Mistakes escrita por SayakaHarume


Capítulo 4
Capítulo 03 — Everything Has Changed


Notas iniciais do capítulo

Hey galera! Faz tempo que não apareço, não é? Sinto muitíssimo, vida de universitária que mora fora da cidade natal não é fácil. Sinto sua falta, mãe!
Esse episódio fala um pouco de basebol, então, pra quem não conhece bem o esporte e ficar confuso, apesar de eu ter tentado não usar muitos termos técnicos, aí vem um vídeo explicando as regras: http://www.youtube.com/watch?v=R8_vY5mVOIY
E aqui explica os campeonatos nacionais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Major_League_Baseball
E a música do Capítulo: http://letras.mus.br/taylor-swift/everything-has-changed/#traducao
E agora essa fanfic tem uma Beta oficial! Pessoas, palmas para Last Rose of Summer, ID da linda pessoa que está praticamente salvando minha vida betando essa fic



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Mistakes

Autora: Iamela Freitas

— Capítulo 03: Everything Has Changed —

— Anos Atrás —

O domingo chegou como sempre cheio de preguiça, ainda mais para aqueles que tinham ido a alguma festa na noite anterior. Para Annabeth não foi diferente, já passava do meio-dia quando ela resolveu sair da cama. Desceu até a cozinha, parando apenas para cumprimentar o pai que estava trabalhando no escritório. Pelo silêncio da casa, podia presumir que seus meios-irmãos ainda não tinham voltado do treino de futebol, e sua madrasta devia estar lá com eles.

Então, se sentiu perfeitamente à vontade para comer um pedaço enorme de bolo de chocolate sem se preocupar com ninguém reclamando sobre como aquilo não era uma refeição saudável para começar o dia. Sentou-se no balcão e balançou as pernas, como se acostumara a fazer desde criança, e aproveitou o silêncio e a quietude.

Sem motivo algum, lembrou-se daquele par de olhos verdes e sorriu. Era tão estranho ter precisado levar uma bronca de um quase estranho sobre seu relacionamento mas Percy parecia ser um cara legal, apesar da aparência de encrenqueiro. Ela queria ser amiga dele e algum dia, devolver o favor.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do telefone. Annabeth desceu do balcão, foi até a sala e atendeu enquanto se jogava no sofá.

— Alô? — A loira disse em um tom preguiçoso.

— Diga que me ama. — Silena ignorou qualquer cumprimento e iniciou a conversa assim.

— Te amo. — Annabeth riu. — Mas por que, dessa vez?

— Porque consegui ingressos pra gente assistir ao jogo dos Yankees! — Silena gargalhou gostosamente. — Você tem meia-hora pra chegar aqui.

— Espera, quer dizer o jogo de hoje? — Annabeth Chase se pôs de pé, sem acreditar. — Eu vou ver os Yankees darem uma surra nas garotinhas do Red Sox? Mas os ingressos estavam esgotados!

— Aparentemente, foram presentes do pai do Percy, que é tão maluco por basebol quanto você. — Disse distraidamente do outro lado do telefone. — Bianca e Nico têm que ir a uma reunião de família, e isso junto com outro ingresso que Percy tinha sobrando, dá pra levar você, Piper e eu.

— Mas como exatamente você conseguiu isso? — Annabeth perguntou já subindo pro quarto. — Que eu saiba, você não fala muito com Percy.

— Bem, realmente não. — Silena parecia encabulada. — Mas Charles é um grande amigo dele.

— Eu sabia que aí tinha coisa! — Riu já abrindo o guarda-roupa e pegando sua camisa dos Yankees, além do seu boné, um dos poucos presentes que tinha recebido da mãe. — Vou me arrumar e já chego aí!

— Vem rápido, o metrô hoje vai estar uma loucura e não temos muito tempo!

— Até logo. — Annabeth se despediu e jogou o telefone na cama e depois entrou no banho.

Minutos depois já descia as escadas novamente, ainda calçando os tênis, usando um short jeans e uma regata branca. Como estava com as mãos ocupadas amarrando os sapatos e descendo a escadaria pulando em um pé só, segurava com a boca a camisa dos Yankees, que só vestiria quando chegasse ao estádio, já que o clima estava quente.

— Annabeth? — Frederick Chase saía naquele instante de seu escritório e se deparou com aquela situação estranha.

— Silena conseguiu ingressos pra Yankees contra Red Sox, estou indo, e não volto tarde! — A garota passou voando pelo pai, já com a camisa nas mãos e pegando suas chaves em cima da mesinha ao lado da porta da frente.

— Não seja presa. — Frederick aconselhou ainda sem entender muita coisa.

