When You Call To Me escrita por Carrie Lerman


Capítulo 20
A Alegria nos olhos da Rainha


Notas iniciais do capítulo

A música citada no final do capítulo é a tradução de : YOU'RE MY NUMBER ONE do Enrique Iglesias, e aparecerá também no próximo capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/400286/chapter/20

Caspian estava sem fome naquela noite e por esta razão acabou não agraciando a rainha Lucia com sua presença durante o jantar, assim sendo a moça apenas dividiu a mesa com o irmão mais velho que parecia um tanto quanto preocupado, e tenso em certo aspecto. Este permaneceu metade do jantar em silencio absoluto enquanto Lucia falava sobre sua agradável tarde ao lado de Caspian, elogiando todas as suas inúmeras novas habilidades com a espada, com o arco e também em outras áreas da arte da luta. Ao perceber o desconforto nos olhos do loiro diante da conversa, Lucia lhe perguntou algo mais particular:

– Está tudo bem Pedro? Você ficou calado quase o jantar inteiro. –disse assim que terminava sua refeição.

– Estou bastante preocupado com o silencio de Rabadash. –disse fitando-a. – Não acha estanho toda essa calmaria de repente?

– Sim, isso tem me preocupado muito também, ele estava muito motivado a nos atacar, mas não tem dado sequer um sinal de seus planos de confronto contra Cair Paravel. – Lucia limpou o canto dos lábios com o guardanapo de pano e encarou Pedro. – Acredita que ele planeja nos atacar de surpresa?

– Da última vez foi exatamente assim pelo que me informou irmã. –concluiu Pedro também terminado com seu alimento. – Embora tenhamos feito o acordo de mobilizarmos nossos exércitos de maneira honesta, eu duvido que ele siga com o tratado.

– Mas pelo o que ele espera afinal?

– Não sei, mas pretendo descobrir antes que seja tarde demais. –disse ao se levantar. – Agora se não se incomoda irmã, eu devo me retirar e seguir até o gabinete onde pretendo passar a noite revisando documentos.

– Não vá se cansar demais irmão. –disse a rainha ainda sentada em sua cadeira enquanto Pedro fazia a volta e parava diante da mesma tomando sua mão.

– Não se preocupe! –ele forçou um sorriso e beijou a mão de Lucia. – Tenha uma boa noite, caso eu não a veja pelos corredores.

– Tenha uma boa noite também Pedro. –esta sorriu.

Assim, Pedro girou sobre seus calcanhares e se dirigiu rumo as internas do palácio, atravessando logo o longo corredor e se trancando no gabinete real onde pretendia permanecer o restante da noite sem ser incomodado. Lucia por sua vez, se levantou enquanto as criadas retiravam a mesa e se dirigiu até o cômodo de higiene que ficava no mesmo corredor de seu quarto onde ela pode lavar devidamente as mãos, assim como a boca e depois seguiu rumo aos seus aposentos, mas não sem antes passar pela porta do quarto de Caspian e tomar a iniciativa de bater para perguntar se este se sentia bem. Porém, Caspian não atendeu nem na primeira nem na segunda batida, e Lucia foi informada por uma das amas que saia de um dos quartos carregando cobertores de que o hospede não se encontrava em seus aposentos.

– Perdoe-me majestade, mas o senhor não se encontra no cômodo. –disse a mulher se aproximando.

– Não? –Lucia a olhou com confusão. – Mas para onde Caspian iria a esta hora?

– Bem, ele disse que estaria na praia caso à senhora perguntasse por ele. –sorriu a mesma.

– Ah! Ele deve estar aproveitando a linda noite para um passeio. –concluiu Lucia prestes a se virar, até ser interrompida.

– Perdoe-me majestade pela intromissão, mas realmente faz uma bela noite e seria uma pena a senhora desperdiçá-la olhando para as paredes de seus aposentos. –sugeriu a mulher humildemente.

– O que sugere Mafalda? –Lucia sorriu delicadamente entendo onde a ama pretendia chegar.

– Por que não faz como o senhor, e faz uma caminhada pela praia?

– Sabe de uma coisa Mafalda? –Lucia andou até a mulher. – Você tem razão! Farei exatamente o que diz...

– Fico feliz em ser útil majestade! –concluiu a mulher mostrando seu sorriso dócil.

– Boa noite Mafalda!

– Tenha uma ótima noite majestade!

A ama mostrou seu melhor sorriso ao ver a rainha, com aquele brilho radiante em seus lindos olhos azuis, enquanto se afastava tranquilamente, mas ao mesmo tempo parecendo ansiosa para estar fora daquelas paredes do palácio e se ver livre sob o céu estrelado que iluminava a noite. Parecia que todos em Cair Paravel já haviam percebido o quanto a sua rainha andava animada e contente, como costumava ser vista por todos antes de assumir a coroa e o trono como a rainha suprema de Nárnia. Ao que parecia, Lucia teria finalmente voltado a esboçar aquele mesmo ar alegre e feliz que tinha desde menina e todos no palácio já teriam entendido de onde provia tal felicidade.

