One World [one-shot] escrita por sxmisery


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Inspirado na música "One World" de Cady Groves, apresento vocês a minha pequena tragédia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399732/chapter/1

Como uma lâmina, a luz cortou meus olhos. Gemi com a dor, e minhas mãos tentaram saltar para cobrir meus olhos. Eu estava presa ao chão. Tentei mexer as pernas e não consegui. Braços e pernas presos ao chão. Revirei-me pelo chão úmido tentando me soltar de alguma forma. Não consegui. Fechei meus olhos novamente, desejando que tudo fosse apenas um sonho ruim. Tentei engolir seco e não consegui. Minha cabeça começou a girar, mas devia ser por causa da fome. Minhas mãos estavam tremendo como folhas ao vento quando abri os olhos esperançosamente. Minha cabeça doía furiosamente. Era impossível saber quanto da dor era cansaço. Aquilo não era um sonho ruim, era uma realidade ridícula da qual tinha me metido. Eu estava deitada no chão. Ele era áspero e esburacado. Minhas costas e meus quadris pulsavam de estarem naquela posição. Sentia que estava a um passo para a minha sepultura. Tudo que mais queria era morrer. Fechei os olhos e tentei desesperadamente procurar na minha mente o que tinha acontecido comigo, e então, nada. Tudo o que eu sabia era que estava aqui pra morrer, e isso realmente doía.

Então, algumas horas depois, uma porta de ferro se abriu e dela a figura de um homem com o nariz grande e olhos plantados bem fundos na textura enrugada da pele apareceu. Ele estava com um grande sorriso no rosto. 

- Me ajude. – sussurrei com a voz rouca. – Por favor. – o homem abaixou ao meu lado, e balançou-se para trás sobre os calcanhares quando implorei por ajuda. 

- Nossa. Essa agora... – sua voz áspera me fez lembrar o meu pai. – Que situação em?

- Onde estou? – perguntei. 

- Em um terrível lugar. – ele sorriu e rodou os olhos pela a pequena sala.

- Pode me soltar? – ele assentiu. 

- Mas se tentar fugir, eles te mataram. – ele disse enquanto soltava as correntes fortemente presas em meus pulsos. 

- Porque estou aqui? – perguntei.

- Não importa o porquê de você estar aqui, pequena. – ele disse. – Que tal um passeio? Você está se esgotando aqui.

- Antes posso comer? – perguntei.

- Sim, pequena. Pode tomar banho também. – ele disse calmamente.

- Ah, obrigado... – o olhei como se perguntasse seu nome. 

- Jared. – ele disse com um grande sorriso. Ele tinha o mesmo nome do meu pai. 

- Obrigado, Jared. – tentei ser o mais legal possível.

- Sabe? Também não sei o seu nome. - ele disse me ajudando a levantar.

- É Yui. - eu disse. Um pé de cada vez...

- Minutos depois - 

Depois de andarmos por milhões de corredores, finalmente chegamos a uma espécie de refeitório. Havia alguns homens comendo pacientemente. 

- Chegamos. – Jared apontou para uma mesa vazia no canto da grande sala. O olhei e ele fez menção com a cabeça para eu me sentar na cadeira. Sentei. – Aqui está um pouco de comida. – Jared tocou em meu ombro e apontou para mesa. Lá havia uma bandeja com uma garrafa de água e um pedaço de pão. Ataquei o pão e junto bebi a garrafa de água  Eu estava com tanta fome. Não era tão bom quanto pensei que seria, mas era melhor que um vazio gritando dentro de mim procurando por comida.

- Nós temos algumas roupas. Você pode tomar um banho e descansar em uma cama de verdade.  – ele disse sorrindo. 

- Tudo bem então. – eu disse. Assim, Jared me levou pelos corredores com passos seguros e rápidos. Os corredores faziam grandes voltas. Olhei para trás por um breve momento e vi que não havia ninguém além de nós dois. Suspirei. Imaginei que estávamos andando tanto para me confundir, mas isso fugiu da minha mente quando Jared parou, em frente de nós, uma porta entre aberta. Era um quarto com paredes cor de rosa e bichos de pelúcias.

