The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 47
|Rapunzel| Where my heart belongs


Notas iniciais do capítulo

Eu preciso confessar que tenho um amor especial por esse capítulo. Todo mundo sempre me pede: "Quero um capítulo da Punzie" e percebi que ela é muito amada, muito, demais até. Mas como não amar tanta fofura, né? Esse capítulo foi escrito com muito amor, açucar e feels então aproveitem e me perdoem por ter escrito tão pouco da loirinha



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Tudo estava sendo muito novo para Rapunzel desde que saíra pela primeira vez da torre. A primeira vez que pisou em grama, a primeira vez que viu um lago, a primeira vez que sentiu a água do lago molhando todo seu corpo, os primeiros amigos, a primeira paixão, o primeiro beijo.

Também sentiu o primeiro grande medo, o primeiro coração partido e a primeira morte.

Ver sua mãe morrer foi algo... indescritível. A única pessoa de sua vida, mesmo que tudo tivesse sido uma grande farsa ela continuava sendo que era: sua mãe.

Mesmo que Rapunzel não quisesse confessar, a única coisa que fez ela ter coragem de se levantar foi após ser embalada nos braços de Jack. Ela estava com tanta saudade do corpo de Jack que ela nem mesmo havia notado até estar com ele de novo. Ela o perdoava.

Mesmo que ele tenha feito errado ao mentir, ela perdoava. Perdoava porque justamente nesse dia notou que quem ama mente.

A fumaça toda se dissipou ao seu redor e Rapunzel pôde ver onde estava. Mesmo que nunca tivesse de transportado por aquilo, ela não questionou. Tudo era tão estranho que o melhor era aceitar.

Estava em um castelo. E o pior: ela já havia visto esse castelo antes, em um sonho.

Quando Rapunzel conhecera o castelo de Merida, ficou surpresa com a beleza. Mas ela tinha que concordar que o castelo da Legião da Terra era magnífica. A grama era tão verde, as árvores com flores tão coloridas, tudo tão alegre e natural. As pedras que era feita as paredes eram claras. Se ela não tivesse a consciência de que o tempo era curto ela ficaria o tempo todo observando.

Estava noite e Rapunzel não enxergava bem por onde andava. Ela tentou ficar longe da luz para não ser identificada. Como avisaria o rei e a rainha se nem ao menos os conhecia? Droga, Rapunzel, isso é impossível!

Rapunzel ouve passos vindo por trás do celeiro em que está. Ela se abaixa, a luz de uma tocha quase iluminando seus cabelos agora escuros. Quando levanta sua mão, vê que se sujou toda de barro. Quando levanta o olhar, nota que não está sozinha.

Um rapaz alto a olha com um sorriso forçado e acena com a mão, virando-se para fugir engatinhando.

O que ele está fazendo ali? Rapunzel questiona, sem entender. Ela pensa na probabilidade de pedir ajuda a ele, pois não parece ser um guarda real.

Você deve estar louca, Rapunzel. Não faça isso, por favor, há outros modos... Dizia sua consciência.

Rapunzel engatinhou rapidamente por trás dele e quando chegou próximo, ela enrolou a bota do rapaz com seu chicote. Ele olhou assustado para ela , tentando de qualquer modo se soltar.

– O que você quer? – ele pergunta irritado enquanto chacoalha o pé.

– Preciso de sua ajuda. – ela diz delicadamente. – O castelo vai explodir, preciso que me ajude a tirar todos daqui e avisar o rei e a rainha.

O cara parou de se balançar e virou-se para encará-la. Seus olhos receberam um brilho especial.

– Vamos ter que entrar no castelo?

– Sim, é o que estou pensando em fazer.

Ele agora parecia completamente excitado.

– E o castelo vai ficar completamente vazio?

– É o propósito. Precisamos tirar todos, sem exceção daqui.

– Perfeito! – ele gritou, então tapou a boca com as mãos. – Digo, vamos salvar essas pessoas imediatamente.

Rapunzel soltou a perna do cara, aliviada. Fora fácil demais! Eles se levantaram.

– A propósito, prazer. – o rapaz limpou a mão na roupa e então estendeu a mão para Rapunzel, analisando-a de cima para baixo. – Flynn Rider.

– Rapunzel. – ela retribuiu o cumprimento.

– Seu vestido tem sangue...? – ele fez uma careta quando soltou a mãe de Rapunzel.

– Temos uns vinte minutos. Dá para irmos agora? – Rapunzel diz ignorando o comentário.

– Uhum... – ele demora para tirar os olhos da garota. Ele se agacha e pega uma espada. – Você foi bem com esse chicote.

Ele coça sua barba enquanto espia por trás da porta do celeiro.

– O que está esperando? - Rapunzel perguntou bem atrás dele. Flynn se virou assustado, arfando forte.

– Caso tenha um guarda, entende? Eu tiro ele da jogada e você corre até alguma porta ao redor do castelo e entra, me esperando.

– Tirar ele da rodada? Por quê? Você não trabalha aqui como, não sei, jardineiro?

Flynn solta uma risada escandalosa demais, balançando os ombros como se caçoasse dela.

