Everything Has Changed escrita por Aline Bomfim


Capítulo 1
Everything Has Changed


Notas iniciais do capítulo

Hello People o/
Pela primeira vez cá estou postando minha One fofa e muito amor. Completamente baseada no clipe da música Everything has Changed da Taylor com o Ed ♥33 (E eu aconselho vocês a assistirem o clipe antes de ler, muita fofura e vai ajudar entrar no clima)
http://www.youtube.com/watch?v=w1oM3kQpXRo

Gostaria de agradecer muito e muito a minha baby e escritora mais foda que eu conheço Raphaella Paiva. Sem ela EHC nunca teria saído da minha cabeça e ganhado vida, sem ela nada disso poderia ter saído. Ela foi quem segurou na minha mão e pulou junto quando eu disse Será que pulo nessa? Nada que eu fale será o bastante então, Obrigado Raphs te amo.

Espero do fundo do meu coração que gostem e vamos lá ;)



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Everything Has Changed


“E tudo o que vi desde 18 horas atrás

São olhos verdes, sardas e o seu sorriso

Na minha mente fazendo com que me sinta bem”


Observava da janela seus longos cabelos castanhos. Morena e pequena, tão frágil, mas tão sua. Sua pequena guerreira, com sua mochila nas costas e pasta na mão, adentrando o grande ônibus escolar amarelo canário e a deixando só. Apenas acompanhada de seus pensamentos nada bons – algo que vinha acontecendo com muita frequência nos últimos tempos.

Como num flash, ela volta há vinte anos e se vê entrando no mesmo ônibus grande amarelo e se encaminhando para seu lugar de costume – o lugar preferido de todo seu mundo de apenas seis anos de idade. O seu lugar ao lado do pequeno ruivo com cabelos bagunçados e sorriso torto cheio de covinhas realçando as fracas e escassas sardas de seu rosto pálido. Como de costume, ele tinha um jornal na mão – que sempre ficava aberto na sessão de quadrinhos – e um copo de achocolatado quente, que ele insistia em dizer que era café, para acompanhar sua leitura matinal das noticias diárias. Mal sabia ler seu nome, quem dera as notícias. Isso a fazia sorrir. Ele era todo inteligente. Todo culto. Todo seu.

Suspirou. Lágrimas tentavam se fazer presentes enquanto ela lutava com o bolo em sua garganta. Virando-se de costas para a janela – deixando o ônibus e sua filha sumir em seu caminho para a escola –, Isabella tentou levar sua mente para rumos mais saudáveis, falhando miseravelmente enquanto observava a cesta de frutas em cima do meu balcão. Morangos.

A bagunça no refeitório era a marca registrada dos dias que as crianças eram instruídas a fabricar seus próprios bolinhos para o café. Enquanto ela lidava com seu bolinho todo torto de chocolates, ele sempre fazia bolinhos perfeitos e os decorava com morangos. “Bella, morango é o cheiro dos seus cabelos e minha fruta preferida no mundo todo” – ele lhe dissera em toda sua ingenuidade e sorriso infantil quando ela o questionara sobre sua preferência pela fruta. Após esse dia, morango se tornou sua fruta preferida do mundo todo também.

Era bolinho de morango, morangos, sucos de morangos e todos seus derivados – que a pequena Bella fazia sua mamãe comprar quando iam ao mercado – que eles dividiam no recreio. Subiam no mais alto brinquedo do parquinho a fim de fugir de todos e se deliciavam apenas com seus lanches, troca de olhares bobos e infantis. O doce sorriso de Isabella se ampliava quando ele segurava sua mão – em toda sua educação e charme infantil para lhe ajudar a descer do playground.

O sorriso das lembranças doces que estampava seu rosto adulto brigava com as lágrimas que o destino amargo planejou.

Isabella desejava como nunca voltar aos seus seis anos de idade, quando era ingênua e tinha como melhor amigo e companheiro o pequeno ruivo carinhoso e dedicado.

Agora, nos seus quase vinte e seis anos, Isabella vivia a árdua batalha que era ser uma jovem viúva, mãe de uma delicada menininha de seis anos de idade. Isabella – que agora se encontrava sentada na pequena mesa de sua delicada cozinha toda trabalhada no mármore branco – cansou de lutar contra seus pensamentos e deixou que eles tomassem conta de sua mente.

“Essa aula tá muito chata” A pequena morena queixou-se com o ruivo que se encontrava totalmente concentrado no que a professora falava. “Eu não quero ser cantora e nem sei tocar nada. Porque tenho que participar dessa aula de música, Edward?” Os pequenos olhos verdes que tanto lhe causavam calmaria focaram nos seus – o verde perdendo-se no marrom.

“Bella, eu adoro essa aula e você bem sabe que, quando eu crescer, vou ser um músico!” A garotinha suspirou com o olhar de alegria do ruivo no momento que todos seus coleginhas corriam pegar seus instrumentos na sala – uma ordem da professora, o que passou despercebido pela pequena morena queixosa. Como se recusava a tocar qualquer instrumento, porque se julgava ‘burra e lerda’, a pequena jovem seguiu Edward – que segurava um pequeno violão apropriado para seu tamanho – e sentaram-se em um canto isolado da sala.

A pequena sala era toda trabalhada no madeiramento, as paredes eram repletas de notas e musiquinhas infantis enquanto o chão era todo de pisos coloridos – um meio de chamar a atenção das crianças para a música, o que não acontecia com a jovem Isabella. A pequena se encontrava sentada de frente para o ruivo que parecia concentrado em acertar as notas da nova música infantil que aprendera com seu pai, dias antes. Toda vez que acertava uma nota, Edward olhava nos olhos de Isabella – que observava, fascinada, seu desempenho – e lhe lançava um sorriso torto de carinho e orgulho próprio.

Com os dias passando, o carinho, amizade e o mais puro e ingênuo amor dos dois melhores amigos ampliavam-se ainda mais. O mundo de Isabella era todo de Edward. Edward só tinha olhos para sua pequena Isabella.

As mães das crianças deleitavam-se com a convivência desses jovens puros e fiéis. Os pais sorriam de orgulho das pessoinhas que eles educavam com tanta dedicação. Na escola, professor nenhum ousava quebrar a pequena bolha em que eles se mantinham. Coleginhas não mais os convidavam para participar de brincadeiras em grupo nas aulas de educação física – o pequeno casal de amigos recusava-se a participar de qualquer atividade física, preferindo praticar um exercício novo que viram na TV, um tal de Yoga. Auxiliares do colégio sorriam ao ver de longe uma delicada menina morena e um pequeno ruivo lindo, desengonçados praticando algo tão exorbitante.

Um grito juvenil se fez presente, fazendo Isabella sobressaltar-se e encaminhar em direção à porta de vidro que ocupava toda a parede da delicada sala branca da morena. Quadros coloridos e estofados vermelhos compunham o pequeno cômodo, enquanto tapetes creme deixavam o espaço claro e aconchegante. Ao abrir a porta, Isabella viu um jovem casal – adolescentes e apaixonados que corriam pela rua e faziam brincadeirinhas, a menina loira e de expressivos olhos azuis sendo surpreendida quando o alto e magrelo moreno passou os braços em sua cintura e lhe deu um delicado e carinhoso beijo. Embora, o ato fosse repleto de paixão, Isabella pôde notar a ingenuidade daquele casal, fazendo seus olhos brilharem. E o momento mais mágico de sua infância preencheu seus pensamentos.

A criança morena sorria e andava pela pequena sala de madeira. Seus enormes cabelos castanhos, enfeitados com pequenos laços brancos, caíam em cascatas de cachos em suas costas enquanto seu lindo vestido preto de bolinhas brancas, com um delicado laço na cintura, balançava para todos os lados. A pequena Isabella Swan encontrava-se eufórica, esperando à hora em que seu pai – chefe de polícia da pequena cidade de Forks – chegaria para levá-la em seu primeiro baile estudantil. A pequena escola infantil da cidade resolveu adotar a tradição da High School e decidiu criar seu próprio baile de primavera para os pequenos.

Depois de muito ensaiar com seu pai na sala – resultando em muitas gargalhadas de Renée ao observar seu marido e filha, atrapalhados, balançando para lá e para cá –, Bella encontrava-se ansiosa em mostrar tudo que aprendeu, ou tentou, com o seu parceiro do baile e melhor amigo e primeiro amor e namoradinho, Edward Cullen. No auge dos 10 anos de idade, o relacionamento e cumplicidade do pequeno casal de amigos, cada dia ficava, se possível, ainda mais forte.

Depois de vários elogios do seu pai coruja e babão, lágrimas de emoção de sua mãe e frases como “minha pequena está crescendo” e conselhos do chefe Swan como “cuidado com mãozinhas em locais indevidos” – fazendo-o levar um tapa de sua mulher –, a morena entrou na escola infantil toda decorada, ansiosa para encontrar o seu ruivo, algo que não demorou a acontecer.

No canto, sentindo-se como sempre deslocado em seu pequeno terno preto, com camisa branca e gravata borboleta, Edward Cullen sentia-se intimidado pelos olhares das pequenas meninas no salão – olhares maliciosos demais para crianças daquela faixa etária. Suspirando, a pequena Swan caminhou em sua direção e, como se sentisse a proximidade de sua melhor amiga, o ruivo levantou o olhar verde esmeralda e lançou seu melhor sorriso torto, estendendo a mão para aquela que trazia paz e alegria em seu pequeno grande coração.

“Oi” o ruivo disse com simplicidade após – como grande cavalheiro que é – beijar a mão da morena, fazendo-a corar. Gesto tão simples, mas que, para Isabella, significava o mundo.

”Olá, Edward” a morena sorriu e, juntos, de mãos dadas o pequeno casal se encaminhou para o salão onde o baile já começara – mal sabendo o que aquela noite estranhamente quente de Forks poderia ser infinitamente melhor do que ambos imaginaram.

O salão da escola estava todo decorado com flores e temas infantis; mesas com refrigerantes, sucos e doces, estavam todas organizadas nos cantos; um grande espaço para as crianças brincarem e dançarem estava ao centro. O local estava simples, delicado, mas lindo.

A pequena morena sorria enquanto se encaminhava para a mesa de bebidas – suas mãos entrelaçadas com o do ruivo, causando-lhe calmaria. Após servir-se de um delicioso suco de morango – corando com as lembranças e olhares do ruivo –, eles se encaminharam para o lugar mais afastado do salão.

