Duas semanas depois...

A empresa contratada para organizar o evento, preparou tudo da forma como Kate e Richard sonharam. Martha, muito experiente, também deu opiniões fantásticas. Estava tudo muito lindo.

A festa foi armada na parte de trás da casa nos Hamptons, que possuía uma parte de grama muito extensa onde foram acomodados os grandes bancos dos convidados, duas fileiras, dez bancos cada fileira, todos de madeira resistente com aproximadamente dois metros de comprimento, com encostos e braços.

O altar foi construído em bambu, forrado com tecido branco translúcido, entremeado com flores do campo em tons de vermelho escuro e claro e tulipas vermelhas, tendo ao fundo o céu e o oceano, de um azul fenomenal.

O corredor entre as duas fileiras dos bancos de madeira, por onde passaria a noiva, tinha aproximadamente dois metros de largura e dez metros de comprimento e estava ornado por um tapete vermelho e de metro em metro tinham pequenos pedestais com um arranjos enormes com as mesmas flores que estavam enfeitando o altar, ou seja, flores do campo e tulipas vermelhas, ligados um ao outro por um tecido branco translucido frouxo e retorcido, sempre com muita folhagem verde.

Estava tudo muito lindo e, para coroar com chave de ouro, Deus deu um lindo dia sem nuvens: céu e mar azul, sem igual.

Rick consultou o relógio. 16h30 minutos. Este era o horário exato que estava consignado no convite do casamento. Ele olhou em volta, todos os convidados já tinham chegado e já tinham se dirigindo aos seus lugares nos bancos do local da cerimônia. Estavam apenas esperando por Kate.

O celebrante religioso já estava no altar.

Deus do céu. Por onde andava a Kate.

Rick procurou sua mãe com os olhos e não a encontrou. Procurou a Lanie... a Alexis... também não as encontrou.

Este era seu terceiro casamento... e nunca ficara tão nervoso a espera da noiva – talvez devido ao grande amor e paixão que nunca conhecera efetivamente pelas duas ex-esposas, não o verdadeiro e puro amor que nutria por esta noiva em particular, Kate, que aliás, já era sua esposa, sempre sua Kate. Meu Deus, cadê você, Katherine Beckett Rodgers-Castle? Já estava nervoso.

Ai, meu Deus, será que ela passara mal por causa da gravidez. Ultimamente ela vinha se queixando de náuseas, de tontura. Ainda mais depois do último exame. Por favor meu Deus.

(Flashback ON)

Kate foi com a Lane para a segunda prova do vestido de noiva.

— Lanie, me ajuda aqui, amiga, porque o vestido não está querendo entrar direito... Falta só um pouquinho. Abotoa aqui.

A amiga, juntamente com a estilista fecha o vestido, mas a modista, com delicadeza fala – Querida, será que você engordou, querida? Ficou muito apertado. Não estava nos meus planos folgar este vestido tão delicado. Será que dá para você voltar para as mesmas medidas de antes, minha linda?

Kate olhou para Lanie e ambas sorriram e, em seguida, torceu a boca de forma sorridente e encabulada e disse delicadament – Não dá não. Eu até tentei não comer muito, mas meu marido diz que eu agora tenho que comer por dois. – Diante do susto da estilista, Kate completou – É, eu estou grávida.

A estilista olhou para a Kate assustada com os olhos arregalados – Querida, porque você não me disse que está grávida? Se você tivesse me dito eu teria colocado mais tecido – disse de forma divertida. – Mas não se preocupa. Deixe comigo. Fique tranquila. Vou folgar um pouquinho aqui– disse apalpando o ventre de Kate -, já prevendo que você pode aumentar mais o peso.

Quando deixaram o atelier de costura, Lanie falou com a Katie – Amiga, como médica, eu vou te dizer uma coisa. Preste atenção: Você está com aproximadamente doze semanas de gestação, Kate. Com o seu biótipo, você nunca era para ter engordado assim, amiga. Eu não quero te preocupar. Mas eu acho que você deveria ligar para seu obstetra agora e marcar uma consulta de emergência, meu bem. – Olhou para Kate e viu que a amiga ficou nervosa. – Deixe comigo. Eu sei quem é seu obstetra. Eu ligo para ele e você liga para aquele seu marido bonitão. Vá. Ligue logo. Marque com ele lá. Vamos ganhar tempo.

