Na manhã seguinte, Rony conseguiu acordar no horário, apesar de reclamar muito, chegou no grande salão a tempo de tomar seu café tranquilo e se deliciar com as tortinhas de abóbora. Pela manhã cumpriu com seus horários de aula, quando teve uma brecha ele e Hermione rumaram até a sala comunal da grifinória para estudar para a prova de Poções, como haviam combinado.

— Muito bem! – disse Mione, surpresa, com o terceiro acerto de Rony.

Rony surpreso com seu desempenho seguiu construindo seu resumo, fazendo pequenas pausas e tirando algumas duvidas com Mione, que se surpreendia ainda mais com cada pergunta bem formulada do amigo, e ainda, em não saber uma das respostas.

— Acredito que terá que perguntar ao próprio Snape essa. –dizia, sem acreditar.

— Você está louca? Para aquele não pergunto nem mesmo as horas. –concluiu, levando Mione a rir de forma descontraída, Rony gostava de vê-la assim, de apreciar aquele sorriso, realmente era muito bonito, ficou surpreso de como não havia reparado antes.

O tempo foi passando, até chegar o horário da próxima aula.

— Rony, o que você acha de irmos pegar um sol? – perguntou Mione, levando Rony a cambalear na poltrona.

— Como assim? Por acaso esqueceu que temos aula de Transfiguração agora? – falou confuso.

— Eu sei, mas acredito que perder uma aula não trará grandes problemas. – disse.

Rony ficou encarando a amiga por algum tempo, pasmo, perguntando-se o que haveria com ela. Será que alguém havia tomado a poção polissuco e se transformado nela e ele não sabia? Hermione riu, se espreguiçando na poltrona.

— Vamos Ronald, antes que eu me arrependa.

Os dois saíram da sala comunal rumo aos campos de Hogwarts. Realmente, pegar aquele sol da manhã era muito bom, ainda mais depois de estar enfurnado boa parte da manhã dentro do castelo, estudando. Se não desse a louca em Hermione, ele certamente teria matado esse período. Os dois caminharam até as proximidades da casa de Hagrid, sentando-se e se recostando em uma árvore. O dia estava realmente lindo, a primavera chegara, o clima era bastante agradável.

— Sabe Rony, quebrar as regras é emocionante. – disse Mione, olhando o azul do céu.

— E desde quando matar uma aula é quebrar as regras? Sabe que isso não te dará uma detenção, certo? – Rony riu da amiga, admirando o céu também.

— Quebrar as regras seria roubar o carro do pai para vir para Hogwarts, ser avistado por trouxas, trazer danos ao Salgueiro Lutador que está nas terras de Hogwarts desde muitos anos, isso? – Hermione respirou fundo após terminar o questionamento, logo caindo na risada junto a Rony.

— Exato! E de certa forma.. não aconselho muito isso. – Rony lembrou do berrador que recebera no segundo ano da mãe.

Hermione deitou na grama, apoiando a cabeça sobre seu próprio braço, Rony fez o mesmo, ficando próximo a ela, permaneceram calados por alguns minutos, não havia necessidade de conversar para se fazer especial o momento. Rony virou a cabeça em direção a amiga, observando suas feições, que eram realmente perfeitas, sentia o aroma que brotava do seu perfume no ar, inalando-o. Hermione encontrou o olhar de Rony, analisando-o por algum tempo e sorrindo.

— O que você fez com a Mione? – Harry chegara, com uma cara de espanto, levando Rony e Mione a levantarem assustados.

— Como assim? –disse Rony, confuso.

— Ela não estava na aula de transfiguração, pensei que tivesse acontecido algo sério! Está convertendo ela? – Harry tentava manter a seriedade da voz, mas logo caindo no riso. Hermione e Rony riram juntos.

— A gente precisava relaxar um pouco, e imaginei que não teria nada demais na aula de hoje, né? – comentou Mione.

— Como assim? Hoje teve aquele trabalho valendo metade da nota da prova! – exclamou Harry, levando Mione a empalidecer.

— Como assim? Eu sempre confiro os cronogramas, não pode ser.. – dizia, sem acreditar.

— Calma! Estou brincando, não teve nada demais mesmo. – Harry disse, tentando acalma-la, que estava a beira de um ataque de nervos.

Os três seguiram rumo ao castelo, almoçaram juntos, teriam boa parte da tarde livre, Mione e Rony aproveitaram para estudar mais um pouco, apesar dele reclamar bastante. Harry decidiu se juntar aos dois naquela tarde. De fato, a tarde fora bastante proveitosa, todos estudaram e deram boas risadas juntos, apesar das constantes broncas de Mione. A noite Rony, como o habitual fora cumprir sua detenção, e assim se seguiu pelo resto da semana. A cada horário de estudo Mione se surpreendia mais com Rony, que demonstrava domínio do conteúdo, apesar de errar algumas coisinhas básicas. A prova seria na manhã seguinte, era o último dia que teriam para estudar.

