Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 11
Cada um com seu plano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399340/chapter/11

Precisa dizer que Sally fez um escândalo quando Percy apareceu usando uma túnica verde água, pernas, sandálias de couro e com sua melhor cara traquina de “desculpa mãe”?! Acho que não. Ela não gritou ou bateu nele, apenas chorou descontroladamente abraçando o filho com toda a sua força e implorando para que ele não fizesse nada parecido de novo. Resumindo: Sally. Paul foi mais rígido, deu uma bronca leve nele pela preocupação que o rapaz causou a mãe. Tyson, Rachel e Grover se encontravam na casa de Paul e Sally, Tyson quase matou o irmão com um abraço, enquanto Grover chorou igual à mãe do amigo de tanta preocupação, dizendo o tempo todo que os humanos eram ruins. Rachel estava com o rosto mais velho que seu cabelo e apenas deu um abraço no amigo, forçando um sorriso de felicidade.

Da casa da mãe, Percy foi com os amigos e o meio-irmão para o palácio do rei Poseidon, provavelmente ia levar uma surra do pai, mas era a coisa certa a se fazer. Ainda sem a voz, Percy conseguiu escrever em um pedaço de alga o que aconteceu e Poseidon leu quieto, o que deixou Percy com medo. Anfitrite resmungava o tempo todo e dizia que o fim do mundo estava chegando e blá, blá, blá e que tudo era culpa de Percy, que ele merecia ser morto e que ela deveria ganhar uma estátua no jardim do castelo. Tyson e Percy sempre se perguntaram o que tártaros o pai viu naquela nereida para querer se casar com ela. Anfitrite falou tanta leseira que Poseidon pediu para que ela saísse da sala do trono, ela saiu quase que jogando pragas pra cima dos enteados. O rei suspirou fundo e coçou a barba, sempre fazia isso quando ficava nervoso.

    - Gaia. – ele disse por fim e deu um longo e cansado suspiro. – Vou reunir as tropas, haverá sangue.

Percy fez um sinal de desespero, movendo os braços para chamar a atenção do pai, tentando dizer: Não. Poseidon nem se moveu, os olhos pesados e o rosto de sono continuavam fitando o nada. Rachel, Grover e Tyson se entreolharam achando que o rei tinha enlouquecido.

    - Vossa majestade, talvez seja melhor fazer algo que devolva a voz de Percy antes de tomar alguma decisão. – disse Rachel fazendo uma reverência.

Percy apontou para a ruiva concordando com ela, Poseidon pegou seu tridente, apontou para o filho e Percy ficou em posição fetal, contorcendo-se de dor. Tyson tentou ir abraçar o irmão, mas Grover o impediu. As pernas de Percy juntaram-se e uma calda azul apareceu, Percy começou a nadar ao invés de ficar em pé e parecia que sua cabeça ia explodir, então ele conseguiu respirar direito e sua garganta parou de parecer que ele havia acabado de engolir um bombom feito de fogo. Ele ainda usava a túnica, mas as sandálias de couro estavam caídas no chão.

    - Minha calda! – alegrou-se Percy.

    - Com tanta coisa boa pra falar ele fala “minha calda”?! – observou Grover.

    - IRMÃO! – gritou Tyson dando um abraço de urso em Percy.

    - UOU! – gritou Percy. – Calma ai grandão! Isso machuca!

    - Desculpa. Estava com saudades! – sorriu Tyson.

    - Rachel, Grover, Tyson, por favor, deixem-me a sós com o príncipe Perseu. – disse Poseidon sério, apesar da voz de cansaço.

Os três olharam para Percy, que concordou com a cabeça, então eles saíram. Poseidon continuou sentado no trono, admirando seu tridente; Percy já havia visto o pai fazer isso muitas vezes, mas nunca entendeu por que.

    - Desculpa. – ele disse envergonhado. – Eu causei essa guerra. Irei na frente de batalha se for preciso.

O príncipe abaixou a cabeça, envergonhado, seu cabelo preto flutuando e a garganta ardendo. Poseidon demorou a responder, ele analisava o tridente como se aquilo lhe trouxesse boas e horríveis lembranças.

    - Não haverá guerra, vossa alteza. – disse Poseidon triste.

    - Mas vossa majestade disse que haveria sangue.

    - O sangue de Gaia. Reunirei os melhores homens para matar aquela feiticeira. – disse Poseidon finalmente olhando para o filho.

    - E Anaklusmos?

    - Continuará com Atena.

