- Não devias ter feito o que fizeste, irmão. – Resmungava Flora caminhando pelo campo de tulipas. 
O irmão levara-a para o campo onde tinha acordado antes. 

- Tu aproximas-te demasiado dos humanos. Tu tens missões a realizar e distraíste com coisas idiotas. – Respondia-lhe alto, agitando as mãos, tentando impor-se.

- Eu estava a fazer o que é correto! 

- Esse é o teu problema, Flora. Estás sempre a pensar no que é correto. Limitas-te a uma missão e não fazes mais nenhuma. Existem coisas mais importante, que implicam a morte de mais humanos, do que aquela mortal. Tens que te importar mais com missões que salvam mais pessoas! 

- Mas eu não quero saber das outras missões! – Gritou olhando-o. – Quero saber desta missão. Admeto, irmão… - Aproximou-se do irmão tomando-lhe as mãos. – Tu sabes qual é a minha história, sabes como morri e porquê. A Anna está prestes a ser vítima do mesmo tipo de violência. Vão fazer-lhe o mesmo que me fizeram. Eu não posso deixar que uma rapariga como ela, que me lembra eu quando era humana, ser ferida ou morta… Tu não compreendes a importância desta minha missão…

Flora baixou o olhar, largando as mãos de Admeto. Admeto, por sua vez, mantinha o olhar fixo na irmã.

- Eu sei que é importante. – Comentou num tom baixo. 

Flora olhou-o rapidamente, com esperança nos olhos. 

- Mas não te vou deixar voltar. – Acrescentou. Fez uma pausa e viu como a esperança morria nos belos olhos de Flora. – Não te vou deixar voltar sozinha. Por mais que me custe, irei contigo. Ajudarei a manter a mortal viva, já que isso é tão importante para ti.

O seu tom de voz era de derrota, como se tivesse perdido um debate, mas ao ver de novo a luz esperançosa nos olhos da irmã, que lhe sorriu, também ele não resistiu a esboçar um sorriso.

Mas o que Flora não sabia era que Admeto tinha outro motivo para a ajudar, algo bem mais forte que os motivos da irmã.