Já se passaram um mês desde o dia da discussão por telefone, um mês que ele me ligava e eu não atendia, um mês que eu passava mal quase todo dia, meus pais estavam me enchendo o saco para eu ir para lá no fim de semana para a imprensa parar de fazer tantas perguntas, resolvi ir, então eu estava acordada e acabando de fazer a mala, fechei a mesma e fui tomar banho, fiquei um bom tempo debaixo do chuveiro deixando a água escorrer pelo meu corpo, acabei e vesti uma lingerie preta, fiz um make leve no olho, soltei o cabelo deixando completamente liso, passei um batom vermelho, coloquei os acessórios, vesti uma saia branca e uma blusa preta curta, calcei um salto de oncinha, peguei a minha mala e o celular, quando estava fechando a porta o celular tocou. Ligação on: -Oi moreno, sim estou viva, não comi nada ainda, to saindo de casa agora para ir ver o viado. -Oi morena, ainda bem que nem precisei perguntar nada, to aqui em baixo te esperando no carro, vou te levar na rodoviaria, desça logo. -Tá bom. -ligação off. Desci o elevador e entrei no carro dele. -Tá linda, vixe batom vermelho, vai dar vontade aos caras de te beijar. -To precisando mesmo. -Besta, me prometa que vai comer, que não vai matar ele ou fazer qualquer mal a ele, afinal ele é meu melhor amigo. -Vou comer sim, e vou pensar no seu caso. -sorri fraco e ele sorriu de canto. -E você promete voltar viva? -Prometo. -ele estacionou o carro na rodoviária e foi comprar minha passagem, eu não queria ir e vim dirigindo, até por que eu sabia que ia estar nervosa. Diego voltou com as passagens e foi me levar até o embarque. -Eu sei que não está sendo fácil para você, esses dias tá sendo barra pesada, e sei que não é fácil você ir ver ele só para mostrar que está tudo bem sendo que não está, mas seja forte, eu confio em você, tenho plena certeza que tudo isso vai se resolver e vocês vão se acertar, já que ele também quer isso. -Está sabendo de alguma coisa que eu não sei? -Sim, que se você não entrar nesse ônibus agora vai perdê-lo e eu vou falar demais. Beijo morena. -ele me abraçou e me deu um beijo, entrei no ônibus e não demorou muito para ele dar partida, peguei o celular e fui olhar as redes sócias afinal estou entrando muito pouco esses dias, olhei tudo e tirei uma foto da paisagem e postei com a legenda "Indo ver ele." Não sei por que, mas a viagem do ônibus estava me deixando enjoada, fui no banheiro e coloquei tudo para fora, tudo que eu não tinha comido, afinal não tomei café, esse stress está me fazendo ficar enjoada direto, quase todo dia estou assim, voltei e sentei comecei a cheirar perfume e álcool para ver se o enjoou passava, sem sucesso. Quando finalmente a viagem acabou eu fui na lanchonete da rodoviária comer, pedi um lanche e comi, fui pegar um táxi e com medo do enjoou voltar eu fui de moto táxi mesmo, chegando lá o empregado abriu a porteira e eu fui andando pela grama até chegar na casa hesitei umas três vezes antes de entrar, entrei e fui direto pro quarto, joguei minha mala no chão e sentei na cama mandando SMS pra Roberta. SMS on: -Cheguei aqui, to dentro do quarto pedindo a Deus para o Tomás não me achar, ele nem sabe que estou aqui. avisa ao moreno que cheguei bem e que já comi. E quando souber o resultado do exame me avisa se é menino ou menina viu. -Vai falar com ele, tome coragem. O moreno tá aqui enchendo o medico de perguntas, to quase batendo nele. É um menino *-* vai namorar muito meu moleque. -Não vou tomar coragem. Bati nele não viu. Haaaaaaaaaaaaa vai ser tão gostoso *-* Sou a madrinha e não vou deixar você e Diego levarem ele pro mal caminho, ele vai casar com a primeira namorada que ele tiver. -Você tem que engravidar logo de uma menininha, só vou deixar ele casar com sua filha. -Vixe, to podendo em. kkkkkkkkk -Claro, vou aqui fazer uns exames e o Diego vai comigo, quando acabar falo com você tá bom? -Beleza, vai lá loira. Beijos. -Beijos morena. -SMS off. Ouvi passos vindo até o quarto, fiquei olhando para a porta pedindo a Deus para ser a cozinheira, mas não foi isso que aconteceu, Tomás entrou no quarto sem camisa, com uma calça jeans folgada que mostrava o cós da cueca dele, respirei fundo na hora para poder me controlar. -Por que não me disse que vinha? -Por que isso não te interessa. -Então veio por que? -Meus pais e a impressa me enchendo o saco. -Agente pode conversar? -E estamos fazendo o que agora? -Estou falando sério. -Eu também. -Me diz como está as coisas lá. -Bem. -Como tá o time? -Bem. -E o Diego e a