The Reason I Became A Witch escrita por Lady Rakuen, PandoraYuki


Capítulo 9
Whispers In The Dark




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Issa

- Hali... – tentei vira-la para mim.

- Não me toque. – ela afastou minha mão. Ela se afastou de mim, andando a passos lentos. Eu queria segui-la, mas não conseguia me mexer.

- Hali... Por favor Hali... – comecei a chorar. – Não me deixe aqui... – escondi meu rosto com minhas mãos. – A culpa é toda minha... Sempre é... Desculpa Hali...

- Hali! – acordei em um impulso. Uma leve camada de neve havia se formado sobre meu corpo. Estava de noite, provavelmente tinha me perdido nos pensamentos. Estava muito frio, não sentia mais as extremidades do meu corpo. Devia ter adormecido por algumas horas. Levantei, zonza, indo em direção à floresta, procurando por algum lugar quente. Vaguei por algum tempo até encontrar uma espécie de caverna pequena, provavelmente a morada de algum urso. Entrei, sem pensar duas vezes.

A temperatura dentro não era confortável, mas impediria que eu morresse de frio. Não conseguia sentir o machucado no braço, tanto era o frio. Encostei a cabeça na parede da caverna, voltando a pensar no que faria. Tentava ao máximo pensar de forma racional, mas Hali sempre voltava à minha mente. Ela esteve sempre ao meu lado, e na primeira chance, eu a magoei. Que tipo de pessoa horrível... Fechei os olhos, talvez dormir fosse a melhor opção.

Escutei passos na neve.

Me mexi devagar para me esconder na sombra da caverna. Não importava quem fosse, se me visse ali, não hesitaria em me matar. Quanto mais se aproximava, mais devagar eu respirava, chegando a prender a respiração para passar despercebida. Tudo ficou silencioso, dando uma brecha para eu respirar, mesmo que ainda lentamente.

- Achei. – ouvi uma voz e inconscientemente gritei. O rosto bronzeado, mesmo com o clima quase sem sol, ruivo, com o cabelo ralo e olhos castanhos claros. Era aquele feiticeiro.

- Se afaste. – digo. – Sabe quem eu sou, não será fácil me matar. – reforço, como se para fazê-lo me temer e me deixar em paz. Ele agachou na minha frente, tirando o capuz do manto e estendo sua mão para mim.

- Fagan. Pode me chamar assim. – ignorei sua mão, ainda o encarando. Ele sorriu, abaixando a mão. – Bartinik... A bruxa que mata bruxas... Esse é o seu nome mesmo? – continuou questionando. Continuei calada. O que ele realmente queria?

- O que quer? – continuo perguntando, tentando descobrir o motivo de ele estar ali.

- Não estou aqui para te matar... Se quisesse, seria fácil até demais. – ele fez uma bola de fogo aparecer em sua mão. Aquilo me deixou em alerta e algumas abelhas começaram a se juntar ali. – Quero pedir um favor. – sorriu de forma perversa.

- Diga... – o zumbido das abelhas começou a ficar mais alto, refletindo meu medo daquele homem.

- Quero ajuda para matar uma bruxa. Não vou conseguir sozinho. – ele disse, me observando.

- Por que? Quer arma mais poderosa que o fogo? – perguntei, desconfiando de todos os seus movimentos.

- Ela nunca ficaria a sós comigo em um cômodo... Então preciso de você para distrair as outras bruxas... Terá de ser um massacre. – seu sorriso aumentou ao falar “massacre” como se a ideia fosse agradável. – E não adianta negar, você é a única que pode me ajudar. – ele disse. – E eu o único que pode de fato te ajudar.

- Me ajudar? O que quer dizer com isso?

- Irá morrer aqui... Um animal, uma bruxa, um caçador... Com sorte será o frio que tirará sua vida. – engoli em seco. A certeza em sua voz me assustava. Ele estendeu a mão, me puxando pelo pulso, sem esperar a resposta.