- Este era o quarto de minha filha. – ele disse. O sorriso dele tinha sumido. O medo fluiu por minha espinha chegando até os meus cabelos me fazendo tremer.

- Ele é lindo. – eu disse tentando não transparecer.

- Bem, pode escolher qualquer roupa que estiver ali. – ele disse dando de ombros.

- Ah, tudo bem. – eu disse entrando no quarto com um pouco de receio. E então, meus olhos se encantaram. Era o quarto mais lindo que eu já tinha visto...

- Tem um banheiro bem ali. Quando terminar me espere aqui, ok? – perguntou Jared parado na porta.

- Ok. – murmurei.

- Vou te deixar a sós com você mesma. – ele disse dando de ombros novamente. – Ah, e não ouse fugir, tá? Eles podem te matar.

- Tá. – eu disse sentindo novamente o medo fluir por minha espinha. O esperei virar o corredor para vasculhar o quarto até achar algo que me ajudaria caso encontrasse alguém que quisesse me matar, ou seja, qualquer um. Abri uma gaveta na cômoda e achei uma tesoura, a peguei e coloquei dentro do bolso. Amarrei bem meus tênis. E sai correndo o mais rápido que podia, a linha era reta quando era de piso, depois o chão passava de piso para terra, as marcas dos passos ficavam marcadas ali. Segui as pegadas até chegar à porta do refeitório e começar a ser seguida por quatro homens, todos tinham suas armas. Eu corri mais rápido, tentando respirar quando era possível. A areia levantava e minha respiração começou a falhar por causa de toda a poeira. Respirei fundo e olhei para cima. Sabia que teria que continuar... Só não sabia como. 

E então, finalmente encontrei uma porta para fora. O céu estava cheio de nuvens e a chuva penetrava em meus olhos. Olhei para trás e não avistei mais ninguém. Eu já estava longe. A grama verde e incrivelmente molhada iluminava os meus passos e fazia eu me sentir livre novamente... Eu estava loucamente feliz. Gargalhando, finalmente eu tinha a primeira parte do meu plano completa, apesar de nunca ter feito plano algum. Continuo um pouco cansada e meio quebrada, mas tudo bem, eu levarei isso tudo comigo. Vejo que estou perto de onde tudo começou. Ouço passos aconchegantes se arrastarem pela a grama molhada. Eu tento sorrir ao ver os olhos de Jared afogados em seu próprio caos.

- Pequena, eu te disse que te matariam. – ele beijou minha testa, suas lágrimas se juntaram a chuva e então, ele sumiu. Eu grito bem alto com todas as minhas forças enquanto ouço o som dos tiros, e então, eu caio. Meu coração se preenche de uma dor absoluta, mas não vejo o sangue. Era uma armadilha para me pegar. Sinto vontade de chorar, me agarro às pequenas lembranças e eu grito pra mim mesma que ficarei bem. Eu tento pensar que ficarei bem. Os ventos sopram como se me levassem daqui... Ouço mais um tiro, e sinto todos de uma vez só. Sinto-me muito viva e não sinto dor. Fecho meus olhos e tudo que vivi até hoje passa lentamente como um filme. É como se eu estivesse assistindo minha vida. Depois de tudo passar lentamente, até chegar a este momento. Sinto uma grande luz se aproximando de mim, abro meus olhos com dificuldade e tudo está escuro, mas a algo bem no final. Como um trem, está vindo até mim brilhando. Então, tudo se escurece novamente. Não sinto mais nada além do grande vazio. Um dia, talvez eu encontre o meu caminho de casa...

"Não importa como eu vim parar aqui..." 

FIM.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostou, deixe seu comentário abaixo e se gostou muito não esqueça de recomendar para ajudar na divulgação.
Kissus! ;3