– Finnick, tenho um trabalho para você. – Julvia chegou com um bilhete.

Mais uma vez estou na Capital a “negócios”. Ó inferno. Odeio isso. Odeio o Snow. Ontem, antes de vir para cá, acabei discutindo com Annie novamente. Não quero coloca-la em perigo novamente, então aceitei de bom grado vir para cá.

– A onde vou desta vez?

– Zona leste. Uma moça ligou pedindo seu serviço para a filha dela. – Arregalei os olhos. – é, isso mesmo. Vá se arrumar. Vamos partir em 10 minutos.

Para a filha? Jura? Esse povo da Capital só tem merda na cabeça.

– POV Autora

Finnick ficou pronto em 5 minutos e foi ao encontro de Julvia, que o esperava na limusine branca. Bufando e reclamando mentalmente, ele foi até o seu destino ouvindo sua secretaria falando sobre que cor de cabelo ela deveria usar.

Chegaram ao seu destino, era um prédio roxo, muito neon.

– Bem, você já sabe o que fazer! Boa sorte. – Julvia disse a Finnick, então ele saiu com o papel na mão indicando o apartamento.

Pediu permissão ao porteiro e dirigiu-se ao elevador, onde subiu com duas moças, uma com cabelos rosa choque e a outra com o cabelo verde cor de catarro. Sorriu sedutor, afinal, precisava de clientes, era assim que ganhava a vida.

Bateu na porta do respectivo apartamento, e uma senhora de cabelos azuis e maquiagem rosa choque atendeu com um sorriso.

– Sr. Odair! Que ótimo que aceitará meu pedido! Entre entre! Chrome está em seu quarto, a sua espera. Por favor se sinta a vontade.

– Muito obrigada por solicitar meus serviços! Espero que eu satisfaça as vontades da sua filha. Com licença. – Ele deu um pequeno aceno de cabeça. Começando a subir as escadas.

– O quarto de Chrome é a segunda porta á direita. – A senhora sorriu e sentou-se em seu sofá roxo em formato de ovo.

Ele seguiu pelo corredor estranho, cheio de espelhos de vários tipos, formas e cores. Teu levemente na porta do provável quarto da garota, recebendo de uma doce e suave voz um “podes entrar”.

Finnick abriu a porta, esperando uma decoração muito espalhafatosa, mais se enganou, as paredes tinham uma coloração azul bem clara, com flores vermelhas desenhadas e pintadas a mão, uma cama preta com almofadas de vários tons azuis, um tapete vermelho em forma de um circulo com espinhos, uma mesinha de canto rustica com algumas coisas, um candelabro branco e 4 quadros que juntos completavam uma flor roxa. É um quarto bem estranho para alguém da Capital.

Outra surpresa foi ver sua cliente, uma garota, aparentando ter uns 20 anos. ( Na Capital, a idade para se sair das casas dos pais não é 18 e sim 21.)

Era realmente bonita, tinha orbes azuis claro, cabelos castanhos com uma espécie de coroa azul que era presa por um pano azul. Trajava um vestido simples bege que contrastava com sua pele branca.

– Então você é o famoso Finnick Odair? O vitorioso do 4 que ganhou a 65° edição? – Perguntou saindo da poltrona branca que Finnick nem havia visto, a morena se levantou e andou timidamente até ele.

– Isso mesmo, Senhorita. Foi você que solicitou meu trabalho, certo? – Ele se aproximou dela, para ver se ela vencia sua timidez.

– Não. – Chrome disse em um suspiro. – Não fui em que contratei seus serviços, e sim minha mãe, e ela ainda fez isso sem me consultar, só soube agora pouco. – Apontou para a cama. – Venha.

Ela tomou a mão dele, guiando até a cama preta. Ela já queria ir tão rápido?

Na Capital, ser virgem após os 19 não era uma coisa muito boa. Mostrava que a garota não era digna de um relacionamento. Mesmo que Finnick pensasse ao contrario. Para esse povo, ser virgem após os 19 é um sinal de encalhada e que provavelmente passará sua vida sozinha.

Os dois se sentaram na cama, ela pediu para Finnick retirar seus sapatos, ele o fez. Chrome abraçou uma de suas almofadas azuis enquanto assistia o ruivo tirar suas meias.

– Que tal receber seu pagamento antecipadamente, Finnick Odair? – Ela sussurrou em seu ouvido, com sua voz tímida e suave.

– Como queira. Senhorita.

– Pode me chamar de Chrome, Odair. Seremos amigos, certo? – Disse voltando a abraças a almofada, a colocando na altura do seu delicado rosto.

– Você é quem titula nossa relação, Chrome – Ele deu uma risada fraca, sabia o que aquilo significava. – Mesmo que meu coração pertença à outra. Aceitarei ser seu amigo.

A morena sorriu, um sorriso lindo, meigo e tímido. E ela corou ao perguntar:

– Jura? A quem? – Sua curiosidade a predominou enquanto o moço a olhou indignado.

– Isso não a incomoda? – Perguntou-lhe assustado com o que ela havia lhe perguntado.

– Claro que não! Não posso lhe contar agora, faz parte do seu pagamento. Mas antes, quero saber sobre ela. – Ela deu um pulinho na cama o que fez um barulhinho de mola. Chrome sentou-se sobre seus próprios joelhos, ficando de frente para Finnick.

Finnick fez o mesmo, mais invés de sentar sobre suas pernas, sentou-se as cruzando.

