A batalha contra Rabadash e Tisroc fora vencida pelos narnianos e seus aliados enquanto a rainha Lucia esperava segura em seu palácio ansiosa por noticias de seus soldados, amigos e principalmente por seu amado Caspian. Quando todos regressaram, Lucia já estava ciente do novo posto do homem por quem havia se apaixonado, ela sabia que Caspian era tão rei quanto ela acreditava que ele era todo o tempo e seu orgulho apenas cresceu ao saber que a batalha contra o inimigo fora vencida e liderada pelo mesmo. Assim que regressaram, os narnianos foram recebidos com fortes aplausos conforme mereciam pelo seu árduo trabalho, e sua brava luta da qual saíram vencedores.

– Por Aslam! E por Nárnia! –todos diziam ao ver os soldados passarem pelos portões do reino.

Outro alvoroço também estava espalhado por cada ruela do reino, conforme a rainha avançava sobre seu cavalo branco, acompanhada pelo rei magnífico que vinha logo a sua direita, e seguida pelo novo rei, Caspian que a acompanhava lado a lado a sua esquerda. Todos eram saudados com pétalas de flores de cores diversas e recebiam os boas declarações de vida longa e prospera.

– Vida longa aos reis de Nárnia! –todos diziam.

Houve uma linda celebração para a coroação de Caspian, na qual a própria rainha Lucia depositou sobre sua cabeça uma linda coroa de ouro, cravejada de pedras preciosas. Em seu coração apenas a imensa satisfação de ver seu sonho realizado ao ver o homem por quem esperou toda a vida, ser erguido diante dos olhos de todos como rei. Pouco tempo mais tarde, Caspian de modo Cortez pediu a mão da rainha ao seu irmão mais velho que a cedeu de bom grado. Mais tarde então Aslam regressou a Cair Paravel apenas para dar suas bênçãos ao casamento do rei Caspian com a rainha Lucia. A festa durou dois dias, e todos no reino estavam absolutamente felizes com a nova união abençoada pelo grande leão. Mas ninguém estava tão feliz do que a própria rainha, que finalmente se sentia completa com seu coração sonhador e esperançoso totalmente aquecido e preenchido pelo amor de seu rei.

E eles não eram os únicos naquele reino a estarem felizes, pois o rei magnífico também tomara a mão da belíssima arqueira Susana e ambos casaram-se quatro meses após a união do rei e da rainha. Fora um dia ensolarado e os céus abençoavam a nova união assim tão esperada não somente por eles, mas também pela rainha Lucia, que ansiava há muito pela decisão de seu irmão.

O líder dos exércitos Edmundo também não ficou de fora. Embora não tenha se casado como os outros, não era segredo para ninguém do reino sua paixão pela amazona Tricya a quem ele já havia entregado seu coração com toda sua devoção.

E assim pode-se dizer que todos em Cair Paravel encontraram o que procuravam, e receberam o que mereciam.

...

Alguns anos mais tarde, o rei Caspian repousava sobre sua cama nos aposentos reais ao lado de sua amada rainha Lucia, enquanto ambos conversavam sobre coisas do dia a dia. As mãos de Lucia acariciavam os cabelos agora longos do rei que caiam sobre seu colo, enquanto este sorria sentindo-se confortável e seguro no colo de sua amada esposa. Seus olhos foram ficando pesados e então assim ele adormeceu... Quando finalmente despertou novamente ele não estava em uma cama macia, com o carinho amoroso de uma linda rainha, mas sim em um banco frio e duro de um metrô em movimento. Seus olhos piscaram algumas vezes ao ver as luzes acenderem e apagarem diante deles, enquanto Caspian notava movimento dentro do vagão. Assustado ele olhou ao redor, levantou-se e saiu a procura de sua rainha por cada vagão. Ele chamava por ela desesperadamente sem conseguir encontrá-la em lugar algum...

– Lucia! Lucia! –ele chamava.

Caspian andou, e andou sem encontrar o que procurava, até que o metrô parasse e ele pudesse sair do vagão. Ele atravessou um corredor apressado e desorientado sentindo seus olhos queimarem em suas orbitas.

– Não... –ele dizia sentindo um aperto em seu peito. – Não pode ter sido apenas um sonho. –ele dizia com as mãos sobre a cabeça.

Caspian estava completamente desesperado, e então se retirou do vagão seguindo até o saguão exterior. Ele olhou tudo ao redor e sem se conter caiu de joelhos no meio do saguão completamente vazio, e levou seus cotovelos ao piso gelado e chorou.

– Caspian! –disse uma voz que parecia vir de muito longe. – Caspian!

A voz doce foi tornando-se mais próxima, e mais vivida aos seus ouvidos. Então finalmente quando ele abriu os olhos, estava novamente em sua cama macia e confortável, e alguém o olhava de maneira amorosa com um lindo sorriso, e olhos azuis brilhantes.

– Querido! Estava sonhando? –disse o anjo ao seu lado.

– Um pesadelo terrível. –disse ele agarrando-se a cintura dela. – Um pesadelo terrível Lucia. –ele repetia ao recostar sua cabeça mais uma vez no colo dela.

– Acalme-se! –ela sorria e dizia em tom de veludo enquanto mexia em seus cabelos. – Já passou.

– Fiquei com tanto medo. –ele dizia depositando um beijo sobre a perna de sua esposa. – Você não estava lá, não era Cair Paravel, nada estava em seu lugar. –ele falava sobre seu sonho enquanto sentava-se ao lado de Lucia. – Foi horrível.

– Você está em casa! –ela disse tocando seu rosto. – Onde deveria estar, comigo. Com sua família! –ela disse tocando sua barriga bem desenvolvida pela presença de um bebê que tinha poucos dias para nascer.

Caspian sorriu aliviado e baixou os olhos em direção a barriga de sua amada esposa assim depositando sua mão carinhosamente sobre ela e disse:

– Nosso filho! –ela sorriu olhando pra Caspian enquanto ele recostava o ouvido sobre sua barriga. – Eu amo você minha pequena criança! –ele dizia sorridente, e logo após ergueu seu rosto e beijou sua esposa. – Eu os amo muito, vocês dois... –ele seguiu tocando também o rosto de Lucia.

– E nós amamos você! Meu rei... –ela respondeu segurando o rosto dele que logo depositou um beijo amoroso sobre os lábios dela.

Depois daquela noite, Caspian nunca mais voltou a sonhar com seu antigo mundo, assim esquecendo completamente o lugar, e tomando como seu lar apenas Nárnia, que com o nascimento do príncipe herdeiro, tornou-se um lugar de paz sem nenhuma guerra por longos vinte anos, até que o príncipe Rillian se tornasse adulto, e assim recebesse seu lugar no trono ao lado de seus pais. Caspian e Lucia não viveram para sempre, mas foram felizes enquanto viveram, e ao final de sua vida, Aslam os presenteou com um destino digno a tais reis assim tornando-os parte da bela constelação dos céus de Nárnia de onde eles ainda poderiam seguir olhando por seu povo, e onde viveriam juntos por toda eternidade...

>> FIM