As Cores escrita por Isabell Grace


Capítulo 19
Nas Alturas


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Capítulo novo pra vocês. Eu particularmente acho que esse é o meu favorito até agora, vocês vão ver por quê.
Eu vou viajar essa semana, sexta-feira, então na quinta eu posto outro antes de ir. Bom, eu espero que estejam gostando e não deixem de comentar. Beijos,
Isabell



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Teria sido um presente perfeito, se Thalia não tivesse dado um grito e agarrado em meu corpo.

– Qual o problema? – perguntei.

– É muito alto.

– Você tem medo de altura? – ela apenas balançou a cabeça, com vergonha de confessar. – Achei que não tivesse medo de nada.

– Você achou errado. – ela respondeu ainda agarrada em mim. Estava tremendo.

– Me desculpa. Eu não sabia. Se soubesse não tinha trago você aqui. Você odiou, não é? – eu tentava fazer com que ela me soltasse aos poucos, mas ela continuava segurando-se, como se dependesse disso pra não cair.

– Não Luke, eu adorei, é sério. Isso aqui é muito legal, e apesar do meu medo de altura, dá uma sensação de conforto. Como se eu estivesse próxima de alguma coisa importante, você entende?

– Entendo. – respondi – Acho que sinto o mesmo.

–Além disso, – ela continuou – foi muito legal o que você fez por mim. – eu sorri pra ela. – Só, por favor, Luke, não me deixe cair.

– Eu não vou deixar, eu juro. – eu segurei com força nas mãos dela e descolei seu corpo do meu. – Tá tudo bem, eu vou te segurar, não tenha medo. Sou seu melhor amigo, lembra? – então a aproximei um pouco mais da grade e me coloquei atrás dela, prendendo meus braços envolta de seu corpo.

– Luke... – ela tentou falar, mas interrompi.

– Eu estou te segurando. Você não vai cair. – eu dizia, tentando acalma-la. – Não se concentre no seu medo. Concentre-se em mim e no quanto New York é maravilhosa sob uma camada de neve. Não é lindo?

– É sim. – ela dizia e parecia mais calma. – É lindo.

– Eu disse. É só se concentrar na beleza.

–Luke, obrigada por tudo isso. Você é o melhor... – ela engoliu em seco – amigo do mundo. E esse é o melhor presente de todos.

– Não está mais com medo?
– Não. Graças a você. – Thalia respondeu – Eu acho que se algum dia eu tivesse que voar, estaria tudo bem, se você estivesse comigo.

Lá se vai a garota dos olhos eletrizantes e sua capacidade de me deixar mais vermelho do que a roupa do Papai Noel. Ela devia saber que eu não consigo reagir a esses elogios.

Honestamente, você consegue acreditar que nós demos a volta no mundo enquanto ele estava dormindo? – eu cochichei no ouvido dela, fazendo a mesma pergunta de uma letra da canção da banda Paramore, que ela estava escutando nos fones enquanto subíamos para cá.

Ela sorriu e continuou a letra da música:

Eu nunca trocaria por nada, porque eu sempre quis isso.

Ficamos algum tempo lá, admirando a cidade, até que resolvemos descer. Fiz bem em ajudar Thalia a enfrentar seu medo de altura, mas eu não podia abusar, estando em um lugar tão alto por muito tempo com ela. Pegamos o elevador de volta até o primeiro andar e saímos do prédio.

– Sabe de uma coisa. – Thalia falou enquanto andávamos – Eu acho que nós dois merecemos passar um natal como uma família de verdade, em uma casa de verdade. O que acha de irmos pra minha casa velha passar o fim do ano?

– Seria ótimo. – respondi – Mas e os seus vizinhos? Eles não vão estranhar?

– Quem liga para os vizinhos? Eles não chamariam a polícia na noite de natal. E são só alguns dias. Voltamos para rua depois.

– Tem razão. – concordei. – Vai ser legal. Vamos passar no beco e juntar as coisas antes. - ela concordou com a cabeça. – E o último que chegar lá é o perdedor.

Sai correndo e ela veio atrás de mim. Atravessamos toda a Quinta Avenida em uma corrida no meio da neve. Eu estava em vantagem e consegui chegar ao beco primeiro do que Thalia. Quando alcanço o nosso destino e pauso para descansar, apoiando as mãos nos joelhos e retomando o fôlego, Thalia pula em minhas costas, nos derrubando no chão congelado.

– É só isso que você consegue correr, namoradinha do Billie Joe? – eu digo em provocação. Ela bate na minha cabeça e diz:

– Não valeu, você saiu primeiro e eu não estava preparada.

– Isso não é desculpa. Você perdeu.

– Vai ter revanche. – ela ameaçou.

– Legal, mas será que você pode fazer o favor de sair de cima de mim?

– Não. Você é o maioral, não é? Tire-me daqui então. – ela desafiou – Vamos ver se você ganha essa também.

Eu dei um sorriso e em um rápido movimento, a fiz rolar pela neve, trocando nossas posições e prendendo seus braços e pernas, imobilizando-a. Agora eu estava por cima dela e a encarava com um sorriso de vencedor no rosto.

– Ganhei de novo. – falei.

– Eu deixei você ganhar. –ela retrucou.

Olhei para baixo e ri.

– Quando vai admitir que sou o melhor?

– Nunca. – ela disse sorrindo.
Seus olhos azuis hipnotizantes e aquele sorriso encantador formavam um conjunto que me deixou paralisado. Por um momento, ficamos em um estranho silêncio constrangedor, porém agradável. Eu encarava aqueles olhos e mal pude perceber que eu me aproximava cada vez mais dela.

É, a gente ia se beijar. Se não tivéssemos sido interrompidos pelo barulho de um choro.


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