The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 17
|Merida| I'm not a commodity!


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muito o que dizer... Mas vou postar umas curiosidades no tumblr ;)



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Era isso que seu pai estava preocupado.

Só podia ser.

Cavaleiros com bainhas e uma grande bandeira com o símbolo da Legião do fogo cavalgavam com espadas entre as árvores altas da floresta. Eles estavam indo em direção ao sul.

Eles estavam indo atacar a Legião da Água.

Um atentado. Era isso que seu pai temia. Provavelmente seu pai estava tentando entrar em acordo com o rei da Água, mas não dera certo.

Os garotos se esconderam atrás de densos arbustos, a pedido de Merida, mas Rapunzel estava treinando entre as flores perto do lago. Merida precisava acha-la.

Os cavaleiros do fogo cavalgavam lentamente. Um bobo da corte cantava e tocava para relaxar os homens. Na frente da cavalgada, seu pai estava com uma grande capa vermelha. Sinal de poder do fogo. Ele arfava nervoso, mas mantinha a confiança. Ele devia passar isso aos cavaleiros.

Os cavaleiros nunca haviam lutado de verdade. Eles apenas serviam como honra para a Legião e participavam de festivais e competições para decidir quem era o melhor cavaleiro. Era uma tradição que todo começo de mês, sua família assistia o festival e distribuía prêmios aos vencedores. Muitos pais escolhiam os cavaleiros vencedores para casar com sua filhas.

Mas Merida não desejava viver em uma guerra. Ela se perguntava por que seu pai mantinha tanto segredo.

Merida caminhava lentamente e cuidadosamente para não ser notada. Ela estava trêmula. A profecia estava mais próxima do que ela esperava. Não podia ser.

Quando seus olhos encontraram Rapunzel, ela saiu correndo em disparada em sua direção e segurou a boca dela com as mãos. Rapunzel olhou assustada e Merida sussurrou em seu ouvido: “confie em mim”.

Elas então esconderam-se junto com os meninos e esperaram a cavalgada se distanciar.

- O que está acontecendo? – perguntou Rapunzel, quando tudo se acalmou.

- O que está acontecendo? Você quer saber o que está acontecendo? Bem, pergunte a princesinha, vai que ela explica o motivo de seu pai, Fergus, estar indo destruir minha Legião! – gritou Jack, irritado.

Merida não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Eu nem sabia disso, Jack! O que você está falando seu...

- PAREM! Jack, a Merida não sabia de nada! – gritou Soluço, aproximando-se Jack com as mãos para cima.

- Cuide da sua vida, garoto com o dragão. Algo está acontecendo e ninguém está sabendo. – gritou Jack, sem paciência.

- É melhor eu ir embora. Descobrir o que está acontecendo. – Disse Merida, colocando sua mão na testa, nervosa.

- Faça isso. Se eu tiver informações, eu entro em contato com vocês. – Disse Jack, irritado e visualmente sem paciência com Merida.

- Mas como? – sussurrou Rapunzel, completamente horrorizada.

- Do único modo possível. Fugindo antes do amanhecer. Todos os dias, nos juntaremos para treinar e tentar descobrir o que devemos fazer. Se algo estiver acontecendo nas Legiões, nós contamos.

***

Enquanto Merida arrumava a bagunça que eles haviam feito durante o treino – não podiam deixar vestígios – Soluço correu para ajuda-la.

- Está tudo bem? – ele perguntou.

Merida como se estivesse saindo de um transe, olhou para ele e confirmou com a cabeça.

- Apenas espero que meu pai seja racional na Legião da Água.

Merida enquanto ia agachar-se para recolher uma flecha, Soluço também fez o mesmo. Suas mãos se encostaram.

- Desculpe. – disse Soluço, afastando a mão e desviando o olhar.

Merida sorriu e relaxou, levantando-se com sua aljava abastecida.

- Sobre a profecia. O que você acha que vai dar?

- Acho que está incompleta. Não sei mas... Sinto que algo está vago. – disse Soluço, pensativo.

