When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 4
Entre Dois Mundos


Notas iniciais do capítulo

Olá mais um capitulo espero que gostem!



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Em Los Angeles


Caspian desceu as escadas do metrô com as mãos nos bolsos do seu sobre tudo preto e se dirigiu as proximidades das linhas do mesmo. Ele se prostrou de pé ao lado de um senhor que lia tranquilamente um jornal daquele mesmo dia. Ao ver que o rapaz ao seu lado tentava ler o que estava estampado na página de esportes o senhor sorriu gentilmente e estendeu tal pagina para o moreno:

– Pode pegar! –disse o senhor.

– Ah, obrigado! –Caspian sorriu e retirou as mãos dos bolsos. – Eu só queria saber quem ganhou o ultimo jogo!

– Foram os Lakers! Fizeram um ótimo jogo, aliás. –disse o velho senhor de boina.

– Estava contando com isso. –sorriu simpático.

Ambos seguiram com a conversa descontraída enquanto liam até que o metrô se aproximou no qual ambos entraram. Enquanto o senhor seguia para um lugar vazio a direita do vagão Caspian continuou a esquerda procurando um banco para se sentar. Este escolheu um acento a alguns passos onde duas moças conversavam e trocavam olhares para com o moreno, que percebeu que ambas falavam sobre ele, provavelmente elogiando sua bela aparência. Ele sorriu ao se sentar enquanto as via sorrindo de volta para ele. Assim que o metrô entrou novamente em movimento Caspian desviou o olhar para a janela com alguns pensamentos na cabeça. Alguns minutos depois um homem vestindo um casaco grosso e pesado sentou-se ao lado do rapaz pedindo que este lhe desse um pouco mais de espaço já que Caspian estava com as pernas abertas e espalhadas como era costume. Depois disso o sujeito começou a reclamar de tudo, do dia, da lentidão dos metrôs, da política e da vida. Caspian tentou ser educado apenas mostrando um sorriso amigável, mas acabou por ignorar o homem que apenas parecia querer resmungar sozinho e escorou a testa no vidro da janela vendo as luzes do lado de fora passando rapidamente. Algumas vezes as luzes internas do vagão começavam a piscar quando este passava por certa área da cidade, e depois voltavam ao normal, em um desses momentos Caspian estava com os olhos fechados e por um momento pensou ter ouvido uma voz repetindo seu nome:

– Caspian... –a voz era suave e parecia ser de uma mulher.

O moreno abriu os olhos olhando tudo ao redor, encarou o sujeito ao seu lado que estava com fones de ouvido naquele instante e depois olhou para as garotas a frente que estavam em silencio olhando para outro lugar qualquer. Sentindo certo desconforto com o que ouvira, o rapaz se levantou e pediu licença para o homem ao lado para que ele pudesse passar sem esbarrar no mesmo. Caspian se afastou do seu banco e começou a caminhar pelo vagão enquanto se segurava nos ferros espalhados ao longo do caminho. As luzes continuavam a piscar deixando o vagão no escuro por alguns segundos, e naquele momento, por um pequeno instante Caspian voltou a ouvir aquela voz, assim o barulho das ondas do mar.

– Volte... –dizia ela.

Já perturbado com aquilo o rapaz voltou a face e os olhos para o lugar de onde vinha tendo a sensação de que aquele som viesse das suas costas. Não havia nada além da visão anterior então novamente as luzes piscaram dessa vez deixando o vagão inteiro sem luz por alguns longos segundos. Caspian continuava a ouvir o barulho do mar enquanto escorava as costas contra um dos ferros no centro do corredor e fechava os olhos tentando mandar aquela voz embora. Alguns minutos mais tarde o rapaz deixou de ouvir tal som e tudo que ouvia era o som leve do vento que naquele momento batia no seu rosto. Caspian abriu os olhos sentindo as costas contra algo mais grosso e de toque espesso. Ao olhar ao redor o moreno se deparou com arvores, muitas delas, por toda parte.

– O... Que? –ele resmungou consigo mesmo. –Mas...

Caspian se afastou daquela arvore onde estava recostado e começou a andar por aquele lugar quase às pressas com o olhar curioso e completamente confuso. Ele andou em passos rápidos olhando tudo ao redor, aquelas longas árvores de troncos finos e galhos extremamente altos que pareciam quase tocar o céu. Ele estava perdido sem saber por onde seguir, e sem sequer ter noção de como havia parado naquele lugar. De repente ele estava em um vagão de um metrô voltando para seu bairro e em outro estava em um lugar cujo mesmo ele jamais havia visto ou estado antes.

– Hey? –ele gritava olhando ao redor. – Tem alguém aí? –ele ouviu o barulho das aves no topo dos galhos. – Meu Deus! Onde é que eu estou? Que lugar é esse? –ele disse passando as mãos nos cabelos médios que naquele momento estavam caindo sobre sua testa.

O moreno vagou por horas e horas a procura de uma saída daquele lugar mas só parecia estar andando em círculos, até que finalmente encontrou um grupo de homens com cavalos que pareciam acampar no centro da floresta. Com muita cautela o rapaz se aproximou espiando primeiramente os sujeitos vestidos de maneira estranha, com botas de cano alto e calças largas, espadas presas a cintura e coletes que pareciam pertencer a uma época medieval. Alguns usavam um tipo de chapéu de metal, ou capacetes como concluiu o moreno. Mas então antes que este pudesse decidir entre pedir ou não ajuda, sentiu uma mão pesada pousar sobre seu ombro e apertar o local.

– Quietinho aí espião. –disse o sujeito de voz rouca e barba por fazer.

Os outros homens riam no centro da floresta e tiveram sua atenção voltada para o soldado que se aproximou dos mesmos carregando o rapaz consigo aos empurrões.

– Quem é este aí? –perguntou um deles em tom sério.

– O achei espiando atrás das árvores.

– Deve ser um informante de Rabadash. –disse um dos homens cuspindo um pedaço de maçã.

– Vamos levá-lo para a rainha. –seguiu um quarto homem.

– Eu não sou espião. –disse Caspian sendo empurrado de joelhos no chão.

– Cale-se informante. –disse um soldado mal encarado. – O que fazia nessas terras então se não é um enviado de Rabadash? Estas terras pertencem à rainha Lucia, não sabe que é proibida a permanecia de qualquer forasteiro por aqui?

– Eu nem ao menos sei do que estão falando... –encarou o rapaz com olhar perdido. – Que droga de lugar é este? Estou vagando há horas e não encontro ninguém. Pra onde foi todo mundo?

– Faça-o se calar... –disse um sujeito alto que parecia ser o capitão do grupo. – Vamos levá-lo até a rainha e ela decidirá o que fazer com este sujeitinho. –este se virou. – Amarrem-no.

– O que? –protestou Caspian tentando se levantar mas recebeu um chute nas costas dos joelhos e caiu com as mãos no chão cheio de folhas secas.

– E amordacem-no também... –continuou o líder.

– Não... –ele tentou se debater ao ver três homens lhe cercando.

Os soldados ataram os pulsos de Caspian sem deixar que este sequer se explicasse e depois amarram sua boca com um pedaço de pano para evitar que ele falasse durante o trajeto até o palácio.


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Notas finais do capítulo

e AÍ? O que acharam?