Volte Para Mim Irmão escrita por AngelSPN


Capítulo 6
Capítulo 6




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Dean pensou por alguns segundos, o que estava para fazer lhe renderia uns hematomas, era melhor do que arriscar-se a enfrentar aquele monte de carne viscosa. O homem deu alguns passos para trás e impulsionou seu corpo atirando-se contra a porta. No mesmo instante em que se chocava contra ela, a porta abriu-se. O loiro acabou se estatelando no chão, levantou-se rapidamente indignado e aliviado por ter saído do quarto. O som de risos lhe chamara a atenção. Olhou mais uma vez para o quarto onde acabara de sair e lentamente observou a porta fechando-se novamente.

O caçador passou a mão pela testa suada, estava se sentindo tonto.

“ Preciso comer algo, ou beber”

Sua língua passou pelos seus lábios ao se dar conta da sede em que se encontrava, continuou caminhando em direção dos murmúrios.

“ É o garoto, como consegue brincar em um lugar como este?”

O loiro avistou o garoto brincando com um carrinho, não queria correr o risco de assustar o menino novamente. E escondeu-se na viga próximo a porta cômodo.

Tentava articular uma estratégia para convencer o menino a seguir com ele, e descobrir onde estavam seus pais. Decidido a fazer com que o garoto lhe ouvisse, Dean tentou atravessar a porta, havia nela uma espécie de vidro. Tão transparente que não se dera conta que estava separado do garoto. O loiro colocou a palma da mão sobre a porta de vidro, era espessa. Pensou em quebrá-la. Teria que avisar o menino sobre sua intenção, ou os estilhaços poderiam machucar a criança.

— Hey, garoto! Meu nome é Dean e... estou perdido, pode me ajudar?

Dean esperou uma resposta que não veio, talvez aquele vidro fosse a prova de som. Falou mais alto tentando se comunicar. Então, com um piscar de olhos Dean observou uma mulher com vestido negro aproximando-se do menino. O garotinho levantou o olhar e correu em direção ao loiro.

—Me ajuda! Me ajuda! Não deixa ela me levar! Não deixa ela levar o Sammy!

As pernas de Dean bambearam, só podia ser um pesadelo. Não era real, não poderia ser real. O loiro colocou sua mão no vidro de encontro ás mãozinhas do garotinho a sua frente, não havia dúvidas. Era seu irmãozinho, seu Sammy!

— Deixa ele em paz! Saia de perto do meu irmão! Não sei o que vocês fizeram conosco, mas vou trazer o Sam de volta. Meu irmão vai voltar pra mim!

— Me ajuda! Me ajuda! — o garoto gritava desesperado, longe daquela paz que sentia a pouco tempo atrás com seus carrinhos.

Os gritos do pequeno Sam, faziam as lágrimas descerem pela face do caçador, totalmente impotente. Socos, chutes eram tudo que o loiro podia fazer.

— Seu irmão é nosso. Não há como você impedir. Ele sempre foi nosso — dizia a mulher de cabelos grisalhos, olhando fixamente para os olhos verdes de ódio do loiro. — Venha Samuel, os outros estão lhe esperando. Não tente fugir novamente, ou serei obrigada a te machucar.

— Não deixa ela me levar, irmão! — as mãozinhas do garoto também batiam fortes contra o vidro, sua expressão era de angústia e medo. — Sammy promete não fugir mais de você, não me deixa sozinho com ela!

Aquilo estava acabando com todas as forças de Dean, sem poder fazer nada além de observar a mulher segurar o seu irmão pelo braço. O pequeno Sam ainda lutava, espichando a outra mão em direção ao loiro, que gritava desesperado do outro lado.

— Malditos! Não sei o que fizeram. Mas juro por Deus! Vou acabar com cada um de vocês se ousarem a machucar meu irmão! Está me ouvindo sua louca vadia! — o homem enraivecido sentia o sangue tingir o vidro com os socos que lhe desferia.

—Pode me chamar de Dália*, querido. Logo, logo você entenderá — Dália dizia com um sorriso diabólico nos lábios.

E a mulher saiu arrastando o pequeno Sammy consigo, até a escuridão os envolver por completo e os gritos e choro do menino ser abafados.