”Er... Bella?” O ruivo parecia desconfortável e suas bochechas eram marcadas por uma delicada coloração rosa claro. A pequena Swan lançou um olhar indagador. “Você gostaria de, sei lá, er, dançar essa música comigo?”

“Oh!” Isabella exclamou surpresa – embora ela tivesse treinado todo esse tempo com seu pai, na esperança de isso acontecer, ela não pôde conter seu coração que entrou em combustão e galopeava freneticamente em seu peito. “Claro, Edward, eu só, er, não sei se vou fazer isso direito.”

”Não se preocupe, Bella, nós faremos isso juntos!” Edward sorriu, enfim confiante.

Pegando a mão delicada da morena, eles se encaminham para a parte mais afastada da pista de dança onde luzes coloridas davam um ar primaveril ao local. Colocando as mãos na cintura da morena – que se encontrava com as suas penduradas no pescoço do ruivo –, o jovem casal balança com elegância e delicadeza, surpreendendo os dois com a intensidade de seus movimentos que, para ambos, eram novos.

Enquanto a deliciosa canção “All you need is love” preenchia o local, olhos verdes esmeraldas se perdiam nos chocolates derretidos, vibrantes e inocentes de Isabella, fazendo uma corrente elétrica estranha tomar conta de ambos que ficaram presos em sua bolha e nem perceberam que a música trocara e uma mais agitada tomava conta do local. Como se estivesse esperando por isso a vida toda, Edward não hesitou quando Isabella fechou os olhos, apreciando o momento, e juntou seus lábios aos dela – fazendo seu corpo inteiro tremer com o sabor adocicado de morangos ali presente. Foi um simples selinho que, para ambos, significou o mundo.

Edward estava hesitante que aquela ação pudesse ser precipitada e fazer com que sua pequena morena ficasse insegura – podendo até ir embora –, mas, ao olhar para os olhos brilhantes e o sorriso tímido de Isabella, ele não podia estar mais satisfeito. Ela também o queria, ele também era dela.

O ocorrido do baile naquele fim de tarde ocasionou numa mudança na amizade de Edward e Bella. Não para pior, o contrário: eles ficaram ainda mais dependentes da companhia um do outro. Selinhos não foram mais trocados, mas os olhares, sorrisos e abraços estavam mais intensos, apertados.

No recreio, eles corriam para uma árvore distante do campo escolar e lá, sob a sombra fresca do enorme pinheiro – que no natal era devidamente decorado –, Isabella deitava nas pernas de Edward para ouvir a história do livro “The Notebook”. Ele fez questão de ler para ela quando, numa tarde, a mesma mencionara que tinha ouvido falar que era o melhor livro de romance de toda a época. Ali eles se perdiam no tempo e, muitas vezes, professores eram obrigados ir até lá romper a bolha que eles criavam, o que rendia bons minutos de sermões onde eles assentiam, desculpavam-se e saiam dando baixas gargalhadas.

E naquela escola, que eles se conheceram, falaram-se e formaram a mais pura e sincera amizade e o mais ingênuo amor, eles também amadureceram. Edward cada dia ficava mais certo de que tinha nascido para estudar música, enquanto Isabella era toda dedicada à literatura. Nas tardes em que Edward ia visitar Bella – que por ser filha única sentia-se muito só –, o ruivo dedilhava notas qualquer em seu violão enquanto Isabella aproveitava o delicioso som das notas musicais para ler sua recém adquirida coleção de clássicos da literatura.

Aquele pequeno conto de fadas infantil deu início ao começo da adolescência e à perfeição de entrar nessa fase acompanhada da melhor e única pessoa que Bella poderia ter, do seu, não mais pequeno, ruivo. Com treze anos, Isabella batia no ombro de Edward que tinha a sua mesma idade, o que fazia de seus abraços o lugar mais confortável e quente do mundo. Todo final de aula, enquanto aguardavam seus pais chegarem para levá-los embora, Bella se encaixava nos braços do ruivo, ignorando sempre as carrancas de seu pai nas raras vezes que ele vinha no lugar de Reneé, e chegava antes de Esme, para buscar sua menina.

Naquele dia, o clima estava estranho, Bella sentia algo apertando em seu coração, e Edward estava ansioso pelo comportamento da morena estar diferente. Sentados no mesmo lugar de sempre, ela esperava sua mãe vir ao seu encontro, o que ainda não acontecera. A pequena Swan estranhou. Sua mãe nunca atrasara desse jeito. Não depois que tinha prometido levá-la ao café para comer seus cupcakes preferidos de morangos. Esme, que chegou buscar seu pequeno Cullen, ficou tão preocupada com o fato de a menina ficar sozinha, caso fosse embora, que sentou, aguardando sua amiga de longa data.

Edward tentava de toda maneira animar sua menina, enquanto a mesma encontrava-se ainda mais inquieta enquanto o tempo passava, até que a viatura de Charlie parou no meio fio e ele desceu com olhos vermelhos e abriu os braços para sua única filha, que correndo, pulou em seus braços. Ao lançar um olhar curioso para seu pai, que tinha uma expressão triste, e indagar o que acontecera com a mamãe que não apareceu como prometera, uma única frase fez com que o pequeno mundo feliz de Isabella caísse. “Ela se foi” Charlie falou no mesmo momento em que ambos caíram ajoelhados e choraram juntos, sendo acompanhados de longe pela mãe e filho que observava a cena.

Naquele fatídico dia nublado de Forks, Renée sofrera inesperadamente um AVC e falecera, deixando marido e filha desamparados. Esme e Carlisle não se conformavam. Uma perdera sua melhor amiga, o outro perdera não só uma amiga exemplar como tinha que ver seu querido amigo de anos sofrendo, sem saber o que fazer sem sua companheira e como ficaria só com sua pequena menina. A pequena cidade lamentara a morte de uma cidadã querida e dedicada. E Edward, bem... Edward estava ali, desamparado, vendo a razão de todos seus sorrisos, felicidades e amor sofrendo e não poder fazer nada além de dar todo o seu apoio.


Foi para os braços de Edward que Isabella correra após seu pai a soltar na frente da escola. Foi Edward quem ficou abraçado à morena enquanto Charlie cuidava de toda a parte burocrática. Foi Edward que segurou a mão direita de Isabella enquanto a sua esquerda estava perdida no aperto de seu pai e todos choravam sobre o corpo que acabara de ser enterrado no pequeno cemitério de Forks.

Foi Edward quem apenas a abraçara e dizia que tudo ficaria bem quando a morena tinha suas crises. Foi Edward que arrancou o primeiro sorriso da morena após meses vivendo na tristeza. Foi Edward que deu um nome a uma estrela de “Renée” e, depois de registrar isso legalmente com a ajuda de sua mãe, entregou à morena a prova emoldurada em um quadro, que ficava na parede do quarto da jovem.

E, mais uma vez, agora mais forte do que nunca, o mundo de Isabella se resumira apenas a Edward.

Ele era sua válvula de escape e, depois de toda ajuda do ruivo e Isabella se reerguer das cinzas, foi segurando a mão Edward que ela fez uma promessa ao seu querido pai – e única família que lhe restara. “Eu nunca irei abandoná-lo, papai. Nunca o deixarei só. Vou crescer e lhe dar orgulho. Sempre estarei ao seu lado.” E após Edward apertar suas mãos, Bella correu para os braços abertos do seu pai e, no silêncio do abraço, sob os olhos verdes e lacrimejantes de Edward, eles selaram um acordo eterno.

Mais anos se passou. Os pensamentos dolorosos sobre Renée deram espaço somente para saudades e lembranças de bons momentos. E Isabella crescera, junto com seu invejável caráter e inteligência.

Era o aniversário de 15 anos da morena e, depois de bater o pé com seu pai e sua nova melhor amiga Ângela – uma menina tímida que tinha chegado a Forks há um ano –, Isabella se recusara a ter uma festa de debutante, aceitando então, depois de muito custo e insistência de sua amiga, o convite de Edward para sair para comemorar, apenas os dois, em um restaurante elegante da pequena cidade verde.

A morena, que tinha acabado de se arrumar com a ajuda também de sua única melhor amiga – além de Edward –, estava trajando um lindo vestido azul com saia solta e um palmo acima do joelho. Seus cachos avermelhados caíam delicadamente em suas costas enquanto em seu pé, um maravilhoso salto preto – presente de Ângela que fez a morena desastrada revirar os olhos – completava seu delicado e lindo visual.

Charlie, que estava sentado em frente à TV, vidrado em algum jogo de Beisebol, desviou os olhos por algum instante e observou a movimentação que vinha da escada. Ao observar a delicadeza e beleza rara de sua pequena Swan, soltou um assobio enquanto dizia “Você está maravilhosa Bells!”.

A morena corou e seguiu em sua direção para lhe dar um apertado abraço e logo sentiu a voz rouca do seu pai sussurrar em seu ouvido: “Aproveita a noite menina, você tem passado tempo demais trancada em casa lendo e cuidando do seu velho pai, você merece ser feliz. Saia por aquela porta com Edward e permita-se viver. Eu te amo”. Isabella segurou as lágrimas para não borrar a maquiagem que Ângela tinha lhe feito com muito cuidado, e apenas assentiu – se ela estivesse com Edward estaria tudo bem. Estaria tudo em seu devido lugar.

Os olhos do ruivo brilhavam enquanto eles se encaminhavam para a mesa mais reservada do local – suas mãos encontravam-se na base das costas de Isabella. A morena encontrava-se corada desde que Edward colocou os olhos no seu visual e, com um encantador sorriso torto, disse: “Maravilhosa é pouco para tamanha perfeição. Bella você está perfeita!”.

Assim, os dois se acomodaram e fizerem seus pedidos. A morena pediu o seu prato preferido – Ravióli de cogumelo e coca –, sendo acompanhada em sua escolha por Edward.

Enquanto desfrutavam do delicioso jantar e trocavam amenidades – e olhares que iam além de apenas amizade –, a jovem percebia o ruivo cada vez mais nervoso, como se algo o tivesse incomodando, mas resolveu ignorar por ora; nada estragaria a noite agradável que ele estava proporcionando a ela. Após pagar a conta – achando absurdo quando Isabella sugeriu que pagaria a parte dela e ignorando-a completamente –, Edward pediu que a morena o acompanhasse a algum lugar e, apenas franzindo a testa em confusão e sem questioná-lo, ela o fez.