— Não serei! — Annabeth gritou já do lado de fora.

Praticamente correu para a casa de Silena enquanto digitava uma mensagem para Luke, avisando que estava indo ao jogo. A jovem era fã dos Yankees desde pequena, por influência da mãe. Ainda que não falasse mais com Atena, Annabeth nunca deixaria de ser uma Yankee.

Chegou quase sem fôlego e encontrou as duas amigas acompanhadas de Jason, Beckendorf, Leo e Percy.

— Sabe, Annabeth, você tem que lembrar de vez em quando que você precisa estar viva pra assistir (a) um jogo de basebol. — Piper disse ao ver o estado da amiga.

Percy riu por um momento.

— Piper, um jogo do Cleveland Indians contra Detroit Tigers pode ser chamado de “jogo de basebol”. — Percy disse ainda sorrindo. — Hoje, é New York Yankees contra Boston Red Sox. Isso é um nível totalmente diferente.

— Venho falando isso desde que nasci! — Annabeth afirmou ainda levemente ofegante. — Finalmente alguém que me entende!

— Por que eu acho que foi um erro reunir esses dois? — Beckendorf tentava sufocar o riso.

— Porque juntar Chuck, o boneco assassino, e Fred Kruger em uma sexta-feira treze faria menos estrago. — Leo respondeu com seu costumeiro tom brincalhão.

— Então, gente, podemos ir? — Jason olhava o relógio enquanto falava. — Ainda temos que pegar a Reyna.

As três garotas, como boas melhores amigas que eram, se entreolharam com uma só pergunta: Quem diabos é Reyna?

— Ela não ia encontrar a gente no estádio? — Percy estranhou.

Jason apenas deu de ombros.

— Então vamos. — Charles tomou a dianteira, e o grupo de adolescentes o seguiu.

O grupo basicamente se dividiu entre os que discutiam o que fazer depois do jogo, e Percy e Annabeth, que discutiam estatísticas do campeonato, a chance dos Yankees ganharem a Liga Americana e chegarem a Série Mundial.

— Mas como você se tornou um fã dos Yankees? — Annabeth perguntou em um certo ponto do caminho.

— Meus pais se conheceram em um jogo contra os White Sox. — Percy respondeu. — Enquanto eles estiveram juntos, eles sempre iam, aonde quer que fosse o jogo. E você?

— Por causa da minha mãe. Assistíamos juntas os jogos pela televisão. — Annabeth não quis entrar em detalhes ou revelar que sua mãe tinha, sem muita cerimônia, se mudado para Seattle e não dava muitas notícias.

Percy ficou pensativo por uns minutos, mas não falou nada. Talvez ele não tivesse entendido, mas resolveu não perguntar. A loira sentiu vontade de rir, mas se sentia grata. Para não ficar um silêncio constrangedor, resolveu mudar depressa de assunto.

— Então, quem é Reyna? — Perguntou de um jeito desinteressado. — Ela não estuda na nossa escola, estuda?

— Não, ela está em uma escola no Bronx. É uma... amiga de Jason, acho. — O garoto franziu a testa. — Ela é legal. — Deu de ombros, não dando muita importância pro assunto. Então, de repente, ficou meio encabulado, e começou a olhar para o chão com as mãos nos bolsos, chutando uma pedrinha. — Ah, nem perguntei antes, mas... como você está? Tipo... depois da festa?

— Acho que está tudo bem. — A loira deu um meio sorriso. — Ainda temos muitas coisas a acertar, mas vai dar tudo certo. Você ajudou muito.

— Espero que ele não seja idiota a ponto de deixar uma garota fã dos Yankees escapar. — Percy disse impulsivamente

Annabeth o olhou surpresa e o garoto sentiu a ponta de suas orelhas esquentarem. De alguma forma, o que ele disse tinha soado meio estranho. Aliás, estarem apenas os dois caminhando mais atrás do grupo era meio estranho. Parecia um...

— Então, esqueci de perguntar pro Jason onde vamos encontrar a Reyna. — Ele tratou de arrumar uma desculpa para se reunir ao grupo.

Annabeth ainda ficou uns instantes parada ali, mas então se pegou sorrindo. Sacudiu a cabeça e correu atrás de Piper. As duas, junto com Silena, se afastaram um pouco mais na frente e ficaram comentando sobre Reyna, que já tinha a total desconfiança de McLean.

E a loira não percebia os olhos verdes que de minuto em minuto caíam sobre ela.