O pior pesadelo de Dean tornava-se realidade nesse momento. Estava perdendo seu irmão para um bando de loucos, fanáticos de alguma seita. O pingente que a mulher carregava no peito, lhe era familiar. Era hora de caçar. E com esse intuito ele enxugou as lágrimas, ignorou o sangue de suas mãos e olhou o mapa. O lugar indicava onde seu irmão iria estar, pôde ver claramente um pentagrama invertido e no meio o nome de seu irmão. Não havia hora para erros, ou lamentações. Tinha que raciocinar, agir e salvar o que lhe era mais caro na sua vida. Mesmo que isso custasse a vida de outros humanos e a sua própria vida. O ódio estava tão grande em seu peito que ele poderia explodir a qualquer momento. E não se espantou quando ouviu o maldito som de sirene invadir todo o recinto, enquanto tudo ao seu redor se modificava, tornando o lugar ainda mais sombrio e inóspito.

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Sam ouvia atentamente as explicações de Castiel em relação ao suposto lugar que seu irmão fora levado. E a cada relato, sentia a extrema necessidade de resgatar Dean de onde quer que estivesse.

—Castiel, o que exatamente é esse lugar? E porque levaram meu irmão? — o moreno avançou em direção do anjo, que o olhava compadecido.

Castiel ficou por breves segundos pensando, sabia a intenção dos que levaram o Winchester mais velho. Porém, sua missão era apenas protegê-lo e não revelar o futuro. Começou contando a história da cidade para o caçula.

— A cidade não sofria desse mal, foi quando um grupo de pessoas liderado por uma mulher chamada Dhália se formou. Eles acreditavam que poderiam trazer o verdadeiro paraíso para Silent Hill. Então formaram uma seita. Uma seita que acreditava que poderiam trazer Sammael à vida.

— Sammael?  Um demônio? — Bobby agora estava entendendo o perigo ao qual estavam prestes a lidar.

—Um anjo caído, em muitas culturas o próprio Lúcifer — o anjo olhou para o céu nublado.

Castiel estava pensativo, não tinha permissão para contar detalhes. Então ignorou as perguntas e continuou sua narrativa.

— Os seguidores desse culto, acreditavam que para trazer o paraíso e a prosperidade, deveriam despertar Sammael e para isso deveriam escolher uma mulher para gerar esse Deus. Dhália escolheu sua filha Alessa — o anjo continuava narrando pausadamente os fatos, tornando-os ainda mais sombrios.

— Bando de malucos! —Bobby coçou a cabeça em desaprovação com os relatos que seguiram.

—O caso fica ainda mais bizarro. Alessa geraria Sammael através da dor. A moça foi torturada e com o feto na barriga, foi queimada. Ficando em coma e seu espírito vagando em fúria e desespero. Então o lugar ficou amaldiçoado, pelos reflexos e pensamentos de Alessa. E quando a sirene é ouvida, o mundo aparentemente normal, entra no mundo da jovem. A sirene representaria o tempo que ela ficou no hospital, os monstros seriam o que ela passou para tentar ter o filho do mal. Agora eles querem um hospedeiro, cuja pessoa foi predestinada a reencarnar o mal — Castiel passou a mão pelo impala, aguardando as inúmeras perguntas dos dois caçadores boquiabertos.

— Mas que diabos é isso? — Bobby exaltou-se.

— É Castiel, o que eles querem de fato com meu irmão? — Sam passou os dedos nervosamente pelos cabelos.

— Eu não sei — Castiel disfarçou o mal estar — Teremos que achar uma forma de quebrar o sigilo que me impede de adentrar o lugar.

— Sigilo?  Tipo um ritual contra anjos? Afastando-os? — Bobby procurava interpretar aqueles olhos azuis, repletos de segredos.

— Pode se dizer que sim. Acredito severamente, que há um irmão meu por trás disto — Castiel acabou falando mais do que pretendia.

— Outro anjo? O que vocês querem de nós? — Sam não agüentou e colocou suas mãos no colarinho de Castiel, levantando-o bem próximo a sua face.

— Eu já disse que não sei, Sam. Mas queremos a mesma coisa nesse momento. Salvar seu irmão, então mantenha a calma — Castiel tinha um olhar firme e a voz rouca e forte.

—Quem é o outro anjo? — Bobby depositou sua mão nos ombros de Sam, tentando amenizar o clima.

Castiel olhou-os, não havia porque omitir. Acabara falando demais, agora não havia retorno.

— Sinto a energia de Zacharias.


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Notas finais do capítulo

Aí galera, gostaram dessa mistura? Muitas coisas ainda estão para acontecer, então aguardem!

*Dhalia e Alessa são personagens de Silent Hill, alguns fatos são desse maravilhoso game.