– Um jardineiro teria um Soul-Patronus tão espetacular como o meu?

Rapunzel encara o animal e fica surpreendida com o tamanho do cavalo. Está em estágio quatro.

– O que você é então?

– Shh, vem alguém aí... – Flynn se esconde nas sombras e quando o guarda passa ele usa a espada para enfiar bem na lateral do corpo do homem.

Rapunzel reprimi um grito horrorizado.

– Calma, gatinha, essa espada não irá entrar em você. – ele piscou para ela com o melhor olhar cafajeste. – Mas mais tarde você pode recompensar seu príncipe encantado aqui deixando-o usar sua espada natural em você.

Rapunzel fez uma careta, não entendendo. Flynn suspirou, impaciente.

– Vamos?

Rapunzel foi correndo na frente, Flynn olhando pelos lados com a espada empunhada para qualquer perigo.

Com seu chicote, Rapunzel arrancou a fechadura da porta, destrancando-a imediatamente. Se não estivesse tão aflita, ela ficaria observando a bela tapeçaria do salão. Tudo era dourado e o piso formava o desenho de um sol. Na parede tinha um quadro imenso de uma família feliz: o rei, a rainha e uma bebê.

Rapunzel instintivamente se aproximou do quadro, tocando no corpo pintado da bebê loirinha com olhos grandes. Era risonha, lindinha e parecia tanto... ela?

Uma mão tocou seu ombro, fazendo com que ela se virasse imediatamente. Um homem alto e barbado a olhava com raiva e surpresa. Pela sua roupa luxuosa, era o rei.

Flynn estava preso nos braços de um guarda grande com uma espada em seu pescoço. Ele olhava desesperado para Rapunzel e para o rei.

– Como ousa tocar na imagem de minha filha? – o rei olhava o vestido sujo de sangue e lama da garoto com o nariz torto.

– Me desculpe. – Rapunzel tirou a mão da pintura imediatamente. – Eu sei que pode parecer estranho e tudo mais, mas o senhor precisa sair daqui.

O rei fez uma careta como se tivesse chupado limão. Ele não tirava os olhos da garota.

– Você é demente? Eu deveria chamar os guardas imediatamente...

– Está havendo uma guerra, senhor.

– A guerra ainda não chegou em minha Legião, não é minha obrigação.

– Eu sei que pode parecer loucura, mas a verdade é que Breu está voltando. Há uma profecia de quatro jovens, um de cada legião que, ao completarem dezesseis anos teriam que salvar o mundo das mãos de Breu. Eu sou uma desses quatro e Breu irá destruir os castelos em poucos minutos. Por favor senh...

– Rapunzel? – o rei perguntou com a voz embargada. Seus olhos brilhavam de lágrimas.

– É meu nome. Minha mãe, quer dizer, Gothel, ela trabalhava aqui. Ela já disse sobre mim? – a voz de Rapunzel ficou embargada ao falar da mãe.

O rei balançou a cabeça contrariado, lágrimas começando a sair dos olhos.

– N-não... Filha... – o rei abraçou Rapunzel com força. Ela retribuiu o abraço com força.

– O senhor é... meu pai?

Ele balançou a cabeça, assentindo. Ele respirava forte.

– Pensei que nunca te veria, minha pequenina. Precisa ver sua mãe, ela só poderá descansar de fato após te ver.

– O quê? – Rapunzel soltou-se do rei, que descobrira agora que era seu pai. – Como assim descansar?

– Sua mãe está muito doente. Gothel sempre nos ajudou, ela que ficou com você após a ameaça de Breu quando soubemos de sua profecia. Gothel sempre fez a poção para a cura de sua mãe. Ela sumiu e nunca mais voltou.

– Ela morreu. – Rapunzel disse seca. – Ela mentiu para mim a vida inteira. Ela disse que era minha mãe.

– Ela mentiu? Gothel sempre afirmou que você saberia tudo sobre a verdade.

– Ela era uma seguidora de Breu.

– Então teve que morrer! Mentiu para todos.

– Não. – Rapunzel engasgou com as lágrima. – Ela morreu para me salvar.

Depois de um tempo o rei pediu que seus guardas fossem correndo avisar a todos para fugir e preparar a cavalaria real para o combate. O guarda que segurava Flynn estava algemando-o para leva-lo junto.

– Não! – Rapunzel pediu. – Este homem está comigo.

O guarda fez uma careta, mas o rei confirmou com a cabeça para o guarda soltá-lo. Flynn caiu no chão com o impulso, mas depois se aproximou de Rapunzel e o rei.

– Filha, preciso que venha comigo para ver sua mãe. Ela ficará tão feliz.

Rapunzel concordou com a cabeça, olhando Flynn depois.

– Eu já volto. Você me espera aqui embaixo?

– Claro, princesa. – Flynn sorriu torto. – Não precisa ter pressa.

Rapunzel subiu as escadas com o pai ao lado. O corredor dos quartos era cheio de quadros da família, de reis anteriores e dela bebê. No último quarto o rei abriu a porta lentamente, verificando o lugar. Como se estivesse aliviado, ele deixou que Rapunzel entrasse junto a ele.

