When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 25
O Retorno


Notas iniciais do capítulo

Tá aí mais um capítulo de Luspian como pediram! Apreciem a leitura!



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Finalmente após os três dias de viagem, Pedro e Caspian regressaram ao palácio durante o final da tarde e foram recebidos por Tumnus que se dirigira a sala principal para receber o rei e o hospede da rainha a pedido da mesma. Assim que viu o conselheiro de Lucia, Pedro que adentrava logo a frente do outro logo perguntou preocupado:

- Tumnus? Onde está a rainha?

- Está no gabinete cuidando de assuntos do reino majestade. –disse fazendo uma leve reverencia. – Ela pediu que eu visse recebê-los. Como foi a viagem? –perguntou em tom sorridente.

- Bem, tranquila. –respondeu o loiro enquanto andava na direção do conselheiro.

- Encontraram algo suspeito?

- Nada com o que devemos nos preocupar, mas temos noticias. Imagino que Lucia esteja ansiosa por elas... Presumo.

- Presumo que sim majestade, embora deva avisar que o humor da rainha não está lá essas coisas esta tarde. –dizia enquanto o rei seguia rumo a um dos corredores.

- Ela está de mau humor? –Pedro franziu a testa.

- Receio que esta seja a definição, majestade.

- Ótimo. –reclamou o rei.

Não demorou muito até que Pedro avançasse pelo corredor logo deixando o conselheiro para trás, e este por sua vez regressou ao salão anterior e ficou a espera de Caspian, que passou pela porta parecendo um pouco atarefado com suas ideais. Ao ver Tumnus parado com os braços escondidos atrás do corpo e mantendo uma expressão curiosa na face, o moreno franziu a testa e avançou alguns passos até ver o amigo da rainha mostrando um sorriso divertido e então disse:

- Me esperava? –perguntou Caspian.

Tumnus manteve um sorriso divertido na face por alguma razão que Caspian não soube definir, e o deixou ainda mais curioso, mas ao invés de perguntar ele apenas esperou pela resposta tardia do conselheiro que disse:

- Sim, a rainha me pediu para vir recebê-lo assim como ao rei.

- Ah, obrigado. –disse passando por Tumnus. –Como ela está?

- Aparentemente mal humorada. –confessou enquanto seguia Caspian.

- Mal humorada? –Caspian arqueou as sobrancelhas e olhou Tumnus. – Não consigo imaginar Lucia de mau humor.

- Ah sim, mas ela está. –sorria o conselheiro.

- E sabe o motivo?

- Sei.

- E pretende me contar?

- Não.

- Ah... Certo... –resmungou o moreno seguindo em frente. – Onde ela está?

- No gabinete, provavelmente com o rei Pedro.

- Bom, então deixarei que ele lhe dê as noticias. Irei até meu quarto tomar um banho e trocar essas roupas, a viagem foi cansativa.

- Certamente.

Caspian parou por um instante e analisou as expressões curiosas de Tumnus sem entender o que levava tal cavalheiro a agir daquela maneira estranha, como se estivesse se divertindo com as coisas que o moreno dizia. Depois de franzir em cenho e sacudir sutilmente a cabeça em negação, Caspian seguiu pelo corredor até a escada e se dirigiu rumo a seu quarto para conseguir roupas limpas e logo ir até o banheiro para realizar sua higiene.

Tumnus manteve seu sorriso divertido, cheio de pensamentos em sua cabeça enquanto voltava aos seus afazeres e apenas esperava ser chamado mais uma vez pela rainha quando esta precisasse de seus conselhos. No outro cômodo, Pedro se dirigia diretamente a rainha que não moveu sequer a cabeça ao vê-lo atravessar pela porta do gabinete e se sentar na poltrona a sua frente.

- Como foi a viagem? –disse ela sem erguer os olhos de seus documentos.

- Tranquila.

- Descobriu alguma ameaça?

- Nada com o que devemos nos preocupar por hora, mas alguns dos soldados de Rabadash andaram rondando o povoado e isso me deixou preocupado. Por isso decidimos que seria melhor ficar mais tempo. Deveríamos ter regressado há duas noites, mas achei melhor ficarmos e analisarmos melhor o território para o caso dos soldados regressarem.

- E eles regressaram?

- Não, mas aconteceram alguns saques durante as noites o que obrigou a mim e a Caspian a agir.

- O que aconteceu? –Lucia finalmente ergueu os olhos dos papeis tentando manter-se neutra diante da novidade.

