Rick ficou feito uma estátua olhando a Kate andar, mas ao ouvi-la chamando seu nome, ‘acordou do transe’ e foi rápido ao seu encontro - Vamos circular pela sala para esperar o momento de eu começar a autografar meu livro. Era isso que você ia sugerir, Kate? – falou Richard cheio de atitude.

— Não. Mas poderemos fazer isso. – Sorriu.

— Vamos. – E foram caminhando, sorrindo e conversando parecendo que já se conheciam de velhos tempos. Os assuntos surgiam do nada, um atarás do outro, sem parar. Ficaram circulando pelo ambiente sem pressa.

De longe, Christopher Burgerston sorria ao analisar Kate e Rick conversando e caminhando pelo salão. "- Esses dois... Não sei não. Isso promete. Até que eles combinam. Mas que velho tolo que eu sou, pensou, porque eu não pensei nisso antes?".

Sem esperar bom tempo, Rick que de bobo não tinha nada encostou com a Kate em um local mais reservado, sorridente, foi logo dizendo – Kate, sem exagero, você é a garota mais bonita que eu já vi na minha vida e tem os olhos mais lindos e expressivos que eu já fitei. Você quer casar comigo? Eu adoraria tê-la como esposa e mãe dos meus bebês Castles.

Ao ouvir tal pedido, Kate, tentando ao máximo disfarçar o susto, pensou "- Ai, meu Deus, este homem, lindo, maravilhoso, ali com ela e dizendo que ela era linda." Ela não estava nem acreditando. E ainda brincando de pedi-la em casamento e querendo que ela fosse mãe dos seus filhos. Sentiu um friozinho no peito, feito um raio gelado, um palpitar no coração. "- Ai meu Deus. Que brincadeira mais besta. Pode nem parecer, mas o sujeito é louco!"

Recuperando-se do susto, Kate respondeu – Rick, você, com certeza, é o cara mais atrevido, arrogante e convencido e porque não dizer maluco que eu já vi na minha vida, mas, eu vou entrar nesta sua brincadeira e vou dizer uma coisa... Eu não vou negar, você tem os olhos azuis mais lindos, brilhantes e penetrantes que eu já fitei e.... NÃO – Kate falou olhando bem nos olhos dele – Eu não vou me casar com você, Richard Castle, porque como eu te disse: você ou é ou se faz de maluco. – Kate falou sorrindo com o coração quase saindo pela boca, sentindo outro raio gelado cruzar seu peito, de pura emoção.

Os dois riram muito. Uma risada gostosa.

— Você é linda mesmo e ponto final. E não se discute mais isso – falou em tom divertido, revelando que não se chateou ou se ofendeu com a resposta atrevida dela - Assunto encerrado. – eles sorriram - Quanto ao casamento, Kate, fique você sabendo que eu vou me contentar com esse NÃO que você me deu, mas só por enquanto. Ouça bem o que eu estou falando agora para depois não dizer que não entendeu. Você pensa que eu estou brincando... Mas estou falando sério. Eu vou repetir: Eu, Richard Castle, vou me contentar com esse NÃO, mas só por enquanto. Saiba que eu vou insistir depois até você ceder, minha linda. Você vai ver. Você já está avisada. Você vai se apaixonar por mim porque EU já estou apaixonado por você e você vai aceitar se casar comigo. SIM. Nós vamos nos casar e você vai ser a mãe dos meus filhos. Os bebês Castles. Pode escrever que isso vai acontecer. – Kate escutava atentamente cada palavra dele e olhava bem nos olhos dele e após ele terminar aquele discurso todo, o silêncio pairou no ar, mas em segundos, os dois sorriram novamente em total descontração sob o olhar atento de Christopher Burgerston, que podia não estar ouvindo, mas via tudo. – Vamos nos conhecer um pouco. Primeiro eu vou contar para você quem eu sou. Sou um escritor de mistérios, - neste momento Kate sorri do jeito despachado e espontâneo dele - nasci e moro aqui em Nova York. Sou divorciado, tenho uma filha de 14 anos que mora comigo, uma ruiva lindíssima. Ela é a adulta da relação – deu um sorriso de pai orgulhoso - você logo vai conhecê-la, pois daqui a pouco deve estar chegando com minha mãe, dona Martha, uma atriz de teatro e TV. Eu vivo de observar tudo e todos ao meu redor e escrever o que observo. Eu adoro observar. – Rick deu uma piscadinha para Kate em sinal de advertência. - Deu para perceber, por exemplo, que você é estrangeira. Tudo bem! Essa foi fácil. Europa. Acertei? Mas não se preocupe. Tal e qual você, seu sotaque é belíssimo, mas você fala perfeitamente a minha língua. Onde você nasceu?