Lucia se apressou a descer as escadas e logo se dirigiu rumo à praia, segurando firmes as saias de seu longo e rodado vestido metade branco, metade preto com as habituais cordinhas de amarrar em sua fronte. Ao chegar às externas do palácio, Lucia cobriu sua cabeça com o capuz do vestido enquanto seus sapatos de salto não muito altos tocavam a areia, fazendo com que seus passos ficassem mais dificultosos. A poucos metros dali, Lucia avistou Caspian que trajava uma camisa de cor bordô e calças marrons. Este por sua vez, estava distraído com o vai e vem das ondas e volta ou outra se curvava em direção a areia para apanhar conchinhas e jogá-las de volta para o oceano. Ele nem notou quando a rainha se aproximou em passos tranquilos e silenciosos e se prostrou atrás do mesmo ficando apenas a alguns passos deste, até que finalmente resolvesse mostrar sua presença.

– Parece divertido! –ela sorriu de certa forma pregando um susto no moreno distraído.

– Lucia! –ele sorriu mostrando uma linda carreira de dentes brancos e parelhos. – Pensei que já tivesse ido dormir.

– Eu estava indo, mas uma ama muito simpática me entusiasmou a vir até a praia, e aproveitar um pouco da tranquilidade da noite. –disse ela olhando para o mar.

– Fez bem, está fazendo uma noite linda. –Caspian olhou para as estrelas e continuou sorrindo.

– Senti sua falta no jantar. –confessou a rainha voltando a olhar nos olhos do moreno.

– Eu espero que eu não tenha sido deselegante, eu realmente estava sem fome.

– Não foi. –ele esboçou um novo sorriso.

– Gostaria de caminhar um pouco comigo? –disse sentindo-se seguro da resposta dela.

– Não acho bom nos afastarmos muito. –disse ela olhando para o palácio.

– Não vamos, e de qualquer forma... –ele estendeu a mão para a rainha. – Eu estarei por perto.

Lucia respirou profundamente enquanto sentia o peso daquelas palavras que ela sabia que bem significavam que ele a protegeria, e ela não tinha sequer uma sombra de duvida sobre isso, mas um arrepio frio lhe passou pela espinha quando ela se imaginou sozinha com aquele homem que ela tanto admirava e ao mesmo tempo desejava secretamente sem nem se dar conta do quanto. Mesmo assim, Lucia cedeu sua mão a ele que a tomou com toda gentileza a aproximando de si. Por um instante, a moça ficou diante de Caspian apenas separados por alguns centímetros de distancia enquanto o moreno lhe fitava a face fixamente com aquele olhar que tanto atormentava os sonhos da rainha. O coração de Lucia parecia querer saltar de seu peito naquele instante, mas tudo se acalmou quando o moreno apenas esboçou um sorriso singelo e levou a mão dela até a curva de seu braço logo se virando e dando sequencia aos passos rumo ao outro lado da praia.

Enquanto conversavam sobre a noite, a lua, as estrelas e o mar, o casal caminhava em passos lentos e tranquilos, despreocupadamente ao longo da praia aproveitando o máximo da companhia um do outro enquanto podiam ficar a sós, algo que era raro já que Pedro ordenava sempre que algum dos soldados estivesse por perto.

– Isso é verdade? –riu Caspian após uma confissão da moça. – Como pode ter medo do mar se vive cercada por ele?

– Meu pai morreu durante uma viagem marítima. Houve uma tempestade e ele acabou caindo no mar e se afogou...

– Ah... –isso fez com que a expressão feliz no rosto de Caspian mudasse. – Eu sinto muito Lucia me sinto um idiota agora.

– Tudo bem, foi há muito tempo. E de qualquer maneira, é mesmo um medo bobo!

– Não, não é. O mar é imenso, e às vezes pode ser muito perigoso. –disse tocando a carinhosamente a mão da moça que lhe segurava a curva do braço.

– Falou como o grande rei. –ela o encarou com orgulho.

– Bom você disse que eu fui um navegador. Eu confesso que desde garoto eu sempre gostei de admirar o mar. A imensidão e todos os segredos que ele guarda. –disse olhando as ondas distantes que quebravam no meio do mar.

Naquele momento não importava o quão brilhantes eram todas as estrelas no céu, ou quão imenso era o próprio, nem sequer a força devastadora do oceano era importante naquele momento, enquanto Caspian segurava a mão fria de Lucia, e quase sem perceber lhe fazia caricias sobre a mesma demonstrando apreciar a companhia da moça. Os olhos de Lucia permaneceram todo o tempo sobre o moreno que a tratava de maneira tão doce e gentil, como se ela realmente fosse muito importante para ele. Lucia estava feliz de dividir aquele pequeno momento com Caspian, e ele dividia do mesmo sentimento com ela.


Eu beijei a lua um milhão de vezes

Dancei com os anjos no céu

Eu vi nevar no verão

Senti a cura dos poderes de cima

Eu vi o mundo da montanha mais alta

Provei o amor da fonte mais pura

Eu vi os lábios que despertam desejo

Senti borboletas cem vezes

Eu vi até mesmo milagres

Eu senti a dor desaparecer

Mas nunca havia visto nada

Que me espante tanto como você

Vestido Lucia:


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram? O que acham que vai acontecer no próximo cap?! palpites? ^^ ♥
FOTOS: Vestido da Lucia(ultima) e Roupa do Caspian (primeira foto)