- Algumas casas de comerciantes sofreram ataques durante a noite e como estávamos por perto, resolvemos dar uma olhada. Acredito que se tratava de ordens de Rabadash, já que tal povoado sempre esteve em perfeita ordem.

- E o que conseguiram? –disse erguendo as sobrancelhas.

- Bem, Caspian conseguiu apanhar um dos saqueadores em plena fuga. –Pedro dizia em tom relaxado. – Por alguma razão idiota ele decidiu desacatar minhas ordens de não ir atrás dos ladrões, pois seria inútil, mas mesmo assim ele foi e no fim descobrimos algo relevante.

- Hum. Pois me diga do que se trata.

- Imagino que Rabadash espera nos distrair com esses ataques e que aquele povoado não foi o primeiro. Em minha opinião ele irá atacar de novo, para desviar nossa atenção do que ele realmente pretende, só ainda não cheguei a uma conclusão do que seria isso.

- E estão seguros? Digo, vejo que você está inteiro e sem nenhum arranhão. –ela largou a pena sobre a mesa e se escorou no encosto da cadeira macia.

- Caspian sabe usar bem os punhos, está bem.

- Como assim sabe usar os punhos? –disse um pouco chocada com as palavras do irmão.

- Como eu disse, ele partiu a caça do fugitivo quando o vimos saltando por uma das janelas. Caspian simplesmente ignorou todas as entradas da casa, assim como a gravidade e saltou pela janela atrás do homem e o caçou pelo povoado até encontrá-lo em um beco. Quando os soldados e eu os encontramos, Caspian estava no controle de sua espada e mantinha o homem encurralado.

- E onde está esse homem?

- Assim que o capturamos o levamos para a prisão do povoado, ele está sob o controle dos generais. –Pedro levantou-se. – Como agradecimento por ser capturado por Caspian, o prisioneiro acertou em cheio a face do mesmo com um belo soco. –o loiro riu. – Mas ele não deixou barato e revidou deixando o homem desacordado. Como eu disse, ele tem um punho bem pesado.

- É parece que Caspian é útil de fato não? –Lucia disse em um misto de orgulho enquanto retrucava o irmão.

- Nunca disse que ele não seria útil, só disse que ele não era o rei. –rebateu Pedro. – Agora se não se incomoda eu vou me retirar aos meus aposentos, preciso de um banho e estou faminto.

- Como queira.

- Nos veremos no jantar, ou talvez pela manhã se eu estiver muito cansado para descer logo mais. –disse se dirigindo a porta.

Assim que viu o irmão atravessar a porta deixando-a, Lucia sentiu vontade de levantar daquela poltrona e correr pelos corredores atrás de Caspian, para saber como ele estava, mas ao invés de fazer isso, ela apenas se levantou e andou até a janela tentando evitar a inquietude e a ansiedade e depois regressou ao seu lugar onde voltou sua atenção para os documentos do reino.

Meia hora, ou mais depois alguém bateu a porta e chamou atenção da rainha para a mesma.

- Quem é? –perguntou ela.

- Caspian.

Lucia respirou profundamente, e ficou ereta em sua cadeira girando os olhos ao redor de todo o cômodo, como se buscasse algo. Ela usou as mãos para ajeitar os cabelos, embora estes estivessem já em perfeita harmonia com sua face e depois voltou a dar atenção a seus manuscritos enquanto respondia tentando não demonstrar ansiedade em sua voz:

- Entre...

A porta se abriu e por ela Caspian surgiu em passos leves logo adentrando o cômodo e andando até a mesa onde parou de pé esperando que a rainha lhe olhasse. Lucia respirou fundo, e discretamente logo erguendo a face e encarando o moreno. Por aquele momento ela sentiu uma calmaria incomum ao ver o rosto dele, como se todos seus problemas, e seu estresse tivessem desaparecido como num passe de mágica. Os olhos negros do moreno fitavam tranquilamente a face da rainha, e então alguns segundos depois ela finalmente se manifestou ao ver um corte nos lábios de Caspian:

- Vejo que se divertiu.

- É o que parece. –ele respondeu com um sorriso invisível.

- Pedro disse que se envolveram em uma aventura.

- Não chamaria de aventura, mas... –respondeu ele curvando os lábios para baixo.

- Bom, pelo menos imagino que não tenha sido uma viagem totalmente desconfortável já que Pedro parecia bem menos ranzinza esta tarde. –disse ela voltando a dar atenção a seus documentos lembrando que ainda estava chateada com o moreno.

