– Não dá - nessa hora meu coração se despedaçou em mil pedaços. Acho que eu mereço - Você acha que é só estralar os dedos e eu volto pra você? - como isso doía ouvir a pessoa que eu mais amo falar essas coisa.

– Não, claro que não. Eu te amo e nunca faria isso com você - tentei

– Nunca faria isso com você? - disse irônica - Você sempre faz, quando brigamos, você só me beija e eu te perdoo. Mas dessa vez não, chega de bancar a boboca... Não quero mais você. Agora saí da minha casa, antes que eu me arrependa e te aceite de volta. - a esse ponto ela chorava demais e eu me controlando para não chora.

– Jade? Como você pode... - não consigo terminar, pois a essa altura minha voz estava embargada.

– Saí da minha casa agora - tento argumentar mas ela me empurrando pra rua e fechando a porta na minha cara.

Pov Jade

Assim que fecho a porta desabo em lagrimas mais do que antes. Ouço uma musica, percebo que é o meu celular tocando. Vejo no visor, era Cat. Penso em não atender, mas sei que se fizer isso, ela vai ficar me ligando a cada 30 segundos.

_ Fala Cat _ digo tentando disfarçar a voz de choro.

_ Você ta bem?

_ Aham?

_ Ah. Não tá não. To indo pra ir. Tchau _ ela desliga

Odeio o fato de a Cat me conhecer tão bem. Não queria ver ninguém, mas acho que seria bom conversar com alguém. Uns 20 minutos depois ouço a campainha, já que estava no sofá. Seco as lagrimas e corro atender a porta.

– Hey, como você tá? - pergunta novamente. - Soube que o Beck veio aqui na minha ausência.

– Como você soube? - pergunto desconfiada.

– Ele me disse. - ela me deixou com cara de o que? - Tá legal, fui ao supermercado e trouxe refrigerante, doces e pizza... Ah! Também trouxe uma balinha em forma de spray. Hehehe.

– Balinha em forma de spray? - o que é isso?

– Aham!

– E o que é essa tal balinha aí? - perguntei curiosa.

– Sei lá, eu achei esse spray e no rotulo tá escrito “bala sabor cereja”. - disse me mostrando o tal spray. - Mas não sei se esse é o nome disso, sabe?... Não faz sentido. - minha cabeça acabou de dar um nó.

– Tá, mas por que comprou isso? - pergunto apontando pro negocio em sua mão.

– É que eu vi esse panda rosa no rotulo e achei bonitinho, olha. - ela esfrega na minha cara, tiro sua da minha cara.

– Só entra. Deixa as coisas na cozinha que eu vou subir e pegar algumas coisas pra nossa noite “divertida” no meu quarto. - ela apenas assentiu e foi para cozinha.

Subi correndo para meu quarto, peguei alguns cobertores e travesseiros e desci novamente. Chegando à sala encontro a Cat sentada no sofá, com a mesa a sua frente cheia de coisas, tinha doces, refrigerantes, pizza, pipoca, entre outras coisas.

– Nossa Cat, como você fez isso? - pergunto me referindo à pizza e a pipoca. Que eu me lembre, ela não sabia nem liga um micro-ondas. - E como fez tão rápido.

– Minha mãe está pagando aulas de culinária pra mim. Hahaha. - ela me faz esquecer os problemas, ela era uma ótima amiga. - Vamos ver um filme?

– Claro, que filme? - pergunto, mas me arrependo no mesmo instante.

– Toy Story, ou melhor, O Grilo Feliz ou... -ela fala animada mas a interrompo.

– Que tal esquecemos o filme?

– Tá legal! - como ela consegue continuar com essa animação toda?

Depois de muita discussão, resolvemos ir dormir. Resolvemos dormir no sofá-cama mesmo. No outro dia, acordo com uma ruivinha animada e gritando loucamente.

– ACORDA JADEY, ACORDA!!!

– Cat... Cat... CAT. - grito pra vê se ela escuta e para de gritar. - CALA A BOCA - ela me olha assustada.

– Desculpa, mas temos que ir pra escola. - tinha esquecido que hoje era terça, ainda. - Vamos levanta! - sabia que ela não ia desistir assim tão facilmente.

– Tá bom! - digo irritada.

Levanto com muito esforço e vou pro banheiro pra fazer minha higiene matinal. Desço as escadas, mas não vejo Cat na sala, vou pra cozinha e lá está ela arrumando a mesa pro café.

– Há quanto tempo está fazendo essas aulas culinária? - pergunto surpreendida.

– Acho que há uma semana, por quê?

– E já aprendeu a fazer tudo isso? - pergunto ignorando sua pergunta e referindo-me a bela mesa a minha frente. Cat me manda um sorriso e corre pra me dar um abraço, do qual retribuo, acho que estava precisando desse abraço. - Por que me abraçou? - pergunto quando nos separamos, ainda não entendendo o porquê do abraço.

– Você é como uma irmã pra mim e é isso que fazem. - então ela me considera uma irmã, que fofa. Ai meus Deus, to ficando tão emotiva. - Vamos comer? Não sei você, mas eu to morrendo de fome.

Eu não como no café da manha, mas olhando pra essa mesa linda que a Cat fez, resolvi aproveitar e também não queria magoar a Cat. Então assenti. O incrível é que ela ainda não tocou no assunto “Beck”, e isso era muito bom.

– Hora de ir. - digo depois que terminamos o café, olhando a hora no meu celular, faltavam 10 minutos para o começo da aula.

– Já? - pergunta desanimada, assenti mostrando a hora a ela. - Nossa! Vamos logo se não nos atrasamos. - diz animada novamente, como ela consegue mudar de humor assim tão rápido?

Fomos até meu carro, entramos e seguimos em silencio até a HA. Tínhamos aula com o Sikowitz, então fomos direto pra sala, como estávamos atrasadas 5 minutos.

– Desculpa o nosso atraso. - falamos juntas assim que entramos.

– Tudo bem garotas, só estávamos discutindo sobre os novos alunos que chegarão amanha na nossa escola. - diz Sikowitz.

– E quem são? - perguntei curiosa.