Begin Again escrita por Bellice


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, espero que gostem de mais essa one-shot! :)
É bobinha, água com açúcar, porém é legal *-*
Boa leitura!! =D



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Capítulo Único


 

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo.

Carlos Drummond de Andrade



 

Elizabeth saiu correndo da casa de Thomas, sem nem ao menos olhar para trás. Era isso, então. Depois de oito meses nessa verdadeira bagunça que se encontrava, o fim havia chegado. Por mais que ela tivesse adiado isso com todas as suas forças, não tinha nada mais a ser feito.


 

Thomas não a amava, talvez nem gostasse dela. Afinal, Elizabeth sempre ouvira que quem gosta, cuida, demonstra, quer por perto. E não era isso que ela via Thomas fazendo ultimamente. No começo do relacionamento, se é que ela podia denominar o que tiveram assim, ele havia se mostrado bastante interessado, carinhoso. O que fez Elizabeth se encantar completamente.


 

No início, eles eram apenas amigos. No entanto, eles não ficaram apenas nisso por muito tempo, duas semanas após se conhecerem, já estavam se agarrando por aí. Elizabeth estava adorando tudo aquilo; os passeios com ele, às conversas, os beijos... Mas, bem, era o que diziam, o que é bom dura realmente pouco. Pouco até demais.


 

Logo, Thomas denominou o que eles tinham como uma amizade colorida. Elizabeth ficou decepcionada e magoada, mas não desistiu. Afinal, quando Elizabeth tinha desistido de algo? Ela era uma garota persistente, que conseguia o que queria, na maioria das vezes. Então, se contou com o título de amiga colorida por ora, na esperança de que Thomas abrisse os olhos e visse como ela era realmente, e finalmente assumisse um relacionamento com ela.


 

Infelizmente, esse dia nunca chegou. Hoje, Elizabeth saiu de sua casa decidida a colocar todas as cartas na mesa com Thomas. Ela simplesmente odiava meios termos: ou gostava, ou não; ou namorava, ou sumia da vida dela de uma vez por todas.


 

Dolorosamente, ela ouviu toda a cruel verdade sair da boca de Thomas:


 

– Eu nunca pretendia assumir um namoro com você, Lizzy. Você é legal, não me entenda mal, mas eu simplesmente não gosto de você a ponto de te pedir em namoro.


 

Ela saíra da casa de Thomas sem olhar para trás mesmo. O que doía, não era a verdade em si, e sim saber que ele escondia isso dela há tempos. Thomas praticamente a iludira e quebrara seu coração.


 

Elizabeth não sabia ao certo para onde ir. Certamente não queria ir para casa e ter de enfrentar às perguntas da sua melhor amiga Karen, que morava com ela. Então, vendo que estava nervosa demais e a ponto de cair em um choro totalmente escandaloso, decidiu entrar em um pequeno, porém aconchegante, café que vira na próxima esquina. Café sempre acalmava Elizabeth, seja qual fosse o problema que ela estivesse enfrentando. Por Deus, café a acalmava mais do que chocolate!


 

Assim que entrou no café, Elizabeth sorriu ao aspirar o cheiro delicioso de café fresco. Aquele cheiro era simplesmente perfeito, e funcionara como uma espécie de calmante a ela. Pediu seu café rapidamente e se sentou à mesa mais afastada das demais, enquanto aguardava seu pedido ficar pronto.


 

A simpática e linda moça loira decidiu abrir seu diário e escrever o ocorrido de alguns minutos atrás, já que, escrever era outra de suas muitas terapias que ajudavam a controlar o nervosismo.


 

Elizabeth estava tão concentrada no que estava fazendo, que não viu quando um rapaz se aproximara. Ela estava pronta para agradecer assim que o rapaz entregasse seu café, mas ele não o fez. Antes que pudesse levantar os olhos e ver o motivo, ela sentiu o flash de uma máquina fotográfica.


 

–Ei! O que foi isso? –Ela falou para o rapaz que, definitivamente, não trabalhava naquele estabelecimento.


