História Sem Nome escrita por Flick


Capítulo 1
Pequenas coisas


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que dizer, pois esse texto surgiu de frases aleatórias e de pensamentos confusos. Talvez a história seja longa, talvez não. Um dia eu saberei, então conto.


Ps: História sendo postada no AS também.



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Acordar cedo era uma coisa comum. Nunca tive grandes problemas com isso, afinal, qual seria o caos de acordar cedo e fazer algo legal, como ir para a escola e encontrar os amigos? Andar devagar, vendo os outros colegiais caminhando na mesma direção, e poder ficar vigiando o garoto bonito do outro lado da rua?

Qual seria o grande problema de ir para a escola, enquanto aquela fina camada de geada cobria a grama e o asfalto, fazendo com que o sol surgisse de forma mais lenta naquelas manhãs? Haveria motivo para não caminhar lentamente, vendo até mesmo os balanços do parque balançando pela leve brisa que o novo dia trazia?

Pequenos momentos fazem mais falta do que deveriam. Levam-me a imaginar o motivo de tudo isso. E quando me expresso com “tudo isso”, refiro-me ao crescimento, às responsabilidades, e também à falta de liberdade. Falta essa que todo ser humano impõe a si mesmo quando começa a criar raízes em algum lugar.

Acontece que acordar cedo não é mais tão legal assim quando é para ir trabalhar. O caminho é mais longo, precisando assim de um carro para se locomover. As pessoas estão todas apressadas, andando para diferentes lados, sem criar nenhum laço. Os movimentos são tão automáticos que muitas vezes eu mal lembro do que fiz durante o dia.

E ao invés de noites no computador, esperando ansiosamente para falar com algum amigo, ou para simplesmente assistir um filme com a família, virou hora de estudar. Todo o mundo quer ser alguém, correto? Quem antes queria estar na tão esperada faculdade, passa agora as aulas inteiras pensando em como era bom estar no colegial, flertando e dormindo nas aulas chatas. Agora não dá para fazer mais isso, pois estamos pagando caro para estar ali, ouvindo aquele professor ridículo falando um monte de asneiras, que nós certamente não esperávamos ouvir em uma instituição tão renomada.

E no fim, percebemos que nada aconteceu como o esperado, nos sentimos desmotivados, cansados e sozinhos em um mundo tão grande. De repente, milhares de responsabilidades começam a surgir, e tudo o que queremos é nos esconder debaixo de grandes cobertores e dormir até o dia acabar e se tornar outro.

As coisas não estão fáceis como pensamos, não é? Não que antes nós não déssemos duro às vezes, na hora de estudar para uma prova, ou ao economizar o dinheiro ao invés de ir a uma festa. O tempo passou, e agora por mais que a gente trabalhe, não enxergamos a cor do dinheiro. Por mais que estejamos fazendo a universidade dos nossos sonhos, tudo parece chato demais. Nem aquele curso que sempre quisemos fazer agora está nos motivando.

Crescer por acaso é ser infeliz?

É isso que fico pensando antes de dormir, naquele parco momento em que me pego pensando em como minha está vida. Não me sinto infeliz, de modo algum. Mas parece que há algo faltando. Alguma aventura talvez?  Uma paixão? Não, sempre fugi dessas coisas. Apenas não estou acostumada, digo a mim mesma todas as manhãs, quando percebo que preciso levantar e começar outro dia. Daqui a pouco você se acostuma, e você perceberá que a felicidade está também no trabalho cansativo, ou na faculdade sem graça.

Me conformar parecia a única coisa sensata a fazer, mesmo enquanto eu estudava coreano de uma forma maluca, para tentar fazer meu mestrado em outro país depois de formada.

Mesmo sonhando em sair de minha zona de conforto, onde eu já não me encaixava mais, nunca acreditei em conto de fadas ou algo parecido. Na verdade, já fazia algum tempo que eu não acreditava em nada.

Estava vivendo na pele como as coisas eram difíceis de conquistar, por mais que eu lutasse para conseguir. Aprendi com meus pais, que se a gente quer muito algo, precisamos suar a camisa e trabalhar duro para conseguir.

Talvez seja por todos esses motivos que quando ele apareceu, eu tenha resistido tanto.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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