– Certo, se é o que você quer. – Focou seus olhos verdes aos azuis de Chrome, que ainda sorria, timidamente.- O nome dela é Annie, nos conhecemos quando pequenos. Acabamos nos apaixonando e eu a pedi em namoro. – Ele deu um sorriso triste, o que fez Chrome se assustar. – Porém ela não aceitou na época. Por conta deste meu trabalho.

– Então você não trabalha como prostituto por que quer? – Perguntou duvidosa.

– Não, Presidente Snow me obriga, infelizmente. Se eu recuso algum trabalho, afetara seriamente Annie e minha família.

– Que horrível! – Ela arregalou os olhos, usando uma de suas mãos para tampar a boca. – Todos pensam que você faz isso por que tem um belo corpo e sabe dar prazer... aos... outros. – Ela corou ao falar a ultima frase.

Ele deu risada da reação da garota.

– Tudo bem. Estou acostumado com esses tipos de comentários. Não se preocupe. – Sorriu fraco.

– Perdoe-me, então me conte mais! Como Annie é ? – Chrome voltou a sentar sobre seus joelho e a abraçar a almofada.

– Ela é morena, tem os olhos maravilhosos. – Finnick possuía um sorriso bobo enquanto descrevia sua peixinha. – São azuis esverdeados, perfeitos. É meiga, doce, frágil e delicada.

– Ela deve ser maravilhosa. – O sorriso de Chrome sumiu dando lugar a uma expressão de tristeza. – Sinto muito por vocês dois. É triste um amor sofrer tudo isso. Espero que vocês tenham um final feliz. – O sorriso fraco e frágil dela havia voltado para seu rosto. Finnick sorriu torto.

– Obrigado, mesmo. – Virou-se para ela. – Então, qual é o meu pagamento?

– Certo. Seus pagamentos são segredos, certo Sr. Odair? – Ele acenou com a cabeça e ela encarou a almofada. – Eu não sou mais virgem.

Finnick não sabia por que, mais aquilo o deixou indignado. Talvez por ela ser tímida ou ingênua demais. Ou pela mãe dela não saber.

– Oh, isso é um bom pagamento. – Disse sorrindo, e o rosto da moça parecia um pimentão. – Certo, me conte mais!

– Mais? – Ela levantou o rosto, assustada com o pedido do ruivo. – C-Certo... – Hesitou. – Eu conheci um garoto na faculdade internacional de Panem, onde vem estrangeiros também. É a faculdade mais cara por aqui, por ter acesso a cultura de outros países. Minha classe era mista, eu acabei me apaixonando por um moço da minha idade, o detalhe é que ele era o oriente. Porém, não sei se você sabe, é proibido a relação entre gente o oriente e do ocidente.

Chrome deu um sorriso triste, e suas lagrimas começaram a brotar, Finnick as limpou com um dos lencinhos que tinha e levantou o queixo dela.

– Ei, não precisa chorar. Não precisa continuar se não quiser.

– N-não, esse é seu pagamento. Imagine, seria falta de educação. – Ela limpou as lágrimas com a mão. – Por ironia do destino, ele havia se apaixonado por mim. Então antes dele completar seu curso e voltar para o oriente, nós... você sabe. – Ela corou muito ao falar aquilo, e nem teve coragem de olhar nos olhos de Finnick.

– E, por que você não contou a sua mãe? – Questionou Finnick.

– Por que é proibido! – Levantou a cabeça rapidamente, fazendo mais lagrimas se soltarem. – Eu traria desonra para minha família! Desonra a família dele, poderíamos até sermos executados!

– Credo, cada vez mais essa Capital me assusta. – Ele segurou e ergueu o queixo de Chrome com uma de suas mãos secando as lagrimas. – Vamos combinar uma coisa? Não vou fazer nada com você, pois nem eu nem você queremos isso, certo? Seremos bons amigos. Mais você vai atrás da pessoa que ama e vão vencer todas essas barreiras, pois o amor se fortalece deste jeito. Pule os obstáculos de mãos dadas. – Ele piscou com um olho só e ela riu, levantando o olhar.

– Certo. Mais vamos manter contato? – Pediu.

Os dois trocaram telefones e celular.

Ele andou até a porta e ela retirou o vestido ficando de roupas intimas, colocou um roupão. Para fingir que algo havia realmente acontecido entre os dois.

Já pronto para ir, ela o abraçou e agradeceu e ele apenas sussurrou em seu ouvido.

– Acredite. Por esse tipo de amor, qualquer esforço faz valer a pena.

Finnick foi embora, deixando a morena no quarto sozinha, se perguntando se um dia veria seu amigo. Quando sua mãe entrou no seu quarto.

– Então filha? Como foi?

– Foi ótimo mãe. Foi ótimo. – Sorriu alegre.

–-- Anos depois.

– Finnick, você recebeu um e-mail. Disse Coin, que chegava os preparativos da chegada de Peeta e Annie ao distrito 13.

– Certo. Deixe me ver.

De: Chrome Steford

Para: Finnick Odair.

Assunto: Fazer Valer a pena.

Olá meu caro amigo Odair,

Queria muito obter noticias suas! Pois tenho boas novas. Corri atrás dos meus sonhos e pulei várias barreiras e obstáculos, de mãos dadas. Faz um ano que me casei com aquela pessoa que havia lhe falado. E adivinhe? Fugi de Panem, agora moro no Oriente com meu amado.

“Faça valer a pena”. Certo? Meu amigo Odair.

Finnick sorriu, ao saber que sua ultima cliente estava bem e feliz. Logo ele estaria com quem amava também.

–- Happy End