–x-x-x-

O estádio estava lotado. Percy e Annabeth aparentemente tinham esquecido a pequena cena desconfortável de mais cedo e juntos gritavam com outros torcedores. Leo se unira a eles em certo momento, porque os juízes com certeza estavam tentando boicotar os Yankees. Além disso, o arremessador deles estava tendo uma péssima performance.

— Quem deixou esse bebê chorão entrar em campo? — Annabeth estava para arrancar os próprios cabelos.

—Qualquer idiota jogaria melhor! — Percy já estava rouco.

Enquanto isso, Charles e Silena conversavam com esforço por causa do barulho em volta, e Jason tentava lidar com Piper e Reyna, que disputavam sua atenção.

O jogo continuava e logo era a vez dos Yankees rebaterem outra vez. Foi com alívio e euforia que os torcedores assistiram ao primeiro Home Run da partida. Annabeth se jogou em Percy, e os dois pulavam abraçados enquanto o estádio rugia ao redor deles.

E então aconteceu um desses estranhos momentos em que o resto do mundo fica mudo, e uma bolha se forma em torno, separando-os de todo o resto. Eles apenas ouviam a comemoração um do outro. Corações pulsando rápido pela adrenalina, mas estranhamente em câmera lenta. Os dois se afastaram sorrindo, e se entreolharam. A bolha ainda estava ali. Os dois pareciam surpresos, mas mantinham as mãos unidas. Tinham esquecido de onde estavam. Até que Jason pulou com os braços em torno dos ombros de Percy e Leo, em meio a comemoração, e a bolha estourou. Percy se deixou levar pelos amigos, mas ainda olhou mais uma vez para Annabeth, que estava parada estupefata.

–x-

Os adolescentes riam e brincavam em uma lanchonete perto do estádio, depois do jogo, comemorando a vitória dos Yankees. Percy e Annabeth inconscientemente evitavam ficarmuito próximos. A garota ficava perto de Piper, e ele praticamente seguia Leo pra todo lado, tentando não pensar no que acontecera no estádio. Até que em um momento o Valdez puxou-o para perto de uma máquina de refrigerante.

— Ei, por que esse grude todo? — Leo perguntou cruzando os braços. — Eu sei, sou irresistível, e fico muito lisonjeado, mas você não faz meu tipo.

— De onde você tirou isso? — Disse por fim, depois de um longo silêncio.

— Sério, cara, precisamos trocar seu processador interno. — Leo estapeou a própria testa. — Você faz o ATmega de 24MHz parecer um Intel Core.

Percy apenas olhou para o amigo, claramente sem entender.

― São dois processadores de compu... Ah, esquece. — Sacudiu a cabeça. — Aconteceu alguma coisa? Sério, você me seguindo tá estranho.

Percy lançou um olhar para Annabeth, e por um segundo ele teve a impressão que ela virou o rosto rapidamente, como se não quisesse ser pega olhando pra ele, mas ele espantou tal ideia de sua mente.

— Eu não sei, Leo. — Disse por fim, novamente encarando-o. ― Rolou uma coisa estranha durante o jogo... entre eu e a Annabeth.— Ele falava sem muita confiança, incerto. — Mas ela tem namorado. É um idiota até onde eu sei, mas é namorado dela. Deve ser coisa da minha imaginação, esquece. — Percy sacudiu a cabeçae bagunçou o cabelo energicamente.

— Milhares de garotas solteiras em Nova Iorque e você vai se interessar logo por uma comprometida? — Leo começou a gargalhar.

— Olha só quem fala. — Percy cruzou os braços, sorrindo sarcasticamente ao ver a gargalhada do outro morrer.

— Ei, vocês dois! — Ouviram Jason chamando e, ao se virarem, perceberam que o grupo já estava se levantando para ir embora. — Estamos indo, vão ficar?

Os dois se reuniram ao grupo, se retiraram da lanchonete e caminharam debaixo do céu alaranjado pelo sol poente. Reyna se despediu em um certo ponto, já que ela não precisava pegar o metrô para ir pra casa, e apesar do oferecimento de Jason, dispensou que eles lhe acompanhassem. Piper ficou visivelmente desconfortável e passou a maior parte do tempo conversando com Annabeth; Charles e Silena trocavam informações sobre pessoas que conheciam em uma cidade que eles já haviam visitado e Leo e Jason decidiam o que jogariam no videogame quando chegassem em casa.

Percy andava um pouco atrás do grupo, de onde podia observar a garota de cabelo loiro e cacheado. Desde que ninguém percebesse, não precisava se preocupar em se sentir culpado.