Pegando uma estrada que levava para La Push – uma parte de Forks que era habitada por grupos com descendência indígena –, Edward estacionava seu recém adquirido volvo prata – embora ele ainda não tivesse idade para dirigir legalmente, seu pai o dera de presente com a promessa de que ele iria ser responsável, o que resultou numa Esme preocupada e irritada por algum tempo. Sem dar tempo para a morena saltar do carro, o ruivo correu, abrindo sua porta e lançando um sorriso torto diferente, mais intenso, causando um desespero nos batimentos cardíacos da jovem.

Após pegar um cobertor na parte traseira de seu carro e estender na areia clara da praia, iluminada apenas pelo farol de seu carro e uma luz fraca que vinha da lua coberta por algumas nuvens, Isabella sentou-se entre as pernas de seu amigo; nunca existira malícia naquela posição, era apenas algo entre amigos. Conversaram sobre tudo. Sobre nada. Coisas da escola, aulas de música do Edward e leituras novas de Isabella – que se perdera contando o enredo do novo livro que começara naquela semana – e não percebera que Edward a observava com uma determinação única, um olhar mais intenso, até que ele colocou um dedo em seus delicados lábios rosados, silenciando-a, para, em seguida, cobrir com seus lábios quentes.

Se no início a surpresa deixara a morena hesitante, quando a língua macia de Edward pediu passagem, Isabella perdeu toda sua inibição. O que começou calmo e delicado passou a ser urgente e desesperado, como se estivessem esperando por aquilo a vida toda – o que, de fato, era verdade. E ali passaram minutos, horas – podiam se passar anos, apenas abraçados, sorrindo, trocando beijos e sorriso.

Para Isabella, a noite não poderia melhorar; aquele era, sem dúvida alguma, o melhor dia da sua vida. Melhor que o dia em que viu os olhos verdes brilhantes do pequeno ruivo pela primeira vez, melhor que o dia em que ele lhe sorriu e lhe disse ‘olá’, melhor até que o selinho que trocaram cinco anos atrás. Mas poderia melhorar, claro que poderia.

”Bella...” a voz suave e rouca de Edward sussurrou em seu ouvido, fazendo-a virar e observar a imensidão verde-quente “Eu tenho esperado por isso há algum tempo. Na verdade, eu tenho esperado isso por anos, acho que tenho esperado por isso desde que nasci!” Ele começou a se embolar nas palavras, fazendo a morena soltar um delicioso riso, para o completo fascínio de Edward, que amara aquele som.

Respirando fundo, ele continuou: “Bella, você é minha melhor amiga, melhor companhia, melhor conselheira e a melhor pessoa que eu poderia conhecer em toda minha vida. Você também me daria e enorme alegria de ser minha melhor e única namorada?” O ruivo indagara para a morena que, sem hesitar e com lágrimas nos olhos, respondeu incontáveis “Sim!” antes de abraçá-lo e o atacar de beijos, causando euforia e gargalhadas de ambos.

Após os beijos de comemoração – a notável alegria do jovem casal –, a voz suave e alegre de Bella soou, interrompendo o silêncio agradável que era quebrado apenas pelos sons das ondas quebrando no mar.

“Sabe que eu estava pensando em quando eu teria que lhe pedir em namoro? Para uma pessoa com tamanho grau de inteligência e Q.I., você é um tanto lerdo, Edward!” a morena declarou, causando um olhar indignado e divertido do ruivo.

“Ora essa, mocinha! Saiba que, para uma dama jovem e respeitosa, você está muito da abusada!” brincou ele antes de atacá-la com mais beijos.

A partir daquele dia, oficializava um relacionamento mais sério, já que amor, companheirismo, carinho e admiração de familiares e amigos sempre existiram. Dia treze de Setembro ficaria para sempre no coração de Isabella, não por ser seu aniversário – longe disso –, mas ficaria sempre marcado por ser o dia em que o seu eterno ruivo de olhos esmeralda havia oficializado algo que nascera para acontecer.

Um estrondoso barulho fez a morena voltar à realidade e, secando as lágrimas, deu as costas para a porta de vidro, deparando-se com seu vaso de orquídea favorito destruído no chão. Ao lado e com a maior cara inocente em todo seu charme felino, encontrava-se Mio, um gato preto e fofo, o pequeno xodó das Swans.

Após gritar alguns palavrões – agradecendo por estar sozinha, já que a pequena Alice adorava repetir tudo que ouvia –, ela limpou toda a bagunça e enxotou o gato abusado da sala. Observando o relógio, percebera que sua pequena estava quase dando o ar da graça, e correu para seu quarto finalizar seus afazeres – a bagunça de seus pensamentos a tinha distraído o bastante.

Entrando no quarto, suspirou. Nunca reclamara de sua vida, suas próprias escolhas á levaram para seu estado atual e ela não poderia jamais voltar atrás – mesmo que desejasse com toda a sua alma –, mas, ao observar seu delicado quarto com mobília em tons creme e tecidos roxos, sentiu falta de um companheiro – não um companheiro qualquer, ela sentia falta dos olhos verdes, pele pálida com leves sardas pelas bochechas, e cabelos ruivos em sua habitual desordem.

Ao observar em sua prateleira de livros seu exemplar surrado de “The Notebook”, o mesmo que a acompanhava há 20 anos e fora lido pela delicada e infantil voz rouca embaixo do pinheiro, seus pensamentos novamente foram levados para rumos perigosos, onde lembranças do melhor e pior dia de sua vida fizeram as malditas lágrimas retornarem com força total.

“Bella, é apenas um filme, amor” O ruivo tentava tranquilizar a morena que estava aos prantos em seu peito, enquanto tentava controlar seu riso, sabendo que se ele risse naquele momento, estaria encrencado.

“Não fale que é apenas um filme. The Notebook será sempre mais que apenas um filme” A jovem Swan murmurou num biquinho irresistível, fazendo Edward secar suas lágrimas e cobrir sua boca com seus lábios.

Era uma tarde chuvosa em Forks e o casal encontrava-se embolado no sofá da pequena sala da casa de Isabella – que sugerira assistir mais uma vez o drama de Nicholas Sparks. A história que marcara a vida infantil de ambos tornou-se a preferida e mais intensa para a morena que, pelo menos uma vez ao mês, assistia com seu namorado – chorando toda vez que o fazia.

"Tudo bem, será que isso tem a ver com Ryan Gosling distribuindo suspiros da minha namorada também?" Edward tentou descontrair o clima junto com cosquinhas na pequena barriga de Isabella, e obteve êxito quando a deliciosa gargalhada de sua namorada ecoou no ambiente.

O casal faria um ano de namoro no próximo final de semana, e suas vidas como namorados não poderiam estar mais perfeitas. Perto de completarem 16 anos, os jovens estavam também no último ano do ensino médio, já que começaram precocemente o ambiente escolar e suas notas eram as melhores. Pensar no futuro estudantil sempre causava um pequeno desespero na jovem Swan. O que o futuro reservara para o jovem casal?

O desespero se dava ao fato de que o sonho de Edward, desde que nascera, era cursar música em Juilliard. Era o sonho de Bella também. Quando eram pequenos e inexperientes do mundo lá fora, eles passavam horas traçando planos e montaram uma vida juntos em NYC, mas as coisas mudaram. Bella não mais queria ir embora para Big Apple, ela tinha uma promessa a cumprir e seus pensamentos e cuidados sempre estariam em Forks, com seu pai. Embora seu coração fosse para qualquer lugar que Edward fosse, Bella jamais poderia fazer uma escolha dessas, ela sabia o que queria e onde iria traçar o plano de sua vida. Ela iria para Seattle, ela ficaria perto do seu pai. O tempo estava acabando e ela havia feito sua escolha.

”Olha só, você também recebeu a sua carta de admissão na UW!” Edward exclamou com uma voz animada – embora sua feição estivesse nervosa – enquanto observara o envelope grosso na mesa de cento da pequena sala da jovem.

”Sim, recebi. Porque ‘também’? Você se inscreveu lá também?” A morena indagou ao ruivo com um semblante sério. Ela não sabia disso, ele não contara pra ela que tinha mandado sua carta para Seattle, não quando ela sempre soube onde estavam os planos de Edward.

”Claro, Bella, onde mais eu estudaria?” Edward parecia confuso por um momento. O que diabos Isabella estava pensando?

”Juilliard?! Edward, sempre foi seu sonho cursar música nessa universidade! Eu perdi alguma coisa? Desde quando Edward Cullen, meu namorado e melhor amigo, que passou a vida sonhando em ser um renomado formando de Juilliard, se inscreve na Universidade de Washington?” A morena elevou um pouco sua voz, talvez pela surpresa, talvez pelo desespero e levantou dos braços de Edward. Suspirando, o ruivo se ajeitou no sofá, observando o nervosismo de Bella.

“Bella, como eu poderia ir para New York se meu coração estará em Seattle?!” Edward tentou passar calmaria para a jovem, mesmo estando confuso com seu pequeno surto. “Acha mesmo que eu iria te deixar aqui quando eu sei que você jamais abandonaria seu pai?”

“Edward, e o seu sonho?” Ela exclamara enquanto andava pela pequena sala, seus olhos fixados nos esmeraldas de Edward.

”Meu sonho é ter uma vida com você, Isabella.” O jovem levantou, parando na frente da ansiosa menina que, naquele momento, parecia tão pequena e frágil. “Nada, nenhum outro sonho, seria forte o bastante para me tirar de perto de você!”

“Mas, Edward...” O ruivo logo tratou de silenciar as paranóias da jovem namorada com um delicado selinho, seguidos de muitos beijinhos pelo rosto e pescoço, enquanto ela amolecia em seu peito – os braços circundavam a cintura dele.

”Mas nada, meu amor, esqueça isso por enquanto, sim?” A jovem assentira, mas seus pensamentos não se acalmaram, e ela não permitiria ver o sonho do amor da sua vida ser jogado pelo escanteio por ela. Estar nos braços de seu ruivo, com palavras de calmaria sendo sussurradas em seu ouvido, bastava. Bastava por enquanto.