No caminho a Lanie foi acalmando a amiga. – Kate, não há de ser nada. Eu acho que o obstetra apenas vai falar diretamente ao Castle para ele parar de ficar mandando você comer feito um monstro. Só isso, querida. Você tem que engordar o bebê quando ele nascer, não quando ele ainda estiver na sua barriga, querida. Ou você quer virar um balão?

Quando elas chegaram à clínica, Rick já estava esperando ansioso. Cumprimentou Lanie e deu um selinho na sua esposa.

— O que foi que aconteceu, amor?

— Sua mulher está engordando por sua culpa, Castle. Ela come tudo que você dá, resultado, o vestido de noiva entrou mas ficou apertado. Vamos falar com o obstetra para ver se esse peso pode estar atrapalhando ou fazendo mal ao bebê.

Neste momento, a atendente chamou.

— Sra. Katherine Rodgers-Castle.

Kate e Richard entraram na sala do obstetra e depois de uma rápida conversa ela foi levada para fazer uma ultrassonografia. Esse seria sua primeira ultrassonografia. Depois de preparada, Rick ficou ao seu lado. Logo que o monitor é ligado, o médico começa a explicar.

— Pronto. Vocês vieram em um excelente dia. Sabem por que você está engordando, Kate?

— Sim, como eu já disse doutor, o Richard me faz comer de tudo dizendo que eu não posso ficar fraca; Diz que tenho que comer por dois, etc, etc, etc... – disse torcendo a boca e revirando os olhos em direção ao marido.

— Não, minha querida. Você tem que se alimentar mesmo, mas pega leve, Richard. Kate tem que comer só para ela mesma. Sua mulher não pode engordar muito porque faz mal à saúde dela e das crianças. Aliás, se quiserem, já podem começar a pensar na escolha dos nomes. – Disse o médico já clicando nas teclas para imprimir as imagens.

— Como assim... Crianças... Nomes... Doutor? – Kate e Richard falaram ao mesmo tempo, as mãos apertadas em sinal de ansiedade.

— Meu Deus, São gêmeos, Rick. Gêmeos! Nós não fizemos apenas um bebê, amor, fizemos dois. Dois Castle’s baby.

— Sim, são gêmeos. Querem saber o sexo.

— Sim. – respondeu Kate.

— Não, - respondeu Rick – Tudo bem, minha esposa tem preferência na resposta. Sim, doutor, pode dizer.

— São dois meninos. Bem, Kate, a situação agora é totalmente diferente, pois a gravidez gemelar carece de mais cuidados. Vamos nos ver com mais frequência do que havíamos combinado, ok? Bem, depois que você se arrumar, voltem para minha sala que eu vou passar uns exames importantes para esta mamãe. Não se preocupem. Eu posso adiantar que não vi nada de anormal. Está tudo correndo bem. Os bebês estão bem formados e no tamanho ideal.

O médico saiu da sala de exames. Kate sentou-se no leito e abraçou-se com o marido.

— Rick, Deus do céu!

— Kate, se eu já estava feliz por ter te encontrado, quando soube da sua gravidez pensei que já era o máximo, mas agora então, eu não consigo nem encontrar as palavras. - Ele limpou as lágrimas que teimavam em sair dos seus olhos. – Você me transformou, Kate. Não consigo falar – Disse com a voz embargada pela emoção.

— Meu amor, se você, que é o mestre das palavras, não consegue encontra-las e articula-las neste momento, o que dizer de mim?

Rick abaixou e beijou o ventre de Kate depois levantou, a encarou e simplesmente disse.

— Obrigada.

(Flashback OFF)

Neste momento, seus pensamentos foram dissipados e avistou sua mãe vindo da casa em sua direção. A chefe do cerimonial o chamou para o início do tapete vermelho e deu um sinal para os músicos que inicaram a execução da melodia "Jesus Alegria dos Homens", ao som de violinos e com vozes do coral ao fundo. Muito lindo e emocionante. Comoção geral. Rick se emocionou ao ser conduzido pela mãe ao seu lugar a espera de Kate.

