O Diário De Minha Mãe escrita por monizegiovanaz


Capítulo 5
O que eu fui fazer?


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora! Andei ocupada lendo A Casa de Hades (confesso que ainda estou). Provas e trabalhos me perseguiram constantemente. Fiz um capítulo curto, mas com bastante amor e diversão! Aproveitem! :)



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Ainda não acredito no que falei.

Eu, Atena, aquela menina tímida, pediu para ficar com um garoto? E para melhorar ou piorar a situação, a vítima foi nada mais, nada menos que Peter.

Quando ele aproximou-se do meu rosto, em minha cabeça passavam-se milhares de perguntas, enquanto aquelas famosas borboletas dançavam no meu estômago.

“O que faço agora?”

“O que eu fui falar?”

“Eu vou mesmo ficar com ele?”

“Ah, aquele diário maldito, me fez fazer isso?”

“Será que ele é maldito mesmo?”

– Você está bem? – perguntou Peter, segundos antes de seus lábios encostarem-se aos meus.

– Você sempre gostou de mim, sempre esteve ao meu lado quando precisei, e eu nunca te dei uma chance não é? – desabafei comigo mesma.

– É, sabe, andei me acostumando com isso. – também desabafou Peter, se afastando de mim.

– Acostumando?

– Sim, acostumando. Você sabe que já fiquei com outras garotas, afinal você nunca se importou. Ao contrário de mim quando você beijou aquele garoto pela primeira vez. Eu tinha que ser esse cara do seu primeiro beijo...

– Ah, pode ser do meu segundo então.

O que eu tinha naquele dia? Será que meu cérebro não conseguia guardar os pensamentos? Bolas, agora não teve jeito. Peter aproximou-se de mim novamente e sussurrou ao meu ouvido:

– Esperei tanto por isso... Tem certeza?

E agora? Se não desse certo, eu faria aquilo por nossa amizade.

Aquele garoto era muito especial pra mim, resolvi aceitar, assentindo com a cabeça.

Ele me beijou.

***

Caraca, volta, volta! – ouvi a voz de Apolo e algumas risadas. No mínimo os garotos da banda estavam juntos porque ouvi algo do tipo: “Ah, perdi a mina!”.

Por incrível que pareça, Apolo foi parceiro comigo. Em vez de gritar, fazer um escândalo, chamar o Peter de cunhado e bater em suas costas, ele mandou todo mundo sair dali.

Infelizmente, digo, minutos depois, nosso beijo terminou com um olhar sincero, tão sincero a ponto de sentir a felicidade de Peter. Sentamos juntos na rede e ficamos a contemplar o céu estrelado, entre um olhar aqui, um beijo ali e uma conversa acolá.

– Eu sabia, eu sempre soube! Ah meus deuses, por Afrodite, que coisa mais fofa! Ela está abençoando vocês, seus lindos!

Sim, a autora dessa fala é a louca da minha mãe. Ela estava falando com meu pai, mas ela se esqueceu de falar baixinho. Eu sabia que ela não queria que nós ouvíssemos. Mas ouvimos.

Olhamos pro lado, ela já tinha sumido.

– Olha eu atrapalhando aqui de novo, vamos jantar? – falou mamãe, chegando à varanda.

– Vamos! – respondemos em uníssono.

Jantamos como se nada tivesse acontecido. Até que...

– Conquistando corações não é Peter? – falou papai, fazendo Peter se engasgar.

– Eu? – respondeu tomando água.

– Sim, você. Tudo bem esquece, a comida está esfriando.

Três importantes observações nesse jantar:

1) Peter tem algum problema em se engasgar quando fica nervoso?

2) Papai poderia ter crises de ciúmes sozinho.

3) Os garotos da banda, que jantavam conosco, também se engasgaram.

Nada mais significante aconteceu. Há não ser que o fofo do Peter secou a louça no meu lugar.

Todo mundo foi embora, Peter ficou por último. Levei-o até o portão.

– Eu estou muito feliz, viu? – Peter falou, olhando fixamente para meus olhos.

– Eu também, muito. É estranho ficar com meu melhor amigo... – admiti.

– Ah, tudo bem, afinal você também é minha melhor amiga. Amizade colorida a nossa não é?

– Amizade colorida? – lembrei da cantada de Nicolas e ri muito.

– O que foi? – perguntou Peter.

– Nada, nada! – respondi parando de rir e olhando para os lábios de Peter. Assim, arrisquei outro beijo. Como foi um pouco demorado, ouvi a porta de casa de abrindo.

– Ei, é papai! – sussurrei.

Um selinho e um “boa noite”. Assim foi a despedida.

***

Entrei em casa sem encarar meu pai.

Ele não falou nada, para minha sorte.

Fui até o quarto de Apolo.

– Oi! – falei.

– Mas que tal minha irmã de pegadora!

– Que isso jovem?

Rimos muito. A nossa relação nunca esteve tão bem. Ele me perguntou sobre Peter e eu falei sobre Annie.

– Amanhã de tarde ela vem aqui... – falou Apolo.

– A varanda é um bom lugar!

– Você não presta mesmo!

Fui para meu quarto, prestes a dormir e ler um pouco daquele diário que me faz beijar meu melhor amigo.

BIP”.

Era meu celular. Um SMS. Era de Peter.

Você é filha de Apolo?”

Eu respondi:

Não, sou irmã de Apolo.

Recebi em alguns segundos depois outra mensagem:

Sua boba, não estraga minha cantada! Responde que não, por quê?”

Respondi:

Ok, ok. Não, por quê?”

“BIP”

“Porque sua flechada foi certeira em meu coração. Tá péssima né? Desculpe. Dorme bem minha linda! Sz’”

Quando fui responder, recebi uma importante mensagem:

“Você não possui créditos suficientes para enviar essa mensagem.”

Ora, típico de minha pessoa. Deixei-o no vácuo. Amanhã tem aula e a gente se fala.

Meu pensamento não se concentrou no diário. Só consegui pensar em tudo que aconteceu nesse dia. Aquele beijo, aquelas estrelas, aquele abraço.

Perguntei-me porque não tinha dado uma chance pra ele antes. A resposta foi instantânea.

Nunca tinha beijado ninguém. Havia mentido para Peter.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
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Até a próxima :)