A sala era grande, com um ar mórbido. Todos os poucos móveis tinham tons frios e escuros. A única cor clara ali era a mulher vestida de branco. Fagan segurou forte o meu braço, me jogando para frente, mas mostrei certa resistência. Sua mão começou a esquentar, até uma ardência começar a incomodar.

- Muito bom feiticeiro. – a voz da bruxa vestida de branco trazia um ar terrivelmente nostálgico. – Como iremos mata-la? – era visível sua satisfação em me matar. Fiquei preparada para ter de matar algumas bruxas e um feiticeiro em especial.

- Imagino que usá-la para alcançar nossos objetivos seja o mais adequado. – o ruivo disse, encarando a mulher.

- E possibilitar que sejamos destruídos de dentro para fora?

- Tenho certeza que sou bem convincente. – o feiticeiro disse, formando uma pequena chama nos seus dedos.

- Qualquer problema será de sua responsabilidade, então.

- Sim, minha Rainha. – Fagan se curva, me arrastando em direção à porta.

Fui levada ao quarto mais afastado do quarto da “Rainha”. Como todos os cômodos do castelo onde já estive, o meu não era muito mobiliado, havia apenas o necessário. Uma cama, uma janela e a porta. O homem indicou a cama, onde me sentei. Logo uma bruxa entrou com uma bacia de água e um pano, deixou a bacia sobre a cama e se portou ao lado da porta.

- Vou buscar roupas limpas para você. – saiu, deixando a bruxa comigo. Com a bacia, limpei o ferimento do meu braço da melhor forma possível. De tempos em tempos encarava a bruxa, que parecia temer pela vida estando sozinha em um quarto na minha presença. Terminada a limpeza do ferimento, pus a bacia no chão, passando a observar a bruxa. A cada segundo que se passava ela parecia mais nervosa, começando a mexer discretamente o pé.

- Não é como se eu fosse te matar. – digo e ela pareceu relaxar um pouco, sem baixar a guarda. – Mas não quer dizer que eu não o queira fazer. – sorrio, cruzando as pernas de forma divertida. Fagan entrou no quarto, vendo a cena um tanto cômica da bruxa com medo. O feiticeiro encarou a bruxa por alguns segundos e ela pegou a bacia no chão e se apressou a sair do quarto. A pressa foi tanta que se atrapalhou e acabou por tropeçar e deixa a bacia cair, derrubando água no homem.

Fagan gritou, onde a água havia tocado sua pele, saia fumaça, como se fossem queimaduras. Ele olhou furioso para a bruxa, que parecia desesperada. Bastou apenas um estalar de dedos e a bruxa estava pegando fogo diante de mim, gritando de forma desesperada, enquanto sumia. Após o pequeno acontecimento, ele me entregou um vestido vermelho.

- Troque de roupa rápido, vou esperar lá fora.

Com a roupa limpa, fui ao encontro do feiticeiro. Ele estava esperando com os braços cruzados.

- Já está amanhecendo e é a minha vez de fazer a ronda. – explicou, indo em direção à saída. No caminho encontramos uma mulher, provavelmente uma bruxa na forma humana. Possuía longas mechas azuladas e onduladas, a pele azulada, mas sem deixar de ser belo. Ela usava um conjunto diferente de roupas, principalmente para a região, sua roupas eram poucas para aquela cidade de neve. Um top e uma saia longa, com detalhes azuis e dourados, exalando riqueza. Ela nos olhou com desprezo, mas ignoramos, saindo do castelo.

Estava de manhã, o sol no céu, mas ainda estava frio. A neve ainda cobria tudo. 


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Notas finais do capítulo

Rakuen e PandoraYuki:
Pedimos desculpa por termos esquecido de por o link da foto da mãe da Hali.
http://drops.mixfm.com.br/wp-content/uploads/2013/02/Scarlett-Johansson-6.jpg



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