    - E Annabeth? – uma dor imensa formou-se no coração de Percy.

    - Continuará em terra, onde é o lugar dela.

    - E eu?

    - Irá se casar com Clarisse e governar esse reino.

Poseidon e Percy se encaravam como se ambos quisessem avançar contra o pescoço um do outro. O jovem tritão ficou vermelho de raiva, ele queria fazer alguma coisa, de preferência algo que o livrasse o casamento com Clarisse. E se tivesse sorte, voltaria a ver Annabeth.

    - Não. – disse Percy firme.

    - Como assim, não?! – questionou Poseidon.

    - Não irei me casar com Clarisse. Eu não a amo.

    - Pelos deuses, Perseu! – exclamou Poseidon. – Você é um príncipe! Não deve se casar com quem ama! Deve-se casar com quem for melhor para o reino!

    - VOCÊ acha isso, papai, eu não acho. Não irei me casar com Clarisse e se quiser que eu diga a localização de Gaia, irá me contar que segredo é esse entre você e a rainha Atena. Como é que ela conhece a mamãe? Que acordos foram esses que vossa majestade fez para manter Tyson, eu e minha mãe em segurança? O que mais estais escondendo de mim?

Poseidon pareceu que queria pegar o tridente e fazer o filho virar um plâncton.

    - Nada disso é da sua conta, vossa alteza. Agora vá para seu quarto se arrumar, você casará com Clarisse ao por do sol. – disse ele levantando do trono e saindo.

Percy ficou com muita raiva, foi para seu quarto e começou a quebrar suas coisas, então alguém bateu na porta.

    - Dá o fora Grover! – gritou.

    - Não sou o menino bode. – disse Clarisse entrando.

    - Que maravilha! – disse Percy sarcástico ao vê-la.

    - Escuta aqui Persiana, eu também não quero me casar com você. – ela disse rabugenta. – Mas infelizmente precisamos um do outro!

    - Vai pro tártaro, Clarisse! Eu não preciso de você! – exclamou.

Clarisse pegou ele pela gola da túnica e o empurrou contra a parede, fazendo Percy bater a cabeça com força contra a construção de coral verde, ela imprensou o cotovelo na garganta dele, os olhos com fúria e o rosto com a mensagem clara: “vou te matar”!

    - Você precisa SIM de mim, Perseu! Você não é o único que está sendo separado de quem ama por causa desse casamento! – ela disse com ira.

    - Pera... – Percy riu. – Alguém é doido o suficiente para se apaixonar por você?

Clarisse deu um soco na barriga dele.

    - Chris. – ela disse ainda com raiva.

    - Chris? Filho de Mercúrio?

    - Sim.

    - Cara e eu achava que o Chris tinha bom gosto. – zombou.

Clarisse deu outro soco na barriga dele.

    - Você quer voltar para aquela sua humanazinha não é? Eu quero voltar para o Chris! Que tal sabotarmos esse casamento e conseguimos o que queremos hum?! – ela propôs.

    - Não é uma má ideia, mas pode primeiro parar de tentar me enforcar?

Clarisse o soltou.

    - Eu disse que você precisava da minha ajuda.

    - É, que seja. – reclamou Percy. – Mas como é que sabotar o nosso casamento irá fazer com que eu fique com Annabeth?

    - Ah Persiana... tem tantas coisas sobre esse reino que você não sabe. – ela deu um sorriso traquina.

    - Faremos algo relacionado à Gaia não é? – ele perguntou com esperança de que ela negasse.

    - É. – ela deu um sorriso estranho.

    - Di Immortales...

Em Atenas, Annabeth estava na varanda de seu quarto admirando o céu ao meio dia. Então alguém bateu na porta, após Annabeth dizer “pode entrar” ela ouviu cascos de cavalo. Quíron provavelmente iria dar uma lição de moral ou contar uma fábula para ver se ela tinha aprendido a lição.

    - Lamento. – disse ele sereno.

    - Ele queria destruir o reino. Foi sábio em partir antes que mamãe mandasse alguém mata-lo. – ela disse com uma dor no coração.

    - Pelo visto você falou com Nico, Zoë e Bianca. – observou Quíron vendo o bloco que ele deu para Percy em cima da cama da princesa.

    - Luke disse que ele era um cara legal. Mas honestamente, não estou nem ai para a opinião do meu futuro marido. – ela disse com desdém.

Quíron apenas suspirou. Ele sabia que se ficasse por ali, quieto, por mais alguns minutos, Annabeth cederia e foi exatamente isso que aconteceu.

