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PVOS RODRIGO

Passaram alguns dias, e Lia já estava em casa.

Seria hoje, depois da escola que eu a veria.

O triste era saber que ela não se lembrava de mim.

De nada.

Isso partia meu coração.

Saber que a pessoa que você ama está ali, do seu lado, e saber que ela não sente o mesmo por você.

Ela não iria a escola, apesar de ainda não estar completamente bem, não saberia de nada, já que perdeu a memória.

Os pais dela se mudaram para uma mansão, o que foi bom e ruim pra mim.

O bom é que agora a Lia é minha vizinha.

O ruim, é que ela não se lembra de mim.

Mas eu já prometi a mim mesmo, que mesmo que ela não lembre de mim, eu vou reconquistá-la.

 Até ela se lembrar de mim.

E quando ela se lembrar, eu não perderei tempo.

Fui pra escola e quando sai de lá fui direto até a minha casa, joguei a minha mochila no meu quarto tomei meu banho e fui até a casa da Lia.

A casa da Lia era grade, parecia um castelo, literalmente e completamente.

-Senhorita Monica ?-Chamei pela mãe de Lia.

-Olá Rodrigo, a Lia está no jardim. Eu... conversei com ela, mesmo assim ela não se lembra. Eu... sinto muito.-Disse ela.

-Tudo bem.-Disse angustiado.

Fui até o jardim e a avistei.

Ela estava sentada num banco, de vestido branco de rendas, com o cabelo solto, e  lendo um livro.

-Olá.-Disse tocando seu ombro. Lentamente ela se virou.

-Bom dia.-Respondeu ela sorrindo meigamente, sem separar os lábios.-Mamãe me disse que éramos amigos, antes de eu... você sabe. Perder metade da minha memória.-Disse ela fitando o chão.

-Amigos ?-Perguntei e  engoli em seco. Afinal, aquele “namoro” não era de verdade, só era de brincadeira, eu senti ciúmes e não agüentei, disse isso.

-Devíamos ser mais que isso ?-Disse ela folheando uma página do livro.

Não respondi.

-Posso me sentar ?-Perguntei.

Ela pareceu hesitar, mas depois assentiu com a cabeça.

-Já que éramos amigos, mesmo que você não se lembre, eu, bom, eu... Quero te levar em um lugar, não é longe, é que ele é especial.-Disse, mas só faltei morrer de vergonha, pois eu gaguejei muito. E como se não bastasse ainda corei no final, mas nem foi tão ruim, já que ela sorriu e disse que sim.

Pude ouvir a trilha sonora no fundo do nosso filme, “Charlie Brown -Coldplay”

Eu iria de moto, mais bicicleta era muito melhor.

Tudo bem que eu faria esforço, mais tudo valia a pena.

Na cestinha da bicicleta preta, tinha um buque de flores.

Ela sorriu ao ver.

E só de vê-la sorrindo, eu sorri também.

Comecei a pedalar, ela estava na garupa e sorria com o vento em seus cabelos.

As pessoas nos olhavam como se fossemos de outro mundo, e de fato, só de estar com ela, eu me teletransportava pra outro mundo.

Um mundo melhor que esse.

Quando chegamos e ela viu o lugar ficou encantada.

Era uma praça.

Todas as árvores tinham as folhas rosas, nessa praça tinham trilhas, e um lago.

Um lago de água bem azulzinha.

Ninguém vinha aqui, já que todas as pessoas estão preocupadas em fazer outras coisas mais importantes.

Nós começamos a andar e sentamos em um banco.

-Esse lugar... É lindo!-Disse ela sorrindo, o reflexo da águas azuis nos olhos dela faziam daqueles olhos castanhos mais lindos do que já eram.

Um senhor vendia algodão doce á um metro dali.

-Me espere aqui, ok ?-Disse e me levantei, fui até o senhor e comprei um algodão doce de cor rosa.

-Tome, Leve esta flor e de para a moça.-Disse o senhor.

Era uma rosa vermelha.

Confuso resolvi perguntar:
-Porque ? O que significa isso ?

O homem sorriu, era um senhor de idade, baixinho, gordinho, e de cabelos brancos que eram escondidos por um chapéu. Usava uma calça marrom social, já um pouco degastada, blusa branca com listrinhas azuis e um suspensório.

-Eu tinha uma mansão, tinha 3 limosines, 1 hiate, uma empresa bem sucedida. Tinha tudo para ser feliz, não acha ? Mas eu não tinha o mais importante, o amor. Quando eu conheci minha esposa, que Deus a tenha, eu dei essa rosa para ela, algo simples, mais algo muito importante para ela. Ela morreu com ela nas mãos... E dizendo que me amava... Eu vejo o seu amor pela garota, de essa flor a ela.-O homem disse sorrindo.

Eu peguei a a rosa e agradeci.

-Pra você.-Disse sorrindo e lhe entregando o algodão doce.

-Obrigada, eu amo doces !-Disse Lia sorrindo animadamente.  

Dói muito saber que ela não se lembra de nada, nós estávamos jê perto das férias de julho, a escola fez com que quando a Lia se recuperasse pudesse ir a escola normalmente. Os professores iriam repor as aulas.

Eu voltei pra casa, deixei ela na dela é claro.

A casa dela era do lado da minha, e meu quarto, meio que ao lado do dela.

Eu pude ver ela sorrindo ao colocar a rosa em um pequeno vaso azul.

Meu dia foi normal, apesar de depois de ter estudado e feito minhas lições eu dormi até o dia seguinte.

-Rodrigo ! Tem duas pessoas lá embaixo, tens visita !-Gritou minha mãe.

-Já vo !

Quando eu cheguei na sala, não pude acreditar, o que esses dois estavam fazendo ali ?!

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