nevam, e quando estes datavam dezoito anos, o grande Satanael obteve novamente seu título de General. Kyori e Nevam eram reconhecidos por todos os guerreiros do inferno, não só por serem filhos do grande general Infernal, mas também por sua grande força e capacidade. Ao completar dezenove anos, Kyori foi presenteado com Infernus Celestius, e seu irmão, Nevam, com Legacy. O General estava feliz: os filhos eram "homens" de dar orgulho. Muito. Mas não gostava de pensar nisso... Lembra de Roseleine, Kiriya e do outro herdeiro a mulher estava por receber. Afinal, como estaria Kiriya? General, General... Fez mais uma mulher sofrer com sua ausência. Suspirou e decidiu-se: sairia mais uma vez do inferno para ir à Terra par ver a mulher. Em surdina, numa madrugada qualquer, acordava Kyori e Nevam.

 

- Filhos amados, devo levá-los para conhecer alguém.

- De madrugada, papai? - indagava Kyori.

- Sim. É melhor.

 

Os filhos, obedientes, levantavam-se, andando segundo as instruções do pai: Silentes, à sombra deste. Saíram do Inferno em direção à Terra. O caminho não era tão longo, não para eles. Ao pousarem os pés na superfície terrestre, o feitiço de disfarce fora feito por Nevam, permitindo-os tomar a forma de naturais humanos. Cruzaram o planeta em busca da moradia da mulher. Encontraram. Estava diferente... Mais velha. nem por isso o coração negro do General deixou de palpitar sem parar ao ver aquela face que agora jazia com algumas rugas. Mesmo tendo o amado disfarçado, a Kiriya o reconheceu e levou as mãos aos lábios, incrédula. "O que ele veio fazer aqui? Quem são estes dois homens junto dele?", pensava e pensava. O demônio e seus filhos diminuíram a distância. Kiriya gritou. Da casa saiam dois homens: Um de cabelos grisalhos e outro de longos cabelos negros. O demônio estendia os braços horizontalmente, impedindo a passagem de Nevam e Kyori, que por certeza preparavam-se para ceifar os dois novos membros do local. Satanael assustava-se e, estático, dizia:

- Kiriya, estes são...
- ... Nossos filhos. Quer dizer, meus filhos. MEUS. Você me abandonou, Satanael... Kakashi, Madara, entrem, a mamãe já está indo.

- Certo, mãe. Vamos, Madara. - exclamava o grisalho para o de cabelos negros.

 

Ambos adentravam a casa, seguidos da mulher. Logo, um membro da Legião recruta sete rondava a área, procurando espíritos para abater. Vira o General. O General percebia que fora descoberto e derrubara a porta da casa da mulher, adentrando junto dos dois filhos.

 

- Kiriya, você já sabe minha história... Fui visto, vou morrer, provavelmente. Por favor, imploro-lhe: Cuide desses meus dois pequenos...
- Satanael... - pensava um tanto antes de assentir uma vez, cerrando os olhos.

 

O demônio fazia uma reverência, saindo da casa. Fora embora. Daquele dia em diante, nada mais foi ouvido do demônio e nenhum rastro deste fora encontrado. Tudo que existia agora era uma mãe e quatro filhos.


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