- Acho que seu dragão tem algo a ver com isso. – disse Merida, olhando o pequeno dragão de Soluço.

Os olhos de Soluço perderam o brilho por um segundo.

- Isso está errado. Não pode ser comigo. Eu sou...

- Fraco? Acredite, Soluço, nós só percebemos nossa força quando precisamos ser forte. Garotos metidos a valente como Jack. – ela parou e aproximou-se de Soluço, sussurrando. – São sempre medrosos. Algo faz com que eles criem esse muro de poder, mas... eles ainda não se descobriram.

O dragão de Soluço abriu a boca de animação. Merida ao ver a boca do dragão, expantou-se.

- Banguela? Está aí uma coisa que não se espera de um dragão.

Ela sorriu para Soluço por uma última vez e começou a andar.

- Preciso ir. Temos uma missão pela frente.

E Soluço não pode de deixar de pensar o quanto ele gostava de cabelos ruivos.

***

Após arrumarem tudo, Merida e os outros se despediram.

Não foi um tipo de despedida muito confortável. Merida não se sentia segura se devia se aproximar deles e abraçar, pegar na mão ou algo do tipo.

A diferença entre eles ainda a assustava.

Mas as semelhanças mais ainda.

Soluço lembrava Elliot para Merida. Ambos não eram confiantes com quem eles eram e sentiam-se “menores”.

Isso era algo que irritava Merida em Elliot, mas em Soluço era encantador.

Soluço tinha cabelos castanhos e rebeldes e Elliot cabelos negros como o céu de madrugada e arrumados. Soluço era da altura de Merida (ou seja, baixo), já Elliot era bem alto e magrelo.

Merida sempre foi amiga de Elliot. Desde que ela se lembra, suas maiores aventuras foram com ele.

Elliot sempre quis ser um cavaleiro de honra, assim daria orgulho para sua família pobre.

Seu irmão mais velho, Tristan, havia entrado para a Cavalaria, pois o pai de Merida com muito respeito e afeto a família de Elliot, aceitou.

Mas no primeiro torneio entre os cavaleiros, Tristan feriu-se gravemente. Sua perna esquerda nunca mais foi a mesma e desistiu de seu sonho, casando-se com a filha do jardineiro real, Isolda.

Eles teriam um filho, que estaria para nascer por essas semanas. Teria mais um bebê no castelo, e sua mãe odiava os choros dos bebês das empregadas reais.

Pela altura do sol, já deveria ser sete horas da manhã. Sua mãe provavelmente estava dormindo.

Merida entrou pela cozinha silenciosamente para que ninguém desconfiasse de seu desaparecimento. Ela subiu as escadas e abriu a porta de seu quarto.

Sua mãe estava de joelhos na borda de sua cama, com a cabeça entre os braços apoiado na cama de Merida.

Sua mãe levantou a cabeça e seus olhos encontraram Merida. Ela estava com os olhos inchados, e correu em direção de Merida, abraçando-a fervorosamente.

- Procuramos você por toda parte. Onde estava? – ela soava rígida e nervosa.

Merida pensou rapidamente em uma desculpa. Por fim, disse:

- Estive atrás de Angus. Ele estava relinchando a noite e fui ver qual era o problema. Ele tinha... hmm... uma agulha em sua pata.

- Merida, nunca mais saia de casa sozinha, ouviu? Nunca mais. - disse sua mãe com a voz rígida e irritada, por ter passado por tanta tensão.

Merida soltou-se do abraço e olhou irritada para a mãe.

- Por quê? Está acontecendo algo fora dos portões do castelo que eu não possa saber? Que por minha segurança, devo manter-me aqui, dentro dessa prisão?

- Merida, você não sabe o que é uma prisão.

- Óbvio que não! Você não me deixa conhecer a vila em paz sem ficar falando: “Não vá por ali, tem ladrões.”, “Não se aproxime da prisão, é perigoso.”. Eu sei que tem algo acontecendo e vocês não querem falar! Qual é a saída? Ah, claro, um casamento talvez, como símbolo de paz. EU NÃO SOU UMA MERCADORIA!