De onde Kate estava ela tinha acesso visual ao local da cerimônia, sem, no entanto, ser vista. Estava muito emocionada com as cenas presenciadas e não estava acreditando que aquele era o seu casamento e que aquele noivo era dela, aliás, ele já era seu marido. Aquela apenas era uma festa que estavam dando para dividir com os amigos os momentos de alegria do inicio da vida de casados e da cerimônia religiosa que teriam aquele dia.

Dentro de alguns instantes ela ouviu Alexis falar.

— Kate, chegou a sua vez, querida.

Ela olhou para a menina e disse. – Alexis, eu nunca vou cansar de repetir, minha linda: Eu não conhecia o que era amor até conhecer o seu pai e não sabia o que era família até conhecer você e sua avó. Obrigada. Nunca senti tanta felicidade na minha vida. Eu já te disse. Eu tive meus pais, mas...

— Ssshhhhhhh – Alexis fez, carinhosamente, com os lábios o barulhinho característico de pedir silêncio. – Não vamos falar disso agora, minha linda. Vamos mudar de assunto. Não vamos estragar o seu dia. Kate, hoje será um dia inesquecível para você e para meu pai. Deus reservou este dia para você e para o meu pai. Kate, por falar em meu pai está te aguardando no altar, e ele está nervoso de tão apaixonado por você e ansioso para colocar a aliança no seu dedo. Você não vai fazê-lo esperar, não é? Porque, do jeito que ele é meio maluco, aliás, completamente maluco por você, é capaz de quebrar todas as regras de etiqueta e educação e entrar aqui, carregar você até o altar... é sim, Kate, ele pode irromper por esta varanda e leva-la nos ombros. Apresse-se.... senão... – as duas riram e foi bom porque a Kate, que estava muito emocionada e já estava quase chorando e iria borrar toda aquela maquiagem interrompeu o quase choro e ficou sorrindo com a Alexis pensando na cena ‘desenhada’ pela menina.

Olhando para o lado, Kate percebeu o Sr. Christopher Burgerston estendendo o braço para ela. Ele iria conduzi-la ao altar e entrega-la ao Richard. Hoje ele iria representar oficialmente o papel de pai perante toda uma sociedade e estava muito orgulhoso e emocionado.

A chefe do cerimonial olhou para Kate, deu um sinal para os músicos que, imediatamente começaram a tocar e o coral começou a solfejar, a Marcha Nupcial, de Wagner, anunciando que dentro de instantes iria acontecer a entrada da noiva. Kate iniciou a saída da casa e se dirigia para a entrada do corredor nupcial e ficou parada até o final da execução da melodia.

Quando Richard e Kate se procuraram com o olhar, todos em volta sentiram a emoção dos dois. Os olhos de ambos emitiram raios quase reais. Rick não cabia em si de tanta emoção e nunca a vira tão bonita. Ela estava linda. Usava um vestido de noiva branco neve, todo em renda floral de alto relevo recortada com decote do tipo tomara que caia, contornando os seios de forma sensual sem ser vulgar. O corpo do vestido era todo rebordado com cristais Swarovski em pontos marcantes e aderente até a cintura que disfarçava os sinais da recente gravidez. Logo abaixo descia a ampla e repleta saia que se multiplicava em diversas saias que davam um toque mágico aquele vestido de princesa. Para completar o visual de Kate, a Cabeleireira aproveitou seus lindos longos e maravilhosos cabelos claros com mechas loiras e fez uma grande e frouxa trança lateral, com franjão solto, utilizando, ainda, longos pedaços de fitas brancas, que se envolviam nos fios da trança, aleatoriamente como se cabelos fossem, complementando, com muitas flores brancas pequenas que se perdiam pela na trança, dando um efeito casual ao penteado. Realmente, Kate estava deslumbrante, inclusive com aquela maquiagem bem natural, marcada apenas pelos olhos muito bem contornados com delineador negro, e os belos e longos cilios completavam o visual. Nas mãos, Kate segurava um buque de tulipas vermelhas. Muito lindo. Estava completo.

Ele tinha a noiva-esposa mais linda e amada do universo. Ele era o noivo-marido mais feliz do planeta.

Interrompeu seus pensamentos porque os músicos e o coral iniciaram a melodia "Becausse You Loved Me". Rick arrepiou-se tendo em vista que só a melodia já chegava à alma, tendo em vista a combinação perfeita das notas musicais, contudo a letra era profundamente emocionante e apaixonada. Richard deu um passo à frente para esperar Kate.