 

–Desculpe-me! Mas a senhorita estava tão concentrada escrevendo, tão linda, que eu não pude evitar tirar uma foto. –O rapaz sorriu por um momento, e Elizabeth sentiu todo o ar se esvaindo dela. Que sorriso era aquele? Aliás, que homem era aquele? Seus cabelos lisos, mas ao mesmo tempo rebeldes e castanhos claros, eram lindos. Mas nada se comparava aos olhos claros e brilhosos que Elizabeth agora encarava. Esse era, definitivamente, o rapaz mais simpático e bonito que ela já havia visto. O que fez com que ela se perdesse totalmente, o que a impediu de responder algo decente.


 

–Não, tudo bem. Só fui pega de surpresa. –Ela sorriu, tentando não transparecer o quanto estava encantada por ele.


 

–Meu nome é Joseph. –Ele estendeu a mão para Elizabeth, que a pegou sem pestanejar. –E é um prazer conhecê-la.


 

–O meu é Elizabeth. –A tímida moça dos olhos azuis balançou a mão dele, em reconhecimento. –E o prazer é todo meu.


 

Assim que Elizabeth sorriu, Joseph sentiu seu coração aquecer. Ele não sabia o motivo, mas sentiu a necessidade de se aproximar da moça linda que roubara sua atenção completamente assim que entrou no café que ele sempre frequentava.


 

Será que ela vinha sempre aqui? Se sim, como ele nunca a percebera antes? Ele estava encantado por Elizabeth sem ao menos ter um motivo plausível para isso. Talvez fosse seu jeito delicado e a postura ao escrever, talvez fosse o seu sorriso. Ou talvez, não, com certeza era a junção de tudo.


 

–Será que posso me sentar aqui? -Joseph falara, não sabendo o que o levou a aquele impulso repentino, mas torcendo para que ela não lhe dissesse um sonoro não. Elizabeth, no entanto, queria lhe dizer que não, porém nunca diria. Ela ainda estava arrasada por conta de Thomas, e ainda estava abalada emocionalmente, mas ela não poderia dizer não a ele. Mesmo não sabendo o porquê, Elizabeth queria que Joseph se sentasse ali, à frente dela, queria que ele não fosse embora tão cedo. Mas isso não era loucura?


 

–Claro. Sente-se e me faça companhia. –Ela sorriu docemente para ele, que retribuiu o sorriso aliviado por ter recebido àquela resposta.


 

Logo, o assunto fluiu de uma maneira impressionante. O café de Elizabeth foi entregue e Joseph pediu outro para ele também. Quando Elizabeth havia entrado naquele pequeno estabelecimento, Joseph já estava quase pronto para ir embora, mas a jovem de cachos dourados roubara sua atenção completamente. E agora, tudo o que ele menos queria era ir para casa. Então, era justo outro café, não é?


 

Elizabeth se sentia cada vez mais a vontade com Joseph. Perto dele, rir parecia tão fácil como respirar. E ao notar isso, estranhou. Nunca havia sentido essa leveza perto de Thomas, em malditos e longos oito meses. O que esse rapaz tinha para Elizabeth se encantar tão facilmente? Ela sabia que estava acontecendo de novo, começando de novo.


 

E por mais que isso a assustasse e muito, Elizabeth não podia deixar de sorrir cada vez mais e mais para Joseph. Afinal, tudo estava começando de novo, mas, de alguma forma, ela sabia que dessa vez, era de uma maneira boa e correta. Ela sabia.


 

Pois Joseph era diferente de Thomas. Aliás, era diferente de todos que ela já havia conhecido. E isso tinha que significar algo, certo?






 

Eu respirei fundo e me olhei no espelho

Ele não gostava quando eu usava salto alto

Mas eu uso

Eu tranquei a porta e coloquei meus fones de ouvido

Ele sempre dizia que não entendia essa música

Mas eu entendo, eu entendo



 

Elizabeth encarava seu roupeiro com uma expressão frustrada. Olhava para as prateleiras e não achava nada que a agradasse. Talvez devesse ter comprado algo novo, talvez...


 

Não. Ela prometera a si mesma que não tentaria impressionar Joseph como fez com Thomas. Afinal, se alguém iria gostar dela, que fosse por quem ela realmente é, e não pelo que ela deixava transparecer.