Merida abriu a porta do quarto e saiu correndo, com lágrimas que insistiam em sair de seus olhos. Ela entrou no armário de vassouras e segurou as lágrimas, o que fez seus olhos doer.

Após uma hora trancada no armário, Merida criou coragem e saiu. Elliot estava sentado do lado da porta, com as mãos entre os joelhos, esperando-a sair.

- Eles querem te noivar?

Merida fechou a porta e sentou-se do lado de Elliot.

- Não precisava me esperar aqui, sentado do lado da porta.

- Eles querem te noivar? – perguntou Elliot de novo, com dor na sua voz aparente.

- Eles querem, mas não tem nenhum noivo. Não ainda. – disse Merida, entre os dentes.

Elliot riu desconfortavelmente. Não era um riso alegre.

- Você seria horrível como esposa. Não sabe nem tecer com a roca sem furar os dedos ou errar a costura.

Merida olhou para ele e se aproximou.

- Mas eu serviria como uma parideira, se é isso o que esses cavaleiros idiotas desejam.

Elliot olhou para ela, e começou a rir.

- O que tem? – ela perguntou, um pouco desconfortável.

- Nada. Só acho engraçado ouvir isso vindo de você.

Merida relaxou e colocou seu braço direito entre o braço de Elliot.

- Sinto que posso ser mais do que isso, entende? Eu não quero ser como minha mãe. Eu não quero ficar tocando harpa e agindo como uma boa hospedeira para os convidados de meu marido, enquanto bebem esbanjando do vinho e comendo os animais que ele irá caçar com seus companheiros. Eu não quero ser apenas o exemplo de uma rainha correta e educada, muitas vezes burra, para mostrar que eu obedeço as ordens de meu marido. Eu sou mais do que isso.

- Eu sei que você é. – disse Elliot, colocando sua mão gigante nos cachos de Merida.

Ela sorriu para Elliot. Por mais que ela confiasse nele, não poderia contar para ele nada sobre a floresta.

- Minha irmã mais velha, Lucila vai casar daqui um mês com o filho do ferreiro. Óbvio, meus pais estão extremamente animados, pois esse foi o melhor pretendente que Lucila poderia ter. Se ela não fosse bonita, passaria como empregada real para sempre.

Merida visualizou Lucila em sua mente. Ela tinha 17 anos e era linda como o sol. Tinha belos cabelos loiros e olhos castanhos amendoados. Mas Merida não podia acreditar que aquela garota iria casar com o filho do ferreiro, que era dez anos mais velho que ela.

- Estou cansado, sabe? Meu irmão, Tristan já está casado. Minha irmã Lucila também vai. Mas nenhum nunca teve um sonho?! Nunca quis mudar? Tristan tentou, mas desistiu tão fácil. Eu não serei como eles.

- O que você vai fazer? – perguntou Merida.

- Eu vou entrar pra cavalaria. Hoje mesmo irei falar com seu pai e entrarei, se ele me aceitar. Sei que eles estão recrutando e se eu fizer algo grande, posso ter um lugar privilegiado na cavalaria de seu pai. Posso ajudar meus pais e me casar com quem eu quiser.

Merida nunca imaginou Elliot como cavaleiro. Ele tinha intimidade com cavalos e era inteligente. Mas era tão desajeitado que Merida não conseguia imaginar se Elliot se daria bem.

E se ele se ferisse gravemente? Merida não suportaria viver em um mundo sem Elliot.

- Elliot, está começando uma guerra.

Elliot encarou-a, assustado.

- Como você sabe?

Merida olhou para ele e arrependeu-se de suas palavras.


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Notas finais do capítulo

Gente, amanhã começa minhas provas, não sei como vai ser a situação da fic... :(
Mas quando der, eu posto, prometo ;)
Obrigada por tudo, pessoal!
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