— Mione, acho que está bom, não tem necessidade de perder mais um tempo livre com isso. – dizia Rony, cansado.

— Aposto que quer ir para o treino de quadribol né? Ronald! Hoje é o último dia, acalme-se, e tente aproveitar o máximo possível. – dizia, impaciente.

— Ok, mas então podemos estudar ao ar livre hoje, estou cansado de passar o tempo livre que tenho aqui nesse calabouço. – disse, estressado.

— Só se você prometer estudar mesmo!

— Ok.. – disse, desanimado.

Então, os dois rumaram aos campos de Hogwarts, foram ao mesmo lugar que haviam ido no dia em que mataram aula, a manhã estava bastante agradável, o sol iluminava a paisagem.

— Então, o que estudaremos?

— Revisaremos! – disse Mione.

Passaram bom tempo revisando a matéria, Rony bocejava boa parte do tempo, Mione era quem mais falava, Rony a olhava atentamente, gostava de ver a amiga falando, realmente era muito inteligente, disso sabia desde o primeiro momento que a vira, no primeiro ano, no expresso de Hogwarts. Desde que começaram a ter essas aulas Rony começou a prestar mais atenção em Hermione, se questionando porque não a havia convidado para o Baile de Inverno no ano anterior, se questionando o porque era tão grosso com ela as vezes e o por que nunca encarara os fatos.

— Rony! Você está prestando a atenção? – dizia Mione, impaciente.

— Na verdade não.. – concluiu.

— Rony, você prometeu que iria estudar se descêssemos até aqui!

— Eu sei, mas você já não acha que estudamos o suficiente? – concluiu. – Vamos apreciar a manhã, o dia está lindo. – disse, levando Mione a balançar a cabeça, mas após um tempo assentindo, não conseguiria mudar o fato mesmo.

Ficaram algum tempo sem falar nada, apenas apreciando um da companhia do outro, Rony foi quem quebrara o silêncio entre eles.

— Sabe Mione.. você realmente estava incrível no Baile de Inverno. – quando viu, já havia dito o que martelava na sua cabeça desde o ano anterior, não se atreveu a olhar para ela, mas imaginou que estaria tão surpresa quanto ele por suas palavras.

— O..b..rigada. – disse. – Você..

— Não precisa dizer o mesmo só por educação, eu sei que eu estava totalmente ridículo com aquela roupa. – concluiu Rony, dando uma risada.

— Eu não achei. – disse Mione. – Estava engraçadinho.. – dando uma risada. A expressão dela foi se tornando mais séria, mais pensativa, virando-se na direção de Rony, que estava recostado a árvore, próximo a ela.

— Porque você disse isso agora? – salientando bem o agora.

— Porque foi quando eu tive coragem. – disse tão baixo, que soou quase como um sussurro. Os dois permaneceram calados por mais algum tempo, sendo interrompidos pelo canto dos pássaros próximos a árvore.

— Esperava que você me convidasse. – disse Mione, sem lhe encarar. Rony virou-se para a amiga, fitando-a e sem saber o que dizer. Ela esperava essa atitude dele no ano anterior e ele lembrou dela como última opção, realmente não sabia o que tinha na cabeça. Só lembrava da raiva que sentiu ao vê-la entrando com Krum, de braços dados, juntos. Fora uma das piores sensações de sua vida.

Após mais longos minutos em silêncio, Hermione levantou-se com os livros a mão.

— Rony, vou indo, tenho algumas coisas para fazer. – disse, sem jeito.

— Espera! – foi só o que conseguiu dizer.

— Por que? – Mione lhe encarava séria.

Rony levantou-se, buscou toda coragem que tinha e a que não tinha, aproximando-se dela, a ponto de ficar a poucos centímetros de encostar corpo a corpo. Ele a fitou nos olhos, ela não se afastou, lhe encarava com uma expressão confusa e ao mesmo tempo esperançosa.

— Você é a pessoa mais incrível que já conheci nessa vida. – Rony conseguiu dizer, sem esperar a reação de Mione, juntou seus lábios aos dela, com certa urgência. Mione correspondeu ao beijo com tamanho entusiasmo. Permaneceram por um tempo se beijando, um beijo doce, carinhoso, com pequenos intervalos, do qual ambos se encaravam e logo voltavam a experimentar um do outro.