Roberta? -Bem. -Já sabem o sexo do bebê? -Sim. -Qual? -Menino. -Sabia, vai casar com nossa fi... -ele parou de falar e me olhou. -Continua. -Nossa filha. -olhei pro chão e fechei o olho para impedir da lágrima cair. -Ainda está treinando? -falei mudando de assunto. -Sim, quatro horas por dia. -Hum. -Vai querer almoçar o que? -Qualquer coisa. -Ela tá tão linda. -ele disse num sussurro como se estivesse falando com ele mesmo, mas eu ouvi. -Oi? -fingi que não ouvi. -Nada, quer dizer, como está seus pais? -Bem. -E a nossa casa? -Normal, quando você pendurou a plaquinha no quarto de bebê? -No dia que vínhemos para cá. -Hum. -ficamos em silêncio, olhando um para o outro, não sei como aconteceu, mas quando fui me tocar estávamos perto demais, olhávamos para a boca do outro com desejo, respirei fundo, ele acariciou meu rosto levando a mão até minha nuca, prendeu os dedos dele em meu cabelo e foi se aproximando ainda mais, ele roçou nossos lábios e quando íamos iniciar o beijo a empregada entrou no quarto. -Desculpa senhor, só vim avisar que o almoço está pronto. -Tudo bem Graça, obrigada. -me afastei dele e fui saindo do quarto, ele veio atrás de mim, chegamos na sala de jantar e sentamos, logo a Graça trouxe a comida, quando ela destampou e o cheiro do peixe começou a se locomover, senti o cheiro e corri para o banheiro, coloquei tudo para fora novamente, ouvi os passos dele correndo até o banheiro, ele entrou e eu abaixei a tampa do vaso sentando em cima e dando descarga, ele se abaixou na minha frente. -Tá tudo bem? -Não quero peixe, nunca mais, o cheiro é repulsivo. -Tudo bem, mando ela fazer outra coisa, mas você está bem? -Sim, acho que é stress tenho ficado muito assim desde a ultima vez que vim aqui. -Desde a ultima vez que... -ele parou para pensar e eu empurrei ele para fora do banheiro e vomitei novamente, dei descarga, escovei os dentes e sai, ele ainda estava no chão do mesmo jeito que joguei ele, dei um sorriso ao ver a cena e dei a mão a ele para ajudar a levantar. -Preciso ligar pros seus pais. -Por que? Eu não sou criança não, eu sei me cuidar. -ele não disse nada apenas discou o número. -Sogrinha linda, vem para cá agora com o meu sogro. -ela respondeu algo que eu não ouvi. -Beleza, estou esperando. -ele desligou. -Graça faz outra coisa que não seja peixe para eu e Carla comer, e tira esse peixe daqui, leva para o pessoal que trabalha aqui, leva para sua casa sei lá, faz qualquer coisa com ele. -Tudo bem senhor. -Tem certeza que você está bem? -Tenho. -fomos ver televisão, acabei adormecendo no colo dele, acordei com minha mãe gritando. -O que aconteceu? Minha filha tá viva? -Tá, mas acabou de ser acordada, que porra mãe. -falei resmungando e levantando do colo dele, minha mãe me abraçou e me levou pro quarto, ela disse para eu dormir e saiu. Não consegui dormi mais, acho que o que me fez dormir foi o cafuné dele, desci as escadas e comecei a ouvir a voz deles. -Ela tá gravida, só pode. Diego me disse que desde quando ela voltou ela está vomitando e enjoando com cheiro de coisas. -Tomás falou, eu estava escondida atrás da porta. -O que você quer dizer? -Meu pai disse. -No dia que brigamos, nós fizemos sexo, não usamos camisinha e tenho certeza que ela engravidou nesse dia. -No dia da chuva? -Minha mãe disse. -É, nós tínhamos voltado do restaurante e pedimos a vocês para deixar agente no caminho lembra? Então, agente discutiu, começou a chover, agente se beijou e acabou acontecendo, tenho certeza de que ela engravidou nesse dia. -comecei a lembrar do dia, do nosso beijo na chuva, do melhor sexo da minha vida. -E agora? -minha mãe falou. -Se ela estiver mesmo grávida? -Tenho que dar um jeito no Jorge logo. -Tomás falou e eu fiquei pasma, o que o Jorge tinha haver com isso? -Como você vai fazer isso? -meu pai disse. -Não sei, mas não aguento mais ficar longe dela, não aguento mais ver ela sofrer por mim e eu sofrer por ela por causa daquele viado, não posso mais aceitar as ameaças dele e ficar longe dela, ainda mais agora. -Tomás disse e eu me assustei, como assim? Quer dizer que ele terminou comigo por que o Jorge estava ameaçando ele? -E se ela não estiver grávida? -minha mãe disse e automaticamente coloquei a mão na barriga. -Tenho certeza que ela tá. -não aguentei mais ouvir aquilo. -Mãe vai na farmácia com o meu pai e compra todos os testes que tiver lá. -eles me olharam assustados, mas fizeram o que eu falei, Tomás me olhou. -Você estava ouvindo? -Sim. -O que você ouviu? -Como assim o Jorge te ameaçou Tomás?