    - Ele fingiu que sentia alguma coisa por mim para roubar Anaklusmos e dar para Gaia. Aquela bruxa! – ela segurou as lágrimas. – E eu realmente cheguei a achar que ele sentia algo por mim.

    - Eu creio que você tomou sua decisão muito precipitada, vossa alteza.

    - Decisão precipitada? – Annabeth virou e o encarou com seus olhos de tempestade. – Quíron, você foi quem me ensinou sobre a Grécia antes do meu bisavô Cronos, me ensinou sobre Gaia e sua magia e o quão poderosa e doida ela é! Percy brincou comigo para conseguir chegar perto daquela espada!

Quíron franziu o cenho, uma tempestade começou a se formar do nada no horizonte, o céu em questão de segundos ficou tão cinza quanto os olhos tempestuosos de Annabeth.

    - Quer saber... – Annabeth limpou as lágrimas. – Essa não sou eu! Eu sou aventureira, destemida, não levo desaforo para casa e sou uma excelente lutadora! Não sou nada sentimental! Sou pragmática igual a minha mãe!

Ela andou até a escrivaninha e pegou sua adaga, inflou o peito e bateu a porta do quarto com força, saiu provocando os primos para algumas batalhas (não foi algo difícil de conseguir). Quíron galopou até o quarto de Atena, que parecia devastada. Ártemis a abraçava; Hefesto, Hermes, Apolo, Ares e Héstia pareciam procurar alguma coisa pelo quarto. Todos estavam extremamente assustados, até Deméter parecia muito alarmada.

    - Vossas Majestades, o que aconteceu? – perguntou o centauro.

    - Anaklusmos, sumiu. – disse Afrodite.

    - Como assim sumiu? É uma espada encantada, somente... – disse Quíron.

    - Um herdeiro direto dos seis filhos de Cronos pode segura-la. – complementou Atena.

    - Nem Nico nem Bianca ou Thalia sabiam da existência dessa espada. – disse Ártemis.

    - Nenhum de nós a pegaria. Todos concordamos há anos que a espada deveria ficar aos excelentes cuidados de Atena. – disse Dionísio.

Quíron estava pálido, da mesma cor do seu bumbum de cavalo, os reis e rainhas estavam evidentemente preocupados, até Dionísio e Afrodite que nunca se preocupavam com nada, estavam assustados.

    - Só tem uma pessoa que pode ter pego aquela maldita espada. – grunhiu Ares.

    - Nem venha com isso irmão, nossos filhos não são herdeiros direto e ainda por cima, nenhuma de nossas crianças sabem da espada. – disse Apolo.

    - Não isso, seu imbecil. – exclamou Ares. – Aquele tritão!

    - Vossa majestade queira me desculpar, rei Ares, mas não creio que Perseu tenha feito isso. – disse Quíron.

    - Agora você defende os sereianos? – observou Hefesto.

    - Assim que saiu do quarto da rainha Atena, Perseu foi em direção ao rio no jardim. Luke, Bianca, Nico e Zoë podem confirmar que ele esteve lá assim que saiu daqui e pulou no rio em direção ao mar, provavelmente indo falar com Poseidon. – disse Quíron.

    - Provavelmente indo dar Anaklusmos a Gaia. Ou pior, a Poseidon. – disse Hermes.

    - Deixe disso! – Deméter bateu na cabeça do sobrinho com a mão. – Nós conhecemos muito bem Poseidon, se a espada cair em suas mãos, ele virá devolver. Todos lembram muito bem do acordo que ele fez comigo e Héstia para manter Sally, Tyson e Perseu a salvo.

    - Nem vem com isso tia. – disse Hefesto. – Poseidon pode ter dito isso quando esses moleques eram crianças, mas não quer dizer que ele irá cumprir esse acordo.

    - Ele jurou pelo Estige. – lembrou Afrodite.

    - Grande coisa! – bufou Ares. – O velho barba de cracas conhece muitos meios de desfazer os acordos. Anaklusmos foi roubada por aquele tritão e teremos que recuperar antes mesmo que Gaia coloque as mãos nela, do contrário, é o fim da civilização grega!

Quíron encarou Atena, que parecia em estado de choque, como se o sumiço da espada não fosse nada de importante. Quíron sabia que algo a mais preocupava a rainha, mas o que poderia ser mais importante que o sumiço da única arma que poderia acabar com todo o império Grego? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews por capítulo, sem capítulos novos.