 

Decidida, Elizabeth colocou seu vestido favorito, arrumou seu cabelo e, sorrindo, colocou seus sapatos de salto. Thomas sempre tecia comentários negativos sobre Elizabeth em saltos altos. Pelo fato dela ser um pouco alta, ele achava deselegante, ao contrário dela. Ela adorava seus sapatos altos e se sentia bem com eles. Então, para que mudar seu jeito de ser?


 

Olhou-se no espelho e sorriu novamente, se sentindo bem como há muito tempo não se sentia. Era loucura, com certeza. No entanto, ela sentia que podia ser ela mesma perto de Joseph. Ele a tinha libertado, seja lá de quê. Se tudo desse certo, - e Deus, como eles queriam que desse, - ela previa um recomeço muito em breve. Um recomeço da felicidade.


 

Se sentindo preparada, a moça novamente esperançosa saiu de casa, colocou seus fones de ouvido e fechou sua porta. Uma música country antiga soava em seus ouvidos, fazendo-a sorrir novamente. Thomas vivia dizendo que a letra daquela música não fazia sentido, mas pra ela, se encaixava totalmente.


 

A linda e jovem moça balançou sua cabeça em negação, como que se quisesse dissipar aquele nome de sua cabeça. Ela não queria mais falar sobre Thomas, nem se lembrar dele. Ela queria seguir em frente!


 

E com esse pensamento, Elizabeth adentrou o pequeno estabelecimento que ficava perto até demais de sua casa. Como a dois dias, ela se encontrava em um café. Fora convite de Joseph sair para um novo encontro. Ficaram tanto tempo conversando no outro dia que eles pareciam se conhecer há tempos e não apenas desde quarta feira.


 

Joseph já estava lá quando ela chegou, nervoso. E se ela não viesse? E se ela não tivesse gostado dele? Mas todas essas dúvidas incabíveis foram esquecidas pelo rapaz assim que avisou Elizabeth entrando no pequeno lugar e procurando por ele.


 

Logo, ela visualizou Joseph numa mesa ao fundo. O sorriso que deu assim que o viu foi grandioso, digno de cena de filme, digno de moça apaixonada. O sorriso que Joseph abriu em resposta também não ficava para trás; a dois dias ele não tirava mais aquele sorriso, aquela mulher da cabeça!


 

Eu entrei esperando que você se atrasasse

Mas você chegou cedo e você se levantou e esperou

Eu caminhar até você.

Você puxou minha cadeira e me ajudou a sentar

Você não sabe o quão gentil isso é

Mas eu sei


 

Assim que ela chegava relativamente perto da mesa em que estava, Joseph se levantou num pulo, fazendo o coração de Elizabeth se acelerar ainda mais com o gesto que veio a seguir. Quando ela ia puxar a cadeira para sentar, ele delicadamente a interrompeu, puxando ele mesmo a cadeira para Elizabeth. Ela sorriu em agradecimento, pensando em quão demasiado fofo era aquele pequeno gesto.


 

Os dois logo engrenaram uma conversa, sem nenhum assunto em especifico. Falavam desde esportes à paz mundial. Joseph soltava algumas piadas que não tinham a menor graça, mas Elizabeth via-se impossibilitada de ficar séria, vendo a expressão na face do homem a sua frente tão ansiosa por aprovação.


 

E você joga sua cabeça para trás

Rindo feito uma criança

Eu acho estranho o fato de você me achar engraçada porque

Ele não achava

Eu tenho passado os últimos oito meses

Pensando que tudo o que o amor faz

É quebrar, queimar e acabar

Mas em uma quarta-feira, em um café

Eu vi começar de novo



 

–Do que você está rindo? –Elizabeth perguntou curiosa, observando o quanto era bom o som da risada de Joseph. Ah, ela nunca se cansaria de ouvir aquele som, tinha certeza.


 

Joseph parou de rir imediatamente, mas deixando ainda seu sorriso torto no rosto. Por um momento, só ficou observando à mulher a sua frente e pensando no quanto ela era linda, meiga e tremendamente divertida.