E o resto da semana ocorrera sem mais nenhuma conversa sobre faculdades e qualquer coisa que faria o casal chegar ao impasse. E, com a chegada do final de semana, aniversário de Isabella e aniversário de um ano de namoro, Edward surpreendera a morena com uma viagem surpresa para um final de semana completo em Tacoma, no mesmo estado onde residiam. A escolha de Edward foi devido a uma viagem quando era criança com seus pais. Ele ficara encantado com a simplicidade, beleza e a programação turística cultural da cidade e prometera que um dia, com certeza, levaria sua morena para o lugar que tanto o encantara.

Inicialmente, a ideia deixara Isabella desesperada, sem saber como se organizar de última hora, mas nada que sua amiga, e sempre útil, Ângela não pudesse ajudar – sem, claro, perder a oportunidade de deixar o rosto da morena em tons escuros de vermelhos, quando, ao arrumar a mala, separou quatro conjuntos de lingeries delicados e ao mesmo tempo ousados, afinal, o que essa viagem poderia reservar ao casal? Em um ano de namoro, os dois nunca haviam passado da segunda base e, apesar de toda vergonha e insegurança, a morena desejava mais que nunca viver esse momento maravilhoso com seu ruivo. E essa poderia ser a oportunidade perfeita.

O sábado em Forks não poderia ter começado de uma maneira melhor, o sol preguiçoso brilhava no céu enquanto o vento forte deixava a cidade com seu habitual clima invernal. Isabella encontrava-se já pronta, confortável em seu All Star preto, vestindo calça jeans, regata branca e jaqueta preta. Suas malas encontravam-se ao seu lado no sofá enquanto ela se aconchegava nos braços quentes e fofos do seu velho e emburrado pai, que já havia lhe felicitado logo que acordara pelo seu dia. Charlie – embora confiasse e adorasse Edward e tivesse autorizado a viagem de sua filha, não podia deixar de se sentir enciumado. Sua menina estava crescendo, amadurecendo, criando asas.

Logo a campainha tocou e, enquanto abria a porta – encontrando o dono de toda sua paz e felicidade, o lindo ruivo de olhos verdes perfeitos –, seu pai se encaminhava com as malas para o Volvo prata de Edward, estacionado ao meio fio.

”Olá, amor, parabéns!” Edward esmagou Isabella em seus braços, seu rosto estava todo encostado em seu pescoço, sentindo a fragrância única de morangos da jovem morena. “Muitas felicidades para você, gostosa!”.

”Edward!” A morena exclamou, dando um tapa nos ombros do ruivo, que caiu na gargalhada enquanto murmurava um delicioso “Eu te amo!”.

”Obrigada, abusado. E te amo mais” A morena sorria, sentindo a calmaria dos braços fortes de seu namorado enquanto ele murmurava um baixinho “Duvido” em seus ouvidos.

Um pigarro se fez presente, fazendo os jovens se soltarem e Isabella correr para mais uma vez para os braços do seu pai, que agarrou sua pequena enquanto sussurravam palavras de “Se cuida” e “Volto logo“. Era a primeira vez que a morena se separava do pai desde que perdera sua querida mãe, e isso fazia com que ambos sentissem como se um pedaço seu estivesse se desmoronando – o que de fato, era verdade.

”Cuide da minha vida, Edward, ela estará em suas mãos” O chefe murmurou sem nenhum traço de brincadeira em sua feição séria.

”Cuidarei mais do que minha vida, chefe!” O ruivo respondera com total confiança, ganhando um sorriso satisfeito do sogro. Pegando a mão de sua morena, que estava dividida entre êxtase com a viagem e angústia de partir sem seu pai, o jovem casal entrou no carro e caiu na estrada para a longa viagem.

O caminho foi repleto de risadas e brincadeirinhas bobas do casal. A jovem Swan – como uma enorme fã que era – colocara, para trilha sonora de viagem, Beatles, e os sons deliciosos como “Twist and Shout” e “Revolution” preenchiam o interior do veículo enquanto Edward gargalhava das caras e bocas que sua namorada fazia ao gritar as letras das músicas. Isso era um jeito de desviar o foco de Bella, que perguntava incansavelmente “Pra onde estamos indo?” ou “A gente já chegou?” causando desespero de Edward e carinha emburrada em Isabella.

A morena já se encontrava quieta – cansada de cantar pra passar a hora e sabendo que perguntar não adiantaria nada – quando avistou algo que lhe era familiar e conhecida das vezes que vira na internet, escola e televisão. Assim que a bela ponte Tacoma Narrows entrou em seu campo de visão, a jovem soltou um grito agudo sabendo que era ali que passaria seu final de semana.

Ela perdera as contas de quantas vezes Edward tinha comentado o quanto os teatros e parques da cidade eram lindos, algo tão prometido pra ela, que agora se sentia tola por não ter pensado nisso antes. Edward apenas sorria, satisfeito por ter feito aquela escolha. O sorriso largo de sua morena, o brilho nos olhos castanhos e os inúmeros “obrigada” que ela soltava, seriam algo que Edward jamais esqueceria.

Edward tinha acabado de entregar seu carro para o manobrista do hotel e suas malas estavam no hall com o mensageiro. A morena estava perdida em seu encanto pelo delicado e maravilhoso Courtyard Tacoma Downtown Hotel, enquanto o jovem cuidara do check in.

Seu namorado havia explicado que a escolha do hotel se dava ao fato de que ele estava localizado na área central e de fácil acesso para todos os lugares que ele tinha em mente para apresentar a sua namorada. Ao ouvir o ruivo pedindo a melhor suíte do hotel, borboletas tomaram conta do estômago da jovem ao notar que eles obviamente dividiriam o quarto, para o desespero e expectativa da morena. Após acertar toda a parte burocrática, o casal se encaminhou de mãos dadas para o elevador, a caminho do quarto e último andar do hotel, onde ficavam as melhores suítes.

A morena decidira que estava cansada demais para procurar algo pra comer e não aceitou que o seu namorado o fizesse, então enquanto ele organizava umas coisas sobre a “surpresa de aniversário” e arrumava as roupas da mala, Bella deitara na espaçosa e confortável cama da enorme suíte e não demorou muito para pegar no sono.

Beijos eram distribuídos pelo rosto da jovem morena, e mãos faziam carinhos em suas costas. Ela abriu os olhos, preguiçosa, encontrando-se com maravilhosos e únicos olhos verdes. Sorrindo, ela puxou o rosto do ruivo rumo ao seu, aprofundando o beijo que, em questão de segundos, ficara urgente e molhado. Sorrindo com o surto de sua namorada, Edward delicadamente desgrudou de sua menina, antes que todos os planos que ele reservara para a noite, fossem por água a baixo.

“Boa tarde, madame. Gostaria de dar o prazer da sua presença e me acompanhar naquela deliciosa mesa de guloseimas que está a nossa espera?” Isabella sorriu no mesmo instante em que um ruído vindo do seu estômago se fez presente, causando uma gargalhada do namorado que beijava a bochecha corada de sua morena e, pegando em suas mãos, se encaminhou em direção à comida, colocando a jovem Swan sentada em seu colo. Trocando sorrisos, cochichos, comidas na boca um do outro e beijos doces, o casal logo terminara a refeição e, após se encaminhar para a cama, Isabella observou com curiosidade o ruivo sentar ao seu lado com uma enorme caixa nos braços.

“O que é isso, Edward?” Bella indagou com o cenho franzido. “Eu não acredito que você tem mais presentes para mim! O que eu disse sobre gastar dinheiro comigo? Eu pensei que essa viagem já era o presente, amor.” O biquinho da jovem foi coberto pelos lábios quentes de Edward e, como era previsto, a raiva da morena logo desapareceu, dando a chance do ruivo presenteá-la.

”Sem chances, Bella! A viagem foi um presente para nós dois, e tenho certeza que o conteúdo desse embrulho irá beneficiar muito mais a mim do que você!” Sempre era impossível para a jovem Swan argumentar com Edward quando ele colocava as coisas dessa maneira.

Então, suspirando e dando um selinho em seu namorado, Isabella começou a desamarrar o laço da caixa e, ao abrir o pacote, ela ficara de pé, puxando o mais lindo e elegante vestido que ela já vira na vida. Ele era de um tecido fino e azul, o comprimento longo com um delicado decote. O corte do vestido deixava claro que ele marcaria todas as curvas de seu corpo. Arfando e sem conseguir pronunciar uma única palavra, ela lançou um olhar questionador ao seu namorado que observava tudo com um brilho nos olhos e seu melhor sorriso torto estampado no rosto.

“Tenho planos para a nossa noite, meu amor. Esse vestido será perfeito para a ocasião.” Ele explicou e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, a morena se jogou em seus braços, beijando todo seu rosto e lábios enquanto murmurava sem parar “Obrigado”. Edward aceitava toda a demonstração de afeto de sua menina, sorrindo – nunca estivera tão feliz por estar vivendo um momento único com a pessoa que ele conhecia há exatamente 10 anos.

“Edward, esse vestido é maravilhoso!” A jovem Isabella exclamava, sentada no colo do seu namorado “Eu não acredito que escolheu esse vestido sozinho!” Quando olhou para seu namorado, viu que algo estava oculto em seu olhar, como desconforto. “Não foi você que escolheu, não é? Diga-me, pra quem Edward Cullen pediu conselho de moda?” Um traço de ciúmes se fez presente na voz da jovem, que imaginara Edward em uma loja feminina pedindo conselhos sobre vestidos.

“Bella, um homem não pode escolher um vestido para presentear sua namorada em seu aniversário? No aniversário de namoro deles?” Ele disse em voz baixa enquanto Isabella lhe lançava um olhar incrédulo. Ela sabia que Edward não tinha senso de moda nenhum e, embora fosse seu namorado e a conhecia melhor que ninguém, ele jamais acertaria as medidas da morena com tamanha perfeição.

Após soltar um suspiro, Edward caiu na gargalhada ao observar a feição ciumenta de Isabella. “Amor, a escolha desse vestido é mérito de Dona Esme. Estávamos passeando no shopping quando eu lhe contei sobre meus planos para essa viagem e não demorou muito para mamãe correr para essa loja dizendo que sabia exatamente o que eu poderia lhe dar, e eu amei a escolha. Sua ciumenta boba!” Após a explicação do ruivo, Isabella bufou e sorriu, voltando a se perder nos carinhos e beijos de seu namorado.

