Soluço não conseguia se movimentar. Não conseguia pensar em nada.

A ideia de ter um dragão como Soul-Patronus era insana.

Isso lembrava-o um antigo conto que sua mãe contava antes de Soluço dormir.

“Antes de nós sermos separados em Legiões, um grande rei governava todos. Seu nome era Gorlois. A linhagem real era composta por dominadores de todos os elementos e por isso eram temidos por todos.

Eles exigiam devoção e poder. Agindo com ignorância diante de todos.

Um dia, quatro homens corajosos começaram a se juntar em reuniões secretas. Nessas reuniões eles discutiam sobre como tirariam a linhagem tirana da realeza.

Ignotus, o controlador de Fogo determinou: Todos meus irmãos de fogo queimarão o castelo.

Alphard, o controlador de Ar determinou: Abriremos as portas do castelo e pegaremos todas as joias que adquiriram injustamente.

Niall, o controlador de Água determinou: Cuidaremos de manter todos sem água e lutaremos aos cavalheiros que resistirem.

Uriah, o controlador de Terra determinou por fim: Protegeremos todos os cidadãos diante da guerra para a segurança e prosperidade de todos.

Tudo estava pronto. Os homens valentes de casa elemento se preparou, esperando por um futuro mehor sem serem comandados por um governo tirano.

Numa madrugada fria de inverno, as portas foram abertas com a força do ar e fogo fora posto em todos os cômodos. Crianças se assustavam com os gritos do castelo.

Pelos fundos, era possível ver Gorlois, sua esposa Araminta e seu único filho, Regulus com alguns guardas fugindo de todo o pandemônio.

Os cavalheiros da Água com muita luta, exterminaram os guardas e Gorlois. Regulus e Araminta desapareceram, sem deixar rastro algum do paradeiro de ambos.

Ignotus, Alphard, Niall e Uriah tomaram posse do governo. Mas cada um queria mais poder que o outro, gerando imensa briga entre Niall e Ignotus, que se julgavam melhores do que o outro.

A paz fora estabelecida após um tratado, e a consequência mantem-se até hoje: As Legiões se separariam para sempre, sem se verem ou reconhecerem.

Alguns acreditam que talvez um dia, Regulus volte e queira vingança. Muitos acham que não passa de uma lenda.

Mas o símbolo da família real nunca fora esquecida.

Um Soul-Patronus de dragão.”.

Merida olhava receosa para Soluço. Rapunzel, mesmo que soubesse pouco da sociedade, nunca se esquecera desse conto que sua mãe contava a ela quando criança. Apenas Jack parecia sem reação.

Soluço encarava seu dragão. Ele era bonito, afinal. Seus olhos semelhavam-se a grandes esmeraldas e a textura escamosa era bem perceptível por mais que fosse feito de ar.

Ele poderia ser um dragão, mas era impossível não se simpatizar com ele.

– Eu pensei que apenas animais de verdade virassem Soul-Patronus. – disse Rapunzel, com a voz dócil.

Merida concordou com a cabeça e piscou os olhos se afastando.

– Isso não está certo...

Soluço queria chorar. A sensação que passava por ele era extremamente ruim. Ele queria amar seu Soul-Patronus. Ele amava seu Soul-Patronus.

Ele não via maldade nenhuma nele.

Jack se aproximou de Soluço e colocou suas mãos compridas no ombro dele como seu pai sempre faz. Soluço estava de joelhos, sem forças. Mas se levantou e Jack o abraçou.

– Eu não sei o que está acontecendo. – disse Soluço, extremamente baixo.

– Eu sei. Eu acredito em você. – falou Jack, diretamente e confiante. Sem ironias ou brincadeiras.

Rapunzel queria se aproximar deles, mas uma voz extremamente familiar gritou o seu nome.

– Rapunzel?!

Sua mãe estava próxima.