A Casa Adormecida escrita por SoraSeishin


Capítulo 2
Capítulo 1 - Springville




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39913/chapter/2

Capítulo 1 - Springville

“Ei, Dean, o que acha de checarmos isso?”

Era mais uma manhã na vida dos irmãos Winchester. Dean dirigia seu velho Chevy – é claro, pois em hipótese alguma deixaria seu irmão mais novo encostar um dedo na direção de seu estimado carro – por estradas desertas através dos Estados Unidos. Levantou o olho para verificar o que Sam estava tentando lhe mostrar: uma notícia de jornal. Era assim que conseguiam encontrar os melhores fenômenos a serem investigados.

“O que você encontrou aí, Sam?”

“Escute isso! Três adolescentes desapareceram ao entrar em uma casa abandonada em Springville.”

“Então...? O que isso tem a ver com a gente?”

“Parece que existem algumas histórias sobre essa casa. As pessoas da cidade têm medo dela. Ninguém havia entrado lá por vinte anos.”

“Está dizendo que essa é mais uma casa mal-assombrada?”

“Parece que sim. Talvez fosse melhor darmos uma olhada pessoalmente.”

Dean puxou o mapa que estava jogado sobre o painel.

“Springville, aqui vamos nós.”

&&&

Já eram quase três horas da tarde quando, depois de atravessarem (mais) estradas desertas e poeirentas, chegaram à pequena cidade de Springville. O centro da cidade se resumia em uma igreja, uma lanchonete, uma escola, uma biblioteca e um banco. Nada de muito diferente das outras pequenas cidades que já haviam visitado pelo interior do país. Os habitantes pareciam estar de luto pelo desaparecimento dos três adolescentes, pois havia poucas pessoas nas ruas, o que não era normal nesse horário, quando as aulas já teriam acabado.

Os irmãos Winchester decidiram que a necessidade mais urgente no momento era acalmar seus estômagos, pois não comiam nada desde o começo do dia. Estacionaram na frente da lanchonete – Mike’s Diner – e entraram, o que fez com que o sino acima da porta anunciasse suas presenças. Na lanchonete, havia apenas um homem sentado no balcão, tomando café, o típico homem de meia-idade do interior americano, com calças jeans, camisa xadrez vermelha com um colete azul-marinho por cima, da mesma cor que o boné esfarrapado; além de uma mulher de uniforme rosa e avental branco, obviamente a garçonete do lugar.

Dean e Sam juntaram-se ao típico homem do interior americano, apoiando os cotovelos no balcão.

“Boa tarde. Gostaríamos do prato do dia, por favor.”

A suposta garçonete olhou-os com desdém.

“Não servimos refeições após a hora do almoço.”

“Tudo bem”, replicou Dean. “O que tiver disponível para comer, então.”

A mulher tirou um pedaço de torta de debaixo do balcão e empurrou-o na direção dos garotos. Sam encarou Dean, como que dizendo “eu que não vou comer isso”. Dean enfiou um pedaço na boca, o que fez com que Sam balançasse a cabeça e iniciasse a conversa.

“Ouvi dizer que três adolescentes desapareceram na semana passada, ao entrar em uma casa abandonada.”

“E o que vocês têm a ver com isso?”, disse o homem, desconfiado.

Sam tirou uma identidade do bolso interno do casaco.

“Comitê de Engenharia do Estado. Viemos investigar se a casa invadida representa um risco à saúde pública de Springville.”

Dean levantou a sobrancelha, já pensando que eles nunca iriam cair nessa. Mas, aparentemente, o Comitê de Engenharia – se é que existia um órgão com esse nome – tinha alguma influência ali.

“Ah sim”, respondeu o homem, abaixando a guarda, “’A’ casa. Rose Garden.”

“Perdão?”

“Rose Garden. Esse é o nome da casa. Foi dado pelos seus fundadores. Mas atualmente não há ninguém lá. Ninguém se atreve a entrar. A não aquelas crianças, que Deus as tenha.”

“O senhor sabe o que aconteceu com elas?”

“Sei apenas que elas entraram... mas não saíram de lá. Pobres crianças.”

“Mas ninguém tentou procurá-las?”, insistiu Dean.

“Ah não. Ninguém entra em Rose Garden. Desde que seus fundadores morreram, há vinte anos, ninguém se atreve a entrar na casa. Não, é muito perigoso. Se me dão licença, preciso voltar ao trabalho. Adeus, Holly.”

Acenou para a garçonete, que retribuiu o aceno, enquanto encaminhava-se para fora.

“Se eu fosse vocês, também não arriscaria entrar naquela casa. Dizem que é amaldiçoada”, disse ela, passando um pano sujo no balcão.

“E por que existe essa... lenda?”, perguntou Sam.

“Isso não é apenas uma história para amedrontar as crianças, senhor-Comitê-de-Engenharia. É a realidade. Mantenham-se afastados daquela casa.”

Vendo que a garçonete, Holly, não diria mais nada que tivesse alguma utilidade, os irmãos Winchester deixaram a lanchonete. A única coisa que tinham certeza era que havia uma atmosfera de medo cercando Rose Garden, o que caracterizava todo e qualquer fenômeno sobrenatural. Certamente, ali estava algo interessante a se investigar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Casa Adormecida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.