- Na verdade nós discutimos a metade da viagem, mas não foi tão ruim.

- São amigos agora? –ela olhou seriamente para Caspian.

Caspian arqueou as sobrancelhas ficando curioso e então deu um passo a frente e perguntou enquanto Lucia o fitava a face com o semblante sério:

- Está chateada?

- Tenho muitos documentos para assinar. –ela rebateu com uma resposta evasiva.

- Sei.

Lucia baixou os olhos na direção dos pergaminhos sobre a mesa enquanto Caspian sorria e fazia a volta ao redor da mesa e se dirigia até a janela. Os olhos de Lucia o fitaram de canto sem que ela movesse o rosto, e quando viu que ele se movia novamente, ela repousou os olhos de novo sobre a mesa. Caspian por sua vez se sentou na beirada da mesa ao lado da rainha e ficou olhando-a, até que ela se sentisse incomodada e lhe encarasse.

- Quer me dizer alguma coisa Caspian? –disse ela.

- Não, só estava te olhando.

- E por que estava me olhando?

- Por que eu gosto de olhar pra você.

- Eu estou ocupada Caspian. –ela tentou ser rude, mas o máximo que conseguiu foi deixar evidente um biquinho de insatisfação.

- Ainda está zangada comigo? –ele perguntou num tom extremamente doce.

- Não estou zangada com você. –ela respondeu sem o encarar.

Caspian retirou a pena que ela usava em mãos e afastou os papeis diante dela, logo tomando suas mãos e obrigando-a a lhe fitar os olhos.

- Pode me dar só um minuto? –continuou ele.

- Eu passei a tarde toda ocupada exatamente como estou agora, e você está me distraindo. –disse ela se levantando na intenção de se afastar.

Assim que Lucia levantou-se da cadeira e passou pelo moreno, ele a segurou firme pelas mãos e a puxou para perto de si, levando sua mão direita até a cintura da rainha e apertando-a contra ele, enquanto a olhava fundo nos olhos dela, e tocava seu rosto dizendo em tom sussurrado:

- Eu só quero um segundo da sua atenção majestade. –ele seguiu olhando os lábios da moça bem perto dos dele. – Pode me expulsar daqui depois se quiser, mas não faça isso agora.

A voz sussurrada e o tom embriagante na voz do moreno, que depois daqueles três dias, distante dela parecia ainda mais irresistível, fez com que todas as defesas da rainha caíssem por terra, e a mesma sentiu-se desmanchar como um castelo de areia na beira da praia sendo tocado pelo mar.

- Então diga o que quer. –ela ainda tentou resistir mesmo sentindo sua respiração ofegar devido à proximidade.

Caspian sentiu-a praticamente vulnerável em seus braços e não pode deixar de sentir uma sensação quente percorrer todo seu corpo, assim como um desejo louco de sentir o cheiro dela, o toque dos seus dedos entre os cabelos da mesma, e o doce sabor dos lábios de Lucia. E assim, ele aproximou os lábios marcados do rosto de Lucia, beijando-a de maneira casta desde o queixo, passando pelas laterais de seus lábios, fazendo com que Lucia fechasse os olhos e buscasse por autocontrole, a cada toque macio vindo dele. Os dedos da rainha deslizaram sutilmente pelos braços longos do moreno até chegarem aos ombros do mesmo e repousarem ali, enquanto ele percorria cada centímetro do rosto dela com seus beijos deixando-a confortavelmente sem ar. Ele sorriu ao vê-la sorrir e então afastou os lábios e a olhou nos olhos enquanto ela o envolvia com os braços e também o fitava.

- É assim que eu gosto de vê-la Lucia. –disse carinhosamente. – Sorrindo!

- Isso não muda o fato de eu ainda estar zangada com você.

- Você não disse que não estava? –ele riu.

- Eu menti...

- E o que eu tenho que fazer pra que você não fique mais zangada comigo? –ele sorria irresistivelmente.

- Pode continuar com isso por mais um tempo, e talvez eu pense no seu caso. –ela disse com um sorrisinho malicioso.

- É?-ele riu da mesma maneira.

Então aproximou os lábios novamente da face da rainha e voltou a beijá-la pedacinho por pedacinho, até cobrir todo seu rosto com beijos, e deixando que restasse apenas sua boca para o final, então finalmente seus lábios se tocaram em um beijo apaixonado de saudade.


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Notas finais do capítulo

Então, me empolguei e o capítulo ficou maior! Espero que não tenham achado cansativo! Beijos nos vemos no próximo