–x-

Annabeth se despediu do grupo quando chegaram à rua onde a maioria morava, afastou-se rindo dos gritos de Leo que dizia que definitivamente dessa vez daria uma surra em Percy durante a partida de Mario Kart. Interrompeu sua risada ao lembrar do que acontecera no estádio. Quando encarou aqueles olhos verdes, sentiu-se afundando no mar tranquilo, sentiu uma calma tão grande que poderia sorrir. E, sem perceber, era o que fazia no momento.

Depois veio a culpa. Ela era comprometida e estava se esforçando para que seu relacionamento funcionasse. Uma coisa era achar outro garoto bonito, e outra completamente diferente era ter aquelas sensações. Afastou uma mecha de cabelo que caía em seu rosto e olhou para o céu, distraidamente, enquanto andava. Provavelmente aquilo só acontecera porque se manter com Luke a cansava emocionalmente, por causa de todas as dúvidas. Fora um momento de tentação e de fuga da realidade, mas ela rapidamente retornara e nenhum dano fora causado. Só precisava chegar em casa e dormir e, no dia seguinte, tudo voltaria ao que era.

— Annabeth! — Ouviu Percy chamando-a antes de se virar e vê-lo correndo até onde estava parada.

“Oh, não.” Foi o pensamento dela.

— Já tá ficando tarde, eu te acompanho até em casa. — Disse ofegante, depois de parar na frente da garota.

Ele não sabia por que cedera àquele impulso e correra atrás dela, ainda mais agora que estava ali. Não sabia direito o que fazer e o que dizer, e tinha uma peculiar vontade de bater sua cabeça no poste até que seus pensamentos começassem a fazer sentido.

— Obrigada, mas não precisa se incomodar. — Annabeth disse educadamente.

— Tudo bem, vencer o Valdez já tá ficando entediante mesmo. — Ele sorriu de lado.

Em um acordo mudo os dois começaram a caminhar. Trocaram amenidades sem importância como clima, tarefas escolares e o que provavelmente seria servido no refeitório da escola no dia seguinte. Depois Annabeth divagou sobre as constelações que se revelavam no céu, até que disse:

— E até parece engraçado, pelo menos pra mim. A gente agrupa essas estrelas em constelações, mas elas estão à milhões e milhões de quilômetros uma da outra. — Sorria calmamente para o céu.

— Vendo desse ponto de vista, acho que você parece uma estrela. — Percy disse sem pensar. Só quando a jovem ao seu lado se virou pra ele confusa, ele se deu conta. Sentiu seu rosto esquentar enquanto se obrigava a explicar. — É que lembrei de ontem, você falando sobre seu namoro. Vocês tentam ficar juntos, mas... estão distantes um do outro. — Ele trocou de peso de um pé para o outro, nervoso. — Esquece, besteira minha.

— Acho que você não está muito errado. — Disse em voz baixa, sorrindo para o chão. Mas antes que pudesse receber uma réplica, parou de andar. Tinham chegado ao seu destino. — Eu moro aqui. Obrigada por me acompanhar.

— Não foi nada. — O garoto deu de ombros, as mãos nos bolsos.

Annabeth encarou os olhos verdes mais uma vez e, novamente, teve a sensação de mergulhar no mar tranquilo. Ela não podia negar, sentia-se muito curiosa em relação àquele que estava na sua frente. E por isso se deixou levar pelo impulso que a fez dar um passo a frente e passar seus braços ao redor da cintura dele. Por um instante alarmante, Percy ficou estático, mas por fim correspondeu ao abraço, colocando um dos braços ao redor dela e com a mão livre fez um carinho no cabelo loiro.

“Quente.” Foi o pensamento conclusivo de Annabeth.

— Dias de hoje —

Annabeth entrou cansada em casa e colocou seu casaco no cabide do hall de entrada. Demorou alguns segundos para perceber a jaqueta masculina pendurada ali também. A mulher então se apressou a entrar na sala, chamando pela filha.

— Mãe! — Audrey veio da cozinha, o rosto sorridente, irradiando felicidade. Annabeth viu o lápis na mão da filha e se acalmou, imaginando que algum colega de sua menina tinha vindo estudar. — Você nunca vai adivinhar quem apareceu aqui e tá me ajudando com meu trabalho sobre Crustáceos!

— Ah, Audrey, eu aprendi a muito tempo a nunca apostar contra sua mãe. — A Chase congelou ao ouvir aquela voz e foi sem respirar que ela o viu surgir da cozinha, sorrindo tranquilamente demais.

Mas ela o conhecia, e os olhos verdes estavam como o mar raivoso durante uma tempestade.

— Percy... — Ela sussurrou sem esboçar emoção alguma.