A rainha estava deitada na cama pálida. Estava entre a vida e a morte, era explícito. Seus cabelos castanhos eram longos e da mesma cor do de Rapunzel. Seus olhos tinham o mesmo formato e tom esverdeado. Rapunzel sentou-se na beira da cama, tomando a mão da mãe. A empatia que sentia pela mulher era tão familiar, como se soubesse desde sempre que fora dela que tivera saído, não de Gothel. Seus olhos queimaram com mais lágrimas.

– Mamãe?

A mulher apertou a mão de Rapunzel como se confirmasse.

– R-ra...pun...zel?

Rapunzel não se importou com sua roupa suja ou se o ato machucaria sua mãe. Ela precisava abraça-la.

– Já tentamos todos os melhores curandeiros da Legião. Todos eles deram o melhor de si, mas epenas Gothel tinha uma receita que pelo menos a dava força para andar. Agora sem a poção ela nem consegue ficar com os olhos abertos por muito tempo. – disse o rei que observava tudo de cima emocionado.

– Onde estão os remédios que Gothel dava? – Rapunzel perguntou enquanto acariciava o cabelo da mãe com carinho.

– Ali na mesa de medicamentos. – o rei apontou para uma mesinha cheia de frascos. – Ela misturava aquelas substâncias formando uma poção escura.

Rapunzel pegou uns frascos, cheirando-os e analisando. Quando terminou de cheirar um a um, ela olhou para o rei assustada.

– Isto não é remédio, senhor. É veneno.

– É impossível, Rapunzel! Isso está a mantendo viva por todo esse tempo...

Rapunzel não sabia como, mas entendia o que era tudo aquilo naturalmente.

– É como uma droga. Isso envenena quem toma, mas não a mata, para ela ficar sofrendo. Então para viver ela deve continuar tomando regularmente, mesmo que isso deixe-a com muitas sequelas. Mamãe precisa de mais da droga, mas não recebe. Seu corpo reage assim.

– Mas isso que a deixou pior. Gothel sempre esteve mentindo, envenenando minha rainha...

– Pai, posso reverter isso.

O rei olhou a ela com os olhos brilhando. Será que ela conseguiria mesmo?

– Quanto tempo temos? – o rei perguntou a ela.

– Menos de cinco minutos para tudo de destruir. – Rapunzel responder quando calculou o tempo rapidamente. – Mas dá tempo.

Rapunzel pegou todos os ingredientes que tinha na mesinha e ficou misturando com rapidez e precisão que nem ela acreditava ter. Pela janela ela podia ver as famílias fugindo, os animais sendo levados juntos em segurança. A substância escura ficou pronta depois de um tempo finalmente. Ela o levantou para que o pai vesse.

– É nossa única chance.

Rapunzel sentou ao lado da mãe e colocou a mão atrás da cabeça dela para poder dar seu preparo. Mesmo enfraquecida, a mãe lutava para beber entre tossidos. Não parecia dar certo.

Rapunzel começou a suar frio. A mãe então levantou o braço e tocou no cabelo de Rapunzel, segurando-o. Rapunzel olhou para o pai assustado. A mãe massageava o cabelo curto da filha com carinho.

Uma iluminação dourada iluminou atrás de Rapunzel. Os fios na mão da mãe começaram a brilhar, tornando-se mais longos e ficando loiros. Sua cabeça ficou mais pesada com o peso do cabelo e quando Rapunzel percebeu, sua mãe estava olhando-a.

– Eu sempre soube que viria, minha querida filhinha.

A mãe abraçou Rapunzel com força. O pai se aproximou da cama, também abraçando-as Estavam os três juntos, pai, mãe e filha, podendo se abraçar finalmente depois de tantos anos.

Rapunzel ficaria para sempre assim se não fosse o som de desabamento.

O teto começou a se desfazer. Os três se soltaram do abraço e saíram o mais rápido possível do quarto. Sua mãe segurava sua mão, dando-a segurança. Enquanto desciam pelas escadas, Rapunzel perguntou para a mãe com pressa:

– Se sente melhor?

– Acho que nunca me senti melhor.

O pai estava com a espada empunhada, tentando protege-las das pedras que desabavam. Quando finalmente chegaram no salão, Rapunzel gritou:

– Flynn! Flynn Rider!

Ele havia sumido.

– Vamos filha. – pediu sua mãe, empurrando-a para sair rapidamente com eles.

– Não, ainda não, eu tenho que achar...

Um pedaço imenso do teto caiu bem no meio do salão, poucos centímetros de acertar Rapunzel.

– Não temos escolha.

Rapunzel aceitou ir junto com a mãe. Em parte porque não tinha mais tempo para procura-lo e em parte porque a imagem do quadro grande que ficava no salão com seus pais e ela bebê estava rasgado no chão, e ela se destruiu vendo aquilo. Não deixaria que Breu tirasse dela sua família novamente.


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Notas finais do capítulo

Flynnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Quero reviews bem animados e longos, hein! u.u
Ah, claro, será que Flynn voltará? E como será agora para dona Punzie com a família? E essa guerra horrível, como anda? E os cabelos lindos voltaraaaaaaaaaaaam uhuu