Depois de alguns minutos trocando carinhos, Edward se encaminhou para o banho, pedindo para a namorada se organizar e começar o preparo para noite. O jovem não contara para sua menina o que tinha planejado, deixando a morena nervosa e, acima de tudo, ansiosa – o que quer que fosse, ela saberia muito bem como acabaria: na enorme e convidativa cama do hotel.

Suspirando e remexendo na bolsa – corando quando separou sua nova e perfeita lingerie azul escuro, a mesma cor que Edward amara nela e combinava perfeitamente com seu vestido –, a morena separou também sua nova sandália de salto alto que Ângela havia lhe dado, agradecendo sua amiga mentalmente por colocar aquela arma mortal, porém necessária, em sua mala. Ela escutou Edward se aproximando dela e, ao virar para indagar quanto tempo tinha para se arrumar, ela perdera completamente a fala.

O que sempre chamou a atenção – não só de Isabella, mas de todas as meninas de Forks – era a beleza inumana de Edward Cullen. Seus cabelos não eram mais tão ruivos como quando ele era criança, seus ruivos foram mais para o cobre, o que combinava perfeitamente com sua pele clara. Sardas quase imperceptíveis deixavam seu rosto ainda mais perfeito, seus olhos verdes esmeraldas deixavam qualquer um passar horas perdidas naquela imensidão e, como se isso não fosse perfeição o bastante no corpo de 1,86m do jovem, um sorriso completamente branco e perfeito sempre estava presente em seu rosto.

Mas nada, nada se comparara com a visão de Isabella naquele momento. Edward Cullen, seu sempre melhor amigo e namorado, vestido em um smoking escuro, com camisa branca e gravata borboleta também escura realçando ainda mais o mar verde que eram seus olhos, fez a jovem Swan perder o fôlego.

”Oh, meu Deus, Edward, você está maravilhoso!” Ela exclamou enquanto o ruivo, sorrindo, passava a mão na desordem ruiva que era o seu cabelo. A morena correu para seus braços, sentindo a textura do tecido pesado e o delicioso cheiro de perfume presente no pescoço do jovem.

”Oh, doce Isabella, isso é tudo para você!” Ele murmurou com um sorriso, dando um selinho na sorridente namorada “Agora, eu preciso resolver os últimos detalhes da nossa noite. Como sei que você precisa de um momento de privacidade para ficar ainda mais bela pra mim, se for possível, estarei lhe aguardando ansiosamente no hall do hotel. Eu te amo, meu amor.” Edward se retirou do quarto, após dar um beijo mais profundo na jovem.

Suspirando, a morena se encaminhou para o banheiro onde, após um rápido e delicioso banho, ela deu inicio a todo procedimento para ficar pronta o mais rápido possível e correr para os braços do seu namorado e descobrir o que ele tinha planejado para deliciosa noite de Tacoma.

Passando cremes corporais, colocando a delicada e bela lingerie, fez uma rápida e clara maquiagem – Edward não gostava jamais que sua morena usasse tons fortes, alegando que sua beleza apenas era realçada com maquiagens fracas. Chegara a hora da jovem finalmente colocar o vestido, vendo o quão perfeito ele ficou em seu corpo magro e com poucas curvas, e colocou seus saltos – rezando para que, pelo menos naquela noite, ela não tivesse algum surto da sua falta de coordenação.

Depois de observar que seu cabelo resolveu ajudar e seus cachos estavam perfeitamente arrumados, ela jogou todos eles para o lado esquerdo, deixando o ombro direito nu e, olhando sua imagem no espelho, percebeu que, pela primeira vez, ela sentia que estava digna de andar ao lado de Edward em toda sua perfeita beleza. Isabella sentia-se linda e, embora borboletas estivessem dançando em seu estômago, mal via a hora de voltar para o hotel e se perder nos braços do seu amor.

Edward andava de um lado pro outro no saguão do hotel quando Bella o avistou. Respirando fundo, a jovem caminhou em sua direção, colocando a delicada mão em seu ombro assim que chegara perto o bastante. Com um sorriso torto no rosto, Edward virou, já sabendo pelo delicioso cheiro de morangos, que sua morena estava pronta e a sua espera – e, ao observá-la, soltou seu maior sorriso torto e os olhos brilharam com tamanha perfeição de sua namorada.

Isabella sempre tivera uma beleza natural e única, mas naquela noite ela estava absolutamente perfeita. Edward mal podia conter o orgulho que queimava em seu peito. Aquela maravilhosa morena, linda por fora e dona de uma personalidade única e caráter invejável, era sua, apenas sua e tinha a noite toda para desfrutar de sua companhia.

”Você está incrível, Bella!” O ruivo disse, lançando seu olhar deslumbrante e, para completar ainda mais a perfeição de sua namorada, estendeu uma caixa preta de veludo, recebendo um olhar mortal da jovem.

”Edward...” Ele colocara a caixa eu suas mãos e rapidamente lhe deu um selinho, calando-a.

“Não comece, eu dei o presente de aniversário e esse é o presente de namoro. Abra” Rolando os olhos a jovem atendeu seu pedido, arfando logo em seguida com a beleza do colar de pedras azuis, o mesmo azul do seu vestido, o mesmo azul que Edward sempre dissera que amava em Isabella, a cor que sempre marcou o relacionamento do jovem casal.

Sem esperar por qualquer reação da morena, Edward tirou o colar e se moveu para trás dela, colocando o delicado colar em seu pescoço. Isabella virou-se, dando a melhor visão que Edward poderia ter na vida, e pulou em seus braços.

”Obrigada, meu amor” Isabella murmurou agarrada ao pescoço de seu ruivo.

”A noite está apenas começando.” E lançando um sorriso torto, o jovem colocou seu braço direito na cintura da namorada, saindo do hotel e entrando em seu Volvo que já os aguardavam na entrada. Embora o caminho para o destino que Edward planejava era apenas 5 minutos, ele não faria jamais a sua jovem percorrer esse caminho andando.

Bella estava quieta, observando curiosa a delicada vida noturna de Tacoma e, antes que tivesse oportunidade de questionar, Edward estacionara seu carro numa avenida elegante, e lágrimas encheram os olhos de Isabella quando vira o letreiro Pantages Theater na frente de um luxuoso prédio branco com portas de vidros escuros.

Edward, que abriu a porta para sua menina, estava radiante com a felicidade estampada no olhar da jovem, que murmurava inúmeros obrigados. Quando a jovem viu a peça da noite no mural, ela pulou no pescoço do namorado. “Romeu&Julieta”, tão clichê, mas era o seu sonho desde sempre. Incontáveis vezes ela tinha comentado com o ruivo o quanto desejara assistir a peça mais conhecida de William Shakespeare e esse dia havia chegado. Sem dúvidas, 13/09/2002 estaria marcado para sempre na memória de Isabella Swan.

A peça fora tão perfeita como Isabella imaginava, o teatro era maravilhoso e seus acabamentos modernos davam um ar de perfeição. Pantages Theater era o pedacinho do céu. O casal passou a peça toda de mãos dadas, em alguns momentos Edward falava frases da peça no ouvido da jovem. “Meu coração amou antes de agora? Essa visão rejeita tal pensamento, pois nunca tinha eu visto a verdadeira beleza antes dessa noite”. Essa fala, sobre a voz grossa de Edward em seu ouvido, fez a jovem o fitar com olhos lacrimejantes, sorriso enorme e olhar que passava gratidão, amor, carinho, paixão e ternura.

Certo momento da peça, o jovem sentiu uma mudança na postura da namorada e um olhar triste e distante se fazer presente, Edward achara que ela já estava sofrendo pelo final da peça que faltava ainda muito para acontecer – sempre precipitada sua menina. Mal sabia Edward que os pensamentos da morena estavam para um caminho mais pessoal.

O amor de Romeu e Julieta era impossível, alguém tinha que fazer escolhas por amor, escolhas que poderiam levar para o fim. Quando se ama há renuncias, e Isabella sabia que o prazo de validade da sua felicidade tinha um limite e ele estava chegando. Sentiu a mão quente de Edward apertando a sua e, observando a imensidão verde olhando-a com amor, resolveu jogar as preocupações para escanteio por ora – iria curtir a sua felicidade tanto quanto possível.

Isabella tinha acabado de entrar no carro em silêncio, apreciando a maravilhosa noite, pensando que Edward então iria dirigir a algum restaurante para terem um momento a dois enquanto degustassem um delicioso prato. Ledo engano. Em menos de 5 minutos, o ruivo estacionava seu Volvo e entregava a chave para o manobrista, partindo para abrir a porta para sua menina com um sorriso de expectativa, causando uma disparada cardíaca na morena.

Nenhuma palavra fora trocada no caminho até o quarto, talvez por expectativa, talvez curiosidade, desejo. Apenas curtiram o silêncio; as mãos do ruivo segurando firmemente a cintura da morena, que apenas sorria aos olhos do namorado. Qualquer palavra guardada por Bella, ficara ainda mais presa enquanto Edward abria a porta da suíte e dava a sua visão o cenário mais lindo, calmo e perfeito que a jovem Swan já vira.

O quarto estava todo decorado com velas iluminando o ambiente, a cama que Isabella havia deixado bagunçada estava toda arrumada em tecido claro e delicado, no canto esquerdo uma mesa perfeitamente pronta para um jantar a dois estava posta, e rosas vermelhas davam um acabamento mais quente que, de tão clichê, estava maravilhoso.

“Eu pensei em algo mais particular que um restaurante” A voz rouca de Edward quebrou o confortável silêncio, mas ao lançar um olhar para a cara surpresa e indecifrável de Isabella, percebera que talvez sua ideia não houvesse agradado. “Se você quiser, podemos ir a um restaurante, tem um ótimo aqui perto e...” Edward foi silenciado pelos lábios afoitos de sua namorada e as delicadas mãos que puxavam sua desordem ruiva, fazendo que com ele apertasse sua pequena cintura e a puxasse ainda mais perto. Logo o oxigênio faltou e se quisessem ter um jantar normal, era melhor que se separassem e deixasse a noite fluir com calma.

“Está perfeito, Edward. Perfeito!” Exclamava a morena eufórica.