Kate arregalou os lindos olhos verdes e ficou meio desconcertada, pois se encontrava ilegal naqueles pais. Trabalhava na livraria ha cinco anos e o Sr. Christopher Burgerston sabia da sua situação e nunca lhe causou nenhum problema, porque era muito bom para ela, como se fosse um pai. Contudo, se o pessoal da imigração descobrisse, ela teria que retornar ao seu país de origem e isso ela não queria. Ela amava morar em Nova York. Ai, meu Deus. O que fazer. O que responder para Rick?

— Realmente, depois de todo esse discurso, etc, etc, etc, devo dizer que além de atrevido e nada modesto – sorriu e piscou para ele - você é muito observador, Rick. Nasci na Croácia. Vim estudar em Nova York e após dois anos que estava aqui, meus pais e meus irmãos morreram em acidente de carro lá. Fiquei sozinha no mundo. Após a conclusão dos meus estudos, tive receio de retornar ao departamento de imigração com medo de ser obrigada a retornar à Croácia. Não tinha mais motivo para voltar a morar lá, pois não tinha mais parentes nem amigos por lá. Comecei a procurar emprego na minha área, Administração de Empresas, com ênfase Marketing. Como a minha situação estava muito difícil, sozinha, sem dinheiro e sem lugar para morar, e como eu falo cinco idiomas, pois além de falar inglês, eu falo servo-croata, esloveno, francês e italiano, foquei a busca em livrarias e, por sorte, encontrei o Sr. Christopher Burgerston que apreciou muito o meu currículo acadêmico e apostou em mim. Tem cinco anos que estou aqui e trilhei um caminho bacana e tenho aprendido muito. Hoje sou Diretora Geral da livraria e amo o meu trabalho. É exaustivo e divertido ao mesmo tempo. Um dia nunca é igual ao outro. Pois é. Há cinco anos que estou ilegal em Nova York, encontrei no Sr. Christopher Burgerston um excelente patrão, além de amigo. Não canso de dizer que ele é como se fosse um pai para mim. Ele me protege e me dá apoio em tudo o que eu preciso neste país. Nunca me deixou faltar nada. Não deixa ninguém me fazer mal.

— O Christopher é um amigo muito querido. - Castle falou sorridente - Nós nos conhecemos jogando poker. Sei que posso sempre contar com ele também. Você disse que tem cinco anos na livraria, porque eu não a conheci nos lançamentos dos meus últimos cinco livros, Kate? - Castle perguntou curioso.

— Bem. Nos primeiros dois anos na livraria, eu trabalhava nos bastidores, juntamente com uma equipe muito grande, servindo de elo de ligação entre as Editoras e empresas de serviços para eventos e, nesta função, minha jornada era em horário administrativo. Depois, quando fui promovida a Diretora Geral, cargo que ocupo hoje, passei a administrar tudo que se passa nesta livraria, inclusive os lançamentos de livros e, nos outros lançamentos dos seus livros eu talvez estivesse de férias ou em viagem de negócios, não sei dizer no momento, ao certo Rick.

Continuaram conversando, muito animados.

