Miku se levantou cedo, para que as aulas começavam sete e cinquenta. Marcavam, no relógio, seis horas e vinte. 

Depois de tomar banho, colocou o uniforme e arrumou o cabelo em tranças, como fazia sempre. Naquele dia, ele estava melhor do que nos outros, então foi mais fácil.

Tão logo ia sair de casa, a campainha tocou. Seu pai ainda não tinha acordado, e achou melhor atender mesmo que fosse sair pelos fundos da casa. 

Quando ela abriu a porta, deparou-se com Mikuo e uma moça de cabelos castanhos curtos. Ela era menor que Miku, apesar de parecer ser mais velha.

- Mi-mikuo? – gaguejou Miku, não acreditando no que via à sua frente.

- Sim, voltei. – ele sorriu, e desenlaçou a cintura da baixinha para abraçar a irmã.

- Amor, desculpa por interromper – sorriu esta – mas não estaremos incomodando, com o Kino? – disse ela, quando Miku finalmente notou que ela estava conduzindo um cachorrinho.

- Não, não estarão incomodando. Eu e o papai adoramos animais – disse a mais nova sorrindo.

Mikuo e a garota, que depois de alguns minutos foi declarada como Meiko, iriam morar ali por agora. O rapaz falou que a mãe deles tinha enlouquecido pela sede de poder, por ter alcançado o cargo de presidente de uma empresa de eletrônicos. Miku ficou surpresa, pois quando tinha se separado de seu pai ela era apenas uma dona-de-casa, que tinha feito engenharia elétrica na faculdade, mas ainda assim.

A morena tirou os óculos escuros e seus olhos castanhos lembravam alguma coisa. Ela sorriu tímida, que não fazia jus sobre o tamanho de seu decote.

- A pobre dona Mariko... – falou – Não era má pessoa.

Miku preferiu não comentar nada sobre isso. Deu uma segunda checada no relógio, que marcava sete e meia.

- Bom, preciso ir para a escola. Quando papai acordar, não o assuste, Mikuo. – falou acenando com a cabeça. – Até a volta!

O som da despedida por parte dos outros dois foi sufocado pelo barulho da porta se fechando. Miku seguiu seu caminho sem encontrar ninguém em especial, uma vez que suas duas melhores amigas sempre se atrasavam para a primeira aula.

De repente, ela ouviu uma respiração ofegante vindo de algum lugar ao seu redor. Estava numa rua meio rural, e aquilo lhe assustou pelo fato de estar deserto senão sua presença.

Ela olhou e olhou, mas não viu nada. Ignorou, então, e continuou andando até chegar na escola.