O Choro Das Ninfas escrita por Pessoana33


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, Vocês abandonaram-me? :s



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Warner

Sinto o odor do desespero, é um amargo cheiro. Ouço cantigas do medo. Gritos entoam em meus ouvidos. Ainda nem sequer tenho um pé dentro daquela sala, e consigo ouvir e sentir os sentimentos amargurados de quem sofre. Já estou habituado este tipo de desespero, porque durante todos estes anos aprendi afligi dor.

Abro a porta do inferno de alguém.

Os gritos não me incomodam.

E não me importo com quem possa estar a sofrer.

Sofrimento, dor, desespero, angústia fazem parte dos meus dias.

Realmente, não há nada de humano em mim.

Procuro o senhor Ermeson no meio de todos aqueles soldados.

– Senhor Ermeson.- Paro em frente do meu sogro, e ele sorri com prazer estampado em seu rosto. Acho que ele está se a divertir com pobre mulher que teve o azar de o conhecer. Se ela tiver sorte morrerá em poucas horas.

– Warner, você chegou numa boa hora.- Aquele tom perverso de sua voz me incomoda, mas deixo isso para lá, e olho para o pedaço humano ou que ainda resta dele, estendido no chão, encharcado de sangue. Mal consigo ver seu rosto, por causa dos hematomas, e suas feridas vermelhadas e amareladas estendem por todo o seu corpo. Pergunto como ela era, antes de todas essas feridas e hematomas?

Não consigo ver os seus olhos, porque ela os fecha, e eles estão tão bem fechados, que nunca saberei de que cor eles são.

Os soldados cobrem a minha vista, e não consigo mais vê-la. Eles são os predadores e ela é presa. Pobrezinha, ela será despedaçada. Reduzida a nada.

– Desculpe Senhor Ermeson, eu não sabia que você estava ocupado. Voltarei noutra hora.- Digo calmamente, e me afasto dele, porque tenho mais do que fazer do que ficar por aqui a assistir a esse deprimente espectáculo.

Quando estava prestes a sair pela porta, ouço o meu nome sussurrado na boca da mulher desmanchada em sangue. Paro. Olho para ela, e não consigo ver seus olhos, eles continuam fechados, mas sei que ela é mesma mulher que eu desejo todas as noites deitada em minha cama. Ela é Juliette.

Paraliso. Sua voz arrasta-se num gemido deformado. Fecho a minha mão em punho, e quase quebro-a. Giro nos meus calcanhares, e apresso o meu passo. Derrubo alguns soldados que entram no meu caminho. Paro em frente dos soldados que pontapeiam-na. E parte mais feia de mim, anseia por mata-los da forma mais lenta e agonizante, mas eu empurro essa parte de mim para o fundo sem fim do meu ser. Porque se eu me descontrolar, ela também poderá sofrer as consequências da minha própria loucura.

Esmurro um dos seus agressores, e joelho-me em frente do seu corpo esfarrapado. Nunca na minha vida em tinha joelhado, meu pai dizia que era sinónimo de fraqueza, mas neste momento eu não me importo se sou fraco ou não, só me importo com ela, e não sei o porquê de me importar. A última vez que me importei com alguém já foi há tanto tempo. No tempo em que era um menino. Mas hoje importo – me com ela, e essa sensação é tão familiar.

– O que se passa Warner?- Pergunta o Senhor Ermeson, e posso ouvir a sua desaprovação em sua voz.

– Cale-se e não se aproxime.- Berro, para mante-lo afastado de mim, porque se ele aproximar, eu tenho a certeza que ele não sairá vivo.

– Esse não é o comportamento que um líder deve ter.- Ele continua com o seu tom de superioridade.

Retiro arma escondida do meu casco, e disparo na testa de um dos seus soldados, ele cai duro no chão e sem vida.

– Essa bala era para si Senhor Ermeson, se você não conseguir manter essa sua boca fechada a próxima será dirigida a si. É o meu último aviso.- Berro mais alto para que ele perceba que eu não estou a brincar.

Ele murmura qualquer coisa, mas eu deixo de ouvi-lo, e ouço respiração fraca de Juliette.

Seguro firmemente o seu lindo rosto destruído, ensanguentado, inchado, e negro devido aos dias de maus-tratos. Ela não parece ela. E a raiva espalhasse para todos os cantos do meu corpo, e chega queimar. Eu quero matar todos eles, e tenho inúmeras formas de o fazer.

– Você consegue tocar nela. – Ouço a voz surpreendida de Ermeson.

– Cale-se.- Berro com ferocidade, e ele fica em silêncio.

Ela chora em minhas mãos, e algo dentro de mim quebra-se.

– Olha para mim, Juliette.- Exijo ver os seus belos olhos, mas eles continuam fechados, ela não quer que eu os veja. – Olha para mim.- Ela abre-os, mas não me vê. – Eu vou tirar-te daqui, mas por favor não feches os olhos.- Minhas palavras saem desesperadoras.

Os olhos dela pesam. A respiração falha. Ela está morrer bem á minha frente, e não posso fazer nada.


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Notas finais do capítulo

Estou tão triste, e sem ânimo para escrever (como deu para perceber pelo o tamanho deste Capítulo). Parece que ninguém lê, isso me entristece.
Acho que vou abandonar esta história por um tempo, (tenho outras histórias em minha cabeça, e eu quero escreve-las).
Desculpem (...)