Rindo da animação da namorada, o jovem caminhou ao seu lado, puxando a cadeira para a morena se acomodar na pequena mesa. Antes de acompanhar sua menina, ele se direcionou ao pequeno som que ficava no canto, deixando suaves notas das músicas que acompanharam o casal, desde quando eram pequenos e bons amigos, fluírem delicadamente pelo quarto.

O jantar não poderia ter sido melhor. Como ao de exatamente um ano antes, o casal jantou um delicioso prato de ravióli com cogumelos acompanhado de um maravilhoso vinho. Enquanto comiam, trocavam olhares, beijos, sussurros, carinhos na coxa, bochechas e nucas. Falavam sobre desde quando se viram pela primeira vez, quando descobriram que era algo mais que apenas amizades, do quanto tinham medo do amor não ser retribuído, tanto tempo perdido e hoje estavam ali juntos, felizes e sem imaginar o mundo sem o outro.

Conforme o jantar ia se encaminhando para o fim, o medo tomara conta de Isabella. Não medo de Edward – ela confiava nele mais do que confiava em si mesma.

O medo era de não saber o que fazer. Medo de não corresponder a expectativa, medo do desconhecido. A jovem sabia que seu namorado era tão inexperiente quanto ela, visto que ele nunca tivera sequer uma amizade com outra garota, mas também sabia que ele era homem e que nascera com o sexo correndo em suas veias, nascera com segurança do que fazer. Mas era Edward que ela namorava, ela esperava por aquele momento com seu ruivo desde sempre.

Como se estivesse sentindo toda a insegurança de sua menina, Edward levantou-se, estendendo a mão para sua menina no mesmo momento em que uma familiar canção se fez presente.

“Você gostaria de dançar essa música comigo?” O ruivo usara a mesma frase que tinha usado no primeiro baile deles, anos antes, fazendo sua namorada sorrir, concordando e colocando seus braços no pescoço do jovem que abraçara sua cintura – e ambos deixaram as lembranças de seis anos atrás preencherem suas mentes.

Como no baile, o casal se movia ao som de “All you need is love”, suas testas coladas e os olhos nunca desgrudara do outro; corações disparados poderiam ser sentidos pela tamanha proximidade dos dois, e a letra da canção era cantada no ouvido de Isabella pela voz rouca do seu ruivo.

A paixão crescia a cada batida, chegando a se tornar insuportável. Edward descera distribuindo beijos no pescoço de Isabella, que levantara a sua cabeça, facilitando o trabalho do jovem. Ele cobria cada parte descoberta de Isabella e quando chegara ao ombro desnudo deu uma atenção especial. Aquela pele branca e macia de sua namorada o levava à loucura.

Ao erguer o olhar para observar sua menina, notou olhos fechados e bochechas coradas, completamente entregue aos seus toques. A jovem abrira os olhos mostrando para Edward seus castanhos chocolates derretidos queimando, e sorriso completamente quente, contrastando com seu olhar inocente, fez a pupila do ruivo dilatar.

Isabella sabia que ele esperara pelo seu consentimento então apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação e sussurrou em seu ouvido “Eu te amo, Edward. Muito”. A frase causara um arrepio no ruivo que, após murmurar “Eu amo você também, amor, tanto que chega a doer”, ele atacou sua boca e o gemido que saíra da boca da jovem causou um desejo esmagador em Edward, como se não pudesse ter o bastante de Isabella, como se nada bastasse.

Deslizando sua mão para o zíper pequeno e lateral do vestido, Edward descera e o puxara, deixando-o cair aos pés da morena. Afastando-se para a observar, ele teve a melhor visão de sua vida, fazendo sem membro pulsar dolorosamente por alívio dentro de sua calça. Isabella estava deslumbrante com apenas uma delicada lingerie rendada azul que mal cobria sua intimidade e seu mamilo duro ansiando por toque; em seus pés os saltos pretos ainda faziam-se presentes, o que deixava as pernas da morena mais longas e completamente deliciosas aos olhos do ruivo.

Sem poder aguentar mais nenhum centímetro de distância da jovem, Edward a puxou para seu peito largo, seus lábios sedentos sobre a delicada boca de Isabella que arfava a cada passagem das mãos de Edward pelo seu corpo. Jogando os saltos para longe, a jovem logo sentiu a maciez dos lençóis e o corpo másculo deitando sobre o seu, as mãos bobas em toda parte do seu quadril e coxas. A morena não hesitara ao deslizar as mãos, puxando a gravata do namorado e a fazendo voar pelo quarto enquanto partia com pressa para abrir os botões da camisa branca que ele usava.

Ajudando a namorada a se livrar de suas peças, Edward abriu com uma rapidez inumana seu zíper e chutou sua calça pra fora, junto com sapato e meias. As roupas de ambos já era um bolo no chão enquanto eles se perdiam em beijos quentes e mãos desesperadas por toda parte dos corpos.

Isabella sempre confiara em seu ruivo e esse fato fez com a que a jovem deixasse se levar pelas sensações intensas que as mãos e lábios de Edward a proporcionavam, deixando qualquer insegurança e vergonha de lado. Suas mãos puxavam a desordem ruiva de seu namorado, enquanto ele desabotoava rapidamente seu sutiã e olhava seus seios intumescidos com luxúria. Sua boca logo se ocupou do seio direito à medida que sua mão trabalhava no esquerdo, gemidos doces de Isabella preenchiam o ar como um combustível que abastecia Edward seguir a diante com sua carícia cada vez mais.

Quando o jovem movimentou seu quadril de encontro ao de Isabella e ela sentiu a ereção roçar em sua intimidade, um “Edward...” completamente desesperado saiu de seus lábios. Descendo os beijos pela barriga lisa e branca da morena, Edward parou por alguns segundos antes de beijar sua intimidade por cima da renda de sua calcinha, fazendo a morena se contorcer e puxar ainda mais forte seus cabelos. Sussurros de “Edward” e “Bella” preenchiam o ambiente cada vez mais alto. E, puxando a calcinha, o ruivo desceu com os beijos na parte interna da coxa da morena até chegar aos seus pés, onde ele levantara e corria rapidamente para o um pacotinho prata localizado em cima da cômoda, o que Isabella logo percebera ser a camisinha.

Chegara a hora e ela estava ansiosa, quente e desesperada. A quantia de sentimentos e emoções era muita para administrar, e isso deixava tudo com um ar mais único e intenso. Apoiando-se nos cotovelos e tirando sua desordem castanha do rosto, Isabella viu Edward descer sua boxer branca e arfou ao ver o membro ereto de seu namorado apontando para ela, tentando pensar como diabos aquilo tudo caberia dentro dela.

Tirando a coragem lá do fundo de sua alma, ela ficara de joelhos na cama e engatinhou a direção do seu namorado que a observava fascinado com tamanha perfeição. Sentada em seus joelhos, Isabella pegou a camisinha e delicadamente abriu o pacote, lançando um olhar questionador para Edward que sorria, colocando sua mão junto com as pequenas de sua menina, e a posicionara em seu membro. A garota ainda deu uma massageada discreta e tímida, fazendo o ruivo gemer alto e, sem suportar esperar, ajudou-a a desenrolar o plástico em seu comprimento, jogando todo seu peso em cima do delicado corpo feminino. E, com todo cuidado que ele poderia ter, encaixou-se e empurrou, calmamente, seu corpo pulsante dentro da apertada feminilidade da menina.

Gemidos altos recheavam o lugar; Edward sentira Isabella hesitar e uma lágrima escorrer de seus olhos, fazendo o ruivo parar e lhe dar um tempo. Beijando cada lágrima de sua morena e sussurrando que tudo ficaria bem e que ele a amava, a morena puxou seus lábios entre os dentes e seu quadril foi de encontro ao jovem, que percebera a deixa para continuar e se perdera cada vez mais no corpo quente de sua menina.

Isabella murmurava coisas desconexas, o prazer tomando o lugar da incômoda dor enquanto suas pequenas unhas tentavam arranhar as costas másculas e suadas de Edward.

”Bella, você tem noção do quanto me deixa louco?” Ele arfava entre idas e vindas, gemidos e barulhos de seus corpos se chocando eram tudo que se podia ouvir no quarto.

Enquanto a jovem pedia por mais, Edward sentiu sua libertação chegar e o aperto em seu membro anunciou que o mesmo vinha da menina. Minutos depois, sobre murmúrios roucos em seu ouvido, Isabella sentiu suas pernas perderem a forças e a melhor sensação que ela poderia sentir em sua vida tomou seu corpo.

Edward forçou contra sua feminilidade mais algumas vezes e desabou, tomando os lábios da jovem num beijo doce que passava todo o seu amor e, como se isso não fosse o bastante, murmúrios eram ouvidos dos jovens que, a cada pausa de beijo, deixava claro o quanto se amavam.

Ambos ficaram minutos perdidos um no outro, nas declarações de amor feitas aos sussurros, nos beijinhos doces e abraços apertados, e logo foram para o banho, trocaram carícias delicadas e amassos quentes, se embolaram na cama e, exaustos, caíram no sono.

O domingo amanheceu ensolarado em Tacoma e o jovem casal, após despertar, banharam-se juntos e, com muitas trocas de carinhos, tiveram mais uma manhã de amor. Almoçaram no restaurante do hotel mesmo e saíram juntos para aproveitarem a viagem.

Foram ao museu onde a jovem Swan ficou com os olhos brilhantes, fazendo Edward sorrir com a euforia de sua namorada. Passaram o fim de tarde no enorme parque – o cartão postal da cidade – e, sentados numa enorme toalha onde desfrutaram deliciosas guloseimas preparadas pelo ruivo, observaram abraçados um encantador pôr do sol. Jantaram no restaurante, onde Isabella não poupou elogios e, na última noite da deliciosa cidade Tacoma, os jovens amaram-se mais uma vez.

Retornaram a Forks e o namoro dos jovens ficava cada vez mais sério e intenso. Edward não podia estar mais feliz e Isabella cada vez mais desesperada. Cada vez que ela observava seu namorado traçar planos para o futuro onde eles estudariam em Seattle, trabalhariam e os finais de semana retornavam a Forks, fazia a morena perceber o quanto Edward estava abdicando por ela. Não era o certo – desde sempre seu sonho era formar-se em Juilliard e ser um músico renomado. E cada vez que Isabella observava o olhar vago de Edward ao olhar sua carta de aceitação em Juilliard, ela tinha a certeza do que ela deveria fazer.