— Quanto tempo, não é? — O sorriso dele se mantinha, mas de alguma maneira sua expressão era dura, denunciando o quanto ele estava se esforçando para não mostrar o que tinha por trás daquela máscara.

— Eu vou deixar vocês conversarem. — Audrey estava alheia à tensão que se instalara ali. — Obrigada pela ajuda, Percy. — Ela para o homem, e Annabeth viu a expressão dele mudar para aquele sorriso satisfeito e feliz que conhecia bem.

— Qualquer coisa, é só me pedir. — Ele disse, os olhos percorrendo o rosto da filha que demorara tanto a achar, mas que, de certa forma, ainda não reencontrara.

Audrey foi à cozinha apenas pegar o material e depois passou correndo para o quarto. Ainda demorou poucos instantes para que alguém se pronunciasse na sala.

— Então... Austrália. — Percy disse vagamente. — Achei que tínhamos um acordo, mas eu já devia ter notado que você é especialista em fugir com a minha filha.

— Nossa filha. — Annabeth disse com a voz dura, indo para seu escritório, ouvindo os passos de Percy, indicando que ele a seguia.

— Ah, agora ela é nossa. — A voz dele era retorcida pela fúria e ironia. — Não pareceu que você achava isso quando sumiu quinze anos atrás.

— Você não sabe por que eu tomei aquela decisão! — Annabeth se virou pra ele enquanto Percy fechava a porta do escritório.

— Naquele tempo foi o que eu mais me perguntei. — Ele se aproximou, os olhos duros. — Me perguntei o que eu tinha feito de errado pra você fugir assim. O que tinha acontecido. Mas depois essas perguntas perderam a importância.

A Chase fechou os olhos, tentando sufocar a culpa crescente. Tentara evitar pensar no sofrimento que causara, mas agora não havia como fugir. Todas as feridas que ela infligira seriam jogadas na sua cara, e era merecido.

— Eu tentei fazer o melhor... — Ela começou a falar, mas foi interrompida.

— O melhor pra quem? Só se for pra você! — O homem rebateu. — Desde o dia em que descobrimos sua gravidez, eu nunca te abandonei. Eu não tive dúvidas. Eu queria ficar ao seu lado. Você não precisaria passar por nada sozinha. Então me poupe de histórias de como foi difícil ser mãe solteira, por que sei que isso vai vir em algum momento. Foi sua escolha. Foi sua escolha criar a Audrey sozinha, e foi sua escolha ignorar as minhas!

Annabeth mordeu o lábio inferior.

— Eu nunca quis magoar você. — Ela disse com sinceridade. E ele podia ver isso, pois a conhecia.

— E o que achou que ia acontecer quando partisse? — Percy ficou a um passo de distância dela, e encarou os olhos cinzas sem vacilar. — Eu te amava, Annabeth. Esse é o pior de tudo. Eu te amava, mas você nem se importou. E eu amo a Audrey, a amei desde o começo. E você a tirou de mim.

Annabeth queria pedir desculpas. Queria tirar aquela mágoa daqueles olhos, mas ela sabia que ser perdoada era impossível. Se sentou lentamente em uma cadeira que ficava de frente para sua mesa. Escondeu o rosto nas mãos.

— Por que não contou a ela? — Perguntou ainda na mesma posição. — Teve a oportunidade perfeita.

— Escute, eu quero e vou lutar pela guarda da Audrey, mas eu não vou tirar você da vida dela. Eu não vou ser como você. — E aquela declaração foi como um tapa na cara. — Sem falar que foi sua decisão, cabe a você lidar com ela.

A loira se levantou muito cansada. Emocionalmente, pelo menos. Olhou para Percy e se permitiu por alguns instantes sentir o que a presença dele causava depois de muitos anos. Alegria, medo, proteção e dor. Muita dor.

— Você se tornou um ótimo homem, Percy. — Foi a última coisa que ela disse antes de sair para encarar a filha.


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Notas finais do capítulo

Então, eu tenho a fic praticamente toda planejada na minha mentezinha caótica! O que dificulta minha vida são os trabalhos e o fato que só terei férias depois de Março. Legal, né? -sqn
Então, queria falar com vocês de casais secundários. Eu pessoalmente sou Percabeth, Liper, Frazel, Jasico e Charlena. Acho que a maioria aqui é Jasiper. Não tenho nada contra o casal, mas Liper é tão cute! Sinceramente, eu não consigo escrever Jasiper, desculpem, mas Liper fica. O único que é negociável é Jasico, já que gosto por yaoi é outra coisa. No caso, eu posso trocar por Jeyna, se for fazer vocês felizes. Digam nos comentários ou por MP!
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