O salão do evento já estava cheio de clientes e fãs de Richard Castle e às 19:10 horas, o seu Editor vem Chamá-lo. Kate o leva ao local indicado para a leitura do primeiro capítulo do livro. O silêncio se fez no recinto. Espectadores atentos, que ao final aplaude.

Em seguida, Kate o levou à mesa reservada para autografar seus livros adquiridos pelos clientes e fãs. Uma fila imensa se forma. Muitas mulheres, inclusive aquelas pedindo para que ele autografasse nos seus decotes. "- Que moças atrevidas! Ai, que raiva! Pena que não posso tira-las da livraria." - Kate ficou com uma pontinha de ciúme, mas não disse nem deixou que ele percebesse nada. "- Afinal, quem sou eu na vida dele? Somente a mãe dos bebês Castles dos sonhos dele." - Sorriu. - "- Será que era somente dos sonhos dele? Ai, ai, ai, Srta. Kate Beckett. Será que já estou delirando? Será que já quero ser a mãe dos bebês Castles? Ai, meu Deus! Mas que seus bebês Castles seriam lindos, ah, isso eles seriam.... Tão fofos... E os olhos... Seriam azuis ou verdes? Melhor parar por aqui, Kate." - Pensou.

Ela ficou preocupada de seus pensamentos estarem ecoando pelo evento. Olhou assustada para os lados e voltou à realidade. "- Helooo!!! Terra chamando! Terra chamando!" Sorriu novamente. E se concentrou em observar o movimento do salão e tentando pensara somente no seu trabalho "- Vendas, autógrafos, garçons, altura do som, altura de Rick, ele era muito alto, bonito, simpático, divertido... Que homem... Ai, Meu Deus!!! Concentre-se, Kate. Foco, Kate Beckett. Foco. Concentre-se apenas no Lançamento do Livro. Foco." - ela se repreendia mentalmente.

Mais tarde, Kate conheceu a filha de Rick, a Alexis, que realmente era muito linda, um encanto de garota e conheceu também a mãe dele, Martha, uma senhora bonita, alegre, sorridente e muito divertida. De bem com a vida.

Tudo corria as mil maravilhas.

Ao final, todos os convidados saíram satisfeitos com seus livros autografados.

— Não sobrou um único exemplar do livro “A Bloody Storm” na livraria. O último exemplar foi vendido para o último cliente da fila. Eu já soube, inclusive, que teve fã que também levou outros livros da COLEÇÃO A DERRICK STORM. Amanhã terei que contactar a Gerência de Vendas para solicitar, com urgência mais caixas do “A Bloody Storm” lá no Depósito da livraria. Vai ser a primeira coisa que farei amanhã. - Kate falou para Rick e para Christopher Burgerston. Ou seja, o lançamento foi um sucesso: Livraria e Editora satisfeitas.

— E o escritor também – falou Rick sorrindo.

Neste momento, não havia mais nenhum cliente dentro da livraria, somente Kate, Rick, o Sr. Burgerston, Alexis, Martha e outros funcionários, além dos garçons recolhendo as taças, quando, de repente, dois senhores entram e perguntam à Recepcionista — Boa noite, estamos procurando a Srta. Beckett? Katherine Hougthton Beckett?

Kate, achando muito estranho aqueles homens desconhecidos falarem seu nome completo, fica sem entender nada, se afasta um pouco de Richard e do Sr. Christopher Burgerston e se apresenta.

— Sim. Eu sou Katherine Hougthton Beckett. O que desejam?

Em seguida, eles se identificam.

— Eu sou John McDonald e este é Michael Wilkson. Somos da imigração. Chegou ao nosso conhecimento, por meio de uma ligação telefônica sigilosa, que a senhorita está ilegal neste país. Por tal motivo, viemos confirmar tal notícia e, como é o caso, estamos intimando você para que compareça amanhã, às 16 horas, ao nosso Departamento a fim de agendarmos o seu retorno à Croácia. – Dizendo isto, entregou à Kate uma notificação com cópia onde ela assinou que estava recebendo uma via.