Por amor, ela renunciaria a sua felicidade. Por amor, ela iria contra o seu coração e ouviria a razão. Ela nunca seria a culpada por Edward desistir de seus sonhos e, se para isso ela tivesse que viver infeliz por toda a sua vida, ela pagaria de bom grado o preço.

E o tempo passou e com ele chegou a tão esperada formatura da Forks High School. Naquele dia, Charlie observava a fisionomia abatida de Isabella. A morena acordara com olhos inchados e seu pai perdera a conta de quantas vezes teve que chamá-la para ela responder sua pergunta a respeito do evento. Ele pensava que a jovem estava apenas nervosa com o grande marco na vida de um adolescente, como a formatura, no entanto, mal sabia ele que a última causa da preocupação da jovem era sua conclusão do ensino médio.

A jovem passara o dia todo nas mãos de sua amiga Ângela, que falava sem parar e deixava a morena ainda mais linda. A amiga tinha vaga ideia do que atormentava a morena pelas conversas dos últimos dias e ela já cansara de dizer para uma Bella teimosa que ela estava ficando louca a querer induzir Edward a fazer escolhas que julgava certas em sua vida. Seria a pior coisa que ela poderia fazer, mas não tinha conversa. Não com Isabella que agora estava com um nó na garganta, num maravilhoso vestido azul na altura do joelho, saltos pretos elegantes e uma maquiagem básica, segurando a horrenda beca amarela que usaria durante a formatura. Ela esperava Edward lhe buscar – os estudantes teriam que estar presentes antes da hora marcada, então Bella só veria seu pai na hora da cerimônia.

O barulho do carro conhecido se fez presente e a jovem morena lutou contra as lágrimas. Tentado esconder sua aflição, ela foi de encontro ao ruivo que estava elegante num terno escuro e um maravilhoso sorriso decorando seu rosto. Após um delicado selinho que sempre causava formigamento em Isabella, o casal encaminhou-se em silêncio para a única escola de ensino regular de Forks.

Edward percebera que nos últimos dias a jovem Swan estava quieta demais, e até havia pegado lágrimas em seus olhos enquanto eles se amavam calmamente na deserta e escura praia de La Push, mas ele não a questionara. Imaginava que a chegada da formatura estava causando mistos de sentimentos para sua menina, já que, nessas datas de extrema importância para seu crescimento pessoal e profissional, a imagem da delicada Renée Swan ainda causava dor em Bella.

O colégio estava um caos de alunos e professores tentando colocar ordem em tudo e, após Edward receber a instrução do lugar que ficaria na fila, deu um demorado beijo na testa de sua namorada e, suspirando, foi tomar o seu lugar no mesmo momento em que Isabella tomara o seu, desligando sua mente de sua colega de turma, Jéssica, e pensou em que maneira ela poderia tornar tudo isso menos doloroso – o que era tolo visto que a única maneira de ser convincente era magoar da pior maneira possível seu eterno ruivo e viver o resto de sua vida se odiando por isso.

Mas era necessário, ela sempre soube que sua felicidade tinha um prazo de validade e infelizmente a hora tinha chegado.

A voz rouca e rabugenta do Sr. Molina soou dando boas vindas para todos os presentes e a fila logo começara a andar. Isabella olhou com admiração a elegância de Edward recebendo seu diploma sobre aplausos de seus pais e, suspirando, fez seu caminho. Exatamente como Edward, ela pegara seu tão esperado diploma e, com lágrimas nos olhos, viu seu velho pai aplaudindo em pé ao lado de Carlisle e Esme.

Um olhar para Edward sentado na primeira fila fez as lágrimas caírem sem parar e ele lhe lançar um olhar orgulhoso e encorajador – que lhe bateu como um soco no estômago.

A cerimônia passou de maneira rápida e tediosa – como toda cerimônia desse tipo é – e Isabella logo se viu a caminho do único restaurante elegante de Forks com seu pai orgulhoso e babando sobre sua única menina grande. Edward estava no carro com seus pais, logo atrás da rádio-patrulha de Charlie, e se encontrariam todos para um delicioso jantar comemorativo – não para Isabella.

Abraçada ao seu pai, Bella entrou no Elegance Restaurant que, nesse tempo, estava lotado de formandos e seus familiares, mas conseguiram achar um bom lugar no canto afastado do local, sendo logo acompanhados por Edward e seus pais.

Trocaram conversas a noite toda, e o olhar de Isabella não passou despercebido por Edward, e o seu prato intocado lhe chamou atenção. Ele perguntou inúmeras vezes o que se passava com a jovem, que apenas dizia “Nada, está tudo bem”. O ruivo sabia que ela não estava bem, mas com seus pais tomando toda atenção do casal não teve tempo para aprofundar sua preocupação. No entanto, ele ainda a questionaria o que estaria acontecendo logo que eles ficassem a sós, o que não demorara pra acontecer.

Jéssica Stanley daria uma enorme festa para os formandos e, depois de muito pedir, Isabella acompanharia Edward na festa para, em seguida, passarem algum tempo sozinhos na praia que já era o lugar preferido do casal – pelo menos essa era a ideia de Edward. Mal sabia ele que não só aquele, mas todos os seus planos estavam com minutos contados.

Depois de acompanhar seu pai até a antiga casa branca e lhe desejar boa noite, Bella voltou para seu namorado que a esperava encostado no carro.

“Podemos não ir à festa da Jéssica?” Murmurou baixinho a morena, de cabeça baixa “Gostaria de descer à praia, estaria tudo bem para você?” Edward observava sua namorada com a testa franzida, mas assentiu e beijou sua bochecha. Ele sabia que essa ida à praia seria para a jovem sentir mais segura e, finalmente, lhe dizer o que tanto atormentava.

O caminho foi silencioso e Edward, pela primeira vez, sentiu o clima pesado no ambiente e uma sensação estranha o preencheu, como se algo ruim estivesse para acontecer. Isabella apenas ficava com sua cabeça baixa, lutando contra as lágrimas que a denunciaria precocemente.

Após estacionar o Volvo na beira da praia e deixar os faróis acessos para iluminar a fria e escura noite de Forks, Edward estendeu seu paletó na areia e se sentou, puxando a morena para o seu peito. Ela fechou os olhos e aproveitou os minutos nos braços quentes e acolhedores do ruivo.

“Bella, eu tenho te observado nas últimas semanas e não gosto do que vejo.” Edward quebrou o silêncio “Antes de ser seu namorado, ou qualquer outra coisa, eu sou seu melhor amigo, sempre fui e sempre serei. Conta-me, por favor, o que está acontecendo com você, amor?”.

Suspirando e vendo que não poderia adiar aquilo mais – quanto mais enrolação, pior seria para ambos –, Isabella saiu de baixo dos braços do ruivo e, com olhos marejados, começou com a maior encenação que ela faria em sua vida.

“Você sabe que desde sempre você tem sido aquele que esteve sempre comigo, e eu não poderia ser mais grata por isso.” O começo da conversa surpreendeu Edward que franziu a testa, mas fez sinal para que a jovem prosseguisse. “E a partir desse carinho todo, e depois de tudo que passamos juntos, eu adquiri uma dependência. Sou totalmente dependente de você”.

“E isso é bom, certo?” Edward indagou com medo do rumo que a conversa estava levando.

“Não, Edward, isso não é bom. Essas últimas semanas, eu passei pensando na minha vida e tomei algumas decisões” A jovem Swan tinha olhos marejados e pela primeira vez na noite fitara os olhos do ruivo que tinha uma expressão de medo, confusão e desespero estampado em sua face.

“Bella, por favor, aonde você quer chegar, baby?” A voz do ruivo mostrava todo seu desespero.

“Edward, esses últimos dias eu percebi que existe um mundo a parte do que vivo, e que deixar você como centro dele ou todo o meu mundo, não tem sido saudável” A morena abaixou a cabeça, desviando o olhar dos verdes marejados “Eu percebi que não quero isso, Edward”. A jovem tomou uma respiração longa, como se uma faca cravasse seu peito.

”Bella, não estou processando” Edward tentou manter sua voz estável, falhando miseravelmente “Para aonde você está nos levando com essa conversa?”.

“Estou mostrando que não posso mais continuar com isso, Edward. Você é tudo que eu conheço e vivo desde meus seis anos, e quero algo além. Não posso deixar minha vida toda em suas mãos, Edward. Não quando eu tenho um mundo todo esperando por mim!” A jovem continuava argumentando, tentando ao máximo manter sua voz clara o bastante, já que as lágrimas escorriam silenciosamente.

Segurando suas mãos como se sua vida dependesse disso – e dependia –, Edward puxou desesperadamente a jovem para seus braços enquanto murmurava infinitos “Eu te amo” e “Não faça isso, meu amor”. Isabella, vendo que não teria outra forma a não ser magoá-lo da pior forma possível, soltou-se do aperto do ruivo enquanto “Não posso” saia compulsivamente da sua boca.

”Não pode ou não quer?” Edward ainda se segurava no fio de esperança de que Isabella o amara como sempre dissera. Que isso era apenas uma brincadeira de péssimo gosto e que ficariam juntos para sempre. E observando o rosto corado que ele tanto amara desde sua infância e que era a causa de sua loucura, ele percebeu que aquele amor que emanava de sua morena estava apagado, como tudo ficaria em sua vida a partir de então.

”Não quero!” O castanho determinado e frio chocou-se contra os olhos verdes marejados “Quero viver minha vida, conhecer pessoas novas. Não te quero mais, Edward.”.

Como se um choque tivesse tomado conta de Edward, ele caíra para trás, tamanha intensidade das palavras e olhares frios de sua não mais menina. Ele havia há muito tempo imaginado várias maneiras de não ter uma vida com Isabella e cada um deles era tão doloroso que era impossível sequer cogitar a hipótese – mas ela existira e qualquer dor que ele imaginava não se comparava a nada que se passava pelo corpo e mente dele naquele momento.

“Você está terminando comigo, Bella?” O ruivo não sabia como tinha conseguido forças para pronunciar essas palavras. Edward era altruísta ao extremo e se Isabella não o amava mais e sua companhia estava a atormentando, ele sumiria para sempre, visto que sua vida não teria mais razão para prosseguir e ele passaria apenas a existir.