 

–Você. É engraçada. –Elizabeth revirou os olhos, claramente achando que ele estava mentindo.


 

–Não me iluda. Eu sei que sou chata. –Joseph se surpreendeu ao ouvir aquilo e, ao ver que ela falava sério, colocou sua mão sobre a dela, que estava em cima da mesa, ganhando a atenção da moça.


 

–Você é qualquer coisa, menos chata. Você, Elizabeth, é a mulher mais interessante que eu já conheci. –Elizabeth se assustou com a intensidade do olhar que Joseph lhe lançava e, mais surpresa ainda, por ver a verdade estampada lá. Ele não estava mentindo para ela, muito menos a enganando.


 

Como isso era possível? Thomas sempre reclamava por ela falar demais sobre assuntos desinteressantes, mas Joseph era totalmente o oposto...


 

Bem, já era a hora de parar com comparações, certo?


 

Você disse que nunca conheceu uma garota

Que tem tantos CD’s do James Taylor quanto você

Mas eu tenho

Nós contamos histórias e você não sabe

Por que eu começo a ficar tímida

Mas eu sei


 

–Então, -ele mudou de assunto –Qual seu cantor favorito? O meu definitivamente é James Taylor. –A boca da moça se abriu pela surpresa, mas logo sorriu.


 

–Com certeza James Taylor é meu cantor favorito. Tenho todos os discos dele. –Elizabeth murmurou orgulhosa.


 

–Sério? Até as edições de colecionador? Tipo, tudo mesmo? –Ele estava impressionado.


 

–Sério. Eu sou uma grande fã desse cara e obcecada por coleções completas. Enquanto não tivesse todos não sossegaria. –Joseph jogou a cabeça para trás novamente, rindo. Quem diria que alguém iria ter mais discos do James do que ele, uh? Elizabeth só o impressionava mais a cada dia.


 

–Que bom pra você. Eu nunca consegui achar os primeiros discos dele. Acho que você deu mais sorte.


 

–Você quer ir lá em casa ver minha coleção? Quer dizer, se você não colocar os olhos nos meus bebês, é claro.


 

Ele sorriu pela décima vez no dia. Elizabeth estava convidando-o para visitar sua casa. E ele não conseguia conter a felicidade em ouvir esse convite.


 

–Claro, eu iria adorar. Estou curioso para saber onde uma moça tão linda como você se esconde. –Elizabeth corou devido ao elogio.


 

–Eu não me escondo.


 

–Ah, se esconde sim. Como eu demorei tanto tempo pra achar você?


 

E nós caminhamos pela quadra, até meu carro

Eu quase menciono ele

Mas você começa a falar dos filmes

Que sua família assiste todo natal

E eu quero falar sobre isso

E pela primeira vez

O que passou, passou


 

Elizabeth queria dizer à Joseph que não era bem assim. Ela não andava escondida, apenas caindo na ilusão de um babaca. Mas decidiu ficar quieta, pois não valia a pena falar de Thomas, não mais.


 

Por mais que ela estivesse com medo, Elizabeth não podia negar: estava apaixonada por Joseph. Pelo seu jeito educado, pelo seu sorriso... Por tudo. E quando ele começou outro assunto aleatório com ela, falando sobre a família dele, ela percebeu que o passado havia ficado para trás.


 

Joseph não era Thomas. O amor não machucava ninguém, as pessoas sim.


 

Assim que chegaram ao carro dela, Joseph segurou sua mão e a puxou delicadamente para mais próxima dele. E, sem conter seu desejo, juntou seus lábios aos dela.


 

Os dois logo começaram a se beijar com intensidade, com sentimento, com paixão. Ali, naquele beijo, Joseph percebeu que não poderia mais ficar sem aquela mulher em sua vida. E Elizabeth, percebeu que era impossível não estar apaixonada por aquele homem e que, agora já era tarde demais.


 

Ali, naquele beijo em frente ao carro dela, numa calçada qualquer, Elizabeth viu tudo recomeçar de novo.


 

Só que dessa vez, seria realmente verdadeiro. E não teria fim. Nunca.


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Notas finais do capítulo

E aí, mereço reviews?
Me digam o que acharam, por favor ;)