“Sim, Edward. Eu estou!” A morena falou no mesmo instante em que observava Edward secar as lágrimas e lançar um olhar intenso em sua direção. Um olhar magoado, determinado, quebrado.

Embora sua vontade fosse sair correndo sem rumo e deixar ali a pessoa que acabara com todos seus planos de uma vida feliz e plena, Edward pedira em voz baixa para Bella entrar ao carro – a qual, depois de hesitar por alguns minutos, fez o que ele pedira. O caminho para a casa da Bella foi feito ao silêncio e melancolia onde Edward estava perdido em seu próprio mundo e dor, e Isabella lutava contra as lágrimas que a entregaria. Edward estacionara em frente à casa que ele tanto amava passar as tardes chuvosas e observou a imagem dolorida de Isabella saindo de seu carro e seguindo seu caminho sem Edward. Sem nada.

”Adeus, Edward” fora a última frase que ele ouviu sair daqueles delicados lábios rosados que era sua perdição. A mágoa e decepção que ele tivera com Isabella eram tão fortes, que ele apenas lhe dera as costas, partindo em seu carro com uma determinação enorme de seguir seu sonho longe daquela que ele tanto havia amado. Ele tinha decidido que iria tirar Isabella de sua mente, embora nunca pudesse tirar do seu coração.

Isabella entrara em sua casa e, caída no chão, encostada na enorme e pesada porta de madeira, ela se entregou às lagrimas e os soluços logo lhe tomaram conta. Charlie a abraçou e ficou horas ninando sua menina em seus braços. Ele nunca questionara a escolha de Isabella e não era agora que o faria. Sua filha era madura e fazia suas próprias escolhas. Charlie sabia que ela teria sua cota de arrependimentos e consequências e sabia que sua filha renunciara sua felicidade por amor. O altruísmo de sua filha o encantava no mesmo momento que o egoísmo de sua escolha o assustava.

Após dias vendo Bella sofrer e mal conseguir se alimentar, ela resolvera seguir em diante com sua vida e seus planos, ela fizera a escolha e ela iria segui-la, embora com um coração destroçado e pensamentos atormentados.

Barulho de carros passando em alta velocidade na avenida e gritos de crianças, que brincavam no parque próximo a sua casa, trouxeram Isabella à realidade, secando as lagrimas e se perguntando até quando esse pensamento a atormentaria. A última imagem que teve de Edward, com mágoa e dor em seus olhos enquanto partia em seu carro, era algo que ela levaria para o resto de sua vida.

Um olhar no relógio e ela percebera que a única razão que a mantinha em pé estava há alguns minutos de chegar, e ela se encaminhou para frente de sua delicada casa branca com cercas da mesma cor. Flores coloridas que ela plantara com sua menina decoravam as laterais e a frente era toda aberta – coisa boa de morar num dos bairros de classe alta de Seattle. Ao olhar para o lado, percebera a casa vizinha recém reformada e notou que talvez pudesse estar ocupada após um longo tempo vazia. Olhando ao redor, suspirou, pensando em tudo que passou para chegar ali.

Após todo seu sofrimento pós-Edward, ela arrumara sua coisas e viajara para cursar Literatura Inglesa na UW, moraria no Campus e os finais de semana passaria com seu pai. E, nessa rotina estabelecida e monótona, os meses foram passando.

A última notícia que sua amiga Ângela lhe dera sobre Edward, foi que ele e sua família haviam saído de Forks, mudando-se para NY. Após gritar para sua amiga que a vida de Edward não lhe interessava, ela nunca mais havia tido noticias do ruivo – o que era bom e ruim ao mesmo tempo.

Meses corriam e Isabella vivia para o estudo – sua única distração era Garrett, seu amigo moreno, calmo e galante que acabara de sair de Londres para Seattle. Ele era o único que conseguia a proeza de tirar sorrisos verdadeiros da jovem. Garrett cursava Literatura Inglesa junto de Bella e trabalhava numa biblioteca do centro de Seattle. Embora ela nunca imaginasse ter outro relacionamento após Edward, Garrett tinha facilidade em encantar a jovem. A bela amizade que fora cultivada com o pouco tempo na UW, logo virou um pequeno romance universitário onde Bella poderia não curar seu coração, mas acalmá-lo com o carinho enorme que nutria pelo moreno inglês.

Isabella não era mais a jovem delicada e inocente que se entregara aos braços de Edward anos atrás. Ela amadureceu e dera lugar a uma maravilhosa mulher independente que chamava atenção por onde passava. Garrett tinha orgulho de ter como mulher Isabella e não demorou para o relacionamento deles passarem para a conotação sexual e o viverem intensamente. Sexo era a válvula de escape para Isabella e, aos braços de seu inglês, ela se sentia em casa – não completa, mas realizada.

Toda essa intensidade no relacionamento do casal fez que algo os pegasse completamente de surpresa. Faltando três meses para os jovens se formarem na universidade, Isabella descobrira que seus enjôos e mal estares dos últimos dias – e que pensava ser uma infecção estomacal – era nada menos que uma gravidez não planejada. Com o choque inicial do inesperado, Garrett logo tratou de procurar uma condição de vida melhor e conseguiu emprego numa famosa editora de Seattle enquanto Bella trabalhava em casa em traduções de artigos literários.

Charlie, recém casado com Sue – uma velha amiga de infância que também havia ficado viúva há tempos atrás –, mudara-se para a cidade grande, alegando não querer perder nada da vida de sua menina e neta que estava a caminho.

Embora tudo tivesse ocorrido prematuramente, Isabella estava satisfeita com o carinho e amor recebido de Garrett e o fruto de ambos crescendo em sua barriga. Aos trancos e barrancos, passando por dificuldades normais de jovens que passam a conviverem juntos, eles conseguiram um confortável apartamento no centro da cidade, onde decoraram com ansiedade o quarto rosa e delicado da pequena Alice que deu o ar da graça em meados do mês de um Abril chuvoso.

O casal dividia-se nas tarefas de manter uma casa organizada com um bebê de colo, mas, com o trabalho de Isabella sendo efetuado em sua casa, tudo ocorria sem maiores preocupações. Embora pensamentos da morena hora ou outra fossem de encontro com seu passado e o verdadeiro amor de sua vida – imaginando se fosse com ele que ela estivesse vivendo juntos e dividindo uma filha –, Isabella estava feliz. Alice cada dia crescia e seus enormes olhos azuis, que herdara do pai, e cheirosos cabelos castanhos idênticos aos de sua mãe, fazia Isabella pensar que tudo no final acabara ficando bem.

Quando sua pequena completou seis meses de vida, o jovem casal casou-se numa cerimônia simples e elegante no quintal da casa de seus sogros, que residiam em uma enorme casa branca na saída de Seattle. Passaram apenas uma semana em lua de mel na cidade natal de Garrett, Londres, e logo voltaram para a confortável rotina. Tudo estava perfeitamente em seu lugar e a felicidade de Isabella era notável em seus olhos – até que a tragédia em uma noite chuvosa de Novembro acabou com tudo que ela tinha conquistado.

Garrett sofrera um acidente na volta para casa após seu expediente, causando sua morte prematura e deixando Isabella e uma Alice de apenas um ano de vida desamparadas e sem nenhum rumo.

Após cinco anos buscando a sua felicidade e conseguindo-a pelo menos superficialmente, Bella via-se novamente sozinha, sendo acompanhada por pensamentos dolorosos e apenas ideias de como tudo poderia ter sido diferente. Dessa vez, pelo menos, ela tinha Alice e prometera que tudo que fizesse em sua vida seria para proporcionar a melhor educação para sua menina.

Isabella vendera o apartamento que dividiu com Garrett e se mudara para um bairro seguro e confortável de Seattle, perto de seu pai. Ela continuara traduzindo artigos e cada vez mais se tornava uma profissional renomada, ganhando espaço nas editoras e tendo seus trabalhos reconhecidos.

Com todo o tempo passando, Alice ia crescendo e se tornando uma criança espetacular. Seus imensos olhos azuis chamavam tanta atenção quanto seus cachos castanhos que caíam em cascatas pelo seu magro e delicado corpinho de bailarina.

Isabella superou a morte de Garrett com uma determinação invejável – ele sempre teve seu carinho, amizade, devoção e respeito, mas nunca tivera seu amor. Seu coração sempre pertenceria ao ruivo de olhos verdes que ela renunciara anos atrás. Bella nunca mais dera chance ao seu coração de se apaixonar novamente e ela desistira há muito de tentar algum outro relacionamento. Ela não poderia mais enganar seu coração e nem a pessoa que ela pudesse dar alguma chance.

Sorrindo com as lembranças doces do sorriso de Garrett e secando os olhos das lágrimas de saudades – do moreno e ruivo que tocaram sua vida –, a morena olhou com ansiedade o ônibus amarelo se aproximar de sua casa e a realidade de que logo sua menina delicada de seis anos estaria com todo seu charme e cheiro de morangos nos seus braços.

Parada no jardim verde de sua casa, Bella avistou o ônibus parar e a razão de sua existência descer com a mochila azul nas costas com um enorme sorriso no rosto, segurando a pequena mão do segundo ruivinho mais lindo que Isabella vira em sua vida. O pequeno lhe lança um olhar completamente verde e inteligente, fazendo um choque percorrer o corpo da morena.

Ela observou atônita sua menina dar um beijo no delicado rosto repleto de sardas e, então, correr ao seu encontro, abraçando suas pernas. Bella sorriu em meio ao choque e, ao olhar para o lado, procurando o pequeno garoto ruivo que lhe trouxera tantas memórias, Isabella perdera de vez a capacidade de respirar.

Abraçado ao pequeno garoto risonho, na mesma posição que a morena se encontrava com sua menina, estava o dono de toda a sua vida e amor.

E após tantas noites sonhando com o impossível dia em que ela o veria novamente, os olhos verdes brilhantes que ela tanto amava foram de encontro aos seus, e o sorriso torto tomou conta do homem que ela amou por toda vida. E pela primeira vez em dez anos, Isabella sentia-se novamente completa.


“Tudo o que sei é uma claridade recém-descoberta

Todos os meus dias, conhecerei o seu rosto

Tudo o que sei desde ontem é que tudo mudou.”


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Notas finais do capítulo

E coloquem a oneshot nos acompanhamentos, porque algo me diz que um outtake pode vir aí! ;)
Espero